segunda-feira, 31 de março de 2014

Camarones Orquestra Guitarrística - O Outro Lado [2014]

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Por Foca
publicado em 24 de fevereiro de 2014 no DoSol

2014 já começou frenético pro Camarones Orquestra Guitarrística, quarteto de rock instrumental potiguar. A tour do ano já vai com mais de 50 datas agendadas no Brasil, Uruguai, Argentina, Portugal, Espanha e Suiça e deve chegar a cem até o fim do ano. Aproveitando o embalo e preparando o grupo para o lançamento de mais um álbum de inéditas para 2015, a banda resolveu lançar agora em disco físico todos os outtakes e singles que foram disponibilizados online até o fim de 2013.

O nome do trabalho é “O Outro Lado” e mostra o Camarones em ação dividindo faixas com vários bandas da cena nacional: Macaco Bong, Canastra, Chimpanzé Club Trio, The Baggios e Talma&Gadelha. Além das parceiras “O Outro Lado” ainda apresenta duas versões, um tema da lenda Link Wray para El Toro e o divertido tema do filme Ghostbusters. A capa do trabalho ficou a cargo do ilustrador potiguar Filipe Marcus.

Durante todo o primeiro semestre de 2014 o Camarones Orquestra Guitarrística continuará soltando singles inéditos, culminando com a gravação de um full album no começo de 2015. Nos vemos nos shows!

sexta-feira, 28 de março de 2014

O OURO ACABOU

A criação artística está se popularizando, ainda bem!
 
Por Foca (tecladista do Camarones Orquestra Guitarrística)
publicado em 7 de janeiro de 2014 no Música Rock
 
Sabe o ouro? Aquele metal raro na natureza, bonito e reluzente, que justamente por ser raro tem muito valor? É na metáfora com o ouro que vou tentar explicar as relações com o fazer artístico nos dias de hoje.

Quantas vezes você já ouviu expressões do tipo: “não se fazem mais bandas como antigamente” ou “as músicas boas dos Beatles jamais aparecerão de novo”. A verdade é que essa análise é tão rasa e superficial que não precisa ir muito longe para derrubar essa tese. O que houve com o mundo? Ficamos burros dos anos oitenta para cá? Passamos a ser incapazes de compor uma música genial ou pintar um quadro incrível? A resposta me parece óbvia: é claro que somos capazes de fazer coisas incríveis e ainda melhores do que já foi feito.

Para falar de música, que é o meu fazer artístico principal, vou tentar explicar porque que eu acho que o mundo não ficou burro da noite pro dia. A tecnologia e as facilidades de acesso transformaram a arte numa atividade acessível e primordial na vida de todos os cidadãos.

Nos anos 60 e 70, época em que a maioria dos artistas pop do rock surgiram, dentre eles os incríveis Beatles, Led Zeppelin, Rolling Stones, Deep Purple e outras centenas de artistas, gravar um disco, entrar em estúdio, prensar um vinil e divulga-lo a ponto do trabalho se tornar popular era inviável pro cidadão comum. Esse trabalho era feito por enormes conglomerados do entretenimento que passaram a trabalhar a música como um produto. O monopólio do poder de convencimento criado em volta desses artistas somados a incrível habilidade artística desses trabalhos tornou esses discos clássicos e intocáveis na discografia de qualquer amante da boa música. Até hoje é meu fruto de pesquisa e fonte inspiradora. Sou fã incondicional de todos eles.

Para fazer um parâmetro com os dias atuais, quantos discos foram lançados nessa época? Quantas bandas tinham alguma visibilidade midiática para poder ser acessada pela população? Não é a toa que chamamos os anos 60 de “a época de ouro” da música (pop). Gravar discos era raro e para poucos, naturalmente o amor pela música, condição primitiva do ser humano, transformou àqueles escolhidos pelas gravadoras/produtores em monstros sagrados e intocáveis da música mundial. Aí entra a metáfora com o ouro que me fez escrever esse texto. A música pop como conhecemos nos anos 60/70 era movida por poucos artistas se comparados aos dias de hoje e me parece claro que com uma população global, pronta para consumir música em escalas abissais não era missão ingrata transformar 10.000 artistas lançados pelo mundo nesse período em lendas. Eles eram o ouro, os raros, os iluminados trazendo a genialidade para as pessoas normais. Tudo movido pela escassez de informação e acesso.

