terça-feira, 29 de novembro de 2016

Pense - Espelho da Alma [2011]

Link oficial Bandcamp


Por Gravando Bandas

Pense é uma banda de rock/hardcore de Belo Horizonte/MG nascida em 2007 e formada por nomes bem conhecidos e experientes da cena mineira: Lucas Guerra (vocal), Cristiano Souza (guitarra), Judá Ramos (baixo), Ítalo Nonato (guitarra) e Danilo Vilarino (bateria). Em outubro de 2011 lançaram seu primeiro disco, intitulado Espelho da Alma. O álbum recebeu diversas criticas positivas da mídia especializada, por ser o primeiro trabalho de estúdio da banda e já apresentar grande maturidade sonora e na composição das letras. Através deste trabalho, a banda recebeu convites para tocar em várias cidades brasileiras, tendo já percorrido os estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Distrito Federal.

De lá pra cá, as incursões na imprensa aumentaram e o grupo tem experimentado ótima recepção da mídia e do público, que tem festejado a banda com resenhas positivas dos shows e bastante intensidade na frente dos palcos.

Já em 2014, a banda lançou seu segundo álbum de estúdio, intitulado Além Daquilo Que Te Cega, detalhe que este disco foi totalmente pago via financiamento coletivo, arrecadando mais de 11 mil reais e tendo 250 apoiadores de todo o Brasil e exterior. O álbum conta com 10 faixas gravadas entre abril e maio de 2014 no Pacific Áudio Studio, em Belo Horizonte. O registro foi gravado, mixado e masterizado pelo próprio vocalista da banda Lucas Guerra.

Agregando velocidade, peso e melodia, com letras que tenham relevância, o resultando é uma proposta no mínimo interessante. O que dá pra garantir é que é difícil ficar parado nos shows.


1. Dia Corrido
2. Amigos Valem Mais do Que Asfalto
3. Máquina do Tempo
4. O Homem do Centro da Cidade
5. O Mundo é dos Espertos
6. Vida Urbana
7. Espelho da Alma
8. Redenção
9. Coragem
10. O Rebelde Virtual
11. Não, Nós Não Somos Originais
12. Eu Prometo Que Vou Tentar


segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Eumir Deodato - Prelude [1973]


Lançado em 1973, pelo selo americano CTI Records, movido pelo sucesso de Also Sprach Zarathustra, tema de 2001: Uma Odisseia no Espaço, Prelude arrebatou milhões de ouvintes

Àqueles que desconhecem a dimensão da importância do carioca Eumir Deodato, alguns fatos: ele havia acabado de completar 18 anos quando um certo Antônio Carlos Jobim encomendou seus préstimos para orquestrar canções; precoce e solícito, também ajudou a formar outro grande arranjador, o pianista Cesar Camargo Mariano; antes de lançar Prelude a convite do manda-chuva da CTI, Creed Taylor (daí o nome do selo: as iniciais acrescidas do “incorported”), Deodato já havia escrito arranjos para dois de seus ídolos, o guitarrista Wes Montgomery e Frank “The Voice” Sinatra. 

Mas Eumir Deodato de Almeida, nome de batismo do menino prodígio, é muito mais do que isso. De “Catedrático” do samba-jazz, liderando o grupo de nome acadêmico, à “Embaixador do Funk”, epíteto atribuído a ele nos EUA, Deodato é dos talentos mais completos a surgir naquele inspirado Brasil do início dos anos 1960. Como compositor, arranjador, produtor e músico ele conquistou o mundo. Vendeu mais de 25 milhões de álbuns e tornou-se artista dos mais requisitados na indústria fonográfica mundial. Até mesmo a cantora Bjork, de seara musical completamente adversa, requisitou préstimos de arranjador de Deodato nos álbuns Post, Telegram e Homogenic.

O primeiro capítulo dessa consolidação global foi escrito com Prelude. Como o título sugere, o LP foi só a preliminar de uma carreira internacional impecável. Impulsionado pelo arranjo de Deodato para Also Sprach Zarathustra, Prelude vendeu milhões de cópias e chegou ao terceiro posto da parada Pop, da Billboard. O segredo? A apropriação ímpar e funky do tema de Richard Strauss a partir da versão de Karl Bohm e Orquestra Filarmônica de Berlim, que está presente na trilha sonora de 2001: Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick. 

