quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Itamar Assumpção - Bicho de 7 Cabeças VOL. III [1993]

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Este é o terceiro e último volume de pouco ortodoxo, mas brilhante Itamar Assumpção Bicho de Sete Cabeças trilogia. Assim como nas duas primeiras partes da trilogia, Itamar Assumpção é acompanhado por coro feminino as Orquídeas do Brasil - essencial na criação da atmosfera típica dos álbuns. Como todas as faixas são muito agradável, é difícil apontar qualquer destaques específicos. No entanto Jards Macalé empresta seus vocais para o triste "Estropício" e Ná Ozzetti dá um toque suave e delicado para o belo "Quem Canta SEUS Males Espanta", que faz com que essas duas faixas se destacam do resto. Itamar Assumpção se assume o primeiro plano na delicada e romântica "A Tua Boca", a faixa-título sonhador "Bicho de Sete Cabeças", e também enquanto cantarolava a poesia rítmica que constitui a letra de "Vê Se Me Esquece". Orquídeas do Brasil, acompanhado por uma flauta frágil, faz com que "Santo de Casa" mais uma única pepita de ouro para adicionar à coleção. Em suma - este é um álbum fantástico por um dos gênios mais estranhas e menos conhecidas da música popular brasileira.


1. Estrupício
2. Quem Canta Seus Males Espanta
3. Tua Boca
4. Lambuzada de Dendê
5. Ei Você Aí
6. Ai Que Vontade
7. Onda Sertaneja
8. Santo de Casa
9. Vê Se Me Esquece
10. Bicho de Sete Cabeças

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Itamar Assumpção - Bicho de 7 Cabeças VOL. II [1993]

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Bicho Itamar Assumpção de Sete Cabeças trilogia é a sua obra mais impressionante e talvez também o mais amado por seus fãs. As gravações foram feitas em conjunto com as Orquídeas grupo feminino canto do Brasil e também o ocasional "artista convidado", como Ná Ozzetti e Jards Macalé. É importante ressaltar que há alguma confusão sobre este conjunto de três CDs: s com 11 faixas cada, lançadas como Bicho de Sete Cabeças volumes um, dois e três, respectivamente. Por alguma razão, exatamente o mesmo conjunto de músicas também foi lançado em dois volumes, com cada um contendo 17 e 16 faixas, respectivamente. Em qualquer caso, os álbuns de Itamar Assumpção mostrar no seu melhor criativo, com o seu talento para a poesia não convencional e música ortodoxa em plena floração. O primeiro terço da trilogia enfatiza ritmos e rimas mais do que as melodias. As letras são observações sutis e escondidas em uma grande variedade de temas, desde a cidade de São Paulo e da inflação econômica para a solidão e outras emoções. A interação entre a voz Itamar Assumpção, própria, em vez de profundidade e as vozes muito mais leves do coro feminino flutuando sobre o som do piano quase sempre presente tilintar, cria uma atmosfera interessante sobre este álbum totalmente agradável.

A1 É Tanta Água

A2 Sonhei Que Viajava Com Você
A3 Me Basta
A4 Novody Knows
A5 Penso Logo Sinto
A6 Enquanto Penso Nela
B1 In The Morning
B2 Milágrimas
B3 Ciúme Do Perfume
B4 Coração Absurdo
B5 Tristes Trópicos

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Itamar Assumpção - Bicho de 7 Cabeças VOL. I [1993]