Claro, ninguém tira o mérito de álbuns absolutamente geniais na discografia do Pink Floyd ou dos Rolling Stones. A condição artística desses grupos está acima do bem e do mal. Mas o que será que aconteceria com um grupo como o Pink Floyd se ele aparecesse nos dias de hoje? Será que eles teriam as mesmas condições de se tornarem o OURO da música no mundo?

O fato é que hoje a criação artística está entrando no cotidiano das pessoas comuns. Comprar um computador e um violão, usar plugins e plataformas que os Beatles jamais tiveram e gravar um trabalho no quarto de casa é tão viável que tornou a criação um exercício pro cérebro e para alma. A arte tornou-se viável para qualquer pessoa que queira se expressar. Compre uma câmera legal pagando 1/20 do que você pagava pelo mesmo produto há 20 anos (com muito mais tecnologia), entre num tutorial no youtube sobre o assunto e em uma semana de estudos e alguma prática você já está batendo fotos lindas.

Quantos carregamentos diários de música tem uma plataforma como o SoundCloud? Será que não tem nada genial sendo carregado lá? Claro que tem, e muito. Só que agora a produção musical não vive mais a época da escassez. Encontrar um trabalho genial no meio de tanta oferta requer sorte e interesse pessoal. O álbum branco dos Beatles não vai chegar no colo das pessoas como chegava antes, numa exposição tão absurda que ficava impossível não ouvi-lo pelo menos uma vez, e como o trabalho é excelente tornou-se uma unanimidade. Teremos cada vez menos unanimidades. Entre os jovens, as preferências musicais dentro de um mesmo estilo são tão absurdas que mesmo eu, um estudioso do rock pelo mundo, não consigo acompanhar minimamente os grupos. Tem mil “Weezers” e “Foo Fighters” sendo consumidos e eu realmente nem saberia que essas bandas existiam até algum amigo me mostrar e eu gostar (junto com outras trinta). Virar fã incondicional de 3 ou 4 bandas como se fazia nos anos 60 é improvável. A Beatlemania já era.

A criação artística caminha a passos largos para a popularização extrema, onde todo mundo com algum exercício, repetição e interesse vai poder se expressar sem que isso seja necessariamente um bem de consumo pra outras pessoas. O ouro de outros tempos vai virar areia de praia, onde você vai poder sentar e construir seu próprio castelo, se relacionar com o parceiro ao lado sobre a obra e ficar feliz pela criação por si só, e não pelo resultado financeiro que aquilo vá acarretar.

Os criadores magníficos e inspirados ainda serão remunerados muito mais pelo conceito, relevância e meritocracia criado pelos próprios relacionamentos pessoais do que pelos mercados consolidados. O crowfunding já é um exemplo claro de como isso vai acontecer. O poder midiático ainda vai atuar em artistas cada vez menos envolvidos com cultura e muito mais envolvidos em entreter superficialmente as pessoas. Esse sim um novo mercado criado e consolidado a partir do final dos anos 70 e que funciona até hoje e vai continuar funcionando. As relações culturais diretas baseadas em shows, na exposição de artes plásticas ou num sarau serão a linha direta da afinação entre criadores. Por isso que shows estão cheios de músicos, saraus cheios de poetas e exposições cheios de designers. Todos nós viramos tudo, ninguém é só mais palco e ninguém é mais só plateia.

O Led Zeppelin ou o Van Gogh podem estar locados aí pertinho de você ou postando uma peça artística no seu facebook. Ou quem sabe você mesmo não é um artista em potencial? A época do ouro passou, ainda bem. Bem melhor agora. A expressão “viver é uma arte” nunca fez tanto sentido. Até a próxima.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Tim Maia - Racional Vol. 2 [1976]

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Por Marcel Cruz em SacundinBenBlog

Mal nos recuperamos da pancadaria do primeiro volume e Tim sai com outro muito mais violento! Estou me referindo ao segundo volume de Tim Maia Racional lançado em 1975/1976.

De fato surpreendente! Ao ouvir o primeiro volume é bem fácil de se pensar o seguinte : "- Caráááámba!!! O cara atingiu seu ápice aqui, acho que dificilmente conseguirá fazer algo mais poderoso que isso!"

