sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Huey - Ace [2014]

Sinewave 320kbps

Por Cleber Facchi no Miojo Indie

O maior erro de grande parte das bandas brasileiras de Stoner Rock/Metal Alternativo está na necessidade em imitar o trabalho de uma série de artistas estrangeiros, sem necessariamente acrescentar nada de novo ao próprio trabalho. Obras que tropeçam no óbvio, brincam com experiências há muito consolidadas por uma série de grupos veteranos e que acabam (naturalmente) caindo no esquecimento sem qualquer dificuldade. Este é um erro que a paulistana Huey não apenas conseguiu evitar no primeiro registro de estúdio, o intenso ACE (2014, Sinewave), como ainda conseguiu ir além.

Embalado de forma evidente por uma atmosfera de “disco estrangeiro”, o debut assinado por Rato (Bateria), Dane El (Guitarra), Vina (Guitarra), Minoru (Guitarra) e Vellozo (Baixo) está longe de se afogar no mesmo mar de repetições de outras obras próximas. Trata-se de um disco que busca estabelecer terreno – e certa dose de identidade – em um universo onde muito já foi feito. Ainda que seguir a trilha de Isis, Cult of Luna e outros nomes de peso do Pós-Metal/Metal Instrumental pareça ser o caminho mais seguro para qualquer artista iniciante, é ao explorar as próprias possibilidades que o grupo conquista verdadeiro espaço.

Mesmo inaugurado pela crueza climática de Sex & Elephants, o trabalho de sete faixas (poderiam ser mais) segue todas as pistas daquilo que Por Detrás de Los Ojos, grande single da banda, trouxe inicialmente há dois anos. Sexy e agressiva, a canção é uma representação exata de tudo o que caracteriza o trabalho do grupo e, consequentemente, a própria imposição instrumental que define o álbum. Faixas se espalham em atos quebrados, linhas de baixo volumosas e um diálogo atento entre as guitarras que substitui a completa ausência dos vocais durante toda a formação do disco.

Como um imenso labirinto a ser observado com atenção, o trabalho de rápidos 33 minutos e 58 segundos usa de toda a extensão como um passeio instigante por entre décadas e diferentes experiências musicais. São visíveis os arranjos densos conquistados por Tony Iommi na década de 1970 (Baby Monstro), o caráter comercial/pegajoso de Josh Homme pelo Queens Of The Stone Age (Pedregulho), além da versatilidade de grupos estrangeiros nascidos na década passada, principalmente Mastodon (Nice Weather For The Carnival). Cópias? Pelo contrário, apenas um estímulo para o cenário parcialmente inédito que delimita o álbum.

Longe de reforçar a proposta ignorante de diversos projetos que tendem ao hermetismo, ACE é uma obra que conversa com o público – sem prováveis distinções. Há desde faixas movidas pelos contornos climáticos do pós-rock, caso de Samuel Burns, até músicas que atentam para o ouvinte médio, preferência reforçada na hipnose de Valsa De Dois Toques ou no dinamismo (quase) dançante de Sex & Elephants. Sobram ainda músicas que se dividem entre o convencional e o experimento, efeito que Nice Weather For The Carnival e o “hit” Por Detrás De Los Ojos promovem ao longo de toda a formação dos acordes. Há silêncio em se tratando dos versos, mas sobram ruídos e solos delineados pela crueza durante toda a formação do álbum.

Com produção concisa e invejável, ACE transporta o público sem dificuldades para o clima quente e seco da California, onde foi gravado (em Los Angeles) e contou com o apoio de Aaron Harris (baterista do Isis) na produção. Tão estrangeiro quanto nacional, a estreia da Huey pode até apontar um dois ouvidos para fora, mas ainda mantém os pés bem firmes no próprio país.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Meus Dias de Rock - Temporada 1 Episódio 2 [2014]

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Sarau Dos Surdos-Mudos
Episódio 2, temporada 1

Os integrantes da banda Coelho Branco reclamam da constante ausência de Lucas. Apesar dos problemas pessoais do vocalista e da crise, eles decidem organizar uma festa à fantasia para arrecadar dinheiro para o grupo.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Meus Dias de Rock - Temporada 1 Episódio 1 [2014]

