terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Zé Viola progressive band - A diferença entre o igual e o diferente [2009]



Por Roderick Fonseca (banda Café do Vento – RN)

Grupo musical nascido na cidade de João Pessoa em Janeiro de 2007 e tem o objetivo construir idéias sonoras a partir das influências de cada integrante.

Zé Viola progressive band é um projeto idealizado por André Nóbrega e Helder Laurentino. O nome ZÉ VIOLA vem de uma homenagem aos músicos ZÉ GUILHERME e CHICO VIOLA pela musicalidade e atitude compatíveis com a expressividade regional destes artistas. O fato de serem dois nomes – ZÉ VIOLA - e a extensão final do nome – PROGRESSIVE BAND – são inspirações do rock progressivo e de um dos maiores nomes desse gênero, a banda PINK FLOYD, que o nome é a junção, também, do nome de dois artistas da época admirados pelos integrantes.

"Esse grupo musical traz consigo reflexões da vida cotidiana, sua música rockeanesca em embate harmonioso com os sotaques nordestinos nos remete ao autêntico ao novo desafiador e não poderiam ser diferentes, quatro músicos cabra da peste coexistindo permanentemente com seus devaneios multimusicais com sede e fome antropofágica do experimento poético e sonoro finalmente funde-se nesta brilhante concepção musical chamada Zé Viola progressive band.”

INTEGRANTES:
André Nóbrega - voz e guitarra
Helder Laurentino - guitarra, triângulo e vocal
Michel Charles - baixo
Nielsen Batista - bateria

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Plebe Rude - R ao Contrário [2006]

Por Ben Ami Scopinho
publicado em 26 de setembro de 2006 no Whiplash

Vindo de Brasília, o Plebe Rude foi um dos conjuntos de pop rock – com boas doses de atitude punk – que se consagrou nos anos 80, logo com o lançamento de seu primeiro registro, o EP “O Concreto Já Rachou” (85). De suas sete canções, seis estavam constantemente nas programações das rádios e, graças ao hit “Até Quando Esperar”, este trabalho conseguiu disco de ouro, um sonho alcançado por poucos grupos iniciantes.

A banda seguiu com mais quatro álbuns até 1994, quando acabou se dissolvendo, e desde 2000 vem ensaiando um retorno, quando liberou o disco ao vivo “Enquanto a trégua não vem” com sua formação original. A partir daí muitos de seus fãs vem aguardando pacientemente um novo disco com faixas inéditas, mas os problemas parecem perseguir este pessoal, pois desde então o Plebe Rude vem tentando gravar novas faixas, mesmo com seus músicos abandonando gradativamente o barco.

Este complicado esquema somente começou a se ajustar em 2004, quando os membros originais que sobraram, Philippe (voz e guitarra) e André X (baixo), se aliaram a Txotxa (ex-Maskavo Roots) e Clemente (voz e guitarra - mentor do paulistano Inocentes, veterano no cenário underground de sua cidade), e com esta formação o Plebe Rude vem tocando pelo Brasil desde então.

Tudo ajustado e enfim chega o momento de seu novo disco: “R ao Contrário” está sendo lançado pela alternativa Revista Outracoisa (aquela do Lobão) e foi produzido pelo próprio Philippe em seu Daybreak Studios, trazendo 12 faixas que foram compostas ao longo destes anos de espera. Com inspiração no pós-punk, o grande ponto alto neste álbum são as letras, que instigam o ouvinte de forma inteligente e estão bem atualizadas com a situação geral do Brasil. Se bem que muitas das nossas doenças não mudaram desde o início dos anos 80...

Mas 13 anos é um tempo considerável e todos os problemas que antecederam “R ao Contrário” com certeza explicam a irregularidade de suas canções. Há bons momentos como a abertura ”O que se faz”, onde foi inserida gaita de foles em homenagem ao grupo escocês Big Country, cujo líder Stuart Adamson veio a falecer em 2001; além de “Katarina”, com uma ótima letra que não poupa nem mesmo o ouvinte com sua “sutil” crítica. Também merece citação “Dançando no vazio”, boa canção onde Philippe divide as vozes com Clemente, e é uma versão para a música “Staring At The Rude Boys”, do obscuro grupo punk inglês The Ruts.

