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domingo, 3 de julho de 2016

Autoramas - O Futuro dos Autoramas [2016]

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Por Cesar Monteiro em  Ambrosia

“O Futuro dos Autoramas” (Autoramas, 2016) é o sugestivo título do novo álbum do sAutoramas, que vem a ser a estreia em estúdio de sua nova formação. Durante 16 anos, a banda de Gabriel Thomaz foi um power trio, agora é um quarteto. Na verdade um dream team do rock garageiro nacional. Além de Gabriel, a formação conta com a ex-Penélope Érika Martins, o ex-Raimundos Fred Castro na bateria e o ex-Carbona Melvin no baixo, quebrando a tradição dos Autoramas de sempre trazerem uma menina no instrumento. Embora ainda haja uma menina na banda, agora ela se encarrega da guitarra de base, teclado e percussão.

A nova formação já estava se apresentando ao vivo desde 2015, pelo Brasil e no exterior, passando também pelo Rock In Rio. Mas apesar da nova configuração, a sonoridade continua fiel à mistura de rockabilly dos anos 60, Jovem Guarda e New Wave que os consagraram. A faixa de abertura ‘Quando A Polícia Chegar’ é o cartão de visitas, uma típica composição “autorâmica” assim como ‘Problema Seu’ e ‘O Que Você Quer’. Porém passam longe do autoplágio ou cover de si próprios. Apenas mantendo as características essenciais.


Em boa parte das músicas, Érika se encarrega do backing vocal, eventualmente dividindo a dianteira com Gabriel, na mesma linha de Kim Deal e Frank Black no Pixies, mas ela assume o protagonismo total nas faixas ‘Demais’ e ‘Rolo Compressor’. A segunda já constava no álbum solo da cantora, “Modinhas”, lançado em 2013, mas aqui ganha uma nova roupagem, com mais efeitos e peso e distorção no refrão. Bons momentos do disco também são as faixas em inglês como ‘What Do You Mean To Me’, ‘Jet To The Jungle’ e uma energética versão power pop de ‘Be My Baby’, hit de 1963 escrito pelo produtor e compositor Phil Spector e imortalizado pelas Ronettes. Por falar em versões, a última faixa ‘Garotos II – O Outro Lado’ é uma interessante releitura da música ‘Garotos’, sucesso de Leoni.

O que garante a coesão, a exemplo do que se tem visto no palco, é o fato de serem os novos membros serem pertencentes à mesma turma, são não apenas contemporâneos como colegas de cena, o rock de garagem dos anos 90, que cresceu aliada às casas de show alternativas e à cultura fanzineira. Gabriel e Érika são casados e tocam juntos no projeto paralelo Lafayette & Os Tremendões – banda que faz versões de músicas da Jovem Guarda e conta com o lendário tecladista Lafayette, responsável pelo órgão icônico daquelas canções. Além disso, colaborou em algumas faixas do disco solo da cantora como músico e compositor. Fred já era baterista da banda de Érika, e Melvin, um velho camarada.

O disco foi gravado em diferentes estúdios: o Escritório, no Rio, a Toca do Bandido, lendário estúdio (um dos melhores do Brasil) montado por Tom Capone, e o Warner/Chappell. As gravações foram mixadas, respectivamente, por Lê Almeida, Jim Diamond (que trabalhou com White Stripes) e André Paixão. A capa, assinada pelo brasiliense Paulo Rocker traz um desenho da banda com motivação futurista, fazendo uma brincadeira com o título do álbum.

“O Futuro dos Autoramas” aponta aponta uma nova direção, mas reforçando em cada faixa o maior trunfo da banda: o peso e a fúria alinhados harmonicamente com a melodia. O tempo de estrada e a camaradagem entre os membros também conspiram muito a favor, no melhor estilo “all star band” underground.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Autoramas - Rrrrrrrrock! [2005]

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Por Anderson Nascimento no Galeria Musical

A discografia dos Autoramas é repleta de compactos em vinil, participações em coletâneas, discos divididos com outros artistas (splits) e lançamentos gringos. Este álbum é a coletânea oficial da banda, lançada pela gravadora Monstro, que apresenta, além dos sucessos, gravações raras da primeira demotape, dos compactos e a gravação de "Autodestruição" ao vivo no Rio de Janeiro.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Autoramas - Stress, Depressão & Síndrome de Pânico [2000]

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Por Anderson Nascimento no Galeria Musical

Após lançarem uma demo-tape e um compacto em vinil, os Autoramas chegam ao seu primeiro álbum, lançado pelo selo independente Astronauta Discos, porém distribuído pela Universal Music. O disco conta com os sucessos "Fale Mal de Mim", "Carinha Triste" e "Autodestruição". A banda surpreendeu a todos ao apostar em um som que só a banda fazia, ou seja, um misto de Rockabilly, Surf Music e Hardcore. O álbum foi bem muito bem sucedido, tendo músicas nas rádios e na televisão.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Autoramas - Música Crocante [2011]

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Um dos projetos de mais interessantes que já tive notícia. O sexto álbum da banda foi financiado pelos seus próprios fãs. A idéia foi dar recompensas para cada X valor doado para banda poder gravar o disco.

Esse tipo de projeto poder ser realizado por qualquer artista de modo simples usando o site Embolacha. Sugiro clicar nesse link e conhecer essa espetacular iniciativa.