Torrent mp4

Sinopse

Série de TV produzida pela Berny Filmes e exibida pelo Canal Brasil às sextas-feiras, às 22h, a partir do dia 12 de dezembro de 2014 (reprise às terças, à 0h45). São 12 episódios de 45 minutos que narram a trajetória da banda Coelho Branco, formada por Lucas (Bernardo Barreto), Charles (Pedro Coelho), Alexandre (André Coelho), Vinícius (André Pfefer) e Felipe (Pedro Gracindo), com músicas compostas por Cícero e Wado, e produzidas por Alexandre Kassin.

No elenco inusitado, os atores são músicos. Da história de ficção, nasce uma banda real. Cada episódio lança uma música inédita e, ao fim da temporada, um disco e um show legítimo.

No cartão postal inverso do Rio de Janeiro, a excentricidade má compreendida do vocalista Lucas e a solidão em que se refugia são as inspirações de suas composições melancólicas. A rebeldia e a poesia resistem e persistem contra o tempo em busca do sucesso.

Há 6 anos juntos e na luta voraz pelo reconhecimento, os integrantes da banda vão enfrentar muitos obstáculos – egos inflamados, inveja, traição, dramas familiares, empregos temporários e vários perrengues. Mas não são meros sobreviventes. Todos os dias, a diversão e a boa música os fazem lembrar porque escolheram a louca vida do rock!


Episódio 1 - Inbox
As desventuras da Coelho Branco, uma banda de carne e osso formada genuinamente para ir além da tela. Os artistas desafiam a falta de dinheiro, brigas de egos e problemas familiares para chegar à calçada da fama do rock.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Zumbis do Espaço - Nós Viemos em Paz [2012]


O Zumbis do Espaço foi formado em 1996 por Tor nos vocais, Zumbilly na bateria e Gargoyle no baixo. Fãs de filmes de terror, livros e quadrinhos de ficção, eles tiveram a ideia de montar uma banda com essa temática e letras em português. Mais tarde convocaram Cromo, um amigo de longa data para a posição de guitarrista. Com algumas bandas nos currículos e vários anos ouvindo todo tipo de música, eles misturaram todas as influências para criar o som da banda.

Os ensaios começaram e eles logo entraram em estúdio para gravar a primeira e única fita demo, muito rara hoje em dia, chamada Demonotape. Ela contava com 4 músicas que, mais tarde, fariam parte do primeiro álbum, A Invasão. Todas as fitas foram numeradas e uma das cópias foi entregue a José Mojica Marins (Zé do Caixão). Com mais duas sessões de gravação o álbum estava completo e a banda logo pegou a estrada. Dia 15 de fevereiro de 97 o Zumbis do Espaço faz seu primeiro show no Black Jack em São Paulo. Ele foi apresentado por Von Victor, amigo da banda e desenhista de várias das suas capas.

Logo após o lançamento do álbum A Invasão, Gargoyle deixou a banda por motivos pessoais. No seu lugar, entrou o seu amigo e excelente baixista, Fábio "El Phantasma" Balbo, que havia tocado na primeira formação do Street Bulldogs que gravou o vinil Screaming For Anarchy de 1995. Com essa nova formação, o Zumbis do Espaço fez diversas apresentações e gravou, no dia 13 de julho de 97, o EP 3 Clássicos do Inferno. Ele foi lançado pouco tempo depois em vinil nas cores preta (30 cópias), azul (170 cópias) e amarela (500 cópias). Em 1998, a banda participou do programa Ultrasom da MTV, tocando as músicas Eu Me Tornei Um Mutante e Some Kinda Hate (Misfits). No mesmo ano foi lançado o EP Pesadelo Brasileiro.

