sábado, 31 de outubro de 2015

À frente de seu tempo, Ronnie Von, o novo 'mito' da psicodelia nacional

Por Fernando Rosa em senhor f

No palco do festival Bananada 2000, em Goiânia, a banda gaúcha Vídeo Hits enlouquece a galera com a canção Silvia 20 Horas Domingo - psicodélica e, ao mesmo tempo, extremamente pop. Em um sítio em São Paulo, o grupo alagoano Mopho ensaia um novo repertório, adicionando mais informações ao seu já colorido mix sonoro, entre elas os velhos vinis psicodélicos de Ronnie Von. No centro das atenções um raríssimo e pouco conhecido álbum do cantor, lançado em 1968, com arranjos do maestro Damiano Cozzela (um dos arranjadores do primeiro álbum tropicalista de Caetano Veloso) e participação do grupo gaúcho de Jovem Guarda, Os Brasas.

As cenas, as lembranças e as referências ao álbum, que talvez surpreendam o próprio Ronnie Von, não têm sido exclusividade do momento registrado pelo senso arqueológico de Senhor F e seus antenados colaboradores. Aqui e ali, de maneira cada vez mais intensa, a obra de Ronnie Von parece estar sendo redescoberta em sua verdadeira dimensão, a exemplo da versão do Ira! para Minha Gente Amiga (que virou um sacolejante funk-latino-psicodélico, com a sempre ótima guitarra de Edgar Scandurra). Passados tantos anos de um preconceituoso e praticamente imposto anonimato, a justiça parece estar chegando para o jovem que, nos anos sessenta, foi bem mais do que apenas o Princípe da Jovem Guarda.

Um dos mais radicais beatlemaníacos, e responsável pelo batismo dos Mutantes, a quem deu força quando eram ilustres desconhecidos, Ronnie Von construiu uma tão invejável quanto pouco conhecida discografia, especialmente entre 1966 e 1972. Iniciando sua carreira no Rio de Janeiro, com apoio do grupo The Brazilian Bitles, integrou a Jovem Guarda, mas sempre esteve mais próximo da beatlemania, como não deixa dúvida seu álbum de estréia, onde sete das doze canções são de Lennon & McCartney - e outra dos Rolling Stones (As Tears Goes Bye). Não por acaso, é em seu programa de televisão, O Pequeno Mundo de Ronnie Von, que os Mutantes tiveram espaço para dar os primeiros passos da carreira, tocando Beatles ou temas clássicos com arranjos roqueiros.

De origem social mais elevada, mas nem por isso metido a besta, dono de uma beleza que provocava inveja e suspiros, e intérprete sensível e ousado, Ronnie Von, na verdade, sempre esteve além do seu tempo. Avesso a rótulos, depois do estrondoso sucesso com Meu Bem/Girl (de Lennon & McCartney), em 1966, e do estouro ainda maior do hit A Praça, ele entrou de cabeça no moderno pop, na psicodelia e, até mesmo, no progressivo, o que lhe custou a incompreensão de boa parte do público. O álbum gravado em 1968, especialmente, e os seguintes - A Misteriosa Luta do Reino de Parassempre Contra o Império de Nuncamais (1969) e A Máquina do Tempo (1970) radicalizaram a orientação experimentalista do cantor.

O disco com Os Mutantes (e os Beat Boys), lançado em 1967, arranjado por Rogério Duprat, traz, entre outras coisas, um cover para uma canção dos Hollies - Lullaby To Him, uma composicão de Caetano Veloso, que divide com ele os vocais, e uma enfiada de músicas estranhas. No mesmo ano de 1967, de sua parceria com o grupo Baobás que, a seguir, teve o ex-Mutantes e atual produtor Liminha entre seus membros, resultou o compacto com Winchester Catedral, em versão de Fred Jorge, e Menina Azul, em parceria com o guitarrista do grupo, Ricardo Contins. Mas foi com o disco seguinte, intitulado apenas Ronnie Von (veja na seção Discos Raros), lançado em 1968, que o Pequeno Príncipe perdeu definitivamente a inocência, desafiando padrões, fórmulas e pré-conceitos.

