sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Rock Horror Show [1975]



Por Carlos Primati

Quem não gosta de Rocky Horror Show só pode ser ruim da cabeça e doente do pé. Um dos maiores fenômenos pop de todos os tempos, a peça musical escrita por Richard O’Brien sintetiza toda uma era, o casamento perfeito entre a fase nostálgica do rock’n’roll e as antigas sessões duplas de filmes de horror e ficção científica, tudo embalado com uma sensualidade sem limites no auge da androginia e do amor livre. Obviamente, era material perfeito para o cinema, e não demorou para surgir Rocky Horror Picture Show, provavelmente o maior clássico das sessões malditas e o derradeiro cult movie.


O que nem todo mundo sabe é que o impacto do sucesso da peça ecoou no Brasil imediatamente, com a adaptação de Rock Horror Show (escrito assim mesmo) para os nossos palcos, encenada inicialmente no Teatro da Praia, no Rio de Janeiro. Os bastidores dessa produção podem ser acompanhados no blog de Edy Star, nosso maior representante do glam rock, nas partes um, doistrês. Está tudo contado por quem participou da coisa, portanto não vou reproduzir tudo aqui. Só quero contar que Edy relata como substituiu Eduardo Conde no papel de Frank Father [sic], e que quando chegou ao teatro, o roqueiro Serguei estava de prontidão para se candidatar ao posto. O elenco original contava ainda com Lucélia Santos, Zé Rodrix, Wolf Maia e Diana Strella nos principais papéis. A peça posteriormente foi montada nos palcos paulistanos, com Paulo Villaça, Antonio Biasi e Lúcia Turnbull substituindo alguns dos atores da versão carioca.

A trilha sonora da montagem carioca foi lançada em LP em 1975, pela Som Livre, mas infelizmente não está disponível em CD. A produção do disco ficou por conta de Guilherme Araújo e Zé Rodrix, responsável também por algumas adaptações. O repertório do LP inclui as três faixas anexadas nos vídeos acima - “Science Fiction” (Lucélia Santos), “Nostalgia Rock’n’Roll” (Zé Rodrix) e “Me Toque, Me Toque, Toque, Toque” (Diana Strella) - e traz ainda “O Anel de Noivado” (Wolf Maia e Diana Strella), “Luz na Casa de Frankstein” (Diana Strella, Wolf Maia e Kao Rossman), “A Espada da Morte” (Acácio Gonçalves e Nildo Parente), “Eu Te Faço Ser Homem” (Eduardo Conde), “É Só Me Chamar, Tudo Bem” (Wolf Maia e Diana Strella), “Eu Vou Partir” (Eduardo Conde) e “Só o Amor Interessa” (Wolf Maia, Diana Strella e Nildo Parente). Quem conhece bem o repertório original certamente notou a falta de algumas canções, especialmente a clássica “Time Warp”, mas suponho que só colocaram no disco o que cabia em 45 minutos.

Raul O Início, O Fim E O Meio [2012]



Por Lu Tazinazzo

Bom, a princípio, para ver esse documentário você precisa ou ser fã do Raul ou querer conhecer a obra do cantor. Julgar atitudes e estilo de vida não é uma opção para quem assiste esse filme. No geral, a minha impressão do filme é que foi uma obra bem produzida, cuja principal função é esclarecer diversos pontos na vida do cantor.

Eu já conhecia bastante da obra de Raul Seixas, mas nunca tinha realmente me aprofundado nas curiosidades de sua vida pessoal. Achei muito bacana ver Paulo Coelho esclarecendo sua relação com o cantor, seus erros e acertos, e mostrando para todos que a parceria não terminou na inimizade e não mal entendido.

Achei muito bacana também como pessoas próximas ao cantor falaram sobre seu processo criativo, seu jeito de ser. O documentário contém muitas imagens de Raul Seixas em shows, apresentações e entrevistas, o que enriqueceu a obra e garantiu boas risadas ao público, já que, dono de um senso de humor inteligentíssimo, Raulzito sempre soltava pérolas quando resolvia falar.

O grande problema é que Raul era uma pessoa de diversas camadas, sempre buscando mais, vivendo a vida no limite. Sua obra, se analisada profundamente, daria uma novela, por isso, neste ponto, o documentário passou a impressão de ser um pouco superficial. O roteiro quase quis explicar as confusões e idas e voltas em suas relações pessoais, e simplesmente falou aquilo que já sabemos a respeito de seus álbuns mais importantes.Gita, que considero seu melhor álbum, foi friamente destacado, enquanto a Sociedade Alternativa recebeu uma pincelada.