O ano de 1999 começou com uma grande tragédia. Um grave acidente de moto tirou a vida do El Phantasma alguns dias após a gravação de O Despertar da Besta. Os demais membros, chocados com essa terrível perda, quase acabaram a banda, mas decidiram seguir. Então chamaram novamente Gargoyle, não somente por ser um dos membros da formação original, mas também porque ele era um grande amigo do falecido baixista. O EP Despertar da Besta foi lançado após sua morte e foi dedicado a El Phantasma. No mesmo ano, o Street Bulldogs lançou um split com a banda americana Turnedown e também dedicou o álbum a Fabio Balbo (El Phantasma).

Poucos meses depois, eles pegaram a estrada novamente para alguns shows em memória ao amigo perdido. No final de 1999 foi gravado o álbum Abominável Mundo Monstro e lançado em março do ano seguinte. Este disco mostrou a todos o som único da banda, uma bem sucedida mistura de estilos tão diferentes, como punk rock, metal, música country e rockabilly/psychobilly. Após a gravação, Cromo deixou a banda e em seu lugar entrou Hank Alien, guitarrista da banda Another Side, que também contava com alguns integrantes do Street Bulldogs.

Após muitas apresentações, incluindo a participação na turnê brasileira do Marky Ramone And The Intruders, em 2001, foi lançado seu primeiro álbum ao vivo chamado O Mal Nunca Morre. Ele foi gravado dia 9 de dezembro de 2000 no Hangar 110. Na mesma noite as bandas Holly Tree e Carbona também gravaram seus respectivos álbuns ao vivo. O Mal Nunca Morre mostra bem a energia presente nos shows do Zumbis do Espaço. Seguindo na estrada, a banda estava juntando uma legião de fãs pelo Brasil e outros países. No primeiro dia do Thirteen Festival, dia 26 de maio de 2001 no Hangar 110, enquanto a banda tocava Prostíbulo do Inferno e Vampira, duas go-go girls fizeram strip-tease no palco, algo que causou revolta entre algumas feministas, que jogaram latas e garrafas nas dançarinas. Ainda em 2001, foi lançada a coletânea Horror Rock Deluxe que contava com os 3 EPs mais duas versões demo e uma música ao vivo inédita, a versão em português de Pet Sematary do Ramones chamada Cemitério Maldito. Em 31 de outubro (data que é celebrado o Halloween), o álbum A Invasão foi lançado em vinil 12 polegadas colorido e numerado. De 1 a 100 em vinil transparente, de 101 a 300 em vinil azul e de 301 a 500 vem inil verde. Nessa versão há uma música bônus, Wencha em português, um cover da banda Carbona.

O ano de 2002 foi muito produtivo, com grandes concertos e uma apresentação no programa Musikaos da TV Cultura, gravado dia 19 de fevereiro no Sesc Pompéia, onde a banda tocou Mato Por Prazer, A Marca dos 3 Noves Invertidos e Dia Dos Mortos. Essa última música inédita que viria a fazer parte do próximo disco, Aberrações Que Somos, um insano álbum com 17 músicas dedicadas aos verdadeiros fãs e considerado o mais violento da banda. Em maio foi lançado Spiele Des Horrors 96-99 na Europa, uma coletânea dos 3 primeiros álbuns mais duas músicas inéditas em CD, Wencha e Assassinos Por Natureza. Ainda em 2002, no final do ano, a banda voltou ao estúdio para a gravação da música Eu Era um Zumbi Adolescente para a trilha sonora do curta Crônicas de um Zumbi Adolescente e da música Vermes, cover de Garotos Podres para o cd tributo a eles.

Em 2003 a banda seguiu a turnê de Aberrações Que Somos tocando em diversas cidades onde o Zumbis ainda não havia ido. Em setembro foi lançado um CD split com o Grinders, para o qual o Zumbis gravou 7 músicas, 4 novas e 3 covers, Hybrid Moments (Misfits), Glad To See You Go (Ramones) e Vem a Vingança (Grinders). O Grinders regravou Guardada Para Sempre entre outras músicas. No dia 31 de outubro foi gravado o segundo disco ao vivo do Zumbis do Espaço, Somente Esta Noite: Aberrações Ao Vivo durante o já tradicional show de Halloween no Hangar 110 em São Paulo. Esse álbum foi lançado no ínicio do ano seguinte enquanto a banda estava em turnê e preparando seu primeiro vídeo clipe para a música A Marca dos 3 Noves Invertidos.

