sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Vange Leonel - Vange [1991]

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Depois do naufrágio da Nau (trocadinho infame), a vocalista Vange Leonel conseguiu uma sobrevida com seu álbum solo Vange. A canção Noite Preta foi tema de abertura da novela Vamp e ajudou a alçar o sucesso dela. Esse Mundo foi outra canção que também alcançou destaque. Segue o clipe da Noite Preta e o vídeo da abertura da novela Vamp.



1. Noite Preta
(Vange Leonel/Cilmara Bedaque)
2. Mulher Lobo
(Vange Leonel/Cilmara Bedaque)
3. Passeio Distraido
(Vange Leonel/Cilmara Bedaque)
4. S/A 
(Vange Leonel/Cilmara Bedaque)
5. Por Quê 
(Vange Leonel/Cilmara Bedaque)
6. Jane
(Vange Leonel/Cilmara Bedaque)
7. Esse Mundo
(Vange Leonel/Cilmara Bedaque)
8. Divino Maravilhoso
(Caetano Veloso / Gilberto Gil)
9. Mil Anos
(Vange Leonel/Cilmara Bedaque)
10. Vida Vida Vida
(Vange Leonel/Cilmara Bedaque)
11. Felizes
(Vange Leonel/Cilmara Bedaque)

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Nau [1986]

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Depois do resgate do O Álbum Perdido do Nau, eis aqui o primeiro álbum. Levada pós-punk com flertes ao funk e heavy. 


Vange Leonel (voz)
Zique (guitarra)
Beto Birgher (baixo)
Mauro Sanchez (bateria)


A1. Bom Sonho
(Vange Leonel)
A2. Cálculos Astronômicos
(Zique)
A3. Linha Esticada 
(Laura Finocchiaro / Cilmara Bedaque)
A4. O Que Eu Quero É Você
(Zique)
A5. Balada 
(Zique)
A6. Diva 
(Zique / Beto Birger / Vange Leonel)
B1. Corpo Vadio 
(Zique / Vange Leonel)
B2. Barcas 
(Zique / Beto Birger / Vange Leonel)
B3. As Ruas 
(Zique / Vange Leonel)
B4. Novos Pesadelos 
(Zique / Mauro Sanchez / Beto Birger / Vange Leonel / Rosália Munhoz)
B5. Nada
(Zique / Beto Birger / Mauro Sanchez / Vange Leonel)

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Nau - O Álbum Perdido do Nau [2018]

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Por Mauro Ferreira me G1

Banda que revelou em 1987 a cantora, compositora e ativista paulistana Vange Leonel (1963 – 2014), morta há quatro anos, a Nau tem lançado um disco gravado em 1988 que ficara perdido há 30 anos.

Para entender a perda, é preciso voltar nos anos 1980. Com a abertura do mercado fonográfico brasileiro para o rock, a partir do estouro da banda carioca Blitz em 1982, era comum grupos recém-surgidos serem contratados por gravadoras multinacionais como apostas dos executivos.

Foi nessa onda que a banda de rock Nau ancorou na gravadora CBS em 1986, um ano após ter sido formada em 1985 na cidade de São Paulo (SP) por Vange Leonel (voz), Zique (guitarra), Beto Birger (baixo) e Mauro Sanchez (bateria).

Em 1987, na sequência da edição das gravações das músicas Madame Oráculo e Sofro na coletânea Não São Paulo II (gravada em 1986, mas lançada em 1987 pelo selo indie Baratos Afins), a banda lançou com toda a pompa e circunstância da CBS o primeiro álbum, Nau, gravado com o toque heavy da guitarra de Zique, a levada funky do baixo de Beto Birger, a voz singular de Vange Leonel e alguma dose de psicodelia.

Só que, embora produzido por Luiz Carlos Maluly (que dera forma aos discos do então massivo RPM) e incensado por boa parte da crítica, o álbum Nau naufragou.

Em 1988, a banda Nau – com Kuki Stolarski no posto de baterista que era de Mauro Sanchez no primeiro álbum – entrou em estúdio para gravar a demo do que seria o segundo álbum do quarteto.

Com músicas letradas sobretudo pela jornalista Cilmara Beldaque, como Blues da felicidade e Cinco sentidos, o disco chegou a ser concluído no paulistano Big Bang Studio, mas a CBS não gostou do que ouviu e, com base no pífio resultado comercial do álbum de 1987, decidiu rescindir o contrato da Nau, precipitando o fim da banda em 1989.

Vange Leonel saiu nos anos 1990 em carreira solo inicialmente bem-sucedida por conta do êxito da música Noite preta (Vange Leonel e Cilmara Beldaque), hit do álbum Vange (1991).

A história teria terminado em 14 de julho de 2014, com a morte da cantora, se Cilmara – viúva de Vange – não tivesse encontrado em 2017 na casa da artista, dentro de caixa, o registro do disco gravado e perdido em 1988.