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Um compositor não convencional preocupado com uma mistura pessoal de música brasileira com funk, reggae, rock e música que serve como um veículo para suas letras corrosivas e satírica de conteúdo social, Itamar Assumpção sempre foi um artista alternativo. Ele foi gravada por muitos artistas de topo como Ná Ozzetti (várias músicas), Cássia Eller ("Ja Deu Pra Sentir", "Aprendiz de feiticeiro"), de Branca de Neve ("Nego Dito"), Mônica Salmaso ("Canto Em QUALQUÉR Canto ", de Itamar / Ná Ozzetti) e Zélia Duncan (" Código de Acesso "). Assumpção fez sua estréia musical com sua banda, Isca de Polícia, em um festival local, em 1979. Ele foi lançado para um público mais amplo no núcleo do movimento de vanguarda paulista, juntamente com Arrigo Barnabé, Premeditando o Breque e Grupo Rumo no Teatro Lira Paulistana (São Paulo SP), no mesmo período. Seu primeiro álbum foi o independente beleléu Leleu Eu, gravado em 1980. Ataulfo ​​Alves Por Itamar Assumpção - Pra Sempre Agora foi premiado pela APCA (Associação paulista de críticos de arte) como o melhor do ano. Em 1988, ele se apresentou na Alemanha, para a primeira de muitas vezes, participando da Dokumenta de Kassel. Ele lançou vários álbuns e teve um público fiel no país. Seu último álbum, Pretobras, foi lançado em 1998 e encontrou Itamar como politicamente corte de sempre com um título que habilmente confrontou a indústria do petróleo no Brasil. Seus anos após o lançamento do álbum foram gastos lutando contra o câncer intestinal, que teve sua vida 13 de junho de 2003. Bicho Itamar Assumpção de Sete Cabeças trilogia é a sua obra mais impressionante e talvez também o mais amado por seus fãs. As gravações foram feitas em conjunto com as Orquídeas grupo feminino canto do Brasil e também o ocasional "artista convidado", como Ná Ozzetti e Jards Macalé. É importante ressaltar que há alguma confusão sobre este conjunto de três CDs: s com 11 faixas cada, lançadas como Bicho de Sete Cabeças volumes um, dois e três, respectivamente. Por alguma razão, exatamente o mesmo conjunto de músicas também foi lançado em dois volumes, com cada um contendo 17 e 16 faixas, respectivamente. Em qualquer caso, os álbuns de Itamar Assumpção mostrar no seu melhor criativo, com o seu talento para a poesia não convencional e música ortodoxa em plena floração. O primeiro terço da trilogia enfatiza ritmos e rimas mais do que as melodias. As letras são observações sutis e escondidas em uma grande variedade de temas, desde a cidade de São Paulo e da inflação econômica para a solidão e outras emoções. A interação entre a voz Itamar Assumpção, própria, em vez de profundidade e as vozes muito mais leves do coro feminino flutuando sobre o som do piano quase sempre presente tilintar, cria uma atmosfera interessante sobre este álbum totalmente agradável.

A1 Sujeito A Chuvas E Trovoadas
A2 Venha Até São Paulo
A3 Custa Nada Sonhar
A4 Quem É Cover De Quem?
A5 Noite Torta
B1 Balaio
B2 Vou Tirar Você Do Dicionário
B3 Logo Que Eu Acordo
B4 Orquídeas
B5 Se A Obra É A Soma Das Penas
B6 Quem Descobriu, Descobriu


Ficha AQUI.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Mais Valia feat. Wolf Gadelha - Malaria [2018]

Link Oficial


Release oficial

Malaria é o resultado do encontro entre Mais Valia e Wolf Gadelha, por volta de Novembro/2017. A música e o clipe foram produzidos em 2 dias numa fazenda em Chã Grande (PE), registrado pela Toca do Lobo Records. 

Ricardo Cezario - Guitarra 
Alexandre Palacio - Baixo 
Vitinho Martins - Bateria 
Wolf Gadelha - Guitarra/sintetizador 

Produzido, mixado, e masterizado por Wolf Gadelha. 
Agradecimentos: Mario do Baixo, Sinewave. 

Toca do Lobo Records, 2018.

domingo, 27 de janeiro de 2019

Mais Valia - Desterro [2018]




Após quase dois anos dos lançamentos do EP Mesopotamia e do single Flamingo, o Mais Valia apresenta Desterro, que também dá nome à primeira faixa do EP já lançada no fim de 2017 em clipe dirigido por Renan Casarin. Agora, “Desterro” está sendo oficialmente lançado em streaming acompanhado de “Manchúria”, faixa inédita que fecha o material.

A banda vive um período de adaptações às distâncias entre os músicos, em um processo de composição naturalmente distinto. Desterro está dentro deste novo contexto de escassez de tempo e ensaios, substituído pela intensidade do convívio dos shows. As duas faixas do EP foram pré-concebidas sob alguns milhares de quilômetros entre guias, riffs, linhas de batera, e finalmente produzidas e gravadas durante uma mini turnê que cruzou Santa Catarina em julho de 2017.