Com uma capa totalmente psicodélica, onde ele posa de peito nú, como uma espécie de Joe D'Alessandro (ator dos filmes de Andy Wharol) dos trópicos, o álbum não deixava dúvidas sobre o seu conteúdo musical. À frente dos arranjos estava o maestro Damiano Cozzela, de orientação e formação concretista, da mesma escola que já tinha projetado Rogério Duprat (responsável pela apresentação) junto aos Mutantes e demais tropicalistas. O repertório, coeso e instigante, trazia desde peças "espaciais" pré-Pink Floyd, como Mil Novecentos e Além/Tristeza Num Dia Alegre, pequenas sinfonias pop do porte de Espelhos Quebrados (na linha de Eleanor Rugby) e maravilhas garageiras-psicodélicas como a já citada Silvia 20 Horas Domingo, entre outras - o compacto com essas duas canções é um clássico da discografia roqueira nacional.

O disco seguinte - A Misteriosa Luta do Reino de Parassempre Contra o Império de Nuncamais, lançado em 1969, também com Damiano Cozzela, é menos ousado, mas contém inovações sonoras surpreendentes para a época. Nesse disco, Ronnie Von experimenta um caminho mais pop, incluindo no repertório o clássico da MPB Dindi (Jobim e Aloysio de Oliveira), Atlantis (Donovan) e I Started A Joke (Bee Gees), formatados pelos criativos arranjos de Cozzela. No disco seguinte, A Máquina Voadora, Ronnie ainda explora sonoridades que, de certa forma, anteciparam o rock progressivo nacional, que só desenvolveu-se por volta de 1972, com o surgimento de bandas como Módulo 1000, Veludo Elétrico e outras.

Em um momento musical, social e político pós-AI 5, com a Jovem Guarda esgotada e o tropicalismo sendo banido, obras de tamanha ousadia não poderiam ter outro destino senão chocar-se com a massificação alienante que já apontava no horizonte. Sem hits marcantes, os álbuns gravados entre 1967 e 1970 foram varridos das rádios e, consequentemente, das paradas de sucesso, empurrando seu autor para um longo ostracismo. Nos anos setenta, apesar de hits esporádicos, como Cavaleiro de Aruanda, bem que ele tentou retomar o tempo perdido, mas como antes, não aceitava a imposição de modelos, rótulos ou estilos pré-determinados pelo mercado.

A partir de então, incompreendido e lembrado (rotulado) mais pela beleza física do que pela música, Ronnie Von construiu uma carreira de sucesso no exterior, a partir da canção Tranquei a Vida (1976), onde se apresenta até hoje. À margem de uma digna, silenciosa e justificada mágoa, aos poucos Ronnie Von está conquistando o reconhecimento que merece, como um músico que esteve na vanguarda musical de sua época. Não é por acaso que, apesar dos transtornos históricos e da ignorância editorial das gravadoras, Ronnie Von permanece vivo até hoje no imaginário popular, alimentando velhos sonhos e fantasias e atiçando a curiosidade da parcela mais saudável das novas gerações.

domingo, 25 de outubro de 2015

Jorge Ben - O Bidú, Silêncio no Brooklin [1967]

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Por Leonardo Bomfim no Freakium & Meio

Uma das maiores lendas urbanas da música brasileira é que Jorge Ben só vale a pena com violão. Por mais que as grandes obras-primas do compositor sejam mesmo os discos da “fase acústica”, há grandes momentos guitarreiros em sua discografia. E O Bidú – Silêncio no Brooklin, disco de 1967 cheio de guitarras elétricas, permanece até hoje com uma aura especial.

Amor de Carnaval, a canção de abertura, já adianta o que está por vir. Um irresistível baião-rock cantado com um sotaque quase paulistano bem debochado. Jorge Ben estava passando um período em Sampa e Bidú veio ao mundo com sabor totalmente paulista. As letras citam bares da Rua Augusta, mulheres modernas com roupas coloridas, chuvas pesadas e ainda dialogam com o manifesto juvenil apaixonado da Jovem Guarda, a essa altura radicada na grande metrópole do país.