Raul Seixas mudou todo o ambiente da música popular brasileira quando surgiu, e não é à toa que até hoje mobiliza fãs por todo país. Por alguns momentos, acho que o diretor acabou destacando demais as loucuras do cantor, de seus fãs, e de seus amigos, dando a impressão que o universo Raulzito respira drogas e a obra é uma consequência. Eu garanto a vocês, odeio qualquer tipo de droga, mas não me identifiquei como fã naquele mundo, que é muito mais além das loucuras dos anos 1970.

No geral, o documentário é bom, mas Raul merecia um especial ou série em capítulos, para receber a atenção que merece. Mas vale muito a pena ver seu ídolo não apenas falando, mas ensinando, e a trilha sonora é simplesmente perfeira.

domingo, 19 de agosto de 2012

Celso Blues Boy - Quem Foi Que Falou Que O Rock'N'Roll Acabou? - Ao Vivo [2008]

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Descrição

No ano de 2007 Celso Blues Boy fez show no Circo Voador gravando as faixas para o CD e DVD "Quem foi que falou que acabou o rock'n' roll?", nos quais compilou seus maiores sucessos: "Blues motel", "Fumando na escuridão", "Marginal", "Aumenta que isso aí é rock'n' roll" e "Tempos difíceis", além da faixa inédita que dá nome ao disco. O DVD e CD foram lançados em show na casa carioca Canecão no ano seguinte, em 2008. Retirou seu nome Blues Boy de B. B. King, por quem tem grande admiração: "Desde pequeno ouço B. B., que funciona para mim como um ponto de referência. Clapton, meu ídolo, entra como um ponto de equilíbrio e Hendrix como desabafo". Aos 17 anos, já acompanhava Raul Seixas (com quem atuou na faixa 'O diabo é o pai do rock') e a dupla Sá e Guarabira.


1 - Onze Horas Da Manhã
2 - Damas Da Noite
3 - Casa Da Luz Vermelha
4 - Sempre Brilhará
5 - Tempos Difíceis
6 - Marginal
7 - Fumando Na Escuridão
8 - Brilho Da Noite
9 - Quem Foi Que Falou Que O Rock N Roll Acabou?
10 - Amor Vazio
11 - Hino Nacional Brasileiro (Instrumental)
12 - Aumenta Que Isso Aí É Rock N Roll

Celso Blues Boy - Quando A Noite Cai [1989]

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Quinto álbum do Celso Blues Boy. Era o qual faltava para eu completar a discografia disponibilizada nesse blog.

Celso Blues Boy - Vagabundo Errante [1999]

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Último álbum lançado pelo Celso Blues Boy no século passado. Após essa álbum houve um hiato de 10 anos até o lançamento do próximo álbum, Quem Foi Que Falou Que o Rock 'N'Roll Acabou ? de 2008.

sábado, 11 de agosto de 2012

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Celso Blues Boy - Indiana Blues [1996]

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Por Rodrigo Ribeiro Freitas em RockOut

É estranho como alguns fatos se conectam aos outros. Hoje pela manhã estava ouvindo o disco Indiana Blues, do Celso Blues Boy - fazia alguns meses que não o ouvia e, poucas horas depois, recebo a notícia de seu falecimento. Não sou o tipo de pessoa que lamenta sobre a morte, mas o que aconteceu hoje me fez pensar na influência que o trabalho citado acima exerceu na minha vida.

Meu pai sempre gostou de rock n' roll e foi através dele que tive os primeiros contatos com esse mundo, e mesmo quando ele e minha mãe se divorciaram, continuou tendo importante influência sobre meus gostos musicais, mesmo que alguns deles só tenham aflorado mais tarde.

Indiana Blues - 25 anos, foi me apresentado pela minha irmã, Denise, em 1997, mas minha memória relaciona esse álbum com meu pai de uma maneira muito forte. Lembro-me de quando ficavamos nós dois ouvindo esse disco enquanto ele cuidava da churrasqueira e brincávamos com o saudoso Angus, nosso cachorro boxer. Indiana Blues também foi a trilha de uma viagem para Santa Catarina que meu pai não deve ter boas memórias, assim como quando fomos à Jandaia do Sul com minha irmã. Eram "tempos difíceis", no que diz respeito à minha personalidade e a da Denise.