"A fita estava toda melada e eu não sabia se conseguiria recuperá-la. Levei então para o Carlinhos Freitas, do (estúdio) Classic Master, que havia trabalhado no primeiro álbum da banda. Ele conseguiu limpar, digitalizar e masterizar a fita para que esse disco chegasse ao público", conta Cilmara.

Com capa criada pelo baixista Beto Birger com montagem com fotos, credenciais e ingressos para shows da banda, O álbum perdido do Nau– como foi intitulado – está sendo lançado neste mês de novembro de 2018 somente em edição digital, pela gravadora Deck, 30 anos após ter sido gravado.

Com músicas como Pequenos erros e Lobo mau, gravadas com o peso da banda, O álbum perdido do Nau dá continuidade a uma história que talvez poderia ter sido outra se o disco não tivesse sido desprezado pelo mercado fonográfico da época, embora o repertório ressurja após 30 anos sem potencial pop.


1. Pequenos Erros
2. Lobo Mau
3. Viagem Ao Fundo Do Mar
4. Cinco Sentidos
5. Nas Dobras Do Universo
6. Amor Em Tempo De Guerra
7. Me Pega
8. Blues Da Felicidade
9.Mistérios
10. Séculos & Séculos
11. O Caminho
12. Tua Fúria

domingo, 25 de novembro de 2018

Kaoll - Ten Years Barbecue [2018]

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Em Kaoll

Uma década de atividade! É a marca que o Kaoll atinge em 2018, nesta inusitada jornada musical: desde os primeiros experimentos de Bruno Moscatiello em “Kaoll 04”; a produtiva parceria com o mestre Lanny Gordin, frutificando com a gravação de “Auto-Hipnose”; a conquista de “Odd”, álbum coroado com a presença de Mr. Billy Cox, e importantes músicos da cena roqueira nacional; as mais de 350 apresentações em 17 estados brasileiros, e a turnê Européia no verão de 2014; até seu último trabalho “Sob os Olhos de Eva”, produzido em parceria com o escritor e filósofo Renato Shimmi. Tudo isso pode ser degustado em “Ten Years Barbecue”, coletânea que reapresenta grandes tocatas de seus 4 álbuns de estúdio, além de faixas ao vivo. O encarte virtual disponibilizado pela banda, traz uma retrospectiva dos 10 anos de atividade incluindo fotos históricas e uma seleção especial de flyers ilustrados pelo estúdio Sopa Art Br, contextualizando a saga da banda que vem contribuindo para a consolidação da cena instrumental no país.

sábado, 24 de novembro de 2018

Lestics - Breu [2018]

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Por Moisés Lima em Música Café

"até um certo ponto é tudo início 
passado esse limite é tudo fim 
é como decolar de um trampolim 
e mergulhar no breu do precipício"


A letra acima é da faixa Breu que inicia o novo disco do Lestics de mesmo nome, "Breu", palavra essa que nos leva a um lugar escuro onde não se enxerga quase nada. Metaforicamente falando é um nome apropriado para a abordagem da banda no registro por trazer algo realístico as variadas situações que podem nos afligir e não enxergamos uma solução a frente. 

Quanto a fazer um disco com boas letras o Lestics acertou em cheio. O novo disco recebeu toda uma atenção especial com direito a fanzine e tudo. Aliás falando um pouco sobre a banda, ela é aquela que sempre lança discos interessantes, mas parece que muitos ignoram seu real valor. Eles já estão nas vielas do underground brasileiro desde 2006 e já colecionam oito discos de estúdio. Um trabalho e tanto!

O novo disco "Breu" tem muito a dizer em suas letras. Como vemos na segunda faixa, Mais do Que Isso, o grupo foca em expor o cotidiano e a chatice que ele pode causar: o trabalho sem graça, o descanso mortiço é preciso que exista algo mais do que isso. Entre uma visão realista e talvez conformista há um espaço para se ter desejo como bem retratada em Dois quando conclui: um sempre foi perfeitamente bom mas dois também não deve ser ruim.

A faixa Balada do Fundo do Bar traz um sugestivo brega alternativo(?) narrando aquele trágico momento que você vai afogar as mágoas em um bar (garçom, deixe o mundo acabar mas não deixe o meu copo vazio). O instrumental no álbum, bem polido, se conecta bem as letras e adapta ritmo e intensidade ao sentimento presente em cada canção cantadas na voz de Olavo Rocha. A roupagem roqueira do Lestics preza por expor uma imagem simples e honesta de suas referências como destaca bem as singelas Do Jardim e Fim de Tarde Nas Ilhas Bikini.

