terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Cosmonaut Fuzz [2017]

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Não é difícil encontrar bandas com a temática voltada ao sci-fi ou que se inspiraram nela para criar sua música, temos alguns bons exemplos disso ao longo dos anos, e mais recentemente, a Vinnum Sabbathi e a Spaceslug utilizaram bem essa fonte de inspiração, sendo responsáveis por dois dos álbuns mais elogiados do ano até o momento. A Cosmonaut Fuzz, idealizada pelo Adriano Alves, também tem como inspiração a temática sci-fi e com seu álbum de estréia auto intitulado, cria uma jornada pelo cosmos e espaço que chega como uma nova opção para aqueles que apreciam esse tipo de abordagem.

Adriano que carrega o interesse pela temática desde a Netuno Doom, introduz com a Cosmonaut Fuzz uma abordagem exclusivamente instrumental na qual Doom, Stoner e Space são unidos em grande harmonia. O álbum é composto por cinco faixas marcadas pelo andamento arrastado e denso, que em diversos momentos cede espaço para solos de guitarra cósmicos que se destacam no álbum.

“Voyager and Jupiter” e “Mars, The Future and the Past” passam com clareza a proposta da banda e nos situam dentro da atmosfera do álbum. As faixas passam por transições que possuem a característica de criar uma sensação de imersão notória, além de impedir que o ritmo fique exaustivo. “Rings of Saturn” tem um efeito imediato e direto, desde o início fica claro se tratar de uma faixa com atmosfera mais carregada e sombria, guiada por riffs densos e ritmo forte. “Black Holes Collide” mantém a estabilidade e um tom similar ao encontrado nas duas primeiras faixas, conseguindo criar um equilíbrio entre as passagens mais pesadas e a suavidade que fica em evidência principalmente na parte final da faixa. “Cosmos is God” é a faixa mais singular do álbum, dona de uma atmosfera única e melodias tocantes que ecoam dentro de cada canto da mente e te fazem se envolver profundamente com o tom imersivo que possui.

A Cosmonaut Fuzz em seu debut conseguiu criar algo de fácil assimilação, a abordagem da banda é bem definida e não sofre com variáveis que por vezes acabam descaracterizando o álbum em seu percurso. E mesmo na “Cosmos is God” que possui um tom mais diferenciado que as demais faixas, a banda mantém a presença de aspectos que foram marcantes ao longo do álbum. Trilha sonora garantida para sua próxima odisséia, dê o play e boa viagem.


1 - Voyager and Jupiter
2 - Mars, the Future and the Past
3 - Rings of Saturn
4 - Black Holes Collide
5 - Cosmos is God

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Edoras - Lands of Shadows [2015]



Dungeon Synth é um gênero de música caracterizado por seu forte uso de atmosfera e melodia para criar uma realidade sonora geralmente pertencente, em conceito, aos períodos fantásticos ou históricos. O gênero atrai a influência do gênero dark ambient, enquanto abrange estruturas musicais que são encontradas na música medieval e folclórica.

No Brasil o dungeon synth tem Edoras como banda representante, que usa do universo de J. R. R. Tolkien (Senhor dos Anéis, Hobbit) para criar suas composições. Wogharod é o nome da mente criativa desse projeto de banda de um homem só.


1 Angmar
2 Plateau Of Gorgoroth
3 Gates Of Mordor
4 Mordor
5 Shelob's Lair
6 Isengard

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Hyldon ‎- Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda [1975]

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Por Paulo Rezende em 45 rpm

Uma das mais belas criações musicais em terras tupiniquins, é como posso definir esse álbum tão maravilhoso. Hyldon fora uma das maiores referencias nacionais para influenciar o Soul/Funk no país.

“Na rua, Na chuva, Na Fazenda” fora o álbum inaugural do cantor, compositor, produtor e instrumentista baiano. Lançado em 1975 pela gravadora Polydor, é considerado um divisor de águas para música negra, se tornando um clássico brasileiro. Juntamente com Cassiano e Tim Maia, Hyldon se tornou um dos percussores do estilo Soul Music no Brasil.

O disco possui inúmeros sucessos, muito bem gravados e que passou por inúmeras regravações de outros artistas. Faixas como “Na Sombra de Uma Árvore”, “Vamos Passear de Bicicleta” e “Acontecimento” gravados por Marisa Monte, “As Dores do Mundo” e “Sábado e Domingo” gravadas por Jota Quest e a faixa título “Na Rua, na Chuva, na Fazenda (Casinha de Sapê)” por Kid Abelha.

Deixando as histórias e regravações de lado, eu quero chamar atenção para um ponto especifico nesse álbum: Técnica!

Não podemos deixar de mencionar o quão incrível tecnicamente é o álbum “Na rua, Na chuva, Na Fazenda”. Um disco conceitual que além de trazer toda a raiz do Soul/Funk traz elementos do Jazz sutilmente fundidos nas músicas dando uma sofisticação diferente dos discos produzidos na década de 70 aqui no Brasil.

É preciso entender também o tamanho do impacto cultural que Hyldon e seu disco inicial fez para o Brasil. As pessoas nascidas após os anos 90 talvez não conheça, mas esse disco foi muito bem recebido pelo grande público e tocou quase todas as faixas nas rádios sendo muito bem pedidas. Grandes filmes do âmbito nacional usaram das músicas de Hyldon como Carandiru, Durval Discos, O Homem do Ano, Antônia e Cidade de Deus. Usadas em músicas de Rap nacional como MV Bill e Nega Gizza.


A1 Guitarras, Violinos E Instrumentos De Samba
A2 Na Sombra De Uma Árvore
A3 Vamos Passear De Bicicleta?
A4 Acontecimento
A5 Vida Engraçada
A6 As Dores Do Mundo

B1 Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda (Casinha De Sapê)
B2 Sábado E Domingo
B3 Eleonora
B4 Balanço Do Violão
B5 Quando A Noite Vem
B6 Meu Patuá

sábado, 4 de novembro de 2017

Gerson King Combo - Volume II [1978]

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Por Charles Gavin na contracapa da reedição de 2001

Após o sucesso do primeiro disco, Gerson Combo, o rei do suingue, investe em uma sonoridade mais próxima ao r&b e lança o segundo disco: "Gerson King Combo Vol II", Polydor [1978]. A consciência negra e a liberdade de expressão continuam presentes em sua letas, mas o grande mestre do funk brasileiro procura também o humor e o romance para escrever canções que se tornariam obrigatórias nos toca-discos dos dj's nos anos seguintes.

A1 Pro Que Der e Vier
A2 Hey, Você
A3 Funk Brother Soul
A4 E Moisés Falou
A5 Meu Nome e...
B1 Na Trilha Do Coração
B2 E Melhor Pra Nós Dois
B3 Good Bye
B4 Tenho Um Vulcão Dentro De Mim
B5 Por Isso Vou Te Amando
B6 Aquela Brincadeira

sábado, 28 de outubro de 2017

Carlos Dafé - Pra Que Vou Recordar [1977]

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Por Vitor Ranieri em Soul Art

“Os ensaios, rangos e bauretes na Seroma não paravam de receber convidados. Muitos músicos nem faziam parte da banda, apareciam só pelo prazer de tocar e aprender com bons músicos. Um dos mais freqüentes era um pretinho magrinho de Vigário Geral, todo bonitinho, que tocava piano, baixo e órgão, além de compor e cantar muito bem. Com 20 anos, Carlos Dafé tinha sido fuzileiro naval, isto é, da banda dos Fuzileiros Navais, e depois de dar baixa formou o conjunto Fuzi-9, que o levou aos Estados Unidos e ao Caribe tocando em um navio. Na volta, gravou um compacto na Philips, na onda do soul. O disco não chegou a acontecer, mas, levado pelo divulgador Paulo Murilo, chegou às mãos e aos ouvidos de seu ídolo Tim Maia, que gostou muito do seu som e mandou chamá-lo.

