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quinta-feira, 14 de junho de 2018

Ira! - Folk [2017]

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Por Marcelo Moreira em Combate Rock

A ideia era inusitada, mas muita gente achou péssima: converter músicas a um formato folk, só com voz e violão, isso bem depois da moda dos “acústicos/unplugged” ter passado.

Muitos fãs torceram o nariz, mas Edgard Scandurra e Marcos “Nasi” Valadão apostaram alto, pois avaliavam que não tinham muito a perder.

O risco era grande, mas o projeto Ira Folk! foi a grande sacada mercadológica da carreira da dupla, que se reconciliou em 2013 após seis anos brigados.

Amigos de novo, recriaram o Ira! sem o baterista André Jung e o baixista Ricardo Gaspa, estavam curtindo tocar os velhos sucessos com uma banda revigorada, mas qual seria o próximo passo? Haveria espaço para um CD de inéditas?

Ira Folk! era uma experiência limitada, de início, mas o nome da banda ainda é muito forte e o formato agradou. Para quem esperava uma reedição do MTV Unplugged que a banda fez há mais de dez anos, a surpresa foi enorme.

É violão e voz, somente, com arranjos muito diferentes e mais lentos, bem ao gosto daqueles fãs de Neil Young e Cat Stevens.

Algumas músicas tiveram a sua característica preservada, com levadas bem próximas das versões originais graças ao talento de Scandurra, que usa e abusa de um repertório e influências sessentistas em que predominam a pegada típica de Pete Townshend (The Who), Dave Davies (The Kinks) e Paul Weller (The Jam).

O projeto acabou crescendo demais e o som teve de ser encorpado. Entram em cena então os companheiros do Ira! para dar uma força à dupla principal – Daniel Scandurra, filho de Edgard, no baixolão (um violão com características de baixo) e Jhnny Boy, no violão e nos teclados.

Para arrepio daqueles que desdenharam da ideia inicial, o resultado é muito bom, tanto que virou DVD e um CD digital – vendido apenas em MP3, nas plataformas digitais.

Com um repertório extraordinário e rico para escolher, Nasi e Scandurra foram certeiros e aproveitaram para recriar alguns sucessos e revisitar músicas bem legais que estavam perdidas no catálogo – cortesia da liberdade que o formato oferece, sem algumas amarras que o formato baixo-guitarra-bateria limita.

O DVD foi um projeto que nasceu em parceria com o Canal Brasil e teve as participações especiais da cantora Fernanda Takai (Pato Fu) e do violonista monstro Yamandú Costa.

O que vemos na apresentação de 11 de março de 2017, gravada no Citibank Hall, em São Paulo, é um primor de profissionalismo e qualidade, ainda que houvesse menos espontaneidade – parece até que havia certo nervosismo, natural para um evento tão importante.

No último dia 20 de janeiro, quase um ano depois do registro para o DVD, o Ira!Folk lotou o teatro do Sesc Vila Mariana, na zona sul de São Paulo, em uma performance ainda melhor.

Mais relaxados e mais seguros, Nasi e Scandurra dominaram palco e plateia de uma forma soberba, extasiados pelo sucesso do projeto. Certamente, no começo do show, estavam se divertindo mais do que os espectadores.

Desta vez não havia convidados especiais, mas nem precisava. A sequência de hits melhorou o clima de “já ganhou”, tornando-o “somos campeões”. Scandurra esbanjou técnica e virtuosismo na condução de “Tardes Vazias” e na fantástica “Dias de Luta”, colocando efeitos que aproximaram a canção dos momentos de glória sessentistas do Who.

Nasi aprendeu faz tempo a domar as mudanças ocorridas em sua voz em mais de 35 ano de trajetória e se mostrou muito à vontade em canções emblemáticas, como “Boneca de Cera”, “Rubro Zorro” e “Receita Para Se fazer Um Herói”: canta com leveza, sem esforço, dando-se ao luxo de fazer alguns malabarismos vocais.

Bem diferente dos excessos de produção que os unpluggeds costumavam ostentar, como naipes de metal e camas de pianos, teclados e vocais, o formato “folk” criado pelo Ira! exaltou a máxima de que menos e mais.

Os violões predominam de forma a tornar possível ouvir todas as nuances sonoras dos dedilhados inspirados de Scandurra, além de mostrar a evolução de Nasi como cantor e frontman.

