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terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Secos & Molhados [1974]

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Por Jorge Luiz em Músicas do Nordeste

Em 1974, com a popularidade altíssima, o grupo Secos e Molhados gravava o seu segundo e último álbum com a formação original. Mais elaborado e menos popular que o primeiro, como “definido” por Ney Matogrosso em declaração a Folha de São Paulo (Janeiro/2000), “Secos e Molhados II” é composto por músicas de temática social como “O Doce e o Amargo”, “Preto Velho” e “Tercer Mundo”. Com poucas palavras, a cabeça do grupo e compositor João Ricardo conseguia abordar temas profundos, como em “Não: Não digas nada”, em “Toada & Rock & Mambo & Tango & ETC” e no único hit do disco “Flores Astrais”, que são interpretadas com toda a expressividade da voz de Ney. O disco foi lançado no Programa Fantástico em agosto de 74, e infelizmente, no mesmo ano, dois integrantes do trio que era o “carro-chefe” do grupo saíram: Gerson Conrad e Ney Matogrosso.


A1 Tercer Mundo
A2 Flores Astrais
A3 Não: Não Digas Nada
A4 Medo Mulato
A5 Oh! Mulher Infiel
A6 Vôo
B1 Angustia
B2 O Hierofante
B3 Caixinha De Música Do João
B4 O Doce E O Amargo
B5 Preto Velho
B6 Delírio...
B7 Toada & Rock & Mambo & Tango & Etc

sábado, 15 de dezembro de 2018

Secos & Molhados [1973]

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Por Trás da Capa dos Secos & Molhados de 1973 

A capa dos Lp de estreia dos Secos & Molhados de 1973 está sempre presente nas listas das “melhores capas de discos” realizadas por críticos, imprensa e público. O jornal Folha de São Paulo chegou a eleger esta capa, como a “melhor capa de long play” de toda a história da música brasileira. Mas o que há por trás desta emblemática capa?

O grupo era formado por Ney Matogrosso, João Ricardo, Gérson Conrad e Marcelo Frias, este último o baterista que não aceitou integrar o grupo.

A capa do Lp já trazia uma síntese do poder criativo dos Secos & Molhados. A foto foi realizada pelo fotógrafo Antonio Carlos Rodrigues do jornal Última Hora do Rio de Janeiro. Em entrevista à Revista Bizz, Antonio definiu a sua criação como sendo fantástica e conta que a ideia surgiu após ele ver algumas meninas na praia com os rostos pintados. “Eu ainda não conhecia o grupo e quando fiquei sabendo do nome do grupo, montei uma mesa no meu estúdio com vários secos e molhados, coloquei a cabeça deles ali e os maquiei”.

Foi uma madrugada toda de trabalho e os quatro tiveram que ficar sentados em cima de tijolos e encarar um tremendo frio debaixo da mesa. Ney Matogrosso conta que “Em cima queimava, por causa das luzes”… ”comprei os mantimentos no supermercado, a toalha foi improvisada com plástico qualquer, a mesa era um compensado fino que nós mesmos serramos para entrarem as cabeças”. “Tinhamos fome e estávamos duríssimos, fomos tomar café com leite. Não sei por quê, mas não me lembro de termos comido os alimentos da mesa”, diz João em entrevista à Folha de São Paulo.

O lançamento do primeiro LP do “Secos e Molhados”, que leva o nome do grupo, impressionou o público brasileiro. Era um grupo completamente diferente de tudo o que se conhecia na época. Trazia o incrível Ney Matogrosso nos vocais, letras contra a política dos militares e estilo marcado pela MPB e pelo rock progressivo. Além do conceito visual, traduzido através das máscaras que o quarteto usava e da performance de palco nunca antes visto no Brasil. O álbum já mostrava toda a originalidade de um dos maiores fenômenos da música brasileira e vendeu mais de 300 mil cópias. São oito faixas, sendo sete do compositor e violonista João Ricardo. Fazem parte do disco os sucessos “O Vira”, “Sangue Latino”, “Mulher Barriguda”, “Assim Assado” e uma melancólica versão de “Rosa de Hiroshima” (Gerson Conrad/Vinicius de Moraes) interpretada pela inesquecível voz de Ney Matogrosso.

Em formato digital, o álbum faz parte do catálogo da Warner Music. A obra ganhou recentemente nova prensagem em vinil 180 gramas pela Polysom. Remasterizado em alta fidelidade, o título faz parte da coleção Clássicos em Vinil.



