terça-feira, 29 de setembro de 2015

Heróis da Guitarra [2013]

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Músicas:

1. Mystical Passages (Gustavo Guerra)
2. Attack of the Killer Swans (Joe Stump)
3. Metal Running (Denison Fernandes)
4. Mississipi's Mouse (Tatiana Pará)
5. Hot Pipe (Dalton Santos)
6. Wall Ride (Mello Jr)
7. Space (Heraldo Paarmann)
8. Guitar Experience (Michel Top)
9. My Love (Mike Kerr)
10. Motocross Dancing High Speed (Jota Vox)
11. Joke (Jon Neto)
12. Speed Guitar (Roger Franco)
13. Once Upon a Time (André Viegas)
14. In the Rush (Ricardo Soares)
15. Fun to Play (Wagner Silva)
16. Nuctemeron (Kiko Shred)
17. The Dreams Will Come True (Marcelinho Alvix)

domingo, 27 de setembro de 2015

Heróis da Guitarra [2010]

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Segundo álbum do projeto Heróis da Guitarra. Vale destacar, com exceções a Jota Vox, Ricardo Soares e Michel Top, são artistas estreantes nesses novo álbum, totalizando 14 novos guitarristas.

Músicas

1. Força vital (Frank Solari)
2. Three days (Ricardo Martins)
3. Baião country (Mozart Mello)
4. Prodigy (Jota Vox)
5. High tension (Ricardo Soares)
6. Cool ways (Michael Top)
7. I'm up (Will Carv)
8. The fire (Mike Kerr)
9. Rain (Tiago de Moura)
10. Dedication (Ricardo Areas)
11. Canguru blues (Marcinho Eiras)
12. Inspiration (Téo Dornellas)
13. De joelhos (Fred Andrade)
14. Kokoro ni kissu (Rodrigo Rodrigues)
15. Linha d'água (André Hernandes)
16. Swagneetto (Wagner Fulco)
17. O vento encantado (Marcos De Ros)

sábado, 26 de setembro de 2015

Heróis da Guitarra [2009]

 
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Heróis

É interessante observar que a maioria das pessoas quando se deparam com a palavra “heróis”, automaticamente subentendem como “melhor”, imaginando inconscientemente como se fossem sinônimas. Talvez isso ocorra baseado em suas concepções e preferências nos “super heróis”dos quadrinhos e desenhos animados, porém a origem etimológica da palavra é bem diferente. Do latim heros, é uma figura que reúne em si os atributos necessários para superar de forma excepcional um determinado problema de dimensão épica. Ou seja, é alguém que consegue apesar de obstáculos de grande dimensão, chegar onde quer. Viver de música no Brasil é uma verdadeira odisséia. Quando se trata de música instrumental, o grau de dificuldade se eleva em um grande percentual. Olhando por esse prisma, todos os artistas que trabalham com música instrumental são verdadeiros “Heróis”, matando cada dia um leão em busca de um lugar ao sol. Dentro dessa idéia foi concebido o título desse projeto, “Heróis da Guitarra”.

O Projeto

A idéia do projeto surgiu há alguns anos, e desde o início tínhamos como meta principal a divulgação e o fortalecimento da música instrumental no Brasil. Na Expomusic 2008 em um bate papo descontraído durante um almoço, Ricardo Soares dividiu com os produtores Jota Vox e Michel Top o que tinha em mente. Soares já tinha conhecimento do grande trabalho de produção dos dois e imaginava que muitas idéias poderiam ser agregadas por ambos, e foi o que aconteceu. Depois de inúmeras reuniões via MSN e várias trocas de e-mail, o projeto foi tomando forma. As idéias foram se somando cada vez mais, e fomos trabalhando em silêncio com o intuito de fazer um grande “barulho”. A idéia era fazer um trabalho que chamasse a atenção em todos os aspectos, não só pelos participantes envolvidos, mas também pela arte, fotografia, vídeos, além de todo o conteúdo do site, MySpace, Youtube, etc. Percebemos então que precisávamos de um profissional no assunto, foi aí que chegamos ao Celso Wolfe (web design), que prontamente abraçou o projeto, vindo a somar na produção do mesmo. Atualmente o HDG é produzido por Michel Top e Jota Vox.