Pouco tempo depois, no auge da rebeldia adolescente, acabei deixando esse album de lado, e só voltei a ouvi-lo a uns 5 anos atrás, e posso afirmar que é o melhor disco de blues já produzido no Brasil. Independente das memórias afetivas que tenho, "Mississipi" (com participação do mestre B.B. King), "Liberdade", "Apenas Outro Blues" e tantas outras, mereciam ser clássicos eternos da nossa música popular. Indiana Blues é repleto de interpretações fortes, carregadas a cabo por Celso, que dá a dose necessária de sentimento que sua música necessita.

Saber que Celso se foi tão cedo e sem ter o devido reconhecimento é muito triste, mas não acho que ele tenha partido com alguma mágoa, pois ele sempre viveu o Blues, e quem se dedica a esse estilo não busca o estrelato, e sim uma forma de expressar suas angústias. Mas falando por mim, fui pego pelo Indiana Blues duas vezes, de formas diferentes.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Celso Blues Boy - Blues Forever [1988]

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Esse é o quarto álbum do Celso. Aqui ele decidi por regravar vários clássicos dos blues gringo.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Celso Blues Boy - 3 [1987]

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Seguindo as homenagens, vai o terceiro álbum solo do Celso.

Celso Blues Boy - Marginal Blues [1986]

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Por 45 rpm

Lançado em 1986 pela Philips, o álbum “Marginal Blues” foi um dos discos mais emblemáticos da carreira de Celso Blues Boy. Apesar da qualidade musical incrível, foi um artista pouco entendido no país.

O artista ainda estava colhendo os frutos do seu disco anterior “Som Na Guitarra” (trabalho de estreia), quando as rádios começaram a tocar “Marginal”, um rock de letra forte, com um excelente refrão. Sucesso automático. A canção, tinha também o charme de ter Cazuza , num dueto sensacional.

Logo depois, “Só Resta Um Blues” começou a tocar e ” Forasteiro”, com participação especial da dupla Sá e Guarabira. Falando na dupla, Celso já havia tocado com eles nos anos 70 e começo dos 80.

Um dos primeiros a cantar blues em português, escolheu o nome artístico em homenagem ao ídolo B. B. King. Blues Boy, iniciou sua carreira acompanhando Raul Seixas e Sá e Guarabyra. Montou a banda Legião Estrangeira em 1976, com a qual se apresentava em bares e casas de show. Passou a ser mais conhecido a partir de 1980, quando mandou uma fita para a Rádio Fluminense, no Rio, voltada para o repertório roqueiro.


A1 - Marginal
A2 - So Resta Um Blues
A3 - Quem Entende (I Can't Stand It)
A4 - Nao Me Espere
A5 - A Velha Musica
B1 - Forasteiro
B2 - Isso E Nada Mais
B3 - Alyne
B4 - Dry Blues Gin

Guitarrista Celso Blues Boy morre aos 56 anos

Celso sofria de bócio, um aumento do volume da tireóide, popularmente conhecido como papo


O guitarrista e bluesman carioca Celso Blues Boy, 56 anos, morreu na manhã desta segunda-feira, 6, quando estava em sua casa, em Joinville, Santa Catarina.

Um dos principais guitarristas do País desde a década de 1980 , elogiado por BB King, Celso sofria de bócio, um aumento do volume da tireóide, popularmente conhecido como papo.

Mas, segundo sua assessoria de imprensa, a causa da morte ainda é desconhecida. Seu corpo será encaminhado para ser cremado quarta-feira, 7, em Blumenau.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Lobão - Cena de Cinema [1982]


Por Bruno França

Em 1982, depois de uma saída conturbada da Blitz, Lobão apostou todas suas fichas na improvável e inviável (segundo ele) carreira solo, nascia assim uma estrada cheia de sucessos, confusões, amizades e amores. 

Como o próprio Lobão dizia “sou músico de banda, preciso de um grupo, sou baterista”. Mas foi derrubando e esquecendo esse pensamento que se lançou em carreira solo sem menos saber cantar diante de um microfone ou front a um palco. Só veio conhecer sua voz e construí-la na gravação do que seria seu primeiro álbum, “Cena de Cinema”. Gravação que foi feita antes do desligamento da Blitz.

Mas Joãoluizinho não fez tudo sozinho, claro que não, contou com com ajuda de uma banda de apoio de peso. Nos vocais de apoio participaram a cantora Marina Lima, e o gringo Richie, ex-companheiro de Lobão no grupo Vímana. Outro ex-integrante do Vímana que tomou as partes das guitarras foi o músico Lulu Santos. Completando o “fraco” lineup, no baixo de seis cordas Marcelo Sussekid (ex-bolha, Herva Doce), e William Forghieri no conjunto de teclados. 