A primeira visão que Dafé teve de Tim foi assustadora. Ele estava hospedado em um hotel no Lido, ponto de putas em Copacabana, e o recebeu completamente nu, felizmente debaixo de um cobertor com Janete. Ofereceu um uísque e disse que ficasse à vontade, estava contratado. No dia seguinte, Dafé já estava torrando bauretes e tocando entre as feras da Seroma — as musicais e as caninas.”

A apresentação acima faz parte do livro Vale Tudo – O som e a fúria de Tim Maia, escrito pelo jornalista e produtor bem relacionado, Nelson Motta, e narra o início da carreira do soul man Carlos Dafé, até seu encontro decisivo com Tim. Se não bastasse ter o Síndico como padrinho, vale lembrar que Dafé, apelidado pelo autor do livro como Príncipe do Soul, teve uma breve passagem também pela banda Abolição, liderada por Dom Salvador, antes dos fatos acima citados. É fraco o rapaz?


O disco Pra que vou recordar, de 1977, foi a estreia de Carlos Dafé em um cenário esquentado pelo movimento Black Rio, e chegou a vender quase 250 mil cópias na época. Suas principais canções estão nesse registro, e podemos encontrar referências de algumas delas em músicas de Seu Jorge, Sabotage e Rappin Hood. Assim como Hyldon, Cassiano, Gerson King Combo, e tantos outros, Carlos Dafé não teve nas décadas seguintes o devido reconhecimento por seu talento, seguindo a sina do soul man brasileiro. Constantemente é visto dando uma palinha nos shows do Instituto, além de ter participado de algumas apresentações internacionais ao lado do carioca Arthur Verocai. Entenda o porquê.


A1 De Alegria Raiou O Dia
(Carlos Dafé, Mita)
A2 Tudo Era Lindo
(Carlos Dafé, Jomari)
A3 A Cruz
(Carlos Dafé, Tánia Maria Reis)
A4 Hello Mr. Wonder
(Carlos Dafé, Claudio Stevenson, Luiz Carlos Dos Santos)

B1 Bem Querer
(Carlos Dafé, Lucio Flavio, Tião Da Vila)
B2 Pra Que Vou Recordar O Que Chorei
(Carlos Dafé)
B3 Zé Marmita
(Carlos Dafé, Vandenberg)
B4 Bichos E Crianças
(Carlos Dafé, Marilda Barcelos)
B5 O Metrô
(Carlos Dafé, Lucio Flavio, Oberdan)

domingo, 1 de outubro de 2017

Acidogroove [2016]

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Por Jessica de Paula em Mineira Sem Freio

O álbum conta com 8 faixas que trafegam entre o indie, o grunge e o rock alternativo e gravado nos estúdios da Sapólio Radio, produtora idealizada por Guilherme Diamantino e Frederico Laterza no ano de 2005 e fundada em 2010 aqui em Uberaba. E delícia das delícias: a mídia física escolhida para o álbum é o bom e velho vinil. Só orgulho esse povo me dá ♥ ♥ ♥.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Augustine Azul - Lombramorfose [2016]

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Por Guilherme Espir em La Parola


Vencer no cenário underground é o que diferencia os “homens” dos “meninos”.

Turnês na lombra de uma van, atravessando os estados a torto e a direito, significam noites mal dormidas para ganhar tempo no velocímetro. Perrengues de praxe com o carro, pouca verba para laricar… Esses são apenas alguns dos problemas enfrentados por quem almeja chegar e conquistar o grande público.

E é justamente desse cenário instável que surge, na cáustica João Pessoa, uma das bandas mais coesas, ainda que não tão conhecida, do cenário instrumental nacional: a Augustine Azul. Trio Progressivo bem grooveado na psicodelia, formado em 2014 pelos músicos locais: João Yor (guitarra), Jonathan Beltrão (baixo) e Edgard Júnior (bateria).

Lombramorfose foi gravado e produzido pelo próprio trio, no Estúdio Peixe Boi, tradicional espaço da cena Paraibana. O sucessor do primeiro EP homônimo da banda lançado em 2015, não só chega sustentando a química kamikaze do trabalho anterior, como ainda eleva o padrão técnico das composições e ganha projeção mundial com o apoio da More Fuzz Records – selo da More Fuzz, talvez o site mais conceituado quando o assunto é a cena gringa de Stoner-Sludge.

É como o João Yor (guitarra) explica:

“As composições foram tomando forma naturalmente, basicamente no mesmo processo em que estávamos compondo na época do EP, a maior diferença desses dois materiais foi o tempo disponível que a gente tinha e a qualidade dos recursos”. 

Com uma estrutura bem montada, composições com espaço para mais experimentos e improvisações, doses de Hard, Funk e Blues embebidos em timbragens Stoner, a Augustine Azul promove uma mescla de sons cheia de sentimento, versatilidade e criatividade, resultado difícil de alcançar, mas que após escutarmos o disco, parece fácil e óbvio.

domingo, 10 de setembro de 2017

Bike - Em Busca da Viagem Eterna [2017]

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Por Alejandro Mercado em A Escotilha


A BIKE retorna com seu segundo álbum, Em Busca da Viagem Eterna, oferecendo ao ouvinte um passeio onírico, um mergulho profundo e arraigado na psicodelia contemporânea brasileira. Bebendo em fontes tão plurais quanto a musicalidade permite, o grupo despeja riffs de forma quase celestial, optando por fazer uma experimentação menos enérgica e selvagem do rock psicodélico, mas, ainda assim, com uma estética sonora fortemente ligada ao imaginário do ritmo, que possui uma roupagem muito particular em terras brasileiras.

Lançando mão de músicas menos cruas ou caóticas e unindo com perfeição distorções e reverb, a BIKE impressiona com suas composições ricas que fogem ao exagero do virtuosismo, compondo faixas em que as texturas se entrelaçam e hipnotizam, acentuando a junção ímpar das harmonias vocais, linhas de baixo com grooves proeminentes e uma bateria certeira.

Faixas como “Enigma dos Doze Sapos”, que abre o álbum, e “A Montanha Sagrada” se transformam rapidamente em interpretações sonoras de um contato lisérgico com lugares mais interessantes que nossa realidade. Há tons épicos nesta segunda, que utiliza a narrativa musical como espécie de transe no ouvinte.

Um dos pontos mais curiosos e característicos deste novo disco é como ele é mais expansivo que o anterior, mesmo que essa expansividade se expresse através de arranjos mais sutis, sensíveis e sensuais. A banda, que participou do projeto Psicorixádelia produzido por A Escotilha, cria uma bagunça de sons que vão, a cada nova canção, desconstruindo e reconstruindo nossas impressões sobre o que seja essa nova cena psicodélica no Brasil. Trata-se menos de ser inovador e mais de ser imensuravelmente sensitivo.

Toda a força que o grupo já havia demonstrado em 1943 é amplificada com Em Busca da Viagem Eterna, um disco muito mais seguro e redondo que o anterior, e de tanta qualidade quanto. Se a eternidade era o resultado da viagem que a banda faz no álbum, ela tem sucesso sem sombra de dúvida, encadeando composições sonhadoras o bastante para serem a perfeita definição da proposta musical (e, obviamente, estética) dos integrantes.