Pois bem meus caros, ele conseguiu e com uma maestria de se admirar.

São mais nove faixas que continuam a série de "pregação" da doutrina Racional (embora ele diga, numa das composições, que não é uma doutrina). Uma faixa melhor que a outra, puro deleite auditivo no seu mais alto grau, e só pra constar, uma delas, a terceira especificamente, foi usada como parte da trilha sonora de Cidade De Deus. Não tenho muito mais o que discorrer a respeito, só digo que vale muito a pena, tê-lo, ouví-lo, possuí-lo, deglutí-lo, mamí-lo ops... rsrsrs. Então é isso...

"... Abra a porta e vá entrando, felicidade vai brilhar no mundo..."

terça-feira, 25 de março de 2014

Tim Maia - Racional Vol. 1 [1975]

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Por que Tim Maia Racional é um disco foda?
Por Thiago Rocha Kiwi
publicado em 23 de outubro de 2010 no Papo de Homem

Entre os fãs de Tim Maia paira ainda a eterna discussão sobre qual foi o melhor trabalho que o cantor produziu em vida. Apesar de ainda não haver um consenso, seus dois discos produzidos entre 1975 e 1976 despontam entre os favoritos da crítica e dos fãs: os obscuros e raros Tim Maia Racional Volumes I e II.

Para entender o que passava na cabeça de Tim quando ele produziu os dois álbuns, é bom conhecer primeiro como ele levava a vida.

Tim Maia nunca quis ser um exemplo a ser seguido. Pelo contrário, sempre fez questão de ser diferente e andar na contramão do mainstream. Um belo exemplo disso é que, enquanto os caras bonzinhos ganhavam dinheiro com as musiquinhas da Jovem Guarda, Tim ia contra a tendência e soltava sua voz misturando o soul e funk com samba e baião.

Durante toda sua carreira, Tim Maia sempre deixou claro aquilo que muitos artistas escondem: ele era um ser humano. E, como humano, errava, exagerava, xingava e sofria. Graças a essa personalidade, tudo aquilo pelo que Tim Maia passava era refletido em sua música.

Acontece que, em 1974, Tim acabou entrando em contato com a Cultura Racional, um grupo conhecido por divulgar as ideias escritas pelo carioca Manoel Jacintho Coelho no livro Universo em Desencanto. Em seus mais de mil livros, Manoel explica a criação do universo, da vida na Terra e o destino da humanidade.

Depois de ler o primeiro volume da obra de Manoel, Tim Maia, um cara que já havia passado por de tudo um pouco, alcançou a chamada Imunização Racional. Compreendeu o sentido da vida, de onde viemos e para onde vamos. Sua música nada mais era agora do que um instrumento para divulgar a causa Racional. Começou a usar roupas brancas e a tentar influenciar todos a lerem o tal do livro.

Como não conseguiu convencer seus empresários daquilo que, para ele e os Racionais, era a resposta de todas as perguntas da humanidade, Tim rompeu com a gravadora que lhe levou ao estrelato e criou seu próprio selo – Seroma (as três primeiras sílabas que formam seu nome de batismo, Sebastião Rodrigues Maia). Nos dois anos seguintes, lançou os discos que décadas depois virariam raridades.

O que faz dos dois volumes de Tim Maia Racional discos fodas não é, entretanto, a mensagem que o cantor divulga nas canções. Os álbuns são marcantes por trazerem um Tim Maia diferente daquele que o grande público conhecia. Tim não fumava, não cheirava e não bebia mais. A vida saudável permitiu que o cantor atingisse o máximo que sua voz podia render. Por acreditar na mensagem que transmitia, Tim cantava com paixão, dava o melhor de si por aquela causa.

Apesar de as vendas dos álbuns racionais terem sido um fracasso, algumas músicas ficaram marcadas entre os fãs e na história, como a clássica Imunização Racional, que traz nada menos do que o tradicional “Uh, uh, uh, que beleza”. Tim dá ainda uma de pastor americano cantando em inglês nas faixas “You Don’t Know What I Know” e “Rational Culture” (uma das minhas favoritas).

Tim e os músicos que o acompanham criaram um trabalho digno de um dos maiores nomes da história da música brasileira. Na faixa “Universo em Desencanto”, por exemplo, rolam quebras de tempo capazes de dar um nó na cabeça de qualquer um. Enfim, a qualidade musical do álbum é inquestionável.