No início de 2004 o Zumbis do Espaço participou do programa Gordo A Go-Go da MTV. Como Gargoyle não pôde estar presente, Melvin do Carbona foi o baixista. No final do ano a banda voltou ao estúdio para gravar o próximo álbum, Aqui Começa o Inferno, um disco que mostra um Zumbis mais maduro em termos de composição e execução. Pela primeira vez a banda convidou um músico (Joziel Wagner) para utilizar instrumentos pouco comuns nas gravações, como banjo, dobro e slide guitar, dando um tom de country music ao disco. Ele foi lançado no início de 2005 e vendeu cerca de 4000 cópias nos primeiros meses, uma marca expressiva para uma banda independente. E também rendeu à banda o prêmio de melhor álbum de punk/hardcore de 2005 da revista Dynamite e o Troféu Dia do Rock como melhor banda independente de 2006, oferecido pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. Dando sequência a turnê, a banda gravou o segundo clipe, a música escolhida foi Luxúria no Coração.

Dia 1º de setembro de 2005 foi a data escolhida para a gravação do primeiro DVD da banda, chamado Ao Vivo em Vegas e, como o nome sugere, o show ocorreu no Clube Vegas em São Paulo. Ele foi lançado em maio de 2006 e trazia, além do show completo, mais 4 vídeos do projeto solo do Tor, os 2 clipes que a banda possui e entrevistas com todos os componentes.

2009 começou com a promessa de um novo álbum, o sucessor do bem sucedido Aqui Começa o Inferno. A gravação do Destructus Maximus teve a participação de Heros Trench e Marcello Pompeu do Korzus e Joziel Wagner que já havia participado da gravação do álbum anterior, bem como do projeto solo do Tor. As gravações ocorreram entre janeiro e abril de 2009 no estúdio Mr. Sound. O show do dia 1º de agosto de 2009, no Bar do Zé em Campinas, entrou para a história da banda pois foi o último com Hank Alien como guitarrista do Zumbis do Espaço. No dia seguinte já foi anunciado o seu substituto, Renato Machado, da banda Lockfist 669. Ele estreiou no dia 23 do mesmo mês em São José do Campo.

O ano de 2010 começou bem para os fãs, em março o Destructus Maximus foi lançado em vinil preto com uma música a mais (Nada Além da Raiva). Em maio, os clássicos e esgotados álbuns, Horror Rock Deluxe e Aqui Começa o Inferno foram relançados em digipack com músicas bônus e liner notes. Devido a uma cirurgia, Machado ficou fora da banda por algumas semanas. Nos dias 29, 30, 31 de outubro e 1º de novembro ocorreram 4 shows de Halloween com Cromo na guitarra tocando os clássicos da fase em que ele fez parte da banda (A Invasão, Horror Rock Deluxe e Abominável Mundo Monstro). O show do dia 29/10 foi gravado e será lançado em DVD em breve.

No início do mês de outubro de 2011 foi lançado o DVD Ao Vivo no Inferno, gravado no ano anterior, com a participação do Cromo na guitarra. Pouco depois, mais um álbum fora de catálogo foi relançado em digipack. Dessa vez foi o clássico de 2002 Aberrações Que Somos. Essa nova edição conta com 3 músicas bônus (Eu Era um Zumbi Adolescente, Carcaça de um Outro Alguém e Verme). Na mesma época foi lançado o disco ao vivo Destructour - O Chamado da Estrada, gravado em 2009 no Hocus Pocus em São José dos Campos. Ele é o primeiro picture disc em formato 10 polegadas de uma banda brasileira. A arte foi feita pelo Daniel Ete, do Muzzarelas, o mesmo que fez a capa do Aqui começa o Inferno. Ainda em outubro saiu o novo álbum da carreira solo do Tor, Vol. 3 - Quando Se Perde a Razão. Em breve chegará sua versão em vinil. O tradicional show de Halloween do Zumbis do Espaço ocorreu no dia 28 no Inferno Club e contou com Cromo em algumas músicas.