“Voto em branco” tem história. Esta canção foi escrita na década de 80, sendo que em 1981 o Plebe Rude foi em detido em Patos de Minas por cantá-la numa apresentação junto com o Legião Urbana, que tocou “Música Urbana 2”. Resquícios de uma época onde a liberdade de expressão não era tão reconhecida pelas autoridades. Nesta faixa, André X cantou pela primeira vez e há um detalhe curioso: a primeira parte da bateria foi gravada por Fê Lemos, do Capital Inicial, usando instrumentos da época do Aborto Elétrico. O resultado final é uma ótima faixa, bem direta, que fecha o álbum de forma bastante punk.

De qualquer forma, a real prova da química desta nova formação do Plebe Rude virá com seu próximo álbum, onde Clemente e Txotxa provavelmente contribuirão nas composições. Até lá, os fãs podem ir apreciando “R ao Contrário”, trabalho honesto com muita coisa boa em termos de rock nacional.

Finalizando, fica uma sugestão para o leitor que curte o Plebe: dê uma conferida no site da banda, há muitas informações bacanas ali, em especial na seção “Discografia”, com a história de cada fase do conjunto e detalhes muito interessantes - alguns totalmente hilários - que vale a pena serem conhecidos.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Perfume Azul do Sol - Nascimento [1974]



Por Fernando Pessoa

Grupo paulista formado por Ana (voz e piano), Benvindo (voz e violão), Jean (voz e guitarra) e Gil (bateria e vocal). Com visual hippie e psicodelia derivada de ritmos e instrumental regionais, gravaram um único álbum - Nascimento -, pelo selo Chantecler, em 1974. O baixista Pedrão, depois integrou o Som Nosso de Cada Dia, ao lado do ex-Íncríveis, Manito.

Momento 68 - Tecnologia [2002]



Este trio de rock psicodélico paulistano cometeu um belo disco de estreia. O Momento 68 surgiu com a intenção de ser a nova banda de Plato Divorak, o excêntrico roqueiro gaúcho pai dos psicodélicos dos pampas, porém, esta formação não durou muito tempo, rendeu duas fitas K7 e um compacto que precederam este disco.

O disco abre com “Antiglitter” de Plato Divorak, também gravada no seu disco solo "Calendário da Imaginação" (1988), outros destaques são “Jazzy man-metropole”, instrumental, o belo piano de Consuelo Gregori dá a canção um quê de cinematográfico, poderia ter rendido um vídeo clipe; “Turn on, tune in, drop out” com um arranjo de guitarra cheio de efeitos psicodélicos; em “Outra cidade” uma passagem lisérgica urbana; a instrumental “On/Off” recebeu a cítara de Fábio Golfetti; em “Chá da tarde” uma bossa-fuzz; o disco se encerra com “Flamenjante II”.

“Tecnologia” foi lançado pela representação brasileira do selo inglês Voiceprint, com o $uporte do Sebo 264, recebeu resenhas elogiosas da mídia especializada na época e a banda também fez vários shows com este trabalho.

O projeto gráfico é bastante caprichado traz todas as letras, ficha técnica e ilustrações de Marcelo Badari, que também tocou bateria em duas canções do disco, na capa um desenho de uma “gerigonça”, uma máquina de música comandada à distância por um mod.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Cazuza - Cazuza [1985]



Por Agência JB

Relançado em CD com o título da música que deu fama ao disco ("Exagerado") e que passou a servir como assinatura do cantor, Cazuza ainda tem um forte lado roqueiro, apesar de já flagrar o cantor caminhando em direção à MPB. Pouco antes do lançamento, ele dissera que se direcionaria para um som mais clássico, mas que iria continuar compondo canções mais agressivas para os "meninos" do Barão Vermelho. 

A face roqueira localiza-se em músicas como a faixa título, "Rock da Descerebração" (gravada três anos depois pelo Barão em versão mais pesada), o hard rock "Desastre mental" (parceria com Renato Ladeira, gravada pelo Herva Doce) e na acidez de "Só as mães são felizes". Mas, além da faixa-título, a música que ganhou as rádios foi mesmo a balada "Codinome beija-flor". 