A trip esotérica de Tim Maia, no entanto, não durou muito.

Após dois anos de dedicação e pregação das crenças da Cultura Racional nas ruas, nos morros e nos seus shows, Tim Maia acabou se desiludindo com Manoel e seus seguidores e abandonou o grupo. Recolheu os discos das prateleiras, tirou as músicas dessa fase de seu repertório e nunca mais tocou no assunto. Voltou também para as drogas e para a vida desregrada.

Segundo os próprios Racionais, que conheci no ano passado produzindo meu trabalho de conclusão de curso, Tim foi banido do grupo por exigir uma porcentagem do lucro das vendas do livro de Manoel. Já a versão de Tim é que Jacintho Coelho e sua seita são um bando de picaretas. Seja o que for, o julgamento não cabe a nós. O que vale mesmo é que a piração religiosa de Tim Maia deixou para os fãs da boa música uma obra de qualidade superior. Diferente do que Tim prega nas suas canções, não se preocupe em ler o livro, mas não deixe de ouvir o disco.

domingo, 23 de março de 2014

Di Melo [1975]

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Por Groove Livre

Não é de hoje que Pernambuco colabora com a qualidade da música brasileira. Em 1975, Di Melo lançava seu disco mostrando para o Brasil que o swing não ficava só no eixo Rio – São Paulo. Seguidor de Tim Maia e contemporâneo de Cassiano e Hyldon, só não ganhou mais destaque porque naquela época só a música de protesto tinha espaço. Curioso como hoje música de protesto é considerada música de bandido, mas isso é outro assunto.

“Di Melo” se tornou um álbum conhecido graças aos DJ que ficavam com os dedos grossos nos sebos em busca de raridade.

O disco abre pegando pesado na balada. “Kilariô” vem cheia de balanço e com baixo e metais destruindo tudo. “A Vida em Seus Métodos diz Calma” é um de seus hits, swing com uma letra que mistura humor e critica ao desespero. Aliás a critica existia muito na música de Di Melo, mas não ficava só no discurso “caminhando e cantando”. Falava dos problemas do ser humano comum. Mas ele não era filho de sociólogo e não fazia parte da máfia do dendê.

De volta ao chiado do vinil, “Aceito tudo” é o desabafo de quem chega na cidade grande, isso nos anos 70. Em um verdadeiro desabafo, o mestre diz:

“Ganho um solo ganho um colo só não quero ganhar cruz da escravidão
Do outro lado de tudo a matemática do absurdo
Não me troco por ninguém tenho honestidade não sou cabeçudo
Tenho a meia tenho a ceia e de melhor a alegria
Cresci sem nada e sem conhecer com muito trabalho aprendi a ler
Não conheci o meu avô nem o que foi nem onde andou
Só sei que a vida ou o mundo foi quem me desafiou”


Sob a influencia do tango vem “Conformópolis”, com uma letra poderosa de Waldir Wanderley da Fonseca. Em “Má-lida”, Di Melo diminui o ritmo mas não a lamentação. A faixa lembra muito o que seus conterrâneos faziam naquela época.”Sementes” é a mais tango de todas.

Entra “Pernalonga”, e o pernambucano volta ao groove – ainda bem. “Minha estrela” lembra um pouco a levada de “Kilariô”. “Se o mundo acabasse em mel”: só pelo titulo já vale. De quebra é uma canção repleta de frases fortes, como “Entrou em choque publicitário” – nada mais atual. “Alma gêmea” é aquele momento de lamentação e solidão, assim como o sambinha “João”. O disco fecha com “Indecisão”, “Tudo isso é pra quem pode/ nunca foi, nunca é pra quem quer/ tem gente que nasce pra ter/ e tem gente que vem pra cantar”, diz a letra.

Di Melo ainda está na ativa, assinando com o nome Roberto Melo.

E ninguém faz nada.

sábado, 22 de março de 2014

Tony Bizarro - Nesse Inverno [1977]

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Por Carlos Calado

Em 1977, depois de fazer parte da dupla roqueira Tony & Frankye, Tony Bizarro resolveu apostar na onda de black music que invadia o país e gravou o álbum Nesse Inverno, resgatado agora pela série Columbia Raridades, que o titã Charles Gavin produziu para a Sony. Ouvi-lo em 2001 provoca um efeito colateral: saudades do insuperável vozeirão de Tim Maia. Até que Bizarro não faz feio no papel de soulman. Com voz levemente rouca e a necessária atitude black, canta funks dançantes, como Não Pode (de Yara e Tulla), ou baladas românticas tingidas de soul, caso da faixa-título (parceria de Bizarro com Carlos Lemos).