Com tamanho talento, não é difícil entender o porquê o quarteto paulista, formado por Rafa Buletto, Daniel Fumegaladrão, Julito Cavalcante e Diego Xavier, atravessou o oceano para shows no exterior. Com tamanho talento e potencia, seria egoísmo guardar apenas para nós.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Bebeco Garcia - Me Chamam Curto Circuito [1999]

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Contanto com o acompanhamento do Bando de Ciganos, formado pelos músicos Egisto Dal Santo e Edinho Galhardi, e com a participação do filho de Bebeco, Pedro Garcia, na bateria. A produção ficou a cargo do próprio Egisto Dal Santo.

1. Um dia no futuro
2. Sala de espelhos
3. Eu sou um astronauta
4. Não chore por mim
5. Me chamam curto circuito
6. A vida é dura rapaz
7. Me mostre o seu sorriso
8. O maluco sou eu

domingo, 27 de agosto de 2017

Pepeu Gomes - Um Raio Laser [1982]

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Por jpbueno em Um Disco Por Dia

Era uma modorrenta terça-feira (o dia internacional do Nada a Acontecer), tava eu todo pimpão dando expediente no office quando chega uma informação via email que o honorável guitarrista, cantor, compositor e baiano Pepeu Gomes, teria grande parte de sua obra solo relançada em CD.

Munido dessa informação, me perguntei: Why?

Munido dessa mesma informação, consultei os botões da camiseta: Quem a essa altura do campeonato iria parar sua vida e comprar um disco de Pepeu?

Muito intrigado e muito curioso, fui atrás pra saber o que sairia, afinal, vai que…. né?

Fui lá eu pesquisar um pouquinho e não é que eu descobri que tinha um monte de gente querendo botar as mãos nesses discos!!! Vá entender, pensei comigo novamente.

Pesquisando a fundo, não é que tem uns discos bons esse danado de Pepeu?

Pepeu sempre foi um guitar hero terceiro-mundista muito bem quisto em todas as praças musicais mundo afora, agora… se ele tinha feito alguma coisa que preste… era outra conversa…

Entonces, capturei esse Um Raio Laser no meio de outros e a bizarrice da capa, que mostra nosso Hendrix tupiniquim com um cabelo e uma mexa verde de dar inveja aos astros do forró eletrônico nowadays, só é superada pela contra capa suprema desse mesmo quitute, com o astro de corpo inteiro soltando um raio laser tosco de sua guitarra “blade-runneriana”.

Coragem irmão, felizmente a bizarrice acaba no campo estético, porque o disco é bom, espantosamente bom.

Pode parecer viagem, mas dá para sacar uma forte presença de Prince circa 1999 ou Around The World In A Day nos momentos mais pops desse álbum. Não era facil escapar da influencia do senhor “púrpura” nos early eighties.

Funk e swingue oitentista de primeira se unem a uma guitarra aguda e frenética para compor este belíssimo exemplar de pop nordestino legitimo e redondo. Um Raio Laser é uma bobagem ensolarada muito bem informada musicalmente e que sobreviveu bem ao tempo.

Tirando os discos ao vivo, que eu não pego bem de jeito nenhum, o relançamento dessa discografia foi deveras oportuna e serve para jogar luz a um momento obscuro do pop brazuca: O pop dos anos 80 feito por artistas com mais de 30 anos. Há mais nessa cumbuca para revirar, mas bateu uma preguiça e eu vou é dar uma espreguiçada…


A1 Fazendo Musica,Jogando Bola
A2 Um Raio Laser
A3 Sonhar
A4 No Céu Do Arpoador
A5 Sabor De Salsa
A6 Planeta Vênus
B1 O Som Esta Solto
B2 Delicado
B3 Agogô (Pra Ralph McDonald)
B4 Olodum Origem Negra Nagô
B5 Faveleira

domingo, 20 de agosto de 2017

Walter Franco - Vela Aberta [1980]

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Por Alexandre Ott em Whiplash

O velho dicionário escolar define petardo como um engenho explosivo, portátil, projetado para destruir obstáculos. Pois essa definição parece extremamente apropriada para a canção de um certo (e muito peculiar) compositor brasileiro chamado WALTER FRANCO. “Canalha” é simplesmente uma bomba lírica, dramática e, claro, musical. Talvez o maior petardo da história da música popular brasileira, nem sempre afeita à linguagem do Rock’n’Roll. Por isso, é hora de entrar nesse campo minado onde jazem tantos grandes músicos e conjuntos esquecidos e, finalmente, recolher essa peça que parece ser feita de nitroglicerina pura!

O compositor

São poucos os compositores cujas canções alcançam tamanha penetração no imaginário popular a ponto de tornarem-se uma espécie de provérbio, de máxima. WALTER FRANCO é um desses privilegiados. Se sua obra como um todo é de difícil compreensão, ou mesmo de difícil digestão para a miscelânea de gostos existentes, por ser ela própria uma grande mistura de elementos, com ingredientes nem sempre muito palatáveis, por outro lado, todos concordam que, destarte a variedade de nossas experiências sonoras, “é preciso manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo”.


O dito acima, por si só, seria suficiente para conferir identidade ao cantor e acionar instantaneamente a nossa memória. Porém, isso seria injusto, pois o experimental Walter não é homem de uma só canção. Escrita há mais de 30 anos, “Canalha” é tão marcante que poderia valer por um disco inteiro de rock contemporâneo.

Surgido na década de setenta, WALTER FRANCO é comumente associado a um movimento marginal ao curso da grande MPB: a vanguarda paulistana. Como uma boa cena alternativa, ela não teve um rosto bem definido, mas antes, agrupou faces e nomes diversos pela sua heterogeneidade e experimentalismo. ARRIGO BARNABÉ (para certa crítica, o ZAPPA brasileiro) é e foi um dos seus maiores representantes. Pois foi junto a este grupo que Walter se colocou – no limbo, nas bordas da tradicional MPB.

Sua música verte entre a canção mais suave e peças como “Canalha”. Sua temática tem um quê existencial, na medida em que tanto aborda a angústia cotidiana quanto profetiza a sua superação. Em resumo, WALTER FRANCO é costumeiramente citado como um artista de fortes idiossincrasias, daqueles que associam a música à poesia e, como se não bastasse, a coisas como o concretismo e outros que tais. Não à toa integrou a referida vanguarda paulista e fez, ao longo da vida, parcerias com gente como LOBÃO.

O álbum

O disco que contém essa grande peça é “Vela aberta”, de 1980. O quarto álbum da carreira do cantor, já famoso por ter emplacado “Coração tranquilo” (presente no registro “Respire fundo”, de 1978), caracteriza-se pela heterogeneidade já referida. Walter abre a vela do seu barco e navega por sons que se espraiam desde as águas nem tão lamacentas de um Blues paradoxalmente alegre, como em “O blues é azul”, onde Walter canta o amor, até as correntes que nos remetem a algo de nordestino, de melancolicamente brasileiro, como a faixa-título “Vela aberta”, em que Walter poetiza a atitude nômade.

Há ainda composições como “Tire os pés do chão”, com um arranjo indefensavelmente piegas, o qual nos faz lembrar de momentos análogos em CHICO BUARQUE e ELIS REGINA, por exemplo; e também canções como “O dia do criador”, que tem a bossa da então nascente década de 80, no embalo do reggae popularizado. “Feito gente” é o momento soul do disco, com muito boa levada de baixo-bateria. "Me deixe mudo" e "Como tem passado" são canções divertidas. Finalmente, “Divindade” mostra a cara do rock setentista, sem superar, no entanto, “Canalha”, o incontestável ápice da obra, a partir do qual lançam-se sombras sobre os outros momentos do play.