Na época, Jorge Ben estava muito próximo do iê-iê-iê brasileiro. Ele costumava aparecer no programa comandado por Roberto Carlos e ainda dividia uma casa com Erasmo Carlos no bairro Brooklin. Daí vem o subtítulo Silêncio no Brooklin, frase constantemente gritada por algum vizinho que não agüentava mais os ensaios da dupla. A aproximação de Ben com o pessoal da Jovem Guarda acabou até criando um mal-estar com alguns MBPbistas radicais. O compositor carioca chegou a virar “persona non grata” no programa Fino da Bossa, apresentado por Elis Regina.

Mas Ben não estava nem aí. Ele queria mesmo era fazer seu samba de guitarra e curtir a nova cidade, ao lado de sua esposa paulistana Maria Domingas (para quem dedicou vários sucessos nos discos seguintes), com seu novo carro – um Karmann-Guia apelidado de Bidú. A canção Jovem Samba explica a união do samba com a Jovem Guarda: “Eu sou da jovem samba/ a minha linha é de bamba/ o meu caso é viver bem/ com todo mundo e com você também.”

Acompanhado pelo grupo The Fevers, Bidú é um disco de um frescor pop incrível. Canções como Menina Gata Augusta (parceria com Erasmo) e Toda Colorida trazem as impressões de Ben para um novo tipo de mulher. Saía de cena a mulata carioca e entrava a paulistana moderninha. Já em Sou da Pesada, o compositor afirma em um discurso jovem-guardista ao seu modo: “Mas que nada/eu sou da pesada/…/ eu só fico triste/quando não vejo você meu amor.” No entanto, foi com Si Manda que Ben radicalizou sua poesia. A letra, cheia de gírias, berra junto com o marcante riff de guitarra: “Si manda, vai simbora/silêncio no brooklin/some, desaparece, sai da minha frente/ não quero mais você não, viu?/”. Nunca Jorge Ben soou tão agressivo.

Si Manda chamou bastante a atenção de Caetano Veloso, que estava prestes a arrombar as estruturas com a sua Tropicália. Sempre que pode, Caetano afirma que Bidú é um dos discos mais importantes de todos os tempos, chegando até a exagerar dizendo que Si Manda era tudo que ele e Gil gostariam de ter feito e não conseguiram.

Bidú acabou sendo o disco mais underground de Jorge Ben, gravado quase clandestinamente fora da gravadora Phillips, que não se interessava em lançar nada do carioca longe do violão. Apesar de não chegar perto da qualidade de clássicos como o homônimo de 1969 e A Tábua de Esmeralda, Bidú teve grande importância pois confirmou a multiplicidade musical de Ben, e ainda estreitou laços com o parcela roqueira do Brasil. Logo depois do disco, o compositor carioca presenteou os Mutantes e Os Incríveis com as sensacionais A Minha Menina e Vendedor de Bananas, respectivamente. Para a sorte de todos – menos do vizinho mala – a partir dali não haveria silêncio no Brooklin e em nenhum lugar do Brasil. Violão, guitarra, samba, rock, Jovem Guarda e Tropicália A bagunça já estava armada.


A1. Amor de carnaval
A2. Nascimento de um príncipe africano
A3. Jovem samba
A4. Rosa mais que nada
A5. Canção de uma fã
A6. Menina gata Augusta
B1. Toda colorida
B2. Frases
B3. Quanto mais te vejo
B4. Vou andando
B5. Sou da pesada
B6. Si manda

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Tony & Frankie [1971]



Por Samba e Soul

A dupla de cantores paulistas Luís Antonio Bizarro, o Tony e Fortunato Arduini, o Frankye, se esbarraram pelas andanças na boate Cave, reduto dos músicos que tocavam soul music em São Paulo e na formação do conjunto Top Five, em 1968 radicaram-se no Rio e logo gravaram dois compactos que chamaram a atenção de Roberto Carlos e de gravadoras, um deles contém a primeira gravação de “Adeus, Amigo Vagabundo” incluída no disco solo de Tony (Nosso Inverno / CBS, 1977) e a encantadora “Viu, Menina”.