No DVD, o grande destaque é “Dias de Luta”, onde Yamandú Costa dá uma aula de violão em uma caprichada introdução e fazendo uma base extraordinária, onde chega a duelar com o dono da festa.

A participação de Fernanda Takai em “Tolices” se mostrou tímida e reverente demais, pouco acrescentando à delicada versão recriada por Nasi e Scandurra.

“Flerte Fatal” e a pouco conhecida “Mesmo Distante”, com seus arranjos precisos e delicados, transportaram a plateia para a gênese do rock nacional, na primeira metade dos anos 80, deliciando os contemporâneos das músicas e surpreendendo os mais jovens, que não imaginavam o poder acústico das canções.

“Nada mais natural que fosse assim”, comentou Nasi em um dos intervalos do show do Sesc Vila Mariana. “Tínhamos muita confiança de que o formato iria funcionar porque 80% das nossas composições começaram somente com violão e voz. É bom que ver que o desnudamento das músicas agrada e surpreende.”

Houve quem duvidasse das possibilidades de sucesso do Ira! Folk – muita gente, aliás. Houve até quem dissesse que se tratava de um acústico disfarçado com motivação caça-níqueis.

Alheios a isso, os integrantes do Ira! Folk tinham outras preocupações. Precisavam se concentrar em oferecer um produto de qualidade, com uma nova cara e que, de certa forma, surpreendesse quem esperasse o mesmo de sempre. O resultado é altamente satisfatório.


1. Mudança De Comportamento
2. Flerte Fatal
3. Eu Quero Sempre Mais
4. Quinze Anos (Vivendo E Não Aprendendo)
5. Receita Para Se Fazer Um Herói
6. Mesmo Distante
7. O Girassol
8. Culto De Amor
9. Tarde Vazia
10. Dias De Luta
11. Perigo
12. Rubro Zorro
13. Tolices
14. Telefone
15. Flores Em Você
16. Envelheço Na Cidade
17. Boneca De Cera
18. Núcleo Base

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Alexandre Petillo e Mauro Beting - A Ira de Nasi [2012]

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Descrição

Nasi não nasceu para ser santo. Nasceu para ser a voz de um pecado capital. Quando foi fundo ele acabou indo além do permitido e recomendado. E, na volta, trouxe com ele tudo que o dragou – do melhor e do pior. Nas travessias ao céu e nas travessuras abaixo do inferno das drogas químicas e das porcarias das pessoas físicas e jurídicas que experimentou, o ex-vocalista do Ira! se tornou homem com todas as letras. Desde as bem feitas e de boa métrica até as malfaladas e malditas. Você ficará vermelho de raiva e de paixão com a história de um dos roqueiros mais polêmicos do Brasil, com tantas tretas que fizeram da vida de Marcos Valadão, este Wolverine brasileiro contraditório e solitário, coisa de ficção, de horror, de comédia e de drama, mas também de muito amor.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Edgard Scandurra - Amigos Invisíveis [1989]

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Por Carlos Eduardo Lima em monkey buzz

Em 1989 o Ira! experimentava uma pequena queda de popularidade. Após o boom de seus primeiros dois discos - Mudança de Comportamento (1985) e Vivendo e Não Aprendendo (1986), o terceiro trabalho da banda, Psicoacústica (1988) não apresentava o mesmo desempenho. Apenas uma canção fez sucesso radiofônico, a peculiar Receita Pra Se Fazer Um Herói, mais uma daquelas pérolas compostas por Edgard Scandurra em tempos de serviço militar. Núcleo Base, lançada dois anos antes, compartilhava a origem e a falta de vontade em ostentar uma farda como razão para defender o país.

Neste hiato criativo de dois anos, o Ira! ficou em segundo plano e, enquanto Nasi e André Jung se aproximavam de sua mais recente paixão - o rap - Edgard Scandurra entrava em estúdio para gravar seu primeiro disco solo. A ideia era aproximar grande parte do que o Ira! significava com uma sonoridade mais setentista, algo que poderia seguir por uma via sem comunicação com as sonoridades punk. É como se Scandurra quisesse ser mais Who que Jam. E o que se ouve ao longo de Amigos Invisíveis é exatamente isso. Algo setentista, concebido num mundo perfeito.