O álbum é interessante e estranho ao mesmo tempo. Pessoalmente, causou impressões diversas em cada audição: da assimilação à repulsa, prevalecendo a primeira. Talvez seja essa a condição do trabalho de um vanguardista, como se propôs a ser Walter em sua época, ainda mais em termos de MPB – um universo tão diverso e controverso. Diríamos que FRANCO provoca-nos ao modo tupiniquim: ele nos leva do asco ao deleite, do quase-reggae ao rock rapidamente. O destaque final vai para ele próprio, WALTER FRANCO, com este seu tempero exótico, inusitado, e para a muito boa cozinha do disco.

A peça

“Canalha” inicia com ares épicos, num belíssimo tema ao piano, entremeado pelas frases distorcidas da guitarra. O ambiente criado pela banda é imponente, é dramático. Os acordes do piano harmonizam-se plenamente com a entrada em cena de FRANCO e a canção, paulatinamente, cresce. O desabafo, o vaticínio tão supostamente fatalista quanto aparentemente realista do cantor é intenso: para ele, nossas almas serão dilaceradas pelas inevitáveis dores do existir. Diante deste quadro limítrofe, em pouco menos de um minuto, a peça explode na emoção de seu primeiro clímax, consumado de forma grotesca e feroz pelo urro e pelo berro de Walter.

Com isso, o resto da banda se apresenta: ótimas viradas de bateria se colocam em meio a uma levada direta e empolgante. Logo percebe-se que a mistura será refeita por uma cozinha explosiva, que municiará FRANCO em seu intuito de levar tudo pelos ares novamente. Seu retorno, com cordas ao fundo, é antecedido por uma passagem de baixo simplesmente sensacional – pela felicidade seja de sua execução, seja da timbragem do instrumento. O fraseado do baixo praticamente divide, com FRANCO, o protagonismo em “Canalha”.

Assim, já em um Rock franco - e sem trocadilhos -, mais direto do que nunca, Walter insiste em sua profecia, tocando-nos com seu vocal gutural, cuja força vem de suas entranhas emocionais. Enfim, temos uma interpretação fantástica. Um petardo “popular” e “supra-popular” – eis aí uma obra para o rock nacional. É impossível ficar indiferente, pois

É uma dor canalha,
Que te dilacera.
É um grito que se espalha.
Também, pudera!
Não tarda, nem falha,
Apenas te espera...
Num campo de batalha,
É um grito que se espalha,
É uma dor...
Canalha!

Tamanha é a força da peça que MARCELO NOVA, o príncipe do rock brasileiro e os TITÃS tentaram dar a ela suas próprias versões. Porém, há composições que não são passíveis de recriação. E esse é o caso de “Canalha”: WALTER FRANCO é, aqui, inimitável! Nem a Marceleza mais o eterno Raul poderiam fazê-lo; tampouco os cabeças-dinossauro (ainda que embasados pelo bom trabalho de TONY BELOTTO).

O Canalha

Em “Canalha”, o triunfo de WALTER FRANCO se dá pela simplicidade profunda da mensagem e pela grande interpretação a ela dedicada. Ademais, a composição permite com que façamos apropriações do seu sentido.

Certamente, deparamo-nos com muitos canalhas em nossas vidas: são os perpetradores do mal, os apologetas da mentira, os motivadores da desilusão. Porém, até que ponto não somos nós os próprios canalhas? Pois, como diz WALTER FRANCO, canalha é a dor nela mesma. Portanto, o que iremos fazer com ela e as circunstâncias envolvidas? Neste campo de batalha no qual a vida, muitas vezes, se transforma, nós mesmos realizamos esta condição antagônica miserável com as outras pessoas. Em virtude de nossas fraquezas.

Por outro lado, mesmo quando estivermos fortes, teremos de lembrar que este grito não tarda, nem falha, apenas nos espera: a dor e o mal tentarão dilacerar nossos corações. Logo, teremos de resistir, de fato, aos canalhas do mundo.

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Motormama - Fogos de Artifício [2017]

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Por Fernando Augusto Lopes em Floga-se

Quando a batida e o rife espacial de “Te Vejo Na Cosmopista” começam, seguidos pelo baixo e a voz bêbada e um tanto afetada que declara que “eu vou sem direção, nessa louca estrada da vida, perdida, amor”, a impressão é que será impossível segurar o corpo, que se inquieta em busca de movimento.

Vivemos na era das tags, as etiquetas que ajudam as pessoas a identificar que tipo de música está por vir assim que se aperta o “play”. Aparentemente, é necessário, é uma das ferramentas mais úteis. Não por preguiça do ouvinte ou desconhecimento, é um facilitador em tempos em que não há tempo pra ouvir discos inteiros, apreciar um álbum por completo.

Não há uma tag pra “diversão”, porém essa deveria ser a tag do Motormama, quinteto de Ribeirão Preto, em seu quarto disco, “Fogos De Artifício”. Régis Martins, o cabeça da banda, até tenta expor essa ou aquela inspiração pro disco – é folk, é rock, é pop, é soul… Nada é suficiente.

Ou, por outra, cada ouvinte vai fazer uma ligação qualquer. A primeira que vem à minha cabeça é o Charlatans. “Fogos De Artifício” poderia ser uma boa peça da discografia do Charlatans.

O Charlatans pós-“Wonderland” (2001) é tudo isso – rock, pop, soul, indie – e uma música como “Te Vejo Na Cosmopista” poderia estar em qualquer disco dessa fase do grupo britânico. Não só ela: a faixa-título, um rock mais acelerado; “Não Sou Mais O Mesmo Sujeito”, um rock-soul; “Foi Pelo Dinheiro/Foi Por Diversão”, um “baiãozinho com arranjo complexo”, desses bem inocentes, com um balanço convidativo; “Rocket’s Tail”, o protagonismo da guitarra; todas elas tem o mesmo DNA básico que deu origem ao Charlatans. Em suma e preguiçosamente, é o que poderia chamar de “pop-rock”.

Não, a Motormama não se inspirou da turma de Tim Burgeess pra criar “Fogos De Artifício”. Martins cita de Clube Da Esquina a Stills, Nash & Young pra sublinhar que a sua arte é cosmopolita, é mundial, e portanto está na mesma gigantesca tigela do Charlatans, como do Pixies, do Wilco, do Replicantes, dos Mutantes e do Jupiter Maçã (homenageado em “Se O Mundo Desmoronar (Nunca Perca A Cabeça)”). Como identificar essa mixórdia?

São oito músicas e as oito são um prisma de possibilidades. Em comum é que elas são irresistivelmente chacoalhantes.

O Motormama é velho de guerra. “Fogos De Artifício” é o quarto disco em dezoito anos de carreira. É uma banda bissexta, como se vê. O disco anterior, “Aloha Esquimó”, é de 2009. Mas é nesse novo trabalho que, soltinha, a banda parece ter dado uma banana pra qualquer regra e caído na diversão. Régis Martins (guitarra e voz), Gisele Zordão (voz, teremim e maraca), Joca Vita (baixo) e dois novos integrantes Alessandro Perê (teclado e voz) e Thiago Carbonari (bateria), a essa altura do campeonato, não devem estar muito preocupados com a repercussão, quantos “curtir” ou “tuítes” vão levar.

Misturando inglês e português em algumas faixas (como “Vôo Número Zero” e “Rocket’s Tail”), a Motormama tampouco tenta parecer “profunda” ou “inteligente”. São letras simples, mas bem construídas, encaixadas.