O EP foi produzido e gravado em parceria com o Júlio Miotto, da Calamar Sounds em Florianópolis. Além do clipe de “Desterro”, que retrata a paisagem florianopolitana em suas contradições, “Manchúria” vem embalada em clipe experimental produzido por Pato VHS, com sonoridade que continua com o flerte entre riffs pesados e uma dose extra de experimentalismo.


01. Desterro
02. Manchúria

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Mais Valia - Flamingo [2016]



Single lançado dentro do projeto Original’s Studio Levi’s, coletânea que reuniu 110 bandas. Em votação popular o single ficou entre três finalistas do projeto.

Mais Valia - Mesopotamia [2016]




Mais Valia é uma banda instrumental do interior de São Paulo que flerta com os experimentalismos do post-rock, stoner e space rock. Seu primeiro álbum, lançado em CD e streaming em 2015, foi considerado em sites e blogs especializados entre os melhores lançamentos do ano, e teve a faixa “Belzebu” exaltada pela Rolling Stone Brasil como uma das 50 melhores músicas nacionais de 2015.

Mesopotamia, área de inundação entre os rios Tigres e Eufrates, serviu como palco ao surgimento do modo de vida sedentário e plataforma para o padrão de domesticação, acúmulo e supremacia de uma espécie sobre o meio. Um dos berços da civilização humana, onde se deu a eclosão do modelo de aglomeração urbana e da centralização de poder.

Mais Valia aposta na mescla arrastada e densa da pegada stoner com momentos de ambientações e elementos do post-rock, sugerindo uma paisagem sonora árida envolta pela crescente fértil, que dá o tom do EP. Apresentado em duas faixas irmãs gravadas ao vivo pelo projeto Converse Rubber Tracks, no Family Mob Studios, contou com a produção de Jean Dolabella.

A capa assinada pelo artista plástico Fernando Chamarelli flerta com o misticismo e a antropologia, interligando as conexões entre o oriente e ocidente, interior e exterior e especialmente entre o material e o espiritual.


Ricardo Cezario (guitarra)
Alexandre Palacio (baixo)
Vitor Martins (bateria)

01. Tigris
02. Euphrates

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Zé Ramalho - Brasil Nordeste [1991]

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É um disco de regravações em forma de medleys. Um mergulho na fonte das raízes da música nordestina. Luís Gonzaga, Jackson do Pandeiro, João do Vale, Geraldo Vandré, Gordurinha e muitos outros estão aqui revisitados por mim, que incluí também alguns dos meus sucessos. O projeto faz parte de uma coleção chamada Academia Brasileira de Música e eu fui convocado para representar a música da minha região. Valeu! 


Texto da reedição, 2003
Marcelo Fróes

Finalmente desintoxicado após ter saído da CBS em 1987, logo depois do lançamento do LP "Décimas de um Cantador", Zé Ramalho foi voltando aos poucos a trabalhar e surgiu então um convite para fazer uma turnê mambembe pelos Estados Unidos - tocando em lugares como Boston, Nova Iorque, Nova Jersey, etc. O ano era 1990 e, segundo o próprio artista, fez-lhe bem conhecer aquelas cidades imensas e seus centros comerciais. No ano seguinte, poucos meses depois de retornar ao Brasil, recebeu de Roberto Menescal e Raymundo Bittencourt o convite para participar desta coleção "Academia Brasileira de Música" para a Sony (nova razão social da antiga CBS, pela qual fora contratado por 10 anos, entre 1977 e 1987).

A idéia deste projeto era a de que cada artista chamado cuidaria de um segmento da música brasileira - Nana Caymmi, Veronica Sabino, Leno, Núbia Lafayette e outros. Zé estava sendo chamado para recriar os grandes sucessos da música do Nordeste e hoje ele admite que, embora o disco não lhe tenha trazido nenhum grande retorno específico, gostou muito de fazê-lo.

"Foi um banho, voltei a ter contato com essas músicas de Luiz Gonzaga, Gordurinha, etc", lembra o artista.

Era um contrato único e o disco saiu em 1992, mas uma nova ironia do destino aconteceu na vida de Zé. O diretor musical da Rede Globo, Mariozinho Rocha, ligou-lhe convidando para cantar Entre A Serpente e A Estrela, versão de Amarillo By Money, de Terry Stafford & Frazer, que fora feita especialmente por Aldir Blanc para a trilha sonora da telenovela "Pedra Sobre Pedra".