Os Participantes

Tendo em mente que inúmeros guitarristas brasileiros se enquadram na concepção de “heróis”, percebemos que seria completamente inviável ter todos participando dessa 1ª edição, por isso decidimos fazer o projeto anual, renovando a cada ano a lista de participantes.


Músicas

1. Mad Dog (Edu Ardanuy)
2. The Greastest Battle (Sydnei Carvalho e Alex Martinho)
3. A Procura (Ozielzinho)
4. For You (Jota Vox)
5. Black Coffe (Fabio Kufa)
6. Who's Next ? (Marcelo Barbosa)
7. Highway (Ricardo Soares)
8. Hero (Michel Top)
9. Friends (Roger Franco)
10. Under the Skin (Lucas Fagundes)
11. OO (Daniel Piqué)
12. Bordão em Ré (Zé Filho)
13. New Face (Issac Negrene)
14. Talking (Ricky Furlani)
15. Só o Quimba (Bruno Albuquerque)
16. Spiritual Lesson (Gustavo di Padua)

sábado, 19 de setembro de 2015

Lado B - O Rock paraense dos anos 80 [2015]



A cena musical vivida atualmente trás consigo a herança do primeiro “boom” do rock independente vivida na cidade de Belém do Pará entre as décadas de 80 e 90, sendo precursora de um grande movimento que continua a influenciar o rock produzido na cidade atualmente. Lado B – O Rock paraense dos anos 80 vem resgatar memórias e histórias da época.

Lado B - O Rock paraense dos anos 80 é um documentário paraense com filmagens iniciadas em 2012, dirigido por Janine Valente e produzido como material independente universitário pelo Instituto de Ensino Superior da Amazônia - IESAM. 

Data de lançamento: julho de 2015 
Direção: Janine Valente
Duração: 29m 49s
Roteiro: Janine Valente
Produção/filmagem: Lucas Monte
Edição: Arthur Farias, Lorena Souza e Victor Santos 
Edição de áudio/sonoplastia: Mauro Seabra.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Tim Maia [1973]

Mega FLAC


Por Rodrigo Mattar no A mil por hora

O papa da soul music do Brasil lançava, no começo de sua brilhante trajetória na música brasileira, pelo menos um disco por ano, conforme o contrato assinado com a Philips, que ele chamava de Flips. Tim Maia, além de ser o mais popular dos artistas da gravadora, era também o mais querido pelos funcionários, especialmente os tão doidões quanto ele, que aceitavam alegremente os “presentinhos” que ele distribuía quando ia ao escritório da multinacional holandesa, no prédio do Cineac-Trianon, Centro do Rio de Janeiro.

Em 1973, saiu do forno o quarto álbum auto-intitulado, que tinha como missão repetir o sucesso dos dois primeiros lançados em 1970 e 1971 e, principalmente, fazer esquecer a menos inspirada safra do terceiro trabalho, onde se salvaram apenas a pedrada-funk “Idade” e a linda regravação da balada “O que me importa”, de Cury, um antigo compositor da Jovem Guarda. Nem a releitura de “These are the songs”, já conhecida de um compacto dividido com Elis Regina, salvou o disco de 1972 de ser um campeão de encalhes.

Refeito do fracasso, Tim Maia trabalhou como nunca na concepção do quarto disco – último do contrato com a Philips, porque depois brigaria com a gravadora para assinar com a RCA-Victor. Manteve a linhagem samba-soul e apostou no romantismo das baladas para trazer, com arranjos do mestre Waldyr Arouca Barros, um dos seus melhores discos da carreira.

É claro que os fãs mais extremados vão exaltar faixas como “Música no ar”, “Compadre”, “Até que enfim encontrei você” e “Over again”, esta cantada em inglês. Mas os grandes destaques são dois dos maiores sucessos da carreira do artista: a sensacional “Réu Confesso”, feita para Janete de Paula, paixão do cantor/compositor à época. Em tom confessional, o mulato da Tijuca dá um show de suingue.