A1 Sangue Latino
(João Ricardo, Paulinho Mendonça)
A2 O Vira
(João Ricardo, Luli)
A3 O Patrão Nosso De Cada Dia
(João Ricardo)
A4 Amor
(João Apolinário, João Ricardo)
A5 Primavera Nos Dentes
(João Apolinário, João Ricardo)
B1 Assim Assado
(João RicardoLuli)
B2 Mulher Barriguda
(João Ricardo, Solano Trindade)
B3 El Rey
(Gerson Conrad, João Ricardo)
B4 Rosa De Hiroshima
(Gerson Conrad, Vinicius De Moraes)
B5 Prece Cósmica
(Cassiano Ricardo, João Ricardo)
B6 Rondó Do Capitão
(João Ricardo, Manuel Bandeira)
B7 As Andorinhas
(Cassiano Ricardo, João Ricardo)
B8 Fala
(João RicardoLuli)

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Secos & Molhados – Ao Vivo no Maracanãzinho [1980]



Por Lucas Vieira
Publicado em 30 de março de 2011 no The Lucas's Discopédia

Fevereiro de 1974, estádio do Maracanãzinho. Trinta mil pessoas dentro do estádio lotado e mais noventa mil do lado de fora, números incríveis, recorde de público. Já não bastasse bater o “rei” Roberto Carlos em vendas, o Secos e Molhados estavam batendo recorde de público com um espetáculo! Lançado seis anos após a gravação, esse disco ao vivo é de derrubar o queixo de todo mundo que conheça o meteórico disco de estréia da banda, definido pelos próprios por vezes como “um disco de rock que não é um disco de rock”. No álbum vemos um grupo tocando rocks de forma mais contida, já nesse disco é uma pedrada só! Há uma combinação bastante perceptível entre os instrumentos e também juntos com a voz do Ney. 

O repertório é composto por oito músicas do primeiro álbum, duas passagens instrumentais e a até então inédita “Toada & Rock & Mambo & Tango & etc”, lançada no segundo disco do grupo. Nota-se bastante a mudança nos arranjos das músicas. O grupo já entra no palco com “As Andorinhas”. A banda denuncia o peso na primeira nota e o piano do Carrera segue incrível até Ney derramar os versos dessa verdadeira poesia cantada. Falando em poesia, em seguida ouvimos “Rosa de Hiroshima”, o poema de Vinícius de Moraes musicado por Gerson Conrad, dominado pela flauta de Rosadas e a magnífica voz do Ney Matogrosso. Detalhe que apesar da baixa qualidade da gravação, podemos ouvir o coro da platéia cantando a música. O primeiro tema instrumental aparece, de início bem pesado, com palhetadas rápidas no baixo e na guitarra. Por volta dos dois minutos de duração, as cordas dão lugar a flauta e ao piano, tornando a música mais calma e segue até a variação final, onde volta a parte pesada. Outra das canções mais ligadas ao rock aparece, “Mulher Barriguda”, sem muitas diferenças da versão original. Se no primeiro álbum “Primavera Nos Dentes” se mostrava parecida com “Breathe” do Pink Floyd, o mesmo não acontece na versão ao vivo. De início vemos efeitos bastante curiosos, as teclas em primeiro plano e depois Ney faz mais uma de suas incríveis interpretações, com um vocal bastante forte e presente. Passamos rapidamente por “El Rey”, também muito parecida com a versão do primeiro disco e depois vamos à “Toada & Rock & Mambo & Tango & etc”. A música é basicamente o violão na base e Flavin ditando regras com sua guitarra enquanto Ney, João Ricardo e Gerson Conrad passam o recado com a letra, até que ocorre uma variação onde a música fica mais pesada e até um acordeon aparece. Ney mais uma vez dá um show “solo” na música “Fala”, presente em seu repertório até os dias atuais, nesta ocasião sendo acompanhado apenas pelo piano. Para dar continuidade ao espetáculo, mais um classicão do grupo, “Assim Assado”, trocando as percussões e sopros da introdução por uma boa batida de bateria e o acompanhamento do baixo. A grande diferença nessa versão são as acelerações que ocorrem nos refrões e principalmente a parte final da música, uma passagem bem interessante destacando piano e baixo e por fim um solo de guitarra. Após tudo isso, aparece o segundo tema instrumental, bem curtinho, com pouco mais de um minuto de duração, soando mais com uma vinheta. Eis que o show encerra-se com o maior sucesso do grupo, sendo muito executada nas rádios até hoje, “O Vira”, também sem muitas diferenças da versão original. Um disco valioso, tanto pela raridade quanto por ser um registro histórico, sem falar da capa sensacional.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Secos & Molhados - Chato-Boy [2011]

Oitavo álbum da banda, que atualmente é formada pelo incansável João Ricardo e o novato Daniel Iasbeck. Por enquanto o álbum está só disponível na versão online, sendo que a versão física deverá ser lançada em 2012.

Essa ábum contém somente uma música, com duração de 29 minutos. Para ouví-lo ou baixá-lo clique no 'player' abaixo.

Chato-boy by secosemolhados

 Mais abaixo tem uma matéria que saiu no Correio Braziliense sobre esse lançamento.