No vídeo abaixo, os Autoramas explicam como funcionou esse projeto. Mais abaixo vai um reportagem publicada em 27/10/11 no O Globo sobre o lançamento de Música Crocante.



*Michele Miranda

Gabriel Thomaz costuma dizer que toda a trajetória do Autoramas, que nasceu em 1997, é inusitada e esquisita. O processo de produção do sexto disco da banda, “Música crocante” – com 13 faixas -, comprova essa teoria.

- Nossa carreira sempre foi baseada em esquisitices. É tudo fora do padrão, então não é estranho que tenhamos gravado um disco nessas condições. Nossa história não é comum. Não lançamos um disco por uma grande gravadora e estouramos nas rádios. Inauguramos o estilo de vida independente. Todo mundo achava que éramos loucos por tentar viver de música sem nenhuma garantia – diz o vocalista e guitarrista de uma das maiores bandas do cenário independente do Brasil, em entrevista ao GLOBO.

Ao falar em “condições” Thomaz se refere ao projeto de “crowdfunding” (uma iniciativa de financiamento colaborativa) que o grupo criou na internet para captar verba e lançar o novo disco. Em 45 dias, eles conseguiram arrecadar R$ 14.562,03, graças a 149 patrocinadores que, ao investir uma quantia de dinheiro, ganharam determinados prêmios. As recompensas vão desde o download antecipado das canções a R$ 20 até a possibilidade de quem estivesse disposto a pagar R$ 10 mil ser creditado como patrocinador da banda no disco e em shows.

- Estávamos com vontade de lançar um CD novo e tivemos a ideia do crownfunding. Nos minutos finais, a banda Pink Big Balls comprou o show particular, que custava R$ 3 mil e conseguimos atingir a meta. Acho que vamos fazer um show com eles em algum evento – conta o baterista Bacalhau.

E as situações fora do comum não param por aí. Quem imaginaria que uma banda alternativa e independente de surf music-rockabilly-punk-garage teria a participação de Jô Soares na gravação do disco? É isso mesmo. O apresentador participa da faixa “Verdade absoluta”.

- Precisávamos de alguém para tocar bongô e pensamos no Jô Soares. Mandamos um e-mail e ele disse que topava. Mas foi tudo pela internet; ele pediu a mídia da música e mandou a gravação de volta. O problema é que a gente não tem certeza de que realmente foi ele que gravou – diverte-se a baixista Flávia Couri.
Mas será que um CD feito com verba limitada ao custeio de fãs pode ser moldado do jeito que a banda sempre sonhou? – O sexto disco é o melhor que já lançamos. As músicas estão em um nível de inspiração que me deixa orgulhoso. Estamos voltando ao estilo Autoramas. Depois de ter feito acústico, retomamos ao nosso som clássico, dançante, elétrico, que traz baixo com distorção e as letras temáticas. Os fãs já conseguem identificar nosso som e isso significa muito para nós – diz Thomaz.

- Ficou exatamente como queríamos. Se tivéssemos uma verba ilimitada, por exemplo, faríamos tudo igualzinho, mas acrescentaríamos um lançamento mundial – brinca Bacalhau. – Sempre produzimos nossos trabalhos de maneira independente. Desta vez, fizemos uma parceria com a gravadora Coqueiro Verde para trabalharmos a distribuição e logística, complementa.

A distribuição das recompensas

As recompensas estão sendo distribuidas aos poucos pelos integrantes das bandas. Um dos prêmios mais caros e de maior valor afetivo era a guitarra usada por Gabriel Thomaz em shows, gravações e aparições na mídia ao longo da existência do grupo, e custaria R$ 5 mil. Mas, apesar de ser uma quantia significativa e que ajudaria muito a banda, o vocalista se sente aliviado com a falta de compradores.

- Fiquei feliz de ninguém ter comprado a minha guitarra; dessa eu me safei. Eu tive a ideia de colocá-la à venda, mas na hora que o site entrou no ar, eu entrei em desespero. Tentei fazer uma tramoia para o pessoal do site fingir que já estava comprada, mas eles não me deixaram fazer essa falcatrua – relata Thomaz, aos risos. O sexto disco é o melhor que já lançamos. As músicas estão em um nível de inspiração que me deixa orgulhoso, diz Gabriel Thomaz

Um dos prêmios mais importantes para os colecionadores de boa música custava R$ 500. Além de receber o novo disco do Autoramas, o felizardo ainda vai ganhar dez vinis da coleção dos três integrantes.

- Não vamos dar o óbvio, tipo Beatles. Escolhi o “Femmes in the garage”, que é um disco de rock francês dos anos 1960. Bacalhau vai dar um do Roberto Carlos e Gabriel escolheu um do The Venture. Mas ainda não decidimos todos – diz Flávia. Para Flávia, aliás, o sexto disco teve um gosto – crocante – especial.

- Esse foi meu primeiro disco de estúdio com Autoramas e é a primeira vez que coloquei músicas de minha autoria. Então esse trabalho é ainda mais especial para mim.

E para finalizar a entrevista com o Autoramas, a pergunta que não queria calar: Por que o disco foi batizado de “Música crocante”? – O nome é bom, não é? Foi engraçado que a gente começou a usar essa palavra para tudo. E também vínhamos ouvindo muito, em diferentes circunstâncias. Percebemos que quando uma coisa soava bem, ou era legal, poderia ser chamada de… Crocante! Mas não tem uma explicação lógica. É tipo como o nome Autoramas nasceu – diz Thomaz.