Venho lhe dizer se algo andou errado
Eu fui o culpado, rogo o seu perdão
Venho lhe seguir, lhe pedir desculpas
Foi por minha culpa a separação

Devo admitir que sou réu confesso
E por isso eu peço, peço pra voltar
Longe de você já não sou mais nada
Veja é uma parada viver sem te ver

Longe de você já não sou mais nada
Veja é uma parada viver sem te ver
Perto de você eu consigo tudo
Eu já vejo tudo peço pra voltar

O outro grande hit deste disco de 1973 é do velho amigo Edson Trindade, dos tempos da pensão do pai de Tim, Altivo, e da rua do Matoso. “Gostava tanto de você” também foi escrita e composta na linha confessional, de “sofrência e cornitude”, uma homenagem de Edinho à Meire, grande amor da juventude do compositor. E muita gente achava que essa era uma música que falava de uma filha de Tim – nada menos exato, pois Tim Maia só teve filhos homens. Mais uma que foi para o terreno das lendas urbanas da MPB.

Não sei por que você se foi
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele adeus não pude dar

Você marcou na minha vida
Viveu, morreu
Na minha história
Chego a ter medo do futuro
E da solidão
Que em minha porta bate

E eu
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você

Eu corro, fujo desta sombra
Em sonho vejo este passado
E na parede do meu quarto
Ainda está o seu retrato
Não quero ver pra não lembrar
Pensei até em me mudar
Lugar qualquer que não exista
O pensamento em você

E eu
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você

Outras faixas que merecem destaque são cantadas em inglês: o funkaço “Do your thing, behave yourself” e a bossa “New love”, linda música composta por Tim Maia nos tempos de imigrante nos EUA com Roger Bruno, que conheceu na época em que chegou a montar um grupo vocal chamado Ideals. Tim, que na época assinava Tim Jobim nas correspondências que trocava com o amigo Erasmo Carlos, intitulado Erasmo Gilberto, nunca esqueceu a paixão pela Bossa Nova, tanto que depois, perto do fim da vida, gravaria e eternizaria vários dos clássicos do gênero com sua voz aveludada de trovão.

Que pena que hoje não temos mais artistas com o caráter, o deboche, a alegria, a potência vocal, o suingue e a criatividade de Tim Maia.


Músicas

A1. Réu Confesso
A2. Compadre
A3. Over again
A4. Até que enfim encontrei você
A5. O balanço
A6. New love (Roger Bruno/Tim Maia)
B1. Do your thing, behave yourself
B2. Gostava tanto de você (Edson Trindade)
B3. Música no ar
B4. A paz no meu mundo é você
B5. Preciso ser amado
B6. Amores

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Tim Maia [1972]

Mega FLAC


Por Música da MPB ao Rock

1972, um ano musicalmente máximo. Isso porque surgiu discos excitantes, tanto no Brasil como ao redor do mundo. Por aqui no país tropical, vimos "Expresso 2222", de Gilberto Gil (que voltava do exílio em Londres, após três anos), "Roberto Carlos" (Que trouxe sucessos como "A Janela", "A Distância", a religiosa "A Montanha" e o clássico "Como Vai Você, de Antônio e Mário Marcos), Transa (Do também exilado Caetano Veloso,que voltou a sua nação), e também vimos outras excelentes obras-primas que não obtiveram sucesso, como Wilson Simonal (Se Dependesse De Mim), Ivan Lins (Quem Sou Eu ?) e Tim Maia (Tim Maia, de 1972). Tim estava em uma boa fase de sucesso,seus dois lps obtiveram grande repercussão de crítica e alta execução de vendagem tanto que chegava a ser tratado como um príncipe dentro da Polydor, selo pertencente á gravadora Phonogram. Tanto que chegou a ser mencionado pelo então presidente André Midani como o maior vendedor de discos da companhia. E foi com esse prestígio que Tim entrou nos estúdios em 1972 para gravar o seu terceiro long-play, no qual apostou que lançaria diversos hits nas rádios, igual aconteceu com seus dois álbuns anteriores. De fato, o álbum é ótimo, só que não manteve o mesmo pique dos outros, mas trouxe pelo menos dois sucessos, como "Canário Do Reino".