Em março de 2012 é lançado, em edição limitada de 250 cópias e colorido (splatter nas cores creme e azul royal), o álbum "Quando Se Perde A Razão" do Tor Tauil. No mesmo mês foi realizado o último show da Destructour no Hangar 110. Em junho iniciaram as gravações de "Nós Viemos Em Paz", o novo CD do Zumbis do Espaço, o primeiro com a formação atual (com Machado na guitarra). A arte ficou a cargo do renomado artista americano Ed Repka e o álbum foi lançado em vinil 12" colorido (laranja translúcido, laranja opaco e magenta) e CD digipack em setembro. Ainda em 2012, em dezembro, mais dois álbuns são relançados em vinil. O Destructus Maximus recebeu dessa vez uma versão em vinil na cor rubi (magenta) e, em comemoração aos 10 anos do Aberrações Que Somos, o disco foi lançado em vinil 12" nas cores vermelho, vermelho translúcido e preto.


Tor Tauil - vocal
Zumbilly - bateria
Gargoyle - baixo 
Machado - guitarra

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Montese - Quando Me Encaro de Frente [2014]


Como um bom colecionador de discos (fanático eu diria), a banda Montese conseguiu me conquistar logo de cara com o capricho com que conseguiram montar esse disco: luva, poster encartado e uma arte gráfica bem diferente dos padrões, mas bem bacana mesmo! Então mesmo o que venha musicalmente dentro deste lindo pacote seja ruim, eu não terei como não adicionar esse disco na minha coleção.

Mas o que vem dentro deste pacote musicalmente é muito bom! Quando Me Encaro de Frente é um álbum com produção impecável, e uma banda que mostra que sabe o que está fazendo: uma mescla entre post-hardcore e o hardcore melódico tradicional. Em alguns momentos, como na música “Lembranças de um Solstício”, me bateu uma leve lembrança de uma de minhas bandas favoritas: Entrefuego. Mas o que mais me chamou a atenção foi a qualidade das composições e linhas de guitarra. “Lutar Contra a Maré” é a melhor música do álbum, talvez a mais cativante também (o que não é muito característico para bandas do gênero).

Eu acredito que a banda ainda irá amadurecer e desenvolver ainda mais suas qualidades para um próximo álbum, mas com Quando Me Encaro de Frente eles já mostram que estão dedicados a se tornarem um dos expoentes do gênero no Brasil. Acho que o tempo nos dirá isso, mas se a banda manter essa qualidade e todo esse capricho com os menores detalhes, eu não vislumbro outra coisa que o sucesso. Sólido lançamento de uma excelente e promissora banda!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Raimundos - Cantigas de Garagem [2014]

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Músicas

1. Cachorrinha - participação Frango do Galinha Preta
(Digão, Marquim, Canisso, Caio, Frango)
2. Bop
(Digão, Marquim, Canisso, Caio)
3. Baculejo
(Digão, Marquim, Canisso, Caio, Denis Porto)
4. O gato da rosinha
(Zenilton)
5. Cera quente
(Digão, Marquim, Canisso, Caio)
6. Rafael
(Digão)
7. Descendo na banguela
(Digão, Marquim, Canisso, Caio)
8. Dubmundos - participação Sendog do Cypress Hill
(Digão, Marquim, Canisso, Caio, Sen Dog)
9. Nó suíno
(Digão, Marquim, Canisso, Caio)
10. Importada do interior
(Digão, Marquim, Canisso, Caio)
11. Gordelícia
(Digão, Marquim, Canisso, Caio)
12. Politics - participação Cipriano
(Digão, Marquim, Canisso, Caio, Cipriano, Billy Graziadei)
13. Mas vó
(Digão)
14. Eu quero ver o oco
(Digão, Canisso, Rodolfo)
15. Esporrei na manivela
(Digão, Fred, Guilherme Bonolo, Paulinho Mattos, Rodolfo)
16. Bê a bá
(Digão, Canisso, Fred, Rodolfo)
17. Puteiro em João Pessoa
(Digão, Canisso, Fred, Rodolfo)