Em seguida, partiram para o registro de seu único, precioso e disputado álbum intitulado singelamente de Tony & Frankye (CBS, 1971) em uma atrevida mescla de soul, funk, ritmos latinos e toques de psicodelia, sob a direção artística de Raul Seixas, com composições próprias e de outros autores como Tim Maia, Raulzito, Luis Vagner, Robson Jorge, Carlos Lemos, Getulio Cortes, entre outros. A bolacha abre com a dinamite “Vou Procurar Meu Lugar” versão do duo para "Thank You (Falettinme Be Mice Elf Again)" de Sly Stone, segue com o forró “Vamos Lá Prá Ver“, que foi um dos seus maiores sucessos, passa pela latinidade de “Patati, Patatá” em homenagem ao guitarrista Carlos Santana, pelas lisérgicas “Trifocal”, “Depois Da Chuva No Posto 4” e “O Uriapuru”, nas letais que botam prá derreter “Broken Heart” e “Alma Brasileira” em versão instrumental, sem contar as baladas poéticas de “Hoje É Quarta-Feira”, “Estou Perdido No Meio da Rua”, “Que Eu Acabei Com Nosso Amor” e “Canção de Esperar Você”, que fecha o LP.

Infelizmente a dupla se desfez prematuramente com a saída de Frankye um ano após o lançamento do disco, que assumidamente alucinou ao tomar ácido e cair na estrada por uns quatro anos.


A1. Vou Procurar O Meu Lugar
A2. Depois da Chuva no Posto 4
A3. Que Eu Acabei com Nosso Amor
A4. Vamos Lá prá Ver
A5. Hoje é Quarta-Feira
A6. Alma Brasileira

B1. Estou Perdido no Meio da Rua
B2. Trifocal
B3. Patati, Patatá
B4. O Uirapuru
B5. Broken Heart
B6. Canção de Esperar Você

domingo, 18 de outubro de 2015

Alceu Valença & Geraldo Azevedo [1972]

Mega 320kbps


Gravado nas horas que sobravam na madrugada dos estúdios paulistanos da Copacabana em 1972,o álbum "Quadrafônico" se tornou um dos mais importantes discos brasileiros por revelar ao mesmo tempo duas figuras de proa da MPB, como: Alceu Valença e Geraldo Azevedo

Apesar de ser conhecido como Quadrafônico, o disco originalmente se chama Alceu Valença & Geraldo Azevedo. O grande e luminoso Quadrafônico no alto da capa dizia respeito à tecnologia de som que era novidade na época e com o qual foi feito o disco.


A1. Me Dá Um Beijo – (Alceu Valença)
A2. Virgem Virginia – (Alceu Valença – Geraldo Azevedo)
A3. Mister Mistério – (Geraldo Azevedo)
A4. Novena – (Geraldo Azevedo – Marcus Vinicius)
A5. Cordão do Rio Preto – (Alceu Valença)
A6. Planetário – (Alceu Valença)

B1. Seis Horas – (Alceu Valença)
B2. Erosão – (Alceu Valença)
B3. 78 Rotações – (Alceu Valença – Geraldo Azevedo)
B4. Talismã – (Geraldo Azevedo – Alceu Valença)
B5. Ciranda de Mãe Nina – (Alceu Valença)
B6. Horrível – (Alceu Valença)

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Erasmo Carlos - Carlos, ERASMO... [1971]

Mega FLAC


Por Ricardo Alexandre, Bizz#181, agosto de 2000 *

A composição genética da milionária parceria Roberto e Erasmo Carlos não é o que se pode chamar de divisão igualitária - o primeiro ficou com o mito, com a multidão e a gritaria; ao outro restou o risco e o status de cult. Comparando a carreira dos dois amigos, fica claro que tudo o que o Rei levou às paradas já havia sido testado pelo Tremendão. Iê-iê-iê romântico, temas religiosos, MPB velha-guarda, soul, funk, música de motel: qualquer uma destas e muitas aventuras mais, Erasmo experimentou antes, como o operário da música que sempre foi, cheio de simpatia, convicção e entusiasmo.