Os arranjos de Lincoln Olivetti e Waltel Branco (que aparece erroneamente como Valter Branco, na precária ficha técnica da nova edição) esbanjam cordas, no melhor estilo disco, em faixas como Não Vejo a Hora (outra de Yara e Tulla) e Como Está Não Faz Sentido (do próprio Bizarro). Já a introdução de Que Se Faz da Vida (Yara e Tulla de novo) foi obviamente inspirada na trilha sonora que o norte-americano Isaac Hayes compôs para o filme Shaft. Difícil é engolir a versão funk de Adeus Amigo Vagabundo (de Frankye Adriano e Bizarro), um tributo piegas ao rolling stone Brian Jones, morto prematuramente em 1969, que soa fora de lugar (”tudo isso é passado, mas não podemos esquecer / que essa é a escola da vida e pagamos pra aprender / foi muito bom pra mim, mas bem melhor foi pra você”). Na verdade, é nas letras que o repertório de Bizarro mais falha.

Quem se der ao trabalho de usar uma lupa para ler a ficha técnica da contracapa original do LP (reduzida para caber no formato do CD), vai encontrar um elenco de músicos de primeira linha, como Lincoln Olivetti (piano elétrico, sintetizador e mini-moog), Robson Jorge (guitarra, órgão e clavinet), Mamão (bateria e harmonizer) e Zé Bodega (sax tenor), além da participação especial de Paulo Moura (sax soprano). O tempo acabou provando: como soulman, Tony Bizarro estava longe de ser um Tim Maia. Ainda assim, Nesse Inverno serve como veículo para uma reveladora viagem sonora pela década em que o pop brasileiro tentou virar black.

01 – Não Vai Mudar
02 – Nesse Inverno
03 – Quem Sou Eu, Quem É Você
04 – Não Pode
05 – Adeus Amigo Vagabundo
06 – Vai Com Deus
07 – Enquanto A Gente Viver
08 – Não Vejo A Hora
09 – Que Se Faz Da Vida
10 – Como Está Não Faz Sentido

quarta-feira, 19 de março de 2014

Eloy Fritsch - Mythology [2001]

 
Mega FLAC


Por Prog Brasil

Quinto disco solo do tecladista da banda Apocalypse. Este é o disco mais eletrônico de Eloy. As músicas são "baseadas na interpretação das características de cada um dos elementos mitológicos escolhidos" e narram a história de diversos deuses da mitologia mundial (grega, romana, brasileira, maia, oriental etc), possibilitando a criação de faixas sinfônicas e solos virtuosos. Junte a isso um equipamento de dar água na boca à qualquer músico e um encarte rico em informações e desenhos e temos neste CD uma aquisição obrigatória para os admiradores de boa música e presença certa na discoteca dos fãs da vedadeira música eletrônica. Eloy não precisa mais provar que não fica nada a dever aos melhores tecladistas estrangeiros: ele é um dos melhores. A faixa Atlantis já entrou para a história da música eletrônica, enquanto Aphrodite é uma balada com piano e as influências costumeiras de Vangelis (aliás, quem o Grego não influenciou?). Shiva mostra um trabalho percussivo de extrema beleza, tonando-se um dos pontos altos do disco. Mythology é para ser ouvido muitas e muitas vezes.

Músicas

1 - The Creation
2 - Inti
3 - Assur
4 - Curupira
5 - Aphrodite
6 - Shiva
7 - Isis
8 - Asgard
9 - Atlantis
10 - Excalibur
11 - Jupiter
12 - Kinich-Ahau
13 - Yang & Yin
14 - Quetzalcoatl
15 - Mermaids

segunda-feira, 17 de março de 2014

Violeta de Outono - Ilhas [2005]

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Por Aaron M.
publicado em 4 de agosto de 2005 no Território da Música

Não se trata propriamente, embora muitos possam pensar, de mais um retorno de uma banda cuja carreira ficou marcada nos anos 80, mas este álbum quebra um silêncio de 6 anos do trio formado por Fábio Golfetti (guitarra e vocal), Angelo Pastorello (baixo) e, particularmente no álbum, por Gregor Izidro (bateria). Particularmente porque Cláudio Souza, o baterista da formação original, já retornou à banda.