E tudo voltou a caminhar.


A1 Baião / Imbalança / Asa Branca
A2 Carcará / Pisa Na Fulô / O Canto Da Ema
A3 Sebastiana / Um A Um / Chiclete Com Banana
A4 No Meu Pé de Serra / O Xote Das Meninas / Qui Nem Giló
A5 Gemedeira / Frevo Mulher
A6 Vendedor de Caranguejo / Súplica Cearense
B1 Boiadeiro / Paraíba
B2 Disparada / Fica Mal Com Deus
B3 Sangue E Pudins / Eternas Ondas
B4 Avôhai / Admiravel Gado Novo / Galope Rasante
B5 Mucuripe / Paralelas
B6 Último Pau-de-Arara / Meu Cariri

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Zé Ramalho - Décimas De Um Cantador [1987]

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Por Zé Ramalho

É um disco ousado e futurista. As composições são estranhas, misteriosas e envolventes. São nove faixas e é o nono disco. Daí a alusão direta ao número nove, que se repete durante a audição numa voz robotizada (number nine... number nine...) lembrando momentos do "Álbum Branco" dos Beatles. A sonoridade era, para a época (1987), totalmente inovadora. Foram usados pela primeira vez samplers, emulators e digitalizações, que foram configuradas pelas mãos do Lincoln Olivetti. Houve muito mais ambientações como na faixa "Acredite Quem Quiser", onde usamos palmas (claps), criando um clima gospel / religioso. Apesar do envolvimento que tive com drogas, consegui virar esta página da minha carreira e depois de alguns anos, reouvir este "Décimas de um Cantador". Dá a nítida impressão de que a música vingou e o pior já passou. O cantador permanece e o poeta também.


Texto da reedição, 2003
Marcelo Fróes

Neste "Décimas de um Cantador", percebe-se como nunca a influência dos Beatles na música de Zé Ramalho - ainda que com os arranjos inovadores do maestro Lincoln Olivetti. Além da instrumental Number 9 ser uma referência ao nono disco solo de Zé, era naturalmente uma brincadeira com a faixa Revolution 9 do "Álbum Branco" dos Beatles e fazia alusão, inclusive (ainda que somente pelo título), a Number 9 Dream, de John Lennon, que aniversariava num dia 9. Tínhamos também citação de Rain em outra faixa e, como se tudo isso já não bastasse, Zé sugeriu que o produtor Mauro Motta fizesse uma versão de This Boy em homenagem a Lobão. Hino de Duran, de Chico Buarque, também foi gravada em função de sua temática relativa às drogas... e, por fim, quando foi fazer as fotos para a capa, Zé Ramalho usou como palheta para tocar o violão uma gilete de ouro que usava num cordão. Os capistas da companhia resolveram entrar na onda e, ao ver o disco pronto, Zé concluiu que seu nome havia sido "batido em pó" na capa.

O disco foi lançado, Zé chegou a apresentar-se em alguns programas de televisão, mas foi logo procurado pelo então presidente da CBS, Marcos Maynard, que ligou-lhe dizendo: "Acho que está na hora de você dar uma arejada". Zé hoje recorda que já esperava este cartão vermelho e acha que tudo aquilo precisava acontecer. A partir de 1987, entrou num recolhimento longe dos estúdios de gravação. Seriam quatro longos anos, em que o artista viveria de direitos autorais e shows, morando num apartamento alugado no Leblon. Vendeu sua editora musical para a SBK, hoje pertencente ao grupo EMI, e extravasou até onde pôde sua história com as drogas, indo até o fundo do poço para que não tivesse mais o que procurar. Mas as sensações que vinham após as farras foram-lhe dando a impressão de morte iminente, e, embora não temesse a morte (por achar que a droga nunca o mataria), percebeu finalmente que não tinha mais nada a procurar.