Produzido por Creed Taylor e gravado entre os dias 12 e 14 de setembro de 1972, no lendário estúdio do produtor Rudy Van Gelder, engenheiro de som do LP, Prelude foi lançado no início de 1973. Se o produtor e o engenheiro de som eram dos mais insuspeitos, o que dizer do time de músicos reunidos para as sessões de estúdio? Tome fôlego, caro leitor: Ron Carter e Stanley Clarke (contrabaixo); Ray Barreto (congas); Billy Cobham (bateria); Hubert Laws. Phil Bodner, Romeo Penque e George Marge (flautas); Jay Berliner e John Tropea (guitarras); Airto Moreira; Charles McCracken, Seymour Barab e Harvey Shapiro (cellos); Peter Gordon e Jim Buffington (french horn); Garnett Brown, George Starkey, Paul Faulise e Wayne Andre (trombones); John Frosk, Mark Markowitz, Marvin Stamm e Joe Shepley (trompetes); Emanuel Vardi e Al Brown (violas); Elliot Rossoff, Emanuel Green, Gene Orloff, Harry Lookosfsy, Paul Gershman, Max Ellen e David Nadien (violinos).

Quanto a Deodato, coube a ele pilotar dois instrumentos, com a usual maestria: piano acústico e piano elétrico, no caso, o lendário Fender Rhodes. Os arranjos também são todos dele. E impressionam pela destreza em transformar tradições sem cometer heresias. Como a mesma reverência presente na releitura de Strauss, Deodato também subverteu compositor dos mais influentes para a Bossa Nova, Claude Debussy, em Prelude To Afternoon of a Faun. E fez o mesmo com o standard da canção americana Baubles, Bangles and Beads, de George Forrest e Robert Wright, dupla que também deu ao o mundo o clássico Strangers in Paradise.

E o que dizer das composições do próprio Deodato? Carly & Carole, Spirit of Summer (tema que foi surrupiado na trilha do filme O Exorcista) e September 13 (escrita em parceria com o baterista Billy Cobham no segundo dia de registros, daí o nome) são irresistíveis, à primeira audição – a despeito dos outros temas, mais afeitos a arranjos eruditos, exigirem dedicação maior do ouvinte, na velha e saudável lógica do álbum que cresce a cada nova escuta.

Prelude foi seguido por outra obra-prima, Deodato 2, e abriu caminho para uma série de álbuns americanos, todos impregnados da sofisticada arte de criação e reinterpretação de Eumir Deodato. Àqueles que desconhecem sua discografia – sobretudo os álbuns feitos anteriormente por ele, no Brasil –, bom conselho é: corra já atrás deles!

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Wander Wildner y Sus Comancheros - Mocochinchi Folksom [2014]

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Por Marcelo Costa em Scream & Yell

O bardo punk folk está de volta e seu sétimo disco solo reúne oito canções inéditas compostas no verão porto-alegrense e gravadas por um time de luxo. Iluminada, divertida e matinal, “O Breakfast do tio Dylan” abre o lado A do vinil exibindo um Wander Wildner em paz com o mundo, catando laranjas caídas no chão enquanto ouve vinis e observa o sol no cabelo da garota sob um arranjo que traz Jimi Joe na guitarra, Pedro Borghetti no cajón e Arthur de Faria se dividindo entre acordeon, tiple requinto, derbaks e glockenspiel. “Com o Vento ao Seu Favor” é um punk rock acústico movido a pandeirola enquanto “Folksom” – que traz bandolim, gaita e acordeon – e “Enquanto a Terra Girar” são as típicas canções que só Wander mesmo poderia cantar: a primeira avisa que o bardo está caminhando e vivendo “como um Rolling Stone, como um Beatleson, como um Kings of Leon e como um Bat Masterson” enquanto a segunda cita Elvis Costello, Jimi Joe, o show de Joan Jett no Lollapalooza, Robert Shelton e Johnny Rotten. No lado B, “Mocochinchi” (bebida tradicional boliviana) relembra o mítico discurso de David Choquehuanca, ministro de Relações Exteriores da Bolívia – que dizia que 21 de dezembro seria uma data perfeita para deixar de beber Coca-Cola e passar a beber Mocochinchi, marcando, assim, “o fim do capitalismo e o começo da cultura da vida” – enquanto Hique Gomes (do Tangos e Tragédias) toca violino em “O Homem Que Caminha a Noite Toda”. Lançado em vinil, CD e disponível virtualmente, “Mocochinchi Folksom” flagra um compositor meio punk, meio folk, meio hippie, mas totalmente Wander Wildner.