Detalhe: boa parte desse repertório teria ido parar no quarto disco do Barão com Cazuza, que não chegou a ser gravado. O grupo já havia feito um arranjo bem mais pesado, na linha do Who, para "Exagerado".


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Cálix - Canções de Beurin [2000]



Por Del Valério

Com 10 anos de carreira, o Cálix é uma das bandas de maior importância no cenário musical brasileiro, tanto como banda de rock como de música popular brasileira. Já vendeu mais de 10 mil cópias de seus dois álbuns, "Canções de Beurin", de 2000 e "A Roda", de 2002 (falarei desse em breve).

Apesar de ter recebido vários prêmios relacionados ao gênero rock progressivo e de ter se destacado em muitos festivais como uma das melhores bandas do país, o Cálix ainda tem pouco reconhecimento nacional. Em Belo Horizonte, onde a banda surgiu, o grupo vende todos os ingressos de seus shows, mas ainda assim não é considerada uma banda "popular". Apesar disso, quando se trata do cenário musical internacional, a história muda.

Com álbuns vendidos na Europa, Ásia, Estados Unidos e América Latina, o Cálix alcançou um bom reconhecimento internacional, sendo comparado, certa vez, por um jornal inglês, à banda Jethro Tull, do flautista maluco Ian Anderson. A banda foi chamada pelo mesmo jornal de "Jethro Tull brasileiro".

Também, não era para menos. No primeiro álbum da banda, "Canções de Beurin", já na primeira faixa, "Dança com Devas", o flautista Renato Savassi abre a música com uma introdução de solo de flauta que se aproxima muito do que o flautista escocês faz em suas próprias composições. Com notas ágeis e muitos golpes de língua que acentuam a agressividade típica do estilo inventado por Rahsaan Roland Kirk. E a música não é parecida somente nos solos de flauta, mas também nos arranjos que lembram muito o que Ian Anderson adota em suas músicas, com instrumentos atípicos do rock, tais como bandolim e citara.

A faixa-título do álbum, "Canções de Beurin" não conta com solos de flauta e solos de citara, mas é uma das músicas que mais fazem sucesso no cenário do rock progressivo. E é exatamente isso o que ela é. Um dos melhores e mais bem feitos trabalhos da banda, que mescla uma letra triste de fantasia épica medieval com links e solos de guitarra que lembram muito os solos do guitarrista do Pink Floyd, David Gilmour.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Apocalypse - Lendas Encantadas [1997]

Yandex 320kbps


Por Apocalypse

Assim como Aurora dos Sonhos, o álbum Lendas Encantadas foi lançado pela MUSEA apenas na Europa. O CD conta com as composições do primeiro álbum do Apocalypse e mais três temas inéditos, entre eles a longa suíte Levando a Vida. A incorporação da guitarra e as novas composições tornam-se os pontos altos do álbum gravado em Porto Alegre. A capa foi escolhida como a melhor do ano pela Musea e foi utilizada como abertura do site da gravadora por seis meses. O encarte é igualmente maravilhoso com uma ilustração para cada música. A música Chamando por Ajuda entraria posteriormente para o repertório de shows com a versão para o inglês Crying for Help. A suíte Levando a Vida seria transformada em single para as rádios locais.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Tropicália [2012]