Produzido pelo próprio Edgard e contando com o auxílio de Paulo Junqueiro, Amigos Invisíveis tem apenas um músico em ação: o próprio Edgard, que assume o controle de guitarras, bateria, violões, baixo, teclados, percussão, além da voz e dos vocais de apoio, numa surpreendente demonstração de habilidade, sem que isso pareça uma declaração de arrogância ou exibicionismo, até porque a produção cuida para que esta sonoridade seja, de algum modo, coletiva e confere a Amigos Invisíveis uma pluralidade impressionante. Scandurra consegue juntar seus vários backgrounds - Ira!, Ultraje A Rigor, Smack, Mercenárias - obtidos nas bandas das quais participou e oferece um amplo leque de variações.

Além disso, dá vazão a temas legais e ausentes quase sempre das composições do Ira!, como quadrinhos, por exemplo, exaltados aqui em Amor em B.D (B.D é a abreviação de quadrinhos em português de Portugal). O Who, banda seminal para Edgard ostentar uma guitarra com orgulho, é homenageado na versão bela de Our Love Was, uma das mais belas canções de The Who Sell Out, terceiro disco da banda mod inglesa, de 1967. Gritos Na Multidão, sucesso do segundo disco do Ira!, recebe uma versão personalíssima, enquanto outras pequenas pérolas como Minha Mente Ainda É A Mesma, Abraços e Brigas (hit do disco, composto em parceria com a então esposa, Taciana Barros), além da singela Bem Vindo, Daniel, em homenagem ao filho, então recém-nascido.Taciana Barros, ex-Gang 90, participa do disco como compositora em três faixas, além de tocar algumas poucas notas em Abraços e Brigas.

Amigos Invisíveis é um disco absolutamente atípico em relação a seu momento histórico. 1989 é um ano que pode marcar uma perda significativa de popularidade do rock nacional, é um tempo estranho, no qual muitas bandas produzirão discos de maturidade, que eram vistos na época como "ruins", "acomodados" ou "não-rock". Edgard, sem muita ambição, homenageando suas bandas preferidas, amigos, família e filho, foi longe na experimentação e na busca por algo novo. Conseguiu e ainda tirou a onda de aparecer em programas como o Globo de Ouro, sozinho, empunhando um violão, mandando playback de Abraços e Brigas. Bravo.

O disco foi lançado em 1989 em CD, LP e K7. Ficou fora de catálogo em pouco tempo e só foi relançado em CD na série Warner Archives, em 2000, com duas faixas bônus. Desde então, encontra-se esgotado e, como tal, impossível de ser encontrado, exceto para audição na internet.


1 - Estamos Nesse Trem
(Edgard Scandurra)
2 - Amor Em B.D.
(Edgard Scandurra)
3 - Minha Mente Ainda É A Mesma
(Edgard Scandurra)
4 - Abraços E Brigas
(Edgard Scandurra, Taciana Barros)
5 - Gritos Na Multidão
(Edgard Scandurra)
6 - Quero Voltar Pra Casa
(Edgard Scandurra)
7 - Our Love Was
(Pete Townshed)
8 - Amigos Invisíveis
(Edgard Scandurra)
9 - 1978
(Edgard Scandurra)
10 - Culto De Amor
(Edgard Scandurra, Taciana Barros)
11 - Bem Vindo Daniel
(Edgard Scandurra)
12 - Vou Me Entregar Como Nunca
(Edgard Scandurra, Taciana Barros)

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Ricardo Gaspa - Gaspa The Bass Player [2013]

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Por Lizandra Pronin em Redação TDM

Cinco anos depois do conturbado fim do Ira!, o baixista Ricardo Gaspa coloca no mercado seu primeiro álbum solo, que ganhou o nome de "Gaspa Bass Player". O repertório de 10 faixas traz duas canções inéditas, compostas depois do término da banda.

Musicalmente, "Gaspa Bass Player" traz uma sonoridade acústica: o pop rock do repertório tem muitas referências aos anos 1980 e década seguinte, mas há uma aura diferenciada, criada especialmente pelo conta-baixo acústico de Gaspa. Apesar do título do disco dar ênfase ao baixo, vale lembrar que Ricardo Gaspa também gravou vocais, violão e guitarra em algumas das faixas.

Das 10 faixas do álbum, oito são de autoria de Ricardo Gaspa. Algumas já são conhecidas do público: "Tarde Vazia", "Mistério", "Tanto quanto eu", "Ciganos", "O tolo dos tolos" e "Tudo de mim" são de sua ex-banda. As inéditas são "Sobre o outono" e "Rosa dos ventos", parcerias com Ricardo Cunha. Completam o álbum "Outubro de 65", de Marcelo Nova - que aparece numa versão rockabilly -, e 'Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro', de Wander Wildner.