Assim foi produzido e gravado “Cena de Cinema”, que foi inicialmente lançado somente no formato K7 precariamente, mas logo em seguida foi adquido pela gravadora RCA Victor (hoje BMG). Atualmente seria uma façanha encontrar algum exemplar deste disco, seja em LP ou em fita K7, pela mal distribuição efetuada pela RCA Vector, fato ocasionado por vários fatores, mas um em especial : Lobão simplesmente destruiu a sala do diretor da gravadora em um dia de fúria, após saber de algumas restrições impostas em seu trabalho. 

Para a nossa felicidade, com a tecnologia que nos é fornecida hoje em dia, podemos encontrar “Cena de Cinema” facilmente nos quatro costados da Internet, e nos deliciar com esse belo trabalho que Lobão realizou na sua estréia como músico e cantor solo. Destaque para a faixa que da título ao disco, “Cena de Cinema” com uma levada pop rock apaixonante e um primeiro verso viciante “Tava queimando no meu carro, a tal da gasolina”, na quinta faixa do álbum “Doce da Vida” percebe-se um certo sentimento solitário, um pelo blues para ser ouvido à noite. Logo em seguida vem “Stopim”, a rock balada do disco contando causos e história em meio a um refrão dos mais grudentos.

Ultraje a Rigor VS. Raimundos [2012]


Um produtor da gravadora Deckdisc teve a ideia e os caras toparam. Foi assim, simples e direto, que surgiu o álbum “Ultraje a Rigor vs. Raimundos”, que chegou às lojas nesse mês.

Aos 55 anos de idade e 30 de carreira, Roger lidera o Ultraje nas versões das músicas dos Raimundos, e Digão faz o mesmo do lado oposto. Para chamar a atenção, a gravadora divulga o projeto como sendo “O embate do século”, meio que uma disputa pra ver quem toca melhor a música da outra banda. O resultado, no entanto, não é tudo isso.

O Ultraje abre o álbum com Puteiro em João Pessoa. Sonoramente, nada de muito atrativo, a não ser que parece como um cover tocado por uma banda qualquer. Mas os caras foram criativos em pelo menos 2 faixas:O Pão da Minha Prima está mais rápido e num ritmo mais, digamos divertido. A outra é Selim, com um vocal cafajeste do Roger para uma letra muito safada. O resultado é bem interessante e deu outra categoria pra essa música.

A segunda metade do álbum fica por conta dos Raimundos, abrindo com Rebelde sem causa. Essa metade do disco está ainda mais parecida com uma banda cover, mas com um ou outro trecho bacana; Um dos momentos de criatividade está na mudança na letra de Nós vamos invadir sua praia. O trecho “Mais do que um bom bronzeado nós queremos estar do seu lado” mudou para “Mais do que um bom baseado nós queremos fumar do seu lado.”

Mas o setlist é muito bom, tanto do Ultraje quanto dos Raimundos. E a execução também é boa por parte das duas bandas (mesmo com o Digão no vocal!). E não dá pra negar que a ideia é bacana e o resultado é interessante. Poderia ser melhor, mas deve ser o suficiente para agradar aos fãs de Ultraje e Raimundos.

Só não espere ver os caras tocando junto numa turnê. Com o Ultraje participando diariamente do programa ‘Agora É Tarde’, na Band, não deve rolar shows. Mas Roger não descarta a hipotese, e chegou a declarar que topa fazer “um ou outro show”. Se as vendas continuarem bem (atualmente é o álbum mais vendido na iTunes Store do Brasil) acredito que eles marquem uns shows juntos. É esperar pra ver.

O setlist completo:
  1. “Puteiro Em João Pessoa”
  2. “O Pão Da Minha Prima”
  3. “Eu Quero Ver O Oco”
  4. “I Saw You Saying (That You Say That You Saw)”
  5. “Me Lambe”
  6. “Papeau Nuky Doe”
  7. “Selim”
  8. “Rebelde Sem Causa”
  9. “Nós Vamos Invadir Sua Praia”
  10. “Ciúme”
  11. “Mim Quer Tocar”
  12. “Inútil”
  13. “Eu Gosto De Mulher”
  14. “Nada A Declarar”

Celso Blues Boy - Vivo [1991]

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Acabei de adquirir esse álbum para minha modesta coleção. Um viva aos sebos: VIVA !