Disco de João Ricardo e Daniel Iasbeck resgata sons dos álbuns conceituais

*Yale Gontijo 04/12/2011

Duas biografias se cruzaram no disco Chato-boy, lançado virtualmente no endereço www.secosemolhados.com.br em 11 de novembro (a data marcada pelo número 11-11-11 ganhou contornos místicos no mundo). A história do compositor e vocalista João Ricardo é mais extensa. Nascido em Portugal, aportou no Brasil em 1964. Ajudou a fundar o lendário Secos & Molhados, na década de 1970. O grupo foi um sucesso de vendas do disco homônimo. O primeiro LP do trio fez a marca de 700 mil cópias vendidas em 1973 e gravou um lugar cativo na história da indústria fonográfica brasileira. A formação original foi dissolvida no ano seguinte. A partir de 1974, ele passou a bancar o Secos, trocando de parcerias.

Aí entra a história do exímio multi-instrumentista Daniel Iasbeck, guitarrista da banda Exxótica e responsável pela parte musical deste disco comemorativo dos 40 anos dos Secos. Antes, é preciso explicar sobre o que é Chato-boy. O disco é formado por poesia escrita e declamada por Ricardo e casada com os acordes criados por Iasbeck. “É o meu histórico mesmo. Começa na minha infância, num processo pessoal. Não acho que as pessoas vão entender tudo. É mais ou menos como um quadro. Às vezes, na pintura, a gente não consegue racionalizar sobre o que se está vendo”, resume o veterano sobre as milhões de interpretações possíveis a respeito da poesia.


Daniel Iasbeck (E) e João Ricardo: como os Mutantes e os britânicos do Yes

Parceria

Iasbeck estava sozinho, no estúdio de casa, compondo e tocando todos os instrumentos. Depois, juntava os sons no computador pessoal e tentava dar forma a expressão pessoal represada. A sonoridade que ele resgata é de rock progressivo, como o dos britânicos Yes e dos brasileiros Mutantes. “Em 2011, parei tudo que fazia para gravar minhas músicas. É como se fosse uma biografia musical. Fiz com mais verdade do que antes, sem pretensão de colocar voz. Mostrei as músicas para o Ricardo e ele teve a sacada de que encaixaria na história dele”, recorda o instrumentista.

Não existem concessões mainstream no projeto. Chato-boy é um objeto íntimo, indecifrável. Por vezes, impenetrável e reafirma a parceria Ricardo-Iasbeck nascida com o álbum Puto, lançado no ano passado. “Daniel Iasbeck tem me estimulado muito a escrever novas músicas. A nossa parceria não tem idade e está dando muito certo. Estamos funcionando muito bem juntos. Fiz uma coisa completamente diferente do que ia fazer, de uma forma tão radical. Ouvi a música dele e casou com perfeição com a poesia que eu escrevia”, destacou o veterano.

Um dos representantes da época de ouro da indústria fonográfica, Ricardo não demonstra sentir saudades do vinil, mas, sim, do conceito em torno de uma obra musical. “Todos os discos que gosto são conceituais. Estou me ressentindo disso. O vinil acabou, o CD está acabando. Não sei como será o novo formato de lançamento de músicas. Colocamos o disco à disposição de quem quiser ouvir. Mesmo assim, já recebi vários pedidos do disco físico. Tem gente que ainda quer segurá-lo na mão, dizendo que não gosta de download.”

Memória // Toda nudez era provocativa

Existem várias revoluções relacionadas ao aparecimento dos Secos & Molhados na década de 1970 no Brasil. João Ricardo (vocais, violão e harmônica), Ney Matogrosso (vocais) e Gérson Conrad (vocais e violão) usavam figurinos provocativos e subiam ao palco com os rostos pintados. Ney exibia o dorso nu e rebolava de maneira provocativa. Era a época da ditadura militar e da revolução sexual iniciada nos anos 1960. Na verdade uma época em que homens não podiam se vestir como mulheres, exceto no carnaval.

A segunda revolução foi uma chacoalhada daquelas no mercado fonográfico brasileiro. O primeiro LP, batizado simplesmente como Secos & Molhados que aqueles homens de saia produziram vendeu mais de 700 mil cópias, guiado pelos sucessos O vira, Assim assado, Sangue latino e Rosa de Hiroshima. Fez muito sucesso, inclusive, entre o público infantil. A capa do disco, a ceia montada com os crânios dos integrantes é uma das mais lembradas até hoje. O barulho criado em torno do Secos é apontado como motivo para a separação dos integrantes por conta de desentendimentos financeiros um ano depois do estouro do grupo.

João Ricardo continua tocando o grupo, mantendo parcerias variadas. Depois da saída dos outros integrantes foram lançados os discos Secos e Molhados II (1974), Secos & Molhados III (1978), Secos e Molhados IV (1980), A volta do gato preto (1988), Teatro? (1999) e Memória velha (2000). Ney Matogrosso lançou 31 discos na carreira solo. Também foi iluminador, ator e diretor de teatro. É um dos principais intérpretes do Brasil até hoje. Conrad lançou dois disco solo Gérson Conrad e Zezé Motta (1975) e Rosto marcado (1981), sem alcançar um grande sucesso.