“Ilhas” apresenta uma bela produção musical, assinada por Fábio e Angelo, e foi gravado e mixado no início deste ano. O álbum traz a típica sonoridade do grupo: rock setentista, Prog-Rock, apesar de demonstrar um certo distanciamento, benéfico e oportuno, da psicodelia. Vale citarmos também as boas participações do tecladista Fábio Ribeiro (Shaaman) e da vocalista Naide Patapas, além do percussionista João Parahyba, que já trabalhou com Jorge Benjor, César Camargo Mariano e Milton Nascimento, entre outros.

Destaques para uma das três músicas instrumentais presentes no álbum, a faixa de abertura “Línguas de Gato em Gelatina” (homenagem do trio ao grupo inglês King Crimson), a ‘pinkfloydiana’ “Mahavishnu”, “Estrelas”, definitivamente a melhor do álbum, “Eclipse” (com um belíssimo solo de Fábio) e ainda, “Transe” e Jupiter”, ambas apresentando a típica sonoridade setentista da banda.

“Ilhas” é um ótimo álbum que dá a oportunidade aos mais novos de conhecer todo o talento deste importante trio brasileiro.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Durval Discos [2002]

Yandex 128kbps


Por Marcos R T em Dizz Music

Durval Discos é praticamente uma trilha sonora, e sua história pode ser contada de dois lados – como nos discos de vinil – o lado A e o lado B. O lado A é simplesmente a vida de um proprietário de uma típica e tradicional loja de discos do bairro de pinheiros em São Paulo, onde seu estilo de vida é remetido aos saudosos anos 70, quando os próprios discos foram objetos de desejo e também um presente de luxo. O Filme se passa em 1995, época em que a indústria fonográfica decidiu parar de fabricar os bolachões e aderir definitivamente à febre do CD. Durval (Ary França) fez resistência e decidiu não comercializar o tão falado CD – que para ele era algo inferior ao LP. Durval Discos é aquela típica loja de bairro, onde há vinte ou trinta anos atrás eram vistas em várias esquinas – contendo cartazes, discos e souvenires nas paredes. A loja fica junto a casa, onde mora com sua mãe Carmita (Etty Fraser), que de vez em quanto transita pelas prateleiras de discos com sua vassoura. Levando o estabelecimento de forma pacata, Durval guarda suas relíquias – e com a venda em baixa conta com fregueses ilustres. O Ambiente é preenchido com LPs de artistas nacionais e internacionais, mas sua trilha com pérolas da MPB acaba sendo um ponto alto do filme. O Lado B começa a mudar a vida dessas duas pacatas pessoas, quando aparece Célia (Letícia Sabatella) aceitando trabalhar de doméstica na casa por um mísero salário – que não chamou à atenção dos dois. Já no segundo dia, Célia pede uma folga e não aparece mais, deixando Kiki (Isabela Guasco) e um bilhete. Os três acabam se envolvendo num laço familiar onde a história toma outro rumo, ganhando uma trilha mais tensa, quando a personalidade de ambos começa a mudar, se prendendo um ao outro, motivados pelo aparecimento de Kiki. Durval não consegue conter seu ciúme, enquanto dona Carmita lembra a mãe dominadora de Norman Bates no filme Psicose –, e isso só é lembrado pelo tom obsessivo que a história vai trilhando. As coisas só pioram quando eles assistem um noticiário de TV. A Trilha sonora do lado A foi escolhida pela diretora do filme Anna Muylaert e pelo produtor musical Pena Schmidt, e o lado B composto por André Abujamra – que participou do filme com o personagem Fat Marley. O DJ Theo (Theo Werneck) é o cara que compra os dois LPs de Tim Maia, a qual imunização racional (Que Beleza) é tocada duas vezes no filme, e não está na trilha sonora original. Só é tocada duas vezes a “Mestre Jonas”, na versão dos Mulheres Negras e na versão de Sá, Rodrix e Guarabyra. As Brasileiríssimas “Preta Pretinha” e “Besta é tu” dos novos baianos. “London London” de Caetano Veloso, cantada na voz de Gal Costa. Num olhar atento ao filme, seus fregueses de 1995 pareciam debochar o fato de Durval resistir ao CD. Mas se o filme for visto hoje, a profecia do vendedor parece ter concretizado – e é uma situação que virou o jogo. Ponto para o LP.