Por Mauro Ferreira

Tropicália não é um documentário tão elucidativo como o filme que recontou a controvertida história de Wilson Simonal (1938 - 2000), para citar somente um exemplo feliz dentre a safra de documentários que vem investigando, nos últimos anos, fatos e nomes relevantes da música brasileira. Por fugir dos moldes convencionais do gênero e do didatismo histórico, o filme de Marcelo Machado impressiona mais pelo apuro estético com que expõe na tela imagens raras como a apresentação dos líderes tropicalistas no Festival da Ilha de Wight (na Inglaterra de 1970) e como o casamento hippie de Caetano com Dedé Gadelha em Salvador (BA). Ao aliar essa estética arrojada à trilha sonora de Kassin e ao rico acervo de imagens (estáticas ou em movimento) depuradas para o filme, Tropicália documenta o movimento com um espírito libertário condizente com a revolução musical arquitetada por Caetano Veloso e Gilberto Gil com o auxílio (nem sempre corretamente dimensionado) do artista plástico e músico Rogério Duarte e do empresário Guilherme Araújo (1937 - 2007). Aliás, ao expor a dicotomia entre Duarte e Araújo (este mais interessado em capitalizar em cima da Arte defendida por Duarte, peça-chave na construção do movimento), Tropicália dá sua mais expressiva contribuição para o entendimento dos códigos que regeram o movimento que quebrou barreiras, irmanando o lixo e o luxo da música brasileira. São também elucidativos os depoimentos que trazem à tona os ressentimentos dos poetas José Carlos Capinam e Torquato Neto (1944 - 1972) por terem sido relegados a um segundo plano naquela geléia geral. Em contrapartida, o filme omite o esforço de Gal Costa para manter acesa a chama tropicalista após a partida de Caetano e Gil para o forçado exílio em Londres. O filme abre, aliás, com rara imagem dos dois cantores já no exílio, se apresentando em programa da TV portuguesa, em 4 de agosto de 1969. Ao ser questionado sobre a Tropicália, Caetano enfatiza que o movimento já tinha morrido àquela altura. A partir daí, o filme procura investigar a construção daquela estética que, na opinião do hoje recluso Rogério Duarte, foi a "síntese de ideias contraditórias" enquanto, para Gil, a Tropicália se ergueu em "território idealizado". O diretor acerta ao mostrar somente no fim do filme os rostos envelhecidos dos entrevistados. Antes, suas vozes são ouvidas em off, como se estivessem explicando as imagens que jorram na tela. Dentro desse estilo, é especialmente emocionante a sequência em que o filme mostra o enterro do estudante Edson Luís de Lima Souto (1950 - 1968), o universitário assassinado pelo regime militar em 14 de março daquele ano que ainda não terminou, ao som de Coração Materno - sucesso do cantor Vicente Celestino (1894 - 1968) - na voz de Caetano Veloso. Se Tom Zé teoriza o movimento em depoimento que deixa entrever sua salutar inquietude, Gil - figura obviamente recorrente no filme - ressalta a importância de Jorge Ben Jor, "Tropicalista fundamental". Ilustrando significativamente o fim do ciclo artístico de seus protagonistas, o documentário mostra Caetano Veloso ruminando Asa Branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) em programa da TV francesa e, no fecho propriamente dito do filme, rebobina imagens da Bahia de 1972 ao som de Back in Bahia (Gilberto Gil). Sim, Tropicália caminha contra os padrões dos documentários musicais e, por minimizar alguns fatos e personagens, desfolha a bandeira da geléia geral brasileira mais pelas imagens valiosas do que pelas palavras.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Márcio Zaganin - O Luthier Mais Respeitado do Brasil [2012]


Publicando em Música & Mercado em 29 de janeiro de 2012

Zaganin é o responsável pelo desenvolvimento dos instrumentos da marca. O filme conta toda a sua trajetória como luthier de destaque e traz depoimentos de grandes músicos

Desde o último dia 23 de janeiro já está disponível no YouTube o documentário "Márcio Zaganin - O Luthier mais Respeitado do Brasil".

Já alcançando quase mil visualizações hoje (29/01), o filme traz toda a história de Zaganin, desde sua importante trajetória como luthier até a ocupação da posição de desenvolvedor de produtos para a Marutec, empresa que administra a Tagima e outras marcas.

O vídeo traz depoimentos de Eduardo Ardanuy, Roberto Frejat, Pepeu Gomes, André Christovam, Roger, Serginho Carvalho e outros grandes músicos. Além de dicas interessantes do próprio Zaganin, que revela, entre outras coisas, suas inspirações e experimentações na criação de novos instrumentos.

Ney Nakamura, dono da Marutec e sócio da N. Zaganin - Custom Shop - ao lado do Márcio, também é categórico ao falar sobre o luthier: "Ele é considerado um dos melhores luthiers do Brasil e estamos muito orgulhosos de tê-lo aqui cuidando do desenvolvimento de nossa fábrica", diz o empresário no filme. "É um cara acima da média em relação à construção, à experiência que ele tem", endossa o diretor comercial da Tagima, Marco Vignoli.

A direção é Egler Cordeiro, com direção executiva de Marcelo Rossi.