“Não sou mais o mesmo sujeito que um dia dobrou a esquina / Se o espaço se expande, eu também quero caminhar nessa vida / Se eu cantar, não chores não / Não sou mais o mesmo sujeito que um dia te deixou sozinha / Levou o dinheiro, o cigarro, o isqueiro numa caixa vazia / Se eu voltar, não chores não” (seguido de um previsível e, ainda assim, irresistível solo de guitarra), sobre amadurecimento, em “Não Sou Mais O Mesmo Sujeito”.

“Se você pensa em ficar / Quero que você entenda / Tudo aquilo que você sonhar / Talvez nunca aconteça / Mas se o mundo for desmoronar / Nunca perca a cabeça / Siga em frente sem se preocupar / Se esse crime ainda compensa”, sobre frustrações, em “Se O Mundo Desmoronar (Nunca Perca A Cabeça)”.

“Meia-noite eu vou cantar um versinho popular”, no refrão de “Foi Pelo Dinheiro / Foi Por Diversão” é o resumo dessa facilidade de compreender e apreciar a própria simplicidade.

Quando se faz uma música tão solta e, arrisco dizer, “despretensiosa”, as expectativas são mais reais e palpáveis. Até mesmo uma possível pretensão de Martins – colocar “Longa Estrada Da Vida”, do Milionário & José Rico, e “A Estrada Perdida”, do David Lynch, na mesma frase, em “Te Vejo Na Cosmopista” – soa tão engraçada quanto inusitada.

Pode ser um disco perecível por toda essa facilidade de acesso, mas quem se importa? A única coisa a se fazer diante de “Fogos De Artifício” é se divertir junto.

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Séculos Apaixonados - O Ministério da Colocação [2016]

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Por Cleber Facchi em Miojo Indie

Não é difícil montar uma lista de artistas recentes que são assumidamente inspirados pela música produzida na década de 1980. Projetos nacionais e estrangeiros que sufocam pelo uso exagerado de sintetizadores vintage, batidas ecoadas, estética neon e versos sempre pegajosos, radiofônicos. Um eterno resgate do passado, maquiado e vendido ao público como novidade. Exageros, clichês e pequenas fórmulas instrumentais que os integrantes da Séculos Apaixonados buscam perverter nas canções de O Ministério da Colocação (2016, Balaclava Records).

Segundo álbum de estúdio do coletivo formado por Gabriel Guerra (voz e guitarra), Lucas de Paiva (teclado e saxofone), Felipe Vellozo (baixo), Arthur Braganti (Teclado e Voz) e Lucas Freire (bateria), o sucessor do elogiado Roupa Linda, Figura Fantasmagórica (2014) confirma a busca do quinteto carioca por um som ainda mais complexo, anárquico e desafiador. São sintetizadores sujos, ruídos submersos e versos abafados que tanto refletem o caos dentro de qualquer centro urbano como as constantes variações do mercado financeiro.

Livre do romantismo incorporado no trabalho anterior, O Ministério da Colocação faz de cada canção um curioso exercício criativo. Instantes em que o grupo passeia pelo mesmo pós-punk de artistas como Public Image Ltd. e The Fall – vide Disfarçando Riquezas na Triagem –; brinca com referências inusitadas – caso do “encontro” entre Roxy Music e Roupa Nova nas melodias de Dedo em Riste – e ainda coleciona fragmentos instrumentais de forma propositadamente instável, delirante – proposta explícita na urgência de Ele Também Foi Pra São Paulo.

Da abertura ao fechamento disco, parece difícil prever a direção seguida pela Séculos Apaixonados. O coro de vozes na pegajosa A Origem das Espécies, a ambientação nostálgica de Uma Vida Toda Planejada, o toque melancólico e sombrio em Medo da Cidade Quando Chove. Enquanto Roupa Linda, Figura Fantasmagórica parecia confortar todas as canções em uma atmosfera apaixonada e brega, com o presente disco são as trilhas independentes de cada canção que acabam seduzindo o ouvinte.

Superficialmente caótico, O Ministério da Colocação oculta no interior de cada música um universo de pequenos detalhes e fragmentos instrumentais. Perceba como os teclados flutuam com leveza entre os versos de Uma Vida Toda Planejada. Ao fundo de A Origem das Espécies e Dedo em Riste, um coral de vozes complementares, como se a banda incorporasse os clichês típicos de um jingle de supermercado. Logo na abertura do disco, um verdadeiro duelo entre as guitarras e sintetizadores que movimentam a versátil Disfarçando Riquezas na Triagem.

Interessante notar que todo esse catálogo de referências e constantes diálogos com o passado acabam se materializando no interior uma obra essencialmente curta. São apenas oito faixas, pouco mais de 30 minutos de duração, como um turbulento resumo de todas as ideias e inspirações que cercam cada membro da banda. Se há dois anos a Séculos Apaixonados parecia apenas um refúgio temporário para os integrantes de diferentes projetos da cena carioca – como Baleia, Mahmundi e Pessoas Que Conheço –, com a chegada de O Ministério da Colocação, o quinteto se revela em essência, maduro, porém, ainda tão caótico quanto nas canções de Roupa Linda, Figura Fantasmagórica.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Dingo Bells - Maravilhas da Vida Moderna [2015]



Por Lucas Brêda em Rolling Stone

A história do Dingo Bells se estende por mais de uma década. Da formação da banda, passando pelos shows, lançamento de EP e as gravações do disco – que se arrastou por cerca de um ano –, muito suor foi derramado. “Foi um processo bem intenso e de muita dedicação”, confessa o baixista e vocalista Felipe Kautz.

O resultado final vem embalado em uma capa em preto e branco, com uma fotografia que traz um dinossauro de madeira em clima bucólico, com uma lua desenhada ao canto direito. O disco é Maravilhas da Vida Moderna, estreia do trio gaúcho, (disponível de maneira exclusiva no Sobe o Som).

“Queríamos algo que nos deixasse satisfeitos”, acrescenta Kautz, dividindo a “culpa” da preocupação com os detalhes com o produtor Marcelo Fruet. “É quase como se eu quisesse fazer algo que eu pudesse mostrar para o meu filho. Dizer: ‘Olha só, um dia eu me reuni com esses caras e a gente fez isso.”

Maravilhas da Vida Moderna foi ganhando forma com as passagens do grupo por um sítio na região de Viamão, no Rio Grande do Sul. “Gravamos bateria, baixo, alguns violões, guitarras e coisas que achávamos que o sítio poderia acrescentar, como sonoridade e como aura do lugar.”

No sítio, eles gravaram “Anéis de Saturno”, acústica e singela, registrada em fita cassete capturando a atmosfera do local. O álbum, contudo, flerta com o groove pop – como anuncia o single e primeira faixa, “Eu Vim Passear” – e encontra singularidade tanto na reflexão de “Dinossauros” quanto na diversão de “Bahia”.

“Não temos um pé na música regional daqui”, afirma o baixista e vocalista, suavizando o impacto do sotaque que extrapola as conversas, se destaca nas canções, e ganha respaldo da crítica local. “Não acredito que passamos um recado com região definida: a gente fala um pouco sobre nosso tempo, o que vemos à nossa volta e como levamos nossas vidas.”

O título do disco é um dos versos de “Mistério dos 30” – “Maravilhas da vida moderna/ Quando o homem saiu da caverna/ Aos 30” – e não poderia ser mais apropriado. “A gente foi se dando conta de que elas tinham uma análise de fora para dentro do nosso mundo”, assume o vocalista e baterista Rodrigo Fischmann. “Tudo se encaixou sob esse telhado de ‘Maravilhas da Vida Moderna’.”