O início dos anos 70 ajudou a intensificar a diferença entre ambos. A Jovem Guarda já era passado e, enquanto Roberto partia para um público adulto, ganhando ares de artista sério e respeitado até pelo Pasquim, Erasmo se viu sem gravadora, sem programa na TV e sem hits nas rádios. Aproveitou para cair na vida - conheceu as drogas, o álcool, a mulherada - "só em quantidade", como admitiu depois. Foi quando surgiu o convite para integrar o elenco da Phonogram (mais tarde Polygram e atual Universal Music), com liberdade absoluta para compor e gravar o que bem entendesse. Erasmo cercou-se dos melhores músicos e técnicos da época e registrou Carlos, Erasmo, um disco que, a partir do título, servia como uma declaração de sua identidade, de suas ambições e possibilidades como artista.

Desde a faixa de abertura, "De Noite, Na Cama", de Caetano Veloso, fica claro que Erasmo havia crescido - um berimbau marcando o ritmo, uma guitarra espertíssima costurando a melodia, um piano herdado da pilantragem, uma rapaziada amiga fazendo o coro e ele com a voz encharcada de suavidade e segurança. A partir daí, o LP segue jornada aventurosa e radical, indo da balada cama-e-mesa de "Masculino, Feminino" ou da cacetada psicodélica de "Ninguém Chora Mais" para a apocalíptica "Sodoma e Gomorra" ou para o funkão"Mundo Deserto". Impossível não se impressionar ainda com os vertiginosos arranjos de cordas na pesadíssima "Dois Animais na Selva Suja da Rua" ou com a climática e hippie "Gente Aberta".

Nunca Erasmo arriscou tanto, nem se deu tão bem, quanto nesse seu sétimo álbum. Tais guinadas soam absolutamente imperceptíveis ouvindo o disco como um todo. Os arranjos musculosos, inteligentes e virtuosos do LP em nada lembram os temas pueris que os contemporâneos de Jovem Guarda continuaram gravando. Se o tropicalismo havia transformado o iê-iê-iê em coisa das antigas, Carlos, Erasmo conseguia soar ainda mais maduro e brutal que a própria Tropicália, jogando rock pauleira, folk, funk e soul à geléia geral - se valendo de vários tropicalistas, como boa parte dos Mutantes, o guitar hero Lanny Gordin ou o maestro Rogério Duprat.

Como se as ousadias musicais não fossem poucas, até os vapores da cannabis foram tratados por Erasmo, na divertida "Maria Joana" - "eu quero Maria Joana", canta ele, maroto, sobre uma rumba lisérgica da Caribe Steel Band.
Além de Carlos, Erasmo, o Tremendão gravou vários discos básicos em sua carreira, como Erasmo Carlos & Os Tremendões (1969), Sonhos e Memórias (1972) e Banda dos Contentes (1976). Mas Carlos, Erasmo permanece como seu trabalho mais dinâmico, espiritualizado e intrincado; o melhor passaporte para se entender a genialidade de Erasmo como um dos maiores e mais subestimados nomes do pop brasileiro em todos os tempos.


1 De Noite, Na Cama
2 Masculino, Feminino
3 É Preciso Dar Um Jeito, Meu Amigo
4 Dois Animais Na Selva Da Rua
5 Gente Aberta
6 Agora Ninguém Chora Mais
7 Sodoma E Gomorra
8 Mundo Deserto
9 Não Te Quero Santa
10 Ciça, Cecília (Tema De Ciça)
11 Em Busca Das Canções Perdidas Nº2
12 26 Anos De Vida Normal
13 Maria Joana


*Agradecimento a CollectorsRoom por republicar essa resenha.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Vanuza [1969]