Além disso, o álbum trouxe boas faixas, que porém não obtiveram muita repercussão,como a regravação de "These Are The Songs" (Que havia sido gravada em dueto com Elis Regina,nos idos de 1969), as músicas compostas em inglês pelo agitado Tim,como "My Little Girl" e "Where Is My Other Half", músicas violentas como "O Que Você Quer Apostar ?", "Já Era Tempo De Você", uma das melhores baladas da Jovem Guarda "O Que Me Importa" e a triste "Lamento' (Que é a mesma da versão "Where Is My Other Half'), mantendo a estrutura da fusão "Funk-Soul-Baião", que era a mesma dos discos Tim Maia (1970) e Tim Maia (1971). Mas vale muito a pena escutá-lo ao todo, pois sem dúvida é um disco em que o grande mestre do Soul pode mostrar a sua versatilidade.


Músicas

A1. Idade
(Tim Maia)
A2. My Little Girl
(Tim Maia)
A3. O Que Você Quer Apostar
(Tim Maia)
A4. Canário do Reino
(Carvalho, Zapata)
A5. Já Era Tempo de Você
(José Carlos de Souza, Rosana Fiengo)
A6. These Are the Songs
(Tim Maia)
B1. O Que me Importa
(Cury)
B2. Lamento
(Tim Maia)
B3. Sofre
(Tim Maia)
B4. Razão de Sambar
(Tim Maia)
B5. Pelo Amor de Deus
(Tim Maia)
B6. Where Is my other Half
(Tim Maia)

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Tim Maia [2014]



Por Marcelo Forlani no Omelete

Só tem um jeito de não gostar de Tim Maia: não conhecendo Tim Maia. Antes de virar o "O Rei do Soul do Brasil" ou "Síndico", Sebastião Rodrigues Maia (1942 - 1998) era apenas Tião da Marmita. Sua transformação em Tim Maia e algumas das mudanças que ele trouxe para a música brasileira estão presentes em Tim Maia (2014), cinebiografia dirigida e roteirizada por Mauro Lima (Meu Nome Não é Johnny, Reis e Ratos) e que tem Robson Nunes e Babu Santana dividindo o papel do protagonista na juventude e já na sua idade adulta.

A vida do cantor e compositor, tão famoso pelas suas músicas quanto pela sua fama de encrenqueiro e furão, é cinematográfica desde que começou, no Bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. Fiel aos seus objetivos, ele sempre soube driblar os problemas (como a falta de dinheiro) e conseguir o que queria. E contar a sua história é também mostrar um trecho importantíssimo da música brasileira. Passam pelo filme figuras como Roberto Carlos (George Sauma), Erasmo Carlos (Tito Naville), Rita Lee (Renata Guida), Nara Leão (Mallu Magalhães) e Carlos Imperial (Luís Lobianco), além do dono da voz em off que narra tudo, Fábio (Cauã Reymond), músico que tocou por 30 anos ao lado de Tim Maia e acaba representando várias outras pessoas que em algum momento viveram (e sobreviveram) para contar história.

O roteiro de Mauro Lima se baseia no livro Vale Tudo: O Som e a Fúria de Tim Maia, de Nelson Motta, mas também pega material de Até Parece Que Foi Sonho - Meus 30 Anos de Amizade e Trabalho com Tim Maia, de Fábio, além de entrevistas que o próprio cineasta e a roteirista Antônia Pellegrino fizeram com músicos e pessoas que foram próximas a Tim. Histórias não faltavam e, apesar das longas 2h20 de duração do filme, eles foram até que sucintos ao mostrar a infância dura, a descoberta da música na adolescência, a realização do sonho de morar nos Estados Unidos (onde teve seu contato com a soul music e o movimento negro - até ser preso e deportado), a insistente busca pelo sucesso musical, a mágoa com Roberto Carlos, o (enfim!) sucesso, as drogas que o sucesso proporcionaram e seu fim melancólico aos 55 anos.