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Euclides Amaral - Guitarrista Victor Biglione & a MPB [2009]


Guitarrista de grande repercussão nacional e internacional Victor Biglione, argentino de nascimento, naturalizado brasileiro, é o estrangeiro que mais atuou em gravações e aparições pelo mundo. Agora a carreira de Victor Biglione é passada a limpo em livro.

“Alguns amigos e jornalistas do meio comentavam que eu era o estrangeiro que mais trabalhou na MPB e nenhum outro tinha esse feito. Mediante a isso, fui ao Instituto Cravo Albim, conversei com a Heloisa Tapajós. Ela me recomendou o Euclides Amaral para fazer a elaboração do livro. Ele fez seis meses de pesquisas e ficou comprovado que eu sou o artista, não brasileiro, que mais trabalhou na MPB, tanto em gravações como em shows, são mais de 250 artistas”, entrega Victor Biglione.

Na realidade, trata-se de um trabalho minucioso de pesquisa - “O guitarrista Victor Biglione & a MPB” (Edições Baleia Azul, 204 pág.), foi preparado pelo poeta e pesquisador musical Euclides Amaral. “O guitarrista Victor Biglione & a MPB”, é integrado por textos e imagens que perpassam a carreira do músico argentino naturalizado brasileiro, radicado no Rio de Janeiro, através de artigos, entrevistas e matérias publicadas em jornais, revistas, livros e sites.

“Nasci em Buenos Aires cheguei ao Brasil com minha família aos cinco anos de idade, 1964. Não torço por time de futebol na Argentina, somente para seleção. Só tenho dois times na minha vida, o Botafogo e a seleção da Argentina e lógico, a Seleção Canarinho. Sou naturalizado brasileiro. Já tive várias oportunidades de morar fora do Brasil, mas não consigo. Meu país é o Brasil e minha cidade é o Rio de Janeiro, na qual resido, amo o Brasil”, confessa Biglione.

Os textos abrangem e particularizam a visão do guitarrista quanto a gêneros musicais como o rock, samba, choro, blues, bossa nova, baião, entre outros, além de trilhas compostas para teatro, cinema e televisão.

Na parte final, do livro, consta o ensaio - “A Contribuição Estrangeira na MPB do Século XVI ao XXI”. Isso foi sugerido pelo músico ao autor do livro, no qual, através de micro-verbetes é prestada uma homenagem aos principais músicos, letristas e editores musicais que influenciaram a MPB, tais como os portugueses - com suas escalas diatônicas e cromáticas, que mescladas às manifestações musicais nativas e posteriormente de origem afro, resultou na sedimentação de novos gêneros musicais através dos séculos.

Já nas imagens, constam 27 capas de discos do Biglione com partituras, capas de impressos e cerca de 70 fotos, tudo isso com alguns dos mais de 250 artistas com os quais o músico vem atuando na MPB a partir da década de 1970 quando começou a trilhar sua carreira.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

João Donato - A Bad Donato [1970]

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Por Tiago Ferreira em Na Mira do Groove

Foi o acaso que levou João Donato a se transformar em músico por volta de 1952. Por conta de um problema de daltonismo, não conseguiu ser aprovado na carreira de aviador, um sonho de criança.

No entanto, foi o empenho que o levou ao panteão da música brasileira. Grande explorador do acordeom, mestre no piano e multiinstrumentista nato que sabe trabalhar com gêneros que vão da bossa nova à música clássica, o acreano participou de grande parte dos movimentos transformadores da música brasileira ao longo de seis décadas de carreira.

A Bad Donato hoje é considerado um de seus maiores clássicos, mas sua origem é quase tão casual quanto sua biografia. Seus primeiros momentos de gestação ocorreram com a explosão do funk de James Brown e Sly Stone, que revolucionaram a música popular norte-americana no final dos anos 1960.

Donato já havia fixado residência nos Estados Unidos desde 1959, momento que a bossa nova começou a eclodir no Brasil. (Inclusive, alguns teóricos chamam Donato de azarado por não estar no País nesse momento nevrálgico, já que ele era parceiro de João Gilberto, Johnny Alf, Tom Jobim…)

Esse tempo fora do país foi crucial para ele reverter sua situação artística: se por um lado não era majoritariamente conhecido no Brasil, por outro levou o prestígio de nossos ritmos para a cena internacional que, além dos EUA, inclui Cuba, Rússia, Japão e alguns países da Europa.

Mas, voltemos a A Bad Donato. Naquele momento, o músico queria explorar novos territórios com pianos, órgãos e teclados e ir mais além que o elogiado Piano of João Donato: The New Sound of Brazil (1965).

A explosão da música negra mostrou que trabalhar os acordes com mais agressividade num caldo híbrido formariam uma musicalidade intensa e pancada, bem pancada. O pianista burilou essas ideias por alguns anos, mas foi graças à insistência do músico e parceiro Eumir Deodato que o disco saiu dos papeis.

Reza a lenda que a meticulosidade dos dois músicos gerou algumas brigas durante a gravação do disco, mas certas coisas precisam de uma catástrofe muito desgraçada pra dar errado – algo que, felizmente, não aconteceu com A Bad Donato.

Deodato também morava na América do Norte e ajudou a formar a grande equipe para musicar o disco: Oscar Castro-Neves nos violões e guitarra; Paulinho Magalhães e Dom Um Romão nas baterias; Bud Shank na flauta; Jimmy Cleveland no trombone; Don Menza no clarinete; e mais alguns músicos de estúdio para complementar as ideias do disco.

Deodato ficou responsável pelo arranjo de metais e Donato, além de principal compositor e arranjador, ficou com pianos, teclados e órgão.

O disco começa com “The Frog (A Rã)”, que joga um ritmo de marcha de carnaval na velocidade do funk, cumprindo o que o subtítulo do álbum já entrega: psychedelic-funky-experience.

“Celestial Showers” e “Lunar Tune” enganam o ouvinte que pensa se deparar com baladas: os violões de Castro-Neves se adentram aos efeitos esparsos de órgãos e trompetes, penetrando despretensiosamente em um terreno que o fusion-jazz depois chamaria de seu.

“Debutante’s Ball”, a mais brasileira das canções do disco, poderia servir de trilha para um jogo de futebol: rápido como a velocidade da bola numa cobrança de falta, a faixa joga um tempero caribenho ao afro-beat.

Outra canção de destaque é “Mosquito (Fly)”, que leva aos extremos o gingado da conga. Farto exemplo de como o cuban-jazz, que tanto influenciou a carreira de Charles Mingus na década de 1970, tinha muito a oferecer musicalmente a artistas já consagrados.

Apesar de ser gigantesca obra musical em pouco menos de meia hora de duração, A Bad Donato não é visto com tanta grandiosidade por seu dono. Talvez ele apenas o veja como um de seus muitos giros musicais, que vão do forró nordestino às difíceis partituras de Debussy.

A grande verdade é que nenhum outro disco jogou ritmos brasileiros à agressividade funky com tanta maestria como A Bad Donato. Já que a biografia do músico permite casualidades geniais, bom, eis aí um exemplo irrefutável.


A1 The Frog
A2 Celestial Showers
A3 Bambu
A4 Lunar Time
A5 Cade Jodel? (The Beautiful One)
B1 Debutante's Ball
B2 Straight Jacket
B3 Mosquito (Fly)
B4 Almas-Irmas
B5 Malandro

domingo, 30 de julho de 2017

Jorge Ben - Big Ben [1965]

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Por freakium & meio

É superior aos discos anteriores e mostra uma faceta mais diversificada de Jorge Ben. É o disco de Agora Ninguém Chora Mais (que ganhou versão imbatível de Erasmo Carlos no clássico Carlos, Erasmo) e da maravilhosa O Homem que Matou o Homem que Matou o Homem Mau, brilhantemente colocada na sequência final de O Pornógrafo, emblema do Cinema Marginal de João Callegaro.