Por Anderson Nascimento no Galeria Musical

O segundo álbum da cantora Vanusa é o fabuloso álbum psicodélico de 1969, que por si só, merece uma abordagem futura mais completa. O disco já inicia explosivo com “Meu Depoimento” (Fábio, Paulo Imperial), e segue com a ótima “Que Você Está Fazendo Neste Lugar Tão Frio?” (Tom Gomes, Luis Vagner). Entre os outros (muitos) destaques estão “Sunny” (Bob Hebb), “Hey Joe” (Demetrius) e a regravação de “Caminhemos” (Herivelto Martins). A versão remasterizada lançada em 2015 pelo selo Discobertas agrega duas faixas bônus: a linda “Comunicação”, tirada de um compacto duplo de 1969 e “A Tristeza Terminou” (Vanusa, Juca), extraída do álbum “Disparo de 70” (1970).



A1 Meu Depoimento (Fábio / Paulo Imperial)
A2 Que Você Está Fazendo Neste Lugar Tão Frio (Tom Gomes / Luis Vagner)
A3 O Que É Meu É Teu (Sílvio Brito)
A4 Teu Regresso (Fábio / Paulo Imperial)
A5 Espere (Carlos César / Alexandre Cirus)
A6 Hei Sol (Dom)

B1 Atômico Platônico (Jean Pierre / Fernandes)
B2 Sunny (Bobby Hebb)
B3 Eu Sei Viver Sozinha (Vanusa / Juca)
B4 Hey Joe (Demétrius)
B5 E Você Não Diz Nada (Meirecler)
B6 Caminhemos (Herivelto Martins)

domingo, 11 de outubro de 2015

Carona na psicodelia dos anos sessenta

Por Fernando Rosa no Senhor F

Em 1966, o conjunto Loupha, de São Paulo, ganhava o Primeiro Festival Nacional de Conjuntos da Jovem Guarda, injetando psicodelia no mundo ainda comportado da Jovem Guarda. Mas, engana-se quem pensa que Roberto Carlos e sua turma e músicos de outros gêneros não deram sua "pegadinha" na lisergia que inundou o mundo a partir de 1967.

O caso mais inusitado é, talvez, o da cantora Vanusa, conhecida por suas gravações de Jovem Guarda. Em 69, no entanto, ela apostou num mix de soul e psicodelia, no álbum 'Vanusa'. Com voz "Grace Slick" (cantora do Jefferson Airplane), ela canta o clássico 'Atômico Platônico' e outras canções, com orquestras e guitarras distorcidas.

Outro que saltou da Jovem Guarda para dentro do caldeirão psicodélico foi o Tremendão Erasmo Carlos. Em 70, acompanhado dos Mutantes, Lanny Gordin e Rogério Duprat gravou o raro 'Carlos, Erasmo'. Entre outras, ele canta 'Agora Ninguém Chora Mais', com fuzz-guitar de Lanny.

Em 72, antes de comandar a "invasão nordestina", a dupla Geraldo Azevedo e Alceu Valença desembarcou no Sul, reverberando tropicalismo e psicodelia. Com arranjos de Rogério Duprat, apresentavam um tímido aperitivo da futura e explosiva mistura em canções como 'Me Dá Um Beijo' e 'Mister Mistério'.

A dupla Tony & Frankye destacou-se no que se chamou de funk-soul, produzido na primeira metade dos anos setenta. Em seu único álbum, produzido por Raul Seixas, usam e abusam de guitarras ultra-psicodélicas. A música 'Trifocal', de Raulzito, é o melhor exemplo do que se poderia chamar de funk-psicodélico brasileiro. Ele também gravaram um compacto com a música 'Adeus, Amigo Vagabundo', em tributo a Brian Jones (ex-Stones).

Cantora e compositora, a bela Luiza Maria gravou um fantástico disco em 1974, desaparecendo inexplicavelmente a seguir. Com participação de Lulu Santos & Vímana, Rick Ferreira e Antônio Adolfo, entre outros, ela envolve suas canções com delicados climas psicodélicos. Para conferir: 'Maya', com solo de Lulu, e 'Universo e Fantasia'.