domingo, 6 de novembro de 2016

Wander Wildner y Sus Comancheros- Paraquedas Do Coração [2004]

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O quarto álbum de estúdio do Wander Wildner é também seu primeiro disco que leva o nome da banda que o acompanha, os Comancheros, uma formação mutante, mas que aqui atendia pelos nomes de Tom Capone, João Vicenti, Mauro Manzoli e Glauco Fernandes & Quarteto de Cordas. Um disco essencialmente acústico,mas que carrega aquelas peculiaridades já conhecidas dos trabalhos anteriores, canções de amor e pé na estrada, espanhol forjado nos pampas e pequenos espaços para guitarras, para não esquecer que por trás deste violão de 12 cordas, que ilustra a capa, há um coração punk.

O disco abre com a já conhecida "Rodando el mundo", de "Buenos dias", aqui numa versão estendida com direito à citação de "Machu Pichu", do Hermes Aquino. "A última canção" segue no estilo de baladas de amor e abandono que alçaram Wander à condição de expoente do estilo punk-romântico-brega. "Candy", sucesso dos anos 80 de Iggy Pop, ganha uma boa versão, com violinos e sotaque carregado. "Eu acredito em milagres" nada mais é que "I Believe in miracles" do Ramones vertida para português, esta deveria figurar no tributo brasileiro ao Ramones, que nunca saiu, mas pode ser encontrado para download sob o nome de "Você se lembra do rock'n'roll que tocava no rádio?". "Ganas de vivir" encerra o disco, numa versão diferente da que também encerra o disco 'Baladas sangrentas"

"Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro" é o hit do disco e caiu nas graças da MTV Brasil, que também exibiu com frequência o clipe para nova versão de "hippie´Punk-Rajneesh", clássico do primeiro álbum gravado por Wander Wildner, "O futuro é vórtex", com Os Replicantes. Por sinal, Wander já tentara algumas vezes furar o bloqueio da MTV, mas seus clipes teimavam em não frequentar a programação, alguns sequer foram exibidos. Com este disco o gaúcho foi indicado à maior premiação da emissora, o VMB Brasil, e em seguida convidado para estrelar o cast de artistas selecionados para o programa e disco "Acústico MTV Bandas Gaúchas", lançado no ano seguinte.

"Paraquedas do coração" foi lançado pelo próprio selo de Wander Wildner, o Fora da Lei, ainda que em nenhum momento o disco informe o nome do selo. A produção ficou a cargo de Tom Capone, parceiro e incentivador da carreira solo do Wander desde o primeiro disco, "Baladas sangrentas", do qual também assinalara a produção. Este disco foi uma das últimas produções de Tom Capone, que falecera pouco depois de seu lançamento. O projeto gráfico é de Diego Medina, o "multi-homem" por trás do lendário Doiseu Mimdoisema, além de Vídeo Hits, Jesus Buceta e outros projetos musicais inomináveis. A tiragem pequena de 2 mil cópias fez com que "Paraquedas do coração" logo sumisse do catálogo, boa parte consumida nos shows do Wander Wildner.


01 - Rodando El Mundo
02 - A Última Canção
03 - Candy
04 - Eu Acredito Em Milagres
05 - Correndo Por Correr
06 - Pablo, Aonde Estás
07 - Eu Não Consigo Ser Alegre O Tempo Inteiro
08 - Hippie, Punk, Rajneesh
09 - Sonho De Verão
10 - Ganas De Vivir