"Eu estava me acostumando com a idéia de que estava em fim de carreira, mas percebi que teria uma segunda chance no dia em que me limpasse. Meu Cold Turkey rolou a partir de 1990, com meu organismo reagindo à desintoxicação com furúnculos nascendo nas costas. Ficaram cicatrizes" - lembra hoje Zé Ramalho, que, após três ou quatro meses, conseguiu limpar-se, embora tenha continuado a fumar e a beber socialmente. "Abandonei o pó e sei que a única pessoa que pode te tirar das drogas é você mesmo, por mais que a família e os amigos possam querer te ajudar", ensina o artista, que no dia em que acordou com o organismo limpo, começou a ouvir os bem-te-vis do Leblon. A sensibilidade finalmente voltou.


A1 Acredite Quem Quiser
A2 Number 9
A3 Décimas De Um Cantador
A4.1 Pelos Telefones
A4.2 Lay, Lady, Lay
A5 Lua Semente
B1 Aldeias Da Borborema
B2 Mary Mar
B3 Ser Boy (This Boy)
B4.1 Hino De Duran
B4.2 Deixa Isso Pra Lá
B5 Mulher Nova, Bonita E Carinhosa Faz O Homem Gemer Sem Sentir Dor

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Robertinho de Recife - E Agora Pra Vocês... Swingues Tropicais [1979]

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A1 Merengue
A2 Loucos Swingues Tropicais
A3 Louco Por Ti
A4 Feras Deveras
A5 Nao Temas
B1 Papo De Guitarrista
B2 Danca Imaginaria
B3 Meu Anjinho
B4 Sonhos E Delirios

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Máquina Vapor - A Direção dos Bons Ventos [2018]

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Por UPF

O coordenador e professor do curso de Música da Univesidade de Passo Fundo (UPF), Alexandre Saggiorato, lançou o segundo álbum com a sua banda, Máquina Vapor. Produzido por Samuel Quadros, no estúdio Musiclass, o trabalho autoral “A direção dos bons ventos” apresenta influência de diversos ritmos musicais, como explica Saggiorato. “A banda se propõe a trabalhar com rock progressivo. Nesse disco, o gênero converge com a música clássica e folclórica, e, portanto, chamamos isso de Art rock porque possibilita a fuga do convencional”, ressalta. O álbum possui, ainda, a participação do professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UPF (Ifch/UPF), Gerson Trombetta, com poema musicado de autoria própria. O trabalho da banda, composta também por Tiago Biazus (teclado), Norton Severo (bateria) e Fabio Telles (baixo), está sendo divulgado nos Estados Unidos e em países da Europa, como França e Polônia.


1 Caminhos De Pedra
(Alexandre Saggiorato, Fabio Telles, Norton Severo, Tiago Biazus)
2 Sobre Todas As Coisas
(Alexandre Saggiorato)
3 Dança Da Luz
(Tiago Biazus)
4 O Navegador
(Tiago Biazus)
5 Luz Que Se Houve
(Alexandre Saggiorato, Fabio Telles, Gerson Luís Trombetta, Norton Severo, Tiago Biazus)
6 Estrada De Sal
(Alexandre Saggiorato)
7 Quiástica
(Alexandre Saggiorato, Fabio Telles, Norton Severo, Tiago Biazus)
8 Ouro E Pó
(Alexandre Saggiorato)
9 A Direção Dos Bons Ventos
(Tiago Biazus)
10 Solitude
(Alexandre Saggiorat)

sábado, 12 de janeiro de 2019

Vênus Negra [2018]

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Por Abraxas

Riffs arrastados, densos, mas também recheados de fuzz, em compasso com o baixo pulsante e batidas rítmicas moldam o stoner rock da Vênus Negra, que viaja entre ondas psicodélicas e momentos doom. Com estes elementos, a banda de Natal (Rio Grande do Norte) experimenta diversas sonoridades no envolvente disco de estreia homônimo, já nas principais plataformas de streaming pela Abraxas Records:


Conterrâneos de outras duas forças do selo da Abraxas - Son of a Witch e Galactic Gulag - a Vênus Negra existe desde 2013. Hoje é Jônatas Barbalho (bateria), Gilson Sá (baixo), Williane Oliveira (guitarra) e Tomaz Jackson (guitarra), a formação que compôs e gravou o álbum no final do ano passado e, desde o início de 2018, se aventura em importantes festivais locais.