quarta-feira, 12 de março de 2014

Felipe Arcazas - Nahuatl [2012]






A música de Felipe Arcazas é caracterizada por ritmos cadenciados, paisagens sonoras e grooves desérticos. Suas influências vão desde o Stoner Rock até o Jazz. Com passagens extremamente psicodélicas, lotadas de sintetizadores; Sua proposta é, na verdade, um convite ao ouvinte para uma viagem ao deserto. Música crua e sincera, às vezes relaxante, às vezes agitada, no final, não importa. O objetivo é fazer com que a pessoa experimente as mais variadas sensações que um dia no meio do deserto pode lhe proporcionar! Arcazas começou a trabalhar em seu projeto solo em 2010, e, em abril de 2011, lançou seu primeiro EP, Induction To The Subconscious, com cinco faixas, e um som mais calcado no Stoner Rock, porém, com toques de Samba e Post-Rock também!

terça-feira, 11 de março de 2014

Guilherme Lamounier [1970]

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Por Joe Strume do blog Rock de Plástico

GUILHERME LAMOUNIER, alguém aí conhece?

Eu não conhecia até estar com o primeiro LP dele nas mãos. “Originalão”, numa linda edição MONO! O disco ali, capa sanduíche padrão Odeon 1970, e eu vendo o preço na primeira casa das 3 unidades.

Mas estava sentindo algo pelo disco. Algo tão grande a ponto de instigar exclamações de minha companheira naquela jornada, ocorrida no sebo central de Goiânia:
- Vai pagar isso tudo neste disco?!

Eu pensei ½ segundo e disse que sim, que valia a pena na base da troca.

E ainda no Centro-Oeste fiz questão de tirar a prova.
É que na casa do meu irmão tem um Sony 4×1 dos melhores que saíram nos anos 90. Então veio a primeira faixa:
- Uai, um negócio orquestrado? Puuutz, mas que vozeirão!

“Linda” é o nome da faixa. E linda é a música. No fim já noto o clima groove.
Que venha a segunda: Roberto Carlos não era o único cantor de peso em 1970. Guilherme Lamounier também era.

Na faixa seguinte já virou festa. Uma maravilhosa linha de baixo, metais vêm em brasa, e o cara mandando ver. Adiante algo romântico, mas também de acento groove. Eu já estava embasbacado com o disco:

- Será que é tudo bom assim?!

Começa a quinta faixa e última do lado A: A casa onde ela mora. Vou dizer viu! Difícil alguém ficar parado com um petardo desses! No final Guilherme deslancha em inglês. Fechou: o lado A paga a metade do disco.

Disco virado e a primeira interrogação:
- Esta não é a música do Tim Maia?
Sim meu caro, é Cristina noutra interpretação, mas não deve nada!

Depois um desbunde, a música Febre, a única com orquestrações de (Dom) Salvador, papa dos arranjos em fins dos anos 60. Um “bluesaço”, com direito a guitarra fritada e tudo! Bonito de ver.
A letra da faixa seguinte diz: Tenho que achar alguém pra secar as lágrimas que caem do meu coração. Eu não digo mais nada.

Um defeito desses discos da Odeon é não trazerem a relação dos músicos que tocaram. Mas a contracapa do LP de Guilherme traz uma recomendação de Carlos Imperial, figura essencial na Jovem Guarda. Ele começa e termina o texto assim:

“Guilherme Lamounier nasceu da necessidade de renovação da nossa música. (…) Prometo que ele não vai usar roupas de lamê, não vai gravar música rimando “quero o teu amor” com “preciso do teu calor” e nunca levará sua mãe para ser homenageada na TV. Só isso já é um progresso.

