domingo, 14 de outubro de 2012

Arthur Dapieve - Renato Russo, o Trovador Solitário [2000]



Por Érika dos Anjos

A história de Renato Russo se confunde com o nascimento (ou renascimento) do rock brasileiro nos anos 80; se confunde com a garotada de Brasília, que fazia música e queria um Brasil diferente; se confunde com os milhões de fãs que a Legião Urbana cativou durante sua, curta, jornada e que idolatram a figura criada pelo seu líder.

Neste livro, Arthur Dapieve mostra que é um dos melhores biografistas da atualidade (ao lado do onipresente Nelson Motta) e cria um ambiente íntimo e musical para se falar sobre difícil personalidade de Renato Manfredini Jr. Desde a infância dividida entre a Ilha do Governador e os Estados Unidos até a morte, no apartamento da Rua Nascimento Silva, em Ipanema. E, principalmente, passando pela adolescência em Brasília, onde houve a explosão criativa do rock nacional.

O grande lance deste livro é que ele é muito musical, cheio de referências aos ídolos de Renato, que ele fazia questão de citar em todos os seus diálogos. Referências estas que vão desde a música clássica, com Bach e Wagner (o preferido de Renato), ao Punk do Sex Pistols. Além disso, o autor não se aprofunda na questão da homossexualidade e da Aids que vitimou o cantor, e sim, exalta o talento e as letras perfeitas que RR deixou para a sociedade.

Para quem gosta de biografias e, principalmente, de rock and roll, é um prato cheio!

Ficha técnica:
Livro: Renato Russo, o Trovador Solitário
Autor: Arthur Dapieve
Editora: Relume Dumará
Nº de páginas: 188
ISBN: 8500020962

Sinopse: Renato estava se sentido desconfortável no papel de novo porta-voz da juventude, ainda mais porque tinha perfeita consciência da responsabilidade social de um artista. Até então não se sentia à vontade para tratar de um tema como identidade sexual, dada a enorme parcela de crianças entre seus fãs. “Sou jovem de vinte e poucos anos, não sei nada da vida”, reclamava. “As pessoas bebem minhas palavras como água. E escrevo justamente poruqe não sei. Não quero que minha opinião sobre temas controvertidos, drogas, por exemplo, influencie outra pessoa.”

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