A gênese da Vênus Negra está na faixa “Sputnik 1957”, que também foi o primeiro single da banda. É uma música instrumental envolvida pela atmosfera cósmica, que faz alusão ao nome - Sputinik é o nome do primeiro satélite feito pelo homem a ser lançado na órbita da Terra, pela então chamada União Soviética, em 1957. Como pontua a banda, traz à tona “a sensação de navegar o desconhecido, com sentimento de espera pelas surpresas que esse universo misterioso tem a revelar”.

‘Aurora Austral’, ‘Rotação Reversa’, ‘Supernova’, ‘Pangeia’, ‘Nebulosa’ e ‘Perseidas’ são as outras faixas, que também combinam o stoner a outras facetas do rock psicodélico e pesado. Para a guitarrista Williane, a pluralidade da banda é a supernova da junção de distintas escolas musicais sob o nome Vênus Negra. “A banda nasceu de um desejo pessoal e, em seguida, incorporou amigos. Como o Gilson, que veio do Son of a Witch. Antes, estava envolvida com a cena black metal. O Jônatas traz a influência do post-metal e o Jackson veio do punk rock, com muitos riffs”, conta.


1 Perseidas
2 Aurora Austral
3 Sputnik 1957
4 Rotação Reversa
5 Supernova
6 Pangeia
7 Nebulosa

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Luiz Melodia - Pérola Negra [1973]

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Por Marco Aurélio Canônico em Folha de S. Paulo

Vinte e oito minutos. Esse foi o tempo que Luiz Melodia precisou para escrever seu nome na história da MPB, com as dez canções que compõem seu álbum de estreia, "Pérola Negra", lançado há 40 anos. Em menos de meia hora, vai do choro tradicional de "Estácio, Eu e Você", a primeira faixa, ao "Forró de Janeiro", a décima. Passa ainda pelo samba, rock, blues, soul, até foxtrote.

Tal variedade, somada à força das letras e da interpretação, causou grande impacto entre os artistas, críticos e intelectuais da zona sul carioca dos anos 70, reverberando a partir daí e garantindo ao disco, décadas depois, lugar cativo entre os melhores da MPB.

O que se ouve em "Pérola Negra" são as crônicas urbanas, o coração partido e a poesia incomum de um rapaz de 22 anos, negro, da zona norte do Rio --morro de São Carlos, no mesmo Estácio que, nos anos 1920, deu à luz o samba.

"Eu não tinha a fissura de ser artista. Gostava de tocar e de cantar, mas não pensava em ganhar a vida com música", diz Melodia, que recebeu a Folha em sua casa, em São Conrado, zona sul do Rio. "Tive a felicidade de estar na hora e no local certos quando uma mulher que virou minha amiga, a Rose, foi morar no morro. Ela conhecia muito os baianos, Caetano, Waly Salomão, Gal, todos eles."

Rose apresentou Melodia a Waly (1943-2003), que frequentava o morro para ouvir samba. O ano era 1971, e o rapaz do São Carlos já tinha um passado em bandas amadoras e em concursos de rádio, além de um punhado de composições que encantaram o poeta.

Agitador cultural nato, Waly Salomão introduziu Melodia à sua trupe tropicalista, incluindo o poeta e jornalista Torquato Neto (1944-72), que usou sua coluna "Geléia Geral", no jornal "Última Hora", para divulgar o "negro magrinho com composições interessantes, do morro do São Carlos".

"O Waly e o Torquato ouviram meu trabalho, outras pessoas da zona sul vieram saber, fiquei amigo de algumas, vira e volta descia o morro para tocar em reuniões na casa da Suzana de Moraes [filha de Vinicius] ou do [Jards] Macalé."

Nesses encontros começou a se destacar a canção"My Black, Meu Nego", que viraria "Pérola Negra" por sugestão de Waly, inspirado pelo apelido de um jovem gay da turma. O baiano, prestes a dirigir o show "Gal a Todo Vapor", instou Melodia a mostrar a pérola à dona do palco. "Fomos a ela num ensaio, peguei o violão e mostrei, e ela ficou apaixonada. Daí ficamos amigos, e ela falou: 'Vou pôr no meu disco'. Foi um acontecimento."

De fato, a reboque do sucesso de "Gal a Todo Vapor" --que lotava ininterruptamente o teatro Tereza Rachel, em Copacabana, e seria registrado em célebre disco ao vivo--, "Pérola Negra" estourou e jogou luz sobre seu compositor.