Eu poderia falar mais deste disco, mas não vou fazê-lo. Vou deixar apenas uma informação que muito chama a atenção: Guilherme Lamounier tinha 19 anos quando o disco chegou às lojas. Vale quanto pesa.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Made In PB - Réquiem Para O Circo [1976]

 Yandex 320kbps


Faixas:
01. Declamação (Zé Ramalho da Paraiba)
02. Anjo Branco (Ave Viola)

"Réquiem para o circo - Made in PB", lançado em 1976 e que tem a participação de Zé Ramalho, declamando o "Monólogo do Palhaço" uma adptação do Asilo de Petersen por Luis Carlos Vasconcelos, direção e produção de Eduardo Stuckert.

O compacto é em formato de poster sua capa abre em quatro partes, possui um livreto com 24 paginas ! em duas delas pela primeira vez Zé Ramalho falou sobre os segredos do Ingá, e seu albúm Paêbirú produzido com Lula Côrtes.


"O Circo viveu por dois anos durante esta tempo fez o possível para ser fiel à ideía que lhe deu origem. Debaixo do toldo que por algum tempo coloriu uma de nossas avenidas muitas coisas aconteceram.

Houve representações de Teatro; houve concertos de música popular e também Erudita. Houve cantorias a viola, exibições de capoeira e de Bumba meu Boi; nele foram ouvidos os cantos de xangô e de Jurema.

O folclore fazia contraparte com as expressões refinadas da cultura, para que todos os gostos fossem servidos, conferencias, debates, exposicões de arte, havia também bailarinas semi-nuas que rebolavam ao ritmo quente das batucadas. Forrós pelo São João e festas de Natal à luz de velas; carnavais. Beethoven confraterniza com Paulinho da Viola e Luiz Gonzaga fazia duetos com Brahms.

Por dois anos o Circo tentou fazer cultura viva, a cultura alegre e sensual que dá encanto à vida.

Quem sabe dos seus escombros pode surgir uma nova casa de cultura, não a cultura de gravata, mas a cultura amena que faz alegria de viver..."

Texto extraído do encarte do Compacto.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Solis - Gemini [1999]



Os anos 70 foram prósperos para a arte em geral, especialmente para a música. Nunca se viu tamanha variedade de sons, estilos e de bandas que apareceram por todo o mundo. O Solis resgata esta época brilhante com este seu primeiro disco. Belas passagens de violão de Marcos (finalizando um doutorado) e ótimas guitarras (pesadas e melódicas), aliadas a um vocal (Ricardo) que remete aos Secos & Molhados. Adicione a isto, um estilo próprio delineado pela bateria e pela música cantada em francês! Com certeza a suíte Solis Invicts Mitra é uma das melhores faixas gravadas em 1999.

Músicas: 
1 - Sete Luas de Andrion 11:54, 
2 - Alma Gêmea 09:52, 
3 - L'Essence 02:15, 
4 - Solis Invicts Mitra (I. Ahura Mazda, II. Vendidat - Ritos de Purificação, III. Yasth - Hino a Mitra, IV. Yasna - Sacrifício do Fogo, V. Vispered - A Guerra Justa, VI. Solis Invicts Mitra, VII Ahura Mazda - Conclusão) 16:27

Músicos: 
Marcos Pinho (Guitarra e Violão 6 e 12 Cordas), 
Ricardo Figueiredo (Voz e Teclados) e 
Sérgio Augusto (Bateria)

terça-feira, 4 de março de 2014

Absurdo - Crepúsculo no Cretáceo [1998]

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Por Prog Brasil

Sabemos que existem dezenas de bandas que ficam apenas no ensaio e nada registram. Uma pena pois verdadeiros talentos podem ficar ocultos. A banda Absurdo começa a dar os primeiros sinais de que quer sair deste anonimato. O registro deste seu disco nos brinda com várias influências (Zappa, Pink Floyd) além dos vocais sententistas característicos da época (a faixa título um hard rock anos 70 com direito a Hammond). Ainda há espaço para o blues em Aventuras Noturnas, uma balada ao estilo Satriani em Quebra-se o Cristal, com o melhor momento do sax no disco. Gravações e violão a la Floyd em A Distância e um Rock 'n' Roll para as rádios em Olho Vermelho. Uma pena que a gravação esteja ruim.

Broks - guitarra, violão, voz, percussão, arranjos, mixagem, capa
Léo Ramalho - teclados
Otávio Ribeiro - baixo
Sérgio Rouver - sax alto
Luiz Edurado (Jaca) - bateria
Musico convidado: Léo Teixeira - baixo em Olho Vermelho