A1 Na Bahia Tem
A2 Patapatapata
A3 Bom Mesmo É Amar
A4 Deixa O Menino Brincar
A5 Lalari - Olala
A6 Jorge Well
B1 O Homen, Que Matou O Homen, Que Matou O Homen Mau
B2 Quase Colorida (Veruschka)
B3 Maria Conga
B4 Acendo O Fogo
B5 Telefone De Brotinho
B6 Agora Ninguém Chora Mais

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Jorge Ben - Sacundin Ben Samba [1964]

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Por Vitor Ranieri em Samba Safari

Em 1964 foi lançado um dos melhores discos do Antigo Testamento do Zé Pretinho. Arranjado pelo genial saxofonista J.T. Meirelles e seus fiéis Copa 5, Sacundin Ben Samba é o segundo álbum da carreira de Jorge Ben. Misturando vocais doces e hipnóticos com um samba-jazz de peso, Jorge Ben nos leva para um passeio lisérgico por suas raízes mais profundas.

A genial “Anjo Azul”, faixa de abertura, chega calmamente como um dia quente de verão que irrompe em uma tempestade comandada por Ben e Meirelles. De uma simplicidade angelical, como o próprio nome já diz, “Anjo Azul” trata o amor de forma sublime, algo que transparece na melodia.

Apelidada de “a filha de Mas, que nada”, “Nena Nanã” é a segunda pedrada deste disco. Misturando pioneiramente psicodelia ao samba, Jorge Ben apresentava ao mundo seu “samba esquema novo”. Na canção seguinte, “Vamos embora Uau”, o sentimental Jorge Ben canta sua tristeza com a maestria que ficaríamos acostumados a admirar. Sempre acreditei que o “berimbau” que Jorge se refere na música se trata de alguma gíria, para algo que lhe dá inspiração e alegria. Deixo em aberto para interpretações…

Antecipando os clássicos “Afro-sambas” e “Eis o ôme” de Vinícius de Moraes e Noriel Vilela respectivamente, Sacundin Ben Samba traz o clima das senzalas, dos terreiros e capoeiras, misturado a intensos clímaces de jazz. Essa é a atmosfera de “Capoeira”, quarta faixa do disco. “Mesmo sofrendo, mesmo chorando / Negro tem que levar a vida cantando”, diz a canção.

Muito antes de compôr o clássico “Charles, Anjo 45”, Jorge Ben já exaltava o malandro esperto nos versos de “Gimbo”. “Tira Gimbo de quem tem / e dá Gimbo a quem não tem”, cantava aquele que não aprendeu o idioma do subúrbio na universidade. Em “Carnaval Triste”, Ben, pandeirista de bloco de carnaval durante a infância, nos traz o clima da época de ouro do carnaval e os blocos de rua. “Rasguei a fantasia e chorei / Chorei, por não poder brincar”.

Na seqüência, uma das canções mais bonitas de Jorge Ben. Posteriormente regravada no “África Brasil”, de 1976, “A Princesa e o Plebeu” conta a história de um homem pobre apaixonado por uma princesa. Particularmente, acho a primeira versão muito melhor do que a segunda. Na mesma linha vem “Menina do Vestido Coral”, outro clássico entre as românticas do mestre. “Não me olhes assim / Pois meu juízo é perfeito / não quero ele ruim”…

Sobre a nona faixa do disco é difícil dar pistas. Só mesmo o neologismo “Candomblezz” pode descrever a musicalidade de “Pula Baú”, uma das minhas preferidas de toda a obra de Jorge Ben. Combinando o jazz com ritmos africanos, Ben canta sobre a triste situação da vida de um homem quando lhe convidam para um baile onde faltam mulheres.

Mergulhando de cabeça em suas raízes, Jorge Ben canta histórias do tempo de seus antepassados. “Jeitão de Preto Velho” é um lindo samba sobre um velho escravo que é padrinho de sua “sinhá”. Pode-se sentir a ternura em suas palavras. Na seqüência, “Espero por você” encanta pela beleza que Jorge Ben enxerga nos sentimentos. “Espero por você / Como espera a flor o orvalho da manhã/ O amor vem de você / Como vem o sol o dia clarear”.

A última música do disco nos faz voltar alguns séculos para o tempo em que a Lei do Ventre Livre foi assinada. Em “Não desanima João”, basta fecharmos os olhos para enxergarmos a história de um pequeno menino que será livre da escravidão. O desfecho perfeito para um disco que nos faz viajar por diferentes histórias, extensões da alma do poeta Babulina e seu violão.

Espero que gostem!

A1 Anjo Azul
A2 Nena Nanã
A3 Vamos Embora "Uáu"
A4 Capoeira
A5 Gimbo
A6 Carnaval Triste
B1 A Princesa E O Plebeu
B2 A Menina Do Vestido Coral
B3 Pula Baú
B4 Jeitão De Preto Velho
B5 Espero Por Você
B6 Não Desanima João

domingo, 16 de julho de 2017

Kalouv - Planar Sobre O Invisível [2016]

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O universo em preto e branco de Pluvero (2014) se abre para as cores de Planar Sobre o Invisível (2016). Dois anos após o lançamento do segundo álbum de estúdio da Kalouv, o quinteto pernambucana volta com duas canções inéditas: Peixe Voador e Da Bravura, Inocência mais uma vez reforçam o preciosismo do coletivo em estúdio.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Fughetti Luz - Tempo Feiticeiro [2017]

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Por Juarez Fonseca em Zero Hora

Mick Jagger canta desde 1974: "É apenas rock'n'roll, mas eu gosto". No aguardado terceiro álbum solo, que acaba de lançar, Fughetti Luz demonstra talvez como nunca nos 50 anos de carreira que para ele o rock'n'roll não é "apenas", mas quase tudo. Durante as gravações do definitivo Tempo Feiticeiro, entre 2015 e 2016, sua alma rocker foi posta à prova algumas vezes e em todas ele ultrapassou as pedras do caminho. Para começar, teve de superar as dores nas pernas, resultado de décadas de esforço para caminhar desde a paralisia infantil adquirida aos três anos. Também precisou retrabalhar a voz, pois não cantava desde 2004.

Nas inúmeras vezes que Marcelo Truda, o produtor do disco, chegava a sua casa em Tapes (onde vive há 17 anos), para colocar a voz em bases pré-gravadas, Fughetti tinha de estar a postos nos dois sentidos. Quando, em outubro de 2015, Zero Hora esteve lá para registrar o processo da "volta" ao disco mais de 10 anos depois do segundo (Xeque-Mate, 2002), ele contou por que se recusava a cantar sentado, ainda que assim minimizasse o desconforto com as dores: "Rock'n'roll, pra mim, é em pé. Mesmo sem palco e público, faço questão de estar de pé para gravar o disco. Posso parar, descansar um pouco, mas cantar tem que ser em pé".

A primeira pedra que ele teve de remover, no entanto, foi deixar de lado a "aposentadoria" e atender aos apelos dos amigos/discípulos/fãs para fazer seu "testamento musical". Integrante das três categorias, Truda, "seguidor de Fughetti desde os 12 anos" e ex-integrante de uma banda influenciada por ele, a Taranatiriça, assumiu a definição musical do projeto. Agregou músicos de quatro décadas, desde os velhos companheiros das bandas Liverpool (anos 1960) e Bixo da Seda (anos 1970) até gente dos novos tempos do rock gaúcho. Seu envolvimento em quase todas as fases do processo fez da "little help" dos amigos um grande acontecimento.