Wander Wildner, aliás, participa do álbum, assim como Marcelo Nova e Ricardo Alpendre, que aparecem no disco. Outra participação acontece em "Tarde Vazia", que ficou diferente da original, não só pelo formato, mas pela participação de Karol Sun nos vocais.

Como se fosse uma animada reunião de amigos, "Gaspa Bass Player" tem uma atmosfera despretenciosa e cativante. Seus 35 minutos passam como se fossem apenas 15. Uma ótima pedida para fãs saudosos do Ira!, mas principalmente um bom ponta pé inicial numa carreira solo que começa tardia. Agora é esperar um álbum inteiro de inéditas.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Nasi - Perigoso [2012]

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Nasi destila sua ira no cru CD 'Perigoso' entre o rock, o country e o blues

Por Mauro Ferreira em Notas Musicais

"Agora que eu sobrevi a tanta dor / Pra ser feliz eu cavo até um outro poço", adverte Nasi em versos do country rock que dá título ao seu terceiro disco solo, Perigoso. Composto por Nasi em parceria com Johnny Boy, Perigoso exemplifica o tom cru e direto do álbum idealizado e arranjado pelo vocalista do extinto grupo Ira! ao lado de Boy. Na foto da capa do CD, clicada por Fabiana Figueiredo, Nasi aparece como quem espreita o inimigo pela fresta, à espera da hora do ataque. De certa forma, o cantor manda seus recados através das letras deste disco que transita por rock, country e blues. Seu corpo parece fechado, como insinuam com maior ou menor clareza o rock Ori e o country rock Amuleto, mais duas parcerias de Nasi com Johnny Boy que evocam nas letras o poder das religiões afro-brasileiras. Assim como outras músicas do disco, o blues Feitiço da Rua 23 (Nasi e Nivaldo Campopiano) parece até ecoar passagens da vida louca vida do artista, contada em primeira pessoa na recente autobiografia A Ira de Nasi. (Belas Letras, 2012). De certa forma, é como se Perigoso fosse a trilha sonora revista e atualizada do livro. O discurso autobiográfico é recorrente em músicas como Não Vejo Mais Nada de Você (Nasi, Johnny Boy e Carlos Careqa), faixa em que Nasi amarga a sensação de não reconhecer a sua São Paulo (SP) de tempos idos na volta à cidade hoje tão blasé na percepção do artista. "Estão tão perto e tão longe de mim", conclui, decepcionado. A essas cinco inéditas, juntam-se cinco covers que se ajustam ao espírito cru do disco. Nasi acentua a pulsação roqueira de Não Há Dinheiro que Pague (Renato Barros, 1968) - sucesso na voz de Roberto Carlos no início de sua fase pós-Jovem Guarda - e flerta com o soul em Tudo Bem (Guilherme Saldanha e Tomaz Paoliello, 2010), do repertório da banda indie paulista Garotas Suecas. Uma das sacações da seleção de covers é Como É Que Eu Vou Poder Viver Tão Triste, balada de Demétrius (o cantor do sucesso pré-Jovem Guarda O Ritmo da Chuva), gravada em 1972 pelo melancólico e popular cantor capixaba Paulo Sérgio (1944 - 1980) e abordada por Nasi dentro do universo do blues, gênero com o qual tem intimidade. Outra sacada - esta menos surpreendente, pois também tida pelo DJ Zé Pedro ao garimpar repertório para o recente segundo álbum do cantor pernambucano Paulo Neto - é Dois Animais na Selva Suja da Rua, música de Taiguara (1945 - 1996), revivida por Nasi no espírito roqueiro deste álbum urgente e direto. Completa o repertório a abordagem country de sucesso de Raul Seixas (1945 - 1989), As Minas do Rei Salomão (Raul Seixas e Paulo Coelho, 1973). "Se me chamarem/Diga que eu saí", avisa Nasi sorrateiro, despistando o inimigo, sem medo do perigo.

domingo, 20 de novembro de 2011

Nasi - Onde Os Anjos Não Ousam Pisar [2006]

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Ótimo trabalho do Nasi em carreira solo. Já havia gravado outros álbuns com Os Irmãos do Blues mas esse foi definitivamente o primeiro só com seu nome da capa. Álbum experimental com bastante pegada no blues.

É ouvir e gostar.