O samba - via o Jorge Ben (67 & 69), especialmente o disco gravado com The Fevers, em 67 - também entrou na onda, enquanto o jazz-bossa instrumental produziu seus clássicos psicodélicos, do que é destaque o LP 'Som Psicodélico', como o grupo Fórmula 7, formado por Hélio Delmiro (guitarra), Cristóvão Bastos (piano) e outras feras.

Os Íncríveis também tiveram seu momento garageiro-psicodélico, especialmente no álbum 'Os Incríveis Neste Mundo Louco". O crédito para essa inclusão se deve às geniais fuzz-guitars de Mingo e Risonho. E também pelo repertório, que junta The Troggs com The Rokes (italiano) e Los Brincos (espanhol).

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Friends of Rock Guitar Vol. 3 [2014]



Capa do volume da série Friends of Rock Guitar é uma homenagem ao guitarrista Paulo Schoeber que havia falecido em março de 2014.


1. Paulo Schroeber - To My Father
2. Cauê Leitão - Faith in a Miracle
3. Jota Alves - Arbítrio
4. Marcos de Ros - As aventuras do capitão Jack Sparrow
5. Valdir Rocha - Cantiga da Pedrada Pt. II
6. Marcelo Souza - Virtual Nightmares
7. Ricardo Garcia - Rock'n Byte
8. André Viegas -Sincronicidade
9. Thiago Larenttes - Dubstapping
10. Bruno Henrique - Alpha
11. Rodrigo Campagnolo - Dreamstate
12. Wagner Gracciano - Across the Universe Part II act 3 - Government of evil and of good birth
13. Brunno Silva - Achieve
14. Fábio Kufa - Alienigenas
15. André de Carvalho - Plunder to Hell
16. Rafael Nery - Be aware of the consequences
17. Thiago Barbosa - NEVER GIVE UP
18. Tiloy D'Alessio - LONG LIFE ROCK
19. Diego Sena - BROTHER ANDRIUS
20. Thiago Oliveira - Heat Wave
21. Diogo Henrique - Hope
22. Wagner Ribeiro - Overcoming
23. Edu Silva - I'm rockin', momma!
24. Erywan Freitas - Gates Of Paradise
25. Glebson Henrique - Stop Fighting
26. Ian Bemolator (Banda Raze) - Torture
27. Fernando Alvarenga - Bird
28. Marco Tornnelly -The Dance Of Bones
29. Ítalo Junqueira - Mephistopheles
30. Hugo Lopes - Metal From Hell 4
31. Wellington Schneider - Anjo Forte
32. Isaac Silva - My Children Forever
33. Rafael Greco - Unconditional Love
34. Wael Daou - SALAH EL DINE
35. Nitrojam - Bloody Contract
36. Ricky de Camargo - Zidane
37. Paulo Schroeber - Rabbit Soup

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Friends of Rock Guitar Vol. 2 [2013]



Mais uma coletânea contendo alguns dos principais guitarristas brasileiros da atualidade.


1. Paulo Schroeber – The Third Wish
2. Cauê Leitão – Beyond Of The Fight
3. Roger Franco – Franco Fusion
4. Marcelo Souza – Time Control
5. Marcos De Ros – Gibberish
6. Marcos Pópolo – Brotherly Love
7. Kleber Oliveira – Overdrive
8. Thiago Larenttes – Pulsing
9. Rafael Nery – Inside My Dying Soul
10. Tiloy D’Alessio – Shock
11. Christyan Simoes – Òcio
12. Ítalo Junqueira – Behind Of Streets
13. Larissa Basílio – Walking By faith
14. Jorge Rossi – Beyond The Life
15. Bruno Henrique – Lost Soul’s
16. Luan Mendes – Conquest
17. Lucas Bittencourt – Come On!
18. Deivid Replace- Payphone
19. Cássio JC – Worshiper
20. Fabiano Rodrigues – Fabro’s Song
21. Leandro Martins – Dont Go away
22. Hugo Loureiro – Metal From Hell 3
23. Ian Bemolator – Farewell
24. Leo Ormond – Willpower
25. Lucas Godoy – Biohazard
26. Thiago Barbosa – Secrets The Light
27. Alexandre Bastos – Conventions
28. Fernando Alvarenga – Poseidon