Banda

Digão - vocalguitarra e triângulo
Canisso - baixo e vocais
Marquim - guitarra e vocais
Caio - bateria e vocais



Por Ricardo Schott em O Dia

‘Vira-lata corre solta, deixa molecada tonta/quer subir na minha cama, todo dia ela apronta”, cantam os Raimundos em ‘Cachorrinha’, música de abertura do CD/DVD ‘Cantigas de Garagem’. Os mais maldosos podem tirar os cavalinhos da chuva: a música se refere a uma cadelinha vira-lata, a Latinha, que o guitarrista e vocalista Digão adotou após encontrá-la numa oficina de motos. Nada a ver com o discurso malicioso de sucessos do grupo, como ‘Puteiro em João Pessoa’ (por sinal resgatada para o DVD, gravado em estúdio).

“A Latinha acompanhou toda a gravação. Ficava ali por perto e fazendo tudo aquilo mesmo: rasgando o lixo da vizinha, fugindo pelo portão”, brinca Digão. “Hoje ela está na fazenda do meu pai e está bem feliz. Quando a pedi para o dono, na oficina, ele me encarou: ‘Vai cuidar bem dela? Eu amo essa cachorra!’”

Latinha não é a única musa dos Raimundos. ‘Cera Quente’ fala sobre um casal que vai fazer sexo e, antes do rala e rola, o rapaz descobre que sua acompanhante lembra “a ‘Playboy’ da Claudia Ohana” (a atriz posou para a revista em fevereiro de 1985, e chamou a atenção pelo excesso de pelos pubianos). 
“Quem nunca viu a ‘floresta amazônica’ da Claudia Ohana?”, brinca o guitarrista. “Ficou marcada, a gente adora divagar sobre isso. Mas, na música, ele vê que a mulher lembra a Claudia e isso dá um trauma nele. De qualquer maneira, é uma homenagem.”

Lançado pela Som Livre, ‘Cantigas de Garagem’ marca a volta de Digão, Canisso (baixo), Marquim (guitarra) e Caio (bateria) às grandes gravadoras, após 13 anos de independência. E sai imediatamente depois de ‘Cantigas de Roda’, disco gravado e lançado por crowdfunding (apoio financeiro dos fãs). “Raimundos é uma realidade no mercado. Tem muita coisa boa prevista para nós em 2015”, diz o músico, que abre com sua banda os shows dos Foo Fighters em São Paulo (sexta), Belo Horizonte (domingo) e Rio de Janeiro (dia 25).

O repertório do DVD inclui as 12 músicas do CD anterior (entre elas ‘Baculejo’, ‘O Gato da Rosinha’ e as próprias ‘Cachorrinha’ e ‘Cera Quente’), mais sucessos como ‘Bê a Bá’ e ‘Puteiro...’. Frankokaos (do grupo Galinha Preta) solta a voz em ‘Cachorrinha’, o rapper Cipriano aparece em ‘Politics’ e Sen Dog (do Cypress Hill) faz raps em ‘Dubmundos’. Essa música, por sinal, traz vários versos de alto teor ‘maconheirístico’ (como “dichava, recheia a seda, I like the ganja”). Ainda assim, Digão diz já ter se cansado de maconha.

“Parei de fumar há dez anos e gosto da forma como vivo hoje”, diz ele, 45 anos e pai de dois adolescentes. “Eles sabem das letras dos Raimundos e falo que na época a gente vivia assim. E meus filhos são muito de boa: não se interessam por bebida, cigarro, droga, nada. Mesmo assim, preferiria ter um filho maconheiro do que um filho alcoólatra.”

O fato de o rock ter sumido das paradas de sucesso e das rádios não assusta Digão. “O rock é o filho bastardo, o filho que não se rende às comparações. E é o que vai adiante pelos próprios pés. O que eu vejo que faz sucesso hoje em dia é comprado, fabricado”, reclama.