O roteiro ainda acerta na hora em que coloca Tim compondo algumas de suas canções e escapa da tentação de transformar em diálogo estrofes de suas músicas - vício presente em várias cinebiograficas musicais. A reconstituição histórica das ruas e figurinos e o drama todo por que Tim Maia passou são apresentados de forma hollywoodiana. E se George Sauma pesa demais a mão na sua imitação de Roberto Carlos, tanto Robson quanto Babu acertam o tom - tanto o pessoal quanto o musical. Robson faz escada e constrói o personagem e deixa para Babu o trabalho de transformá-lo com o sucesso, as mulheres (condensadas no papel da lindaAlinne Moraes), a religião, a bebida e as drogas. Na hora de cantar, há apenas uma cena em que a dublagem de Robson fica mais evidente, sobrando elogios para a forma como eles conseguiram mimetizar os trejeitos do cantor no palco.

A porralouquice do estilo de Tim Maia, seu humor e todo o folclore em torno do músico fazem o resto e ainda deixam de lição de casa a gostosa tarefa de ler mais, descobrir mais e ouvir mais suas músicas. E, assim, gostar ainda mais de Tim Maia.


Diretor: Mauro Lima
Roteiristas: Mauro Lima e Antonia Pellegrino
Produzido por: Rodrigo Teixeira
Elenco: Babu Santana, Robson Nunes, Alinne Moraes, Cauã Reymond e Luís Lobianco, entre outros

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Esteban - ¡Adiós, Esteban! [2012]

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Por Fábio Gudolle no cogumelo do zebu

Nunca me interessei pela banda Fresno. Lembro quando estouraram na infelizmente extinta Trama Virtual... Ah! Que tempos bons da Trama, quando ficava a tarde inteira descobrindo bandas nacionais desconhecidas.

Bem, a Fresno veio naquele modismo das chamadas bandas “emo”. Sempre achei uma besteira esse rótulo. Afinal, eles têm influencia do rock alternativo americano (como Anberlin, The Get Up Kids, Dashboard Confessional, Jimmy Eat World, etc) que cantam sobre amor sim. E qual o problema? É um tema universal que todo mundo se identifica. Ainda mais quando se está apaixonado ou é recém chutado. O problema é quando começam a seguir a concepção que a mídia impôs por “emo”, que são aqueles que se pintam e se fazem de vítima do mundo. Então a imagem se sobrepõe à música e torna-se repugnante. E a Fresno pelo que eu vi nunca se pintou.

Não é o estilo de rock que me deixe extasiado, mas é extremamente respeitável e visivelmente tem seus méritos. São bons músicos, são sinceros, cantam em português e são bons melodistas e letristas no que se dispõem. Principalmente o Rodrigo Tavares, baixista e que saiu da banda e está trabalhando sozinho com a alcunha de Esteban. Esse é um cara notável. Criativo, um bom pianista e tem sensibilidade – característica indispensável do bom artista.

Tavares é natural de Camaquã, mas se criou em Pelotas e sua primeira paixão musical foi o gaiteiro Renato Borghetti. Suas referencias como artistas são muito próximas com a música gaúcha e latina, mais precisamente com o rock latino. Isso contribuiu em perder o interesse pelo rock mais adolescente que fazia na Fresno e partir para suas aspirações quanto músico solo.

O álbum de estreia do multi-instrumentista admito que me pegou. Produção caseira impecável. Sonoridade boa e relaxante. Com muitos pianos e acordeon. É um rock inofensivo que flerta com a MPB e extremamente autoral – Rodrigo compôs todas as faixas. Alguma dúvida ainda de que é um bom músico? Versa sobre dor de cotovelo, mas o que importa! O que vale é a obra como todo.

Mesmo que para os roqueiros mais rígidos não interesse, é preciso saber ver as qualidades de uma música bem feita. Afinal, acredito que todo mundo tem um lado sensível. Escutem sem desdém. Tenho certeza que não se arrependerão.


Músicas:

1. "Canal 12"
2. "Pianinho"
3. "Visita"
4. "Muda"
5. "Sophia"
6. "Muito Além do Sofá" (Rodrigo Tavares, Carolinie Figueiredo)
7. "Sua Canção"
8. "Segunda-feira"
9. "Sinto Muito Blues" (com Humberto Gessinger)
10. "(Eu Sei) Você Esqueceu"
11. "Tudo Pra Você"
12. "¡Adiós, Sophia!"