"A gente conheceu o Melodia em 1972, por causa da gravação da Gal. Foi o [arranjador] Perinho Albuquerque quem me disse que tinha um cara com umas músicas muito boas", conta o músico Roberto Menescal, àquela altura diretor artístico da principal gravadora da MPB, a Philips/Phonogram. "Saquei que já não era mais a bossa nova, a tropicália. Estavam chegando Raul Seixas, Sérgio Sampaio, Fagner. Fiquei de olho nessa turma. Quando o Perinho me falou, fui sacar as músicas do Melodia e o contratei."

Na época, o cantor passou a ser empresariado pelo poderoso Guilherme Araújo (1937-2007). "Eu tinha, de certa forma, costas bem quentes: ele tinha todo mundo, o Caetano, o Gil, a Gal. Me tornei o caçula, tinha todo um aparato em que confiei e que foi consistente."

Para um jovem desconhecido, vindo do morro, conviver com a turma do desbunde na Ipanema do amor livre e das "dunas do barato" foi um choque cultural. "Eu era um cara à parte da situação, era um menino. Lembro que, quando a Gal, aquela mulher linda e gostosíssima, sentava na minha frente de perna aberta, eu não entendia picas. E era uma coisa natural."

PAPA-ANJO

Em dezembro de 1972, quando entrou nos estúdios da Polygram, em Botafogo, para começar a trabalhar em seu disco de estreia, Melodia já tinha as dez composições próprias, criadas ao violão, que gravaria. Metade havia sido inspirada em uma mulher. "Foi um amor eloquente que eu tive, com 18, 19 anos. Era namorada do Waly Salomão, Deda --bem mais velha do que eu, tinha uns 28 anos, por aí. Ela era tipo 'papa-anjo'", diz o cantor, rindo.

"Ficamos amigos, tivemos uma relação muito rápida, depois ela parou com o Waly. Foi danado. Ela me inspirou bastante, talvez por ter sido a primeira mulher branca que eu namorei. Não sei se ela sabe que foi a musa do disco."

Deda era linda e fina. Ainda que os personagens não lembrem de que país vinha (Melodia diz que ela morava em Lima) nem de seu sobrenome. "Era argentina, se não me engano, tinha cabelo longo, loiro. O pai era cônsul, ela tinha um apartamento muito gostosinho na Lagoa, o Waly foi morar com ela", diz Jorge Salomão, irmão do poeta.

É fácil rastrear em "Pérola Negra" as canções nascidas do caso. E, à exceção da romântica "Magrelinha" --que Caetano Veloso regravaria em 2001--, as letras mostram que ele não acabou bem para o autor. "Quanto você ganha pra me enganar?/Quanto você paga pra me ver sofrer?", pergunta "Vale Quanto Pesa" (que ganhou versão do Barão Vermelho em 1996).

O drama chega ao ápice em "Farrapo Humano": "Eu choro tanto, escondo e não digo/Viro farrapo, tento suicídio/Com caco de telha, com caco de vidro". Veemente, a letra inicialmente foi vetada pela censura da ditadura militar, diz Melodia.

"Tinha um jeitinho que o Guilherme e a gravadora davam que não precisava mexer. Eles faziam as remandiolas deles lá e acabavam liberando." O "jeitinho" não funcionou com "Pra Aquietar", outra faixa cuja letra foi censurada.

O compositor não lembra o que incomodou os censores --a música fala de singelos passeios familiares à ilha de Paquetá, na baía de Guanabara--, mas diz ter reagido intempestivamente. "Com raiva, mudei a letra de imediato, botei qualquer coisa, só pelo som das palavras." Isso explica os versos "não posso pra lá, paraguaio para/menino de cá, faço o tempo parar".

"Pra Aquietar", que ganhou versão de Arnaldo Antunes, tem duas outras particularidades: é a faixa mais roqueira, com guitarra do então desconhecido Hyldon (que faria sucesso com "Na Rua, na Chuva, na Fazenda", de 1975), e é a única sem arranjos do baiano Péricles Albuquerque, o diretor musical do álbum.