Rock e MPB para as raspadinhas

Claudia não foi cantada só pelos Raimundos, não. O humorista Zéu Britto lembrou da ‘Playboy’ da atriz em ‘Hino de Louvor às Raspadas’ (“vou te emprestar meu Prestobarba/pois quero te ver raspada”). “O brasileiro é debochado, né? Só pensam em bunda, peito...”, diz Claudia, que não sabia da música dos Raimundos.


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Madame Saatan - 11 Anos na Missão [2014]

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Para mim a grande decepção no ano passado foi o anunciou de recesso da banda tão logo lançou esse EP comemorativo. Sammliz vai em busca da carreira solo e a banda decidiu por um recesso e volta sabe-se lá quando.

Incrível constatar como uma banda como Madame Saatan não decola.

Banda altamente recomendada.


Música

1. Caos
(Sammliz, Ícaro Suzuki, Ivan Vanzar, Ed Guerreiro e Zé Mário)
2. Até o Fim (acústica)
(Sammliz e Ed Guerreiro)
3. A Foice (acústica)
(Sammliz)
4. Estranhos (demo)
(Sammliz, Ed Guerreiro, Ivan Vanzar e Ícaro Suzuki)

Banda

Sammliz - voz
Ed Guerreiro - guitarras
Ícaro Suzuki - baixo
Ivan Vanzar - bateria


Ficha Técnica

Produção Musical: Paulo Anhaia
Direção Artística e Produção Executiva: Bernie Walbenny
Produção Fonográfica: Doutromundo Discos
Gravado no estúdio GravaSampa em São Paulo
Técnico de Som: Kayoh Norcia
Mixado por Paulo Anhaia
Masterizado por Alan Douches no West West Side Music (EUA)
Foto/Capa: Bernie Walbenny
Côro em CAOS: Bernie, Paulo, Kayoh, Ivan, Ícaro e Ed

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

A Chave do Sol [1985]

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Canções:
1. Anjo Rebelde
(Rubens, Tigueis, Edgard Pucinelli, Míriam)
2. Um Minuto Além
(Rubens, Fran)
3. Segredos
(Rubens, Tigueis, Julio Revorêdo)
4. UFOS
(Rubens, Tigueis, Frana, Julio Revorêdo)
5. Crisis (Maya)
(Rubens)
6. Ímpeto
(Rubens, Tigueis, Fran, Zé Luiz)


Banda:
Zé Luiz - bateria
Rubens - guitarra
Fran - vocal
Tigueis - baixo


Participação Especial:
Daril Parisi, Platina, em Crisis (Maya)


Produção de Luiz Calanca
Prensado pela RCA
Lançado pela Baratos Afins


terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A Chave do Sol [1984]

 
Download FLAC


Primeiro registro fonográfico dessa lendária banda.

Canções:
Luz
(Tigueis)
18 horas
(Rubens, Tigueis, Zé Luiz)


Banda:
Tigueis - baixo e back vocal
Rubens - guitarra, vocal e clavinete hohner d6
Zé Luiz - bateria, back vocal


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Todo Roqueiro é Gente Fina [2014]

Documentário conta a história da banda A Chave, precursora do rock curitibano
Publicado em 07/01/2015 | RAFAEL RODRIGUES COSTA na Gazeta do Povo


Uma das marcas da Chave foi a parceria da banda com Paulo Leminski (à esq.) – na imagem, fotografado ao lado de Ivo Rodrigues, Orlando Azevedo e Carlos Gaertner
A Chave é lembrada pelos ex-integrantes e pela comunidade musical de sua época como o fato mais importante do rock curitibano no período em que existiu, entre 1969 e 1979.

O grupo foi um desbravador do estilo na capital paranaense com uma atuação que, conforme membros como Paulo Teixeira, transcendeu a música ao investir em performances que envolviam outras expressões artísticas e ocupavam espaços da cidade estranhos ao rock.

Mas o pioneirismo tem um preço: com meios escassos de registro à época, A Chave acabou se tornando um capítulo pouco documentado do rock paranaense.