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Apanhador Só [2010]

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Por Danilo Rocha em White Sky

A sensação que tive ao escutar o primeiro disco (precedido por EP's) do Apanhador Só foi de pura satisfação, algo raro em um disco de rock nacional. O álbum auto intitulado é delicioso aos ouvidos e empolgante com produção de Marcelo Fruet ("Como Num Filme Sem Um Fim", Pública, outro bom disco). Apanhador Só é primo distante de Los Hermanos (sempre uma referência honrosa) ou até mesmo Pública, mas isso é só pra se ter uma base do que estou falando já que a banda gaúcha segue um caminho próprio, buscando beleza harmônica e ela sempre chega.

Começa com "Um Rei e o Zé" sendo apresentada pela bateria de Rodrigo Pacote. Música simples que flerta descaradamente (muito bem vindo esse flerte) com o samba. "Pouco Importa" é canção curtinha de 8 versos.Na verdade, uma das canções de rock que mais me arrebataram esse ano.

Destaco ainda "Porta-Retrato", "Balão-de-Vira-Mundo", "Bem Me Leve". Aliás, o disco inteiro. Alexandre Kumpinski, parabéns.


Músicas:

1. Um Rei e O Zé
(Alexandre Kumpinski, Ian Ramil)
2. Pouco Importa
(Alexandre Kumpinski)
3. Prédio
(Alexandre Kumpinski, Diego Grando)
4. Maria Augusta
(Alexandre Kumpinski, Fernão Agra, Dursko)
5. Peixeiro
(Alexandre Kumpinski, Marcelo Noah)
6. Bem-me-leve
(Alexandre Kumpinski)
7. Nescafé
(Alexandre Kumpinski, Ian Ramil, Diego Grando)
8. O Porta-retrato
(Alexandre Kumpinski, Estevão Bertoni)
9. Balão-de-vira-mundo
(Alexandre Kumpinski, Felipe Zancanaro, Guile C.)
10. Jesus, O Padeiro e O Coveiro
(Alexandre Kumpinski, Fernão Agra, Drusko)
11. Origames Over
(Alexandre Kumpinski)
12. Vila Do Meio-dia
(Alexandre Kumpinski, Fernão Agra)
13. E Se Não Der
(Alexandre Kumpinski, Diego Grando)


Banda:

Alexandre Kumpinski - voz e guitarra
Felipe Zancanaro - guitarra
Fernão Agra - baixo
Martin Estevez - bateria

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Cartolas - Quase Certeza Absoluta [2010]

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Por Lizandra Pronin no Território da Música

O Cartolas pertence a uma safra de bandas nacionais que se desprendeu de rótulos ou movimentos. Não porque faça um som experimental e difícil de rotular. Pelo contrário: faz um som fácil, básico e direto. Mas não segue tendências, não quer soar antiga sendo nova.

"Quase Certeza Absoluta" é o segundo disco da banda oriunda do Rio Grande do Sul que atingiu números expressivos de vendagem em seu Estado natal com o álbum de estréia. Por causa desse bom resultado, o grupo resolveu aumentar suas apostas. O novo álbum, produzido por Ray Z (que foi guitarrista dos Ostras, Detetives e Júpiter Maçã), foi masterizado na Carolina do Norte (EUA) e conta com participações especiais de Izmália, Márcio Petracco (músico veterano e pai do baterista da banda) e Yanto Laitano.

Mas o som continua sem firulas. As 13 faixas do álbum trazem um pop rock envolto de elementos às vezes indie, às vezes dançantes. Há influência tanto de bandas como Strokes quanto do rock nacional produzido nos anos recentes. O Rock, sem dúvida, é o norte que guia as composições do Cartolas. Não há arranjos elaborados ou inserções eletrônicas. A exceção são alguns metais, como em "Uma Consulta por Mês".

A temática da banda são os relacionamentos, correspondidos ou não. A aura adolescente das letras pode não agradar quem já passou da idade mas a banda trata do assunto com uma boa dose de ironia de forma que consegue atingir diversos públicos.