Disco traz releituras e quatro faixas inéditas

Além de Truda, mais de 30 pessoas, entre músicos e equipe de produção, integraram-se ao projeto que é, ao mesmo tempo, um até então quase impensável novo álbum do cantor/compositor e uma tocante homenagem a ele – que em março comemorou 70 anos. Poucas vezes se ouviu no Brasil um álbum de rock'n'roll tão poderoso e visceral. Entrega total. "Rock é só o que eu sei fazer", sempre se definiu Fughetti. Foram selecionadas 15 músicas, sendo quatro inéditas, entre elas a sintética e ácida Hendrixmania, reunindo os parceiros do Liverpool/Bixo da Seda Mimi Lessa, Marcos Lessa e Edinho Espíndola.

Outra inédita é o único blues explícito, Já Era o Que É, parceria com Truda e o jornalista Gilmar Eitelwein, em que brilham o órgão de Luciano Leães e a harmônica de Alex Rossi. Antes de prosseguir, vale anotar que nessa e na maioria dos arranjos a base tem Truda na guitarra e baixo e Edinho na bateria, ambos mandando ver. Oito das escolhidas por Fughetti foram gravadas originalmente pelas bandas Guerrilheiro Anti-Nuclear e Bandaliera, formadas no fim dos anos 1980 por inspiração dele para tocar seus rocks.

Tempo Feiticeiro, por exemplo, que dá nome ao disco de agora, foi gravada antes (1992) pela Bandaliera, que lançou dois de seus hits: Campo Minado, com o acréscimo da guitarra de Gabriel Guedes, e Nosso Lado Animal, com arranjo bem diferente, passando de um clima épico para o rock'n'roll essencial, a base já mencionada mais Marcelo Guimarães no segundo vocal, Gabriel Guedes de novo, Preto Pavanelli no violão e Egisto Dal Santo no baixo, Truda tocando ainda órgão. "Nosso lado animal de vez em quando precisa tomar sol", diz a letra. Outro sucesso é Circuito Emocional, lançado pelo Taranatiriça em 1987, rockão que aqui recebe um coro de seis vozes, incluindo a filha Shanti Luz e a neta holandesa Bibiana, a quem também dá parceria.

Ele selecionou o repertório privilegiando músicas que mais reúnem seus "toques" filosófico-político- existenciais, como Mudou o Vento: "Droga é ver a floresta queimar/ Droga é ver o governo mentir/ Droga é a caretice que só faz tolice/ Pro homem não evoluir". Ou Linha Divisória: "É preciso ir mais além/ E animar a vida, meu bom/ Na beira do abismo/ É que a gente vê quem é quem". Quem é quem, no disco, além dos já citados: Duca Leindecker, Duda Calvin, Luiz Carlini, Márcio Petracco, Ronaldo Pereira, Zé Natálio, Bebeto Mohr, Mateus Mapa, Cau Neto, Marco Aurélio Kirsch, Adriana Vargas, Aline Dillenburg, Guto Silva e Paulo Romero, autor das ótimas ilustrações.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Fughetti Luz - Xeque-Mate [2002]

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Financiado pela Fumproarte, fundo da prefeitura de Porto Alegre destinado a financiar projetos culturais. Todas músicas foram compostas por Fughetti nos anos 1980/90 e cedidas a outros artistas. 


1. Tão Jovem para Esquecer de Si
2. Entre o Bem e o Mal
3. Nova Pulsação
4. The Habilita
5. Rotação
6. Suspiram Bules
7. Nova América
8. Campo Minado
9. Falta Pouco
10. Se Vira
11. Bem Chegado
12. Rockinho
13. Nosso Lado Animal


segunda-feira, 10 de julho de 2017

Fughetti Luz [1998]

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Primeiro álbum solo do lendário roqueiro gaúcho Fughetti Luz (Bixo da Seda, Liverpool).

01 - Solitário Rocker
02 - Tocha
03 - Tempo Feiticeiro
04 - História, Estória
05 - Alquimia
06 - Deixe Rolar
07 - Canção Para Um Amigo
08 - Aurora
09 - Shanti
10 - Homem Que Caminha Nas Calçadas
11 - Força Interior
12 - Insatisfeito
13 - Seguir Além
14 - Resgate
15 - Hou... Xou...

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Eduardo Araújo & Silvinha - Sou Filho Desse Chão [1976]

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Por Rédigé par Miedj* em bossa-normadie

Confesso que na primeira audição eu fiquei agradavelmente surpreendido com o material oferecido por Sou Filho Desse Chão (1976) de Eduardo Araújo e Silvinha. Mais conhecido por gravar Country Rock, Rock 'n' Roll e Soul, Eduardo Araújo surpreende. Sou Filho Desse Chão é um álbum bastante radical, que oferece música inspirada principalmente pelo rock psicodélico e música progressiva. Agora estou em terreno familiar. Se Eduardo Araújo não estivesse cantando em português e se, de tempos em tempos, ele não encaixa-se suas referências culturas e musicais no álbum (como o choro e forró na faixa de abertura "Sou filho Deste Chão "), eu mal poderia acreditar que ele seria artista brasileiro. Sou Filho Desse Chão tem sua alma no rock psicodélico("Círculo vicioso"). "Girassol", lembra grupos progressivos ingleses como Hatfield & the North ou Henry Cow ou o r.i.o. do grande Frank Zappa ( "Capoeira"). Os solos de guitarra não estão muito longe dos de Carlos Santana. Minha música favorita, "Manda Embora a Tristeza" que mescla perfeitamente o pop anglo-saxão e o brasileiro. E para se divertir, aprecie a interpretação muito "pink-flodiana" de Silvinha em "Ter o Que Eu Tenho SemVocê." Sou Filho Desse Chão é um projeto musical pouco frequente no universo da MPB. Portanto surpreendente descobrir.
*tradução livre

A1. Sou filho deste chão
(Guilherme Lamounier, Eduardo Araújo)
A2. Círculo vicioso
(Guilherme Lamounier)
A3. Girassol
(Jaime Sodré, Luguita)
A4. Capoeira
(Jair Amorim, Evaldo Gouveia)
A5. O tempo que esse tempo tem
(Luguita, Eduardo Araújo)
B1. Manda embora a tristeza
(Chil Deberto, Eduardo Araújo)
B2. Misturando rock com baião
(Eduardo Araújo)
B3. Ter o que eu tenho sem você
(Guilherme Lamounier)
B4. Capoeira
(Dirceu Medeiros, Eduardo Araújo)
B5. Opanigê
(Luguita, Eduardo Araújo)

terça-feira, 4 de julho de 2017

Eloy Fritsch - Dreams [1994]

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Em 1996, Eloy Fritsch lança seu primeiro que foi muito influenciado por filmes de ficção científica como 2001 Uma Odisseia no Espaço, Star Wars, Galactica e Star Trek. Sua paixão pelo espaço está perfeitamente identificada em sua música. O sentimento do compositor em relação à possibilidade de não estar sozinho no Universo, o fato de não entender nossa existência, nosso pequeno conhecimento sobre o Cosmos magnífico e as surpresas que nos aguardam no futuro, tudo isso transformado em música. Esses sentimentos aliados aos recursos tecnológicos de sintetizadores e teclados motivaram ainda mais a realização de suas primeiras composições eletrônicas.
*adaptação livre