VIOLÃO

"O Perinho fez um trabalho genial nos arranjos. Foi muito bacana como ele entendeu a coisa e passou para o papel, me ouvindo tocar as canções no violão", diz Melodia, que, curiosamente, não empunhou instrumentos na gravação. "Devido à autenticidade do meu violão, muita gente queria que eu tocasse no disco, mas não toquei. Achei que havia pessoas que fariam isso melhor do que eu."

O time convocado por Perinho para gravar "Pérola Negra" incluiu alguns dos melhores músicos de estúdio do país, como o baixista Rubão Sabino e o pianista Antonio Perna --o trabalho da dupla é particularmente notável na faixa-título e em "Magrelinha".

Houve ainda convidados pontuais, como Rildo Hora e sua gaita marcante em "Estácio, Holly Estácio" (que Bethânia já havia gravado, em seu disco "Drama", de 1972), os chorões do Regional do Canhoto em "Estácio, Eu e Você", com Altamiro Carrilho na flauta, e o guitarrista Renato Piau, que participou de "Farrapo Humano" e virou parceiro regular de Melodia.

O disco foi gravado no verão de 1973, em sessões diárias, das 9h às 15h. Ficou pronto em menos de dois meses, e sua mixagem original não agradou ao cantor. "Acho que a voz poderia estar num nível diferente, alguns instrumentos não se destacam tanto em algumas músicas", diz Melodia, que no dia desta entrevista ainda não havia ouvido a versão remasterizada do disco, lançada agora pela gravadora Universal em uma caixa com dois outros álbuns dele, "Felino" (1983) e "Pintando o Sete" (1991).

Sua capa, que ficou quase tão famosa quanto as canções, foi feita pelo fotógrafo Rubens Maia, velho parceiro de Melodia. Ela traz duas imagens: na base, cobrindo toda a área disponível, um monte de feijões pretos; em cima deles, no centro, uma foto do cantor dentro de uma banheira na vertical, segurando um globo terrestre.

O desgosto com a mixagem foi atenuado pela boa recepção crítica, que o levou a enxergar a obra com muita autoconfiança. "É um disco em que todas as músicas são geniais. Eu acho, e falavam para mim na época. Quando as pessoas ouviram, ficaram surpresas comigo, com minha idade, com a maneira como eu escrevia, com a intensidade." Não que a surpresa tenha se traduzido em estouro de vendas --a maior parte do dinheiro que Melodia recebeu então vinha da execução de "Pérola Negra" por Gal.

"Não foi um disco de boa venda, mas isso era normal", diz Roberto Menescal, que naquele 1973 emplacou vários novatos bons de crítica (Fagner, Sérgio Sampaio, Melodia), mas só um também de público: Raul Seixas. "O Fagner vendeu mil e poucos discos, o Melodia deve ter vendido por aí também, assim como o Sérgio Sampaio. Nenhum emplacou de cara, mas eu tinha certeza de que havia uma possibilidade boa de carreira ali. Não lembro por que não demos continuidade nele, algum problema deve ter havido."

Houve: Melodia diz que foi pressionado a gravar logo um segundo LP, e que não se sentia pronto em termos artísticos. Na contramão da variedade que eternizaria "Pérola Negra", sugeriram um álbum só com sambas, para poder vendê-lo com o rótulo de "sambista".

"O lance fonográfico era barra. Se pudessem, eles te usavam de maneira que você não mostrava sua arte. Queriam só números, e eu não estava viajando naquela onda." Mesmo iniciante, Melodia marcou posição --e pagou por isso.

"Quando viram que eu não ia gravar um novo disco, até porque eu não estava a fim, começou um choque com a gravadora, eu virei o cara difícil. Saí da Philips e já tinha as más línguas dizendo para não assinar contrato [com ele]. Começou uma coisa maluca de os caras não entenderem o que eu queria e começarem a me ver como difícil. Fiquei anos sem gravar."

Hoje um nome estabelecido na MPB, Melodia crê ter tomado a decisão correta. "Se eu abrisse mão e começasse a fazer um disco atrás do outro, não estaria no cenário musical como estou até hoje."


A1 Estácio, Eu E Você
A2 Vale Quanto Pesa
A3 Estácio, Holly Estácio
A4 Pra Aquietar
A5 Abundantemente Morte
B1 Pérola Negra
B2 Magrelinha
B3 Farrapo Humano
B4 Objeto
B5 Forró De Janeiro