Os destaques do repertório são "Pingo de Decência", "Janela Errada", "Retardado Sentimental" e "Prato Principal". Algumas canções trazem uma sensação de déjà vu. É o caso de "Meu Bem e o Assovio", cujo refrão lembra algo dos anos 80 que eu não consegui identificar.

Vale destacar também o ótimo site que a banda tem no endereço www.cartolasrock.com.br. Divertido e informativo, complementa a experiência de ouvir o som dos Cartolas.


Músicas:

1. Falta de Desconsideração
2. Partido em Franja
3. Pingo de Decência
4. Quanta Besteira
5. Falsidade Ideológica
6. O Divórcio
7. Retardado Sentimental
8. Meu Bem e o Assovio
9. Uma Consulta por Mês
10. Pois é!
11. Janela Errada
12. Prato Principal
13. Onde Anda o Rock em Rol?


Banda:

Luciano Preza - Vocal
Dé Silveira - Guitarra
Mariano Wortmann - Baixo
Christiano Todt - Guitarra
Pedro Petracco - Bateria

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Cartolas - Original de Fábrica [2007]

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Com o sugestivo nome “Original de Fábrica” (Independente), a banda Cartolas, formada pelo vocalista Luciano Preza, o baixista Otávio Silveira, os guitarristas Dé Silveira e Melão Todt, o baterista Pedro Petracco, lançou em outubro seu primeiro álbum. Produzido no estúdio Toca do Bandido por Carlos Eduardo Miranda, um dos grandes produtores da cena rock nacional, com colaboração de Thomaz Batista, e arte do designer Roberto Fonseca, o álbum foi um dos prêmios do festival nacional Claro que é Rock, de 2005, do qual a banda saiu vencedora, deixando pra trás mais de 3 mil bandas. O álbum conta com o hit do grupo, “Cara de Vilão” O álbum conta com músicas levadas a sério, mas tem a auto-ironia necessária do rock: “Não vai quebrar o meu vinil / que 20 e tantos contos eu paguei / só pra te impressionar”, diz a letra de “Acusações baratas”. E pitadas de cinismo: “Me dá uma dosagem pra próxima viagem (...) só pra eu dançar mais uma vez”, está escrito em “Cara de vilão” , destaque nas rádios Atlântida e Pop Rock. E de sinceridade: “É muita ligação pra tanta falta de assunto”, é um dos versos de “O Rabugento”. E a dose certa de inadequação, como em “House do Melão”: “Ele foge sem pensar / não encontra o seu lugar”. E o frescor indie, estampado na letra de “As mil Garupas”: “Já dei minha Caloi pra nunca mais lembrar / das mais de mil garupas que te dei”. Já a nova música de trabalho da banda, “Original de Fábrica”, tem uma certa ponta de ironia com uma melodia simples sem ser simplória: “Quero ser como você sujeito boa praça. Mas a plástica não vai resolver metade do problema.” Há quatro anos o Cartolas faz um rock alegre e vigoroso e tem a capacidade de mixar Interpol com Kinks com Strokes com Who com Supergrass com Franz Ferdinand numa mesma faixa - e pode acrescentar a influência de Chico Buarque nas letras. A banda nasceu numa quinta chuvosa de dezembro de 2003, mais especificamente no antigo bar Guanabara (atual Mosh). O Cartolas tem um grupo de músicos que honram a escola gaúcha que freqüentam e um vocalista de tamanha personalidade que beira a empáfia em alguns momentos. Luciano Preza tem a dose certa de pantomima que todo garoto que pega um microfone e sobe num palco deveria ter. O rock feito pelos Cartolas não é apenas uma brincadeira de amigos que têm baixo, guitarras, bateria e algumas letras escritas num guardanapo usado. É um rock bem feito, levado por garotos que gostam e respeitam o passado seminal do estilo, mas não soam ultrapassados. É o rock do tempo do Cartolas, dançante, feliz, globalizado, plugado, novo sem soar modernoso, reverencial sem parecer rançoso. Entre os locais que o quinteto já realizou shows estão São Paulo, Rio de Janeiro, Natal, Porto Alegre, Planeta Atlântida, Coca-Cola Vibe Mix, Pelotas, Santa Maria, Santa Cruz do Sul e por aí vai.