Um dos continuadores dessa história – na banda curitibana Trem Fantasma –, o baterista Yuri Vasselai começou a preencher essa lacuna com o documentário Todo Roqueiro é Gente Fina, lançado no YouTube no mês passado.

O vídeo, produzido na primavera de 2014, nasceu como trabalho de conclusão no curso de jornalismo que o músico fez na UniBrasil.

Vasselai ouviu os músicos Orlando Azevedo (bateria), Carlos Gaertner (baixo) e Paulo Teixeira (guitarra e vocais), que formaram a Chave ao lado do vocalista Ivo Rodrigues (1949-2010), para contar a história do quarteto e revelar como o grupo marcou época ao lançar mão de ideias ousadas tanto em sua obra quanto em suas estratégias de divulgação.

Os entrevistados lembram, por exemplo, das parcerias com Paulo Leminski (1944-1989) e da “Casa Branca”, nas Mercês – base de ensaio que pretendiam transformar em um polo artístico de Curitiba. E observadores de fora da cidade, como o guitarrista Luiz Carlini (ex- Tutti Frutti), falam sobre a relevância nacional do grupo.

“Era difícil provar que A Chave tinha sido um expoente no cenário do rock, porque as informações corriam muito no boca a boca”, conta Vasselai.

Paulo Teixeira, hoje no Blindagem –para onde foi seguindo Ivo Rodrigues – diz que o documentário é bem-vindo. “Muita gente ouvia falar na banda e não tinha referência alguma”, diz. “A Chave deixou uma marca importante e foi precursora em muitas coisas. É uma história que tem que ser contada.”

CD Pirata

Uma das histórias contadas no documentário revela a origem, em 2004, de um bootleg com gravações de origem até então desconhecida pelos próprios músicos. O disco pirata foi incorporado pela obra da Chave, que não chegou a lançar álbuns.

Assista:

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Miguel de Deus - Black Soul Brothers [1977]

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Por  Oficina de Macacos

Em 1977, Miguel de Deus criou talvez o LP mais obscuro da black music setentista brasileira, o disco: "Black Soul Brothers". Convidado pela gravadora Copacabana para registrá-lo, o disco é exercício glorioso do movimento black brasileiro. Ilustrado por um poderoso cabelo black power na capa, Miguel registrava naquele momento a sua verdadeira faceta, essa que esteve presente sempre em todas as fases musicais que desfrutou. Envolto no mais puro clima de festa, Miguel de Deus gravou Black Soul Brother exatamente como quem fazia parte da música pela festa, e não o contrário.

Tudo soa magicamente solto e avesso a qualquer amarra caricatural ou poses: não é o vocal principal o maior primor técnico do disco, mas a espontaneidade com o qual solta e exterioriza bordões e pregações em nome do black e do soul. Assim ocorre com "Cinco Anos", e até em uma nova versão de "Pedaços", a mesma presente no disco da banda Assim Assado. Miguel não teve medo de transformar o maroto samba rock em funk rasgante, com espontâneos vocais e aquele climão.

O disco caminha por vários momentos de descontração, com melodias tão pop e letras tão tortas, vocais pregando e cantando e sacolejando (em "Mister Funk" e "Flaca Louca"), até o ápice da faixa-título adentrar os ouvidos: "Black Soul Brothers" são os três minutos mais empolgantes e explosivos de todo o fantástico registro de Miguel de Deus. Harmoniosas backing vocals movem o som que não nasceu para outra coisa a não ser para o que realmente nasceu: embalar! Esse LP tornou-se item de colecionador e seu valor no mercado de usados sobe a cada ano. A maioria dos exemplares remanescentes já foram levados para fora do país por japoneses ou europeus que literalmente piram com o som e soul de Miguel de Deus. Se liguem nessa Pedrada!

1. Cinco Anos (4:51)
2. Pedacos (4:04)
3. Mister Funk (3:22)
4. Flaca Louca (3:51)
5. Black Soul Brothers (2:55)
6. Lua Cheia (4:37)
7. Pode Se Queimar (4:09)
8. Fabrica De Papeis (4:30)