A belíssima Far Niente, expressão italiana que significa "fazer nada", encerra o disco mostrando uma balada cuja melodia cativante carrega um sentimento não muito esperançoso: a preguiça promete à vergonha que o dia seguinte vai ser diferente

Ouvir "Breu" mais de uma vez se faz necessário. Na primeira vez muitos detalhes podem passar despercebidos e ele te obriga a ouvi-lo novamente pois há muito a revelar. É curto, de apenas sete faixas no total de 27min, que mostra a urgência de expor sentimentos presos e reais com um tom poético.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Hearts of Stone Vol. 3 Brasilian 60's Beat & Garage [2001]

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Para chegar a trilogia Hearts of Stone segue o último álbum


A1 – Os Juvenis - Eu Tenho Que Achar Um Alguém
A2 – Brazilian Bitles - Dedicado A Quem Amei
A3 – Bargs - O Louco
A4 – Paulo Hilário - Não Dou Meu Braço A Torcer
A5 – Jungle Cats - Vai
A6 – Snakes - Voce Não Me Agrada
A7 – Outcasts - Go On Home
A8 – The Maskers - É Dificil Esquecer
B1 – Os Santos - Três Garotos
B2 – Altafini - Xaropão
B3 – Os Minos - Febre De Minos
B4 – Beggers - Why Oh Why
B5 – Os Bittus - Vem Depressa Meu Amor
B6 – Os Brasas - Lutamos Para Viver
B7 – Outcasts - Dying
B8 – Le Groupe "F" - Whisky

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Hearts of Stone Vol. 2 Brasilian 60's Beat & Garage [2001]

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Segundo volume da coletânea Hearts of Stone. Nessa seleção sai algumas bandas e entram outras como The Bubbles e Os Incríveis, Segue a lista com as canções:


A1 – Os Baobás - Pintada De Preto
A2 –The Bubbles - Não Vou Cortar O Cabelo
A3 – Analfabitles - Sunnyside Up
A4 – Os Brasas - Não Vá Me Deixar
A5 – Beggers - Slow Down
A6 – Os Jovens - Sofrendo Por Amor
A7 – Beezoons - Treat Her Right
A8 – Blackstones - Os Monstros
B1 – Analfabitles - Shake
B2 – Luizinho E Seus Dinamites - Caranga Twist
B3 – Beezoons - Hey! Good Lookin'
B4 – Jungle Cats - Sapato Nôvo
B5 – Os Brasas - Mulher Reindeira
B6 – Renato E Seus Blue Caps - Negro Gato
B7 – Brazilian Bitles - L'onda
B8 – Os Incrìveis - Vai, Meu Bem

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Hearts of Stone Brasilian 60's Beat & Garage [2000]

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Coletânea lançada em vinil pelo selo alemão Magia Records em que se destacam bandas brasileiras da década de 1960. Algumas das bandas passaram aqui pelo blog, tais como, Os Jovens, Os Baobás e Luizinho e Seus Dinamites. Vale destaca o trabalho de remasterização que nos proporciona um arquivo de melhor qualidade, visto que nem sempre é possível encontrar material antigo em boa qualidade.

Na sequência serão postados os outros dois álbuns que compõem a coleção Hearts of Stone.


A1 – Os Jovens  - Coração De Pedra
A2 – Beatniks - Fire
A3 – Luizinho E Seus Dinamites - Choque Que Queima
A4 – Som Beat -  My Generation
A5 – Beat Boys - Canudinho
A6 – Os Baobás - Down Down
A7 – Beatniks - Cansado De Esperar
B1 – Renato E Seus Blue Caps - Vivo Só
B2 – Top Five - Esqueces Que Te Ami
B3 – Beatniks - Outside Chance
B4 – Brazilian Bitles - Filhinho Do Papai
B5 – Maskers - Veja Só
B6 – Os Jovens - Se Você Contar
B7 – Os Aranhas - Gloria

domingo, 18 de novembro de 2018

Pinherus - Entre Sons Modernos e Medievais [2018]



Por Mário Alencar em Crooked Tree Records

Estamos em tempos difíceis: o ser humano está à beira de um caos! Mas somos uma raça que lutamos por nossos direitos e pela nossa liberdade, para que possamos bater as asas em qualquer direção!

O disco do Pinherus, Entre Sons Modernos e Medievais fala sobre exatamente a liberdade de expressão, letras que te ajudam a crer num povo livre; Pinherus é vocalista e guitarrista da banda Fantasmas de Marte, onde lançou o EP Atmosfere em 2017. Sua carreira já vem de muito tempo com a banda, mas Fernando Pinheiro, seu verdadeiro nome, vive como nós trancado num quarto gravando suas composições no método lo-fi.

Entre Sons Modernos e Medievais é o seu primeiro disco, primeiro álbum cheio, com algumas músicas executadas com violões e algumas com pegadas de rock alternativo, no estilo Fantasmas de Marte (guitarra, baixo e bateria), a banda no qual atua desde sempre. O rapaz é fã emblemático do John Frusciante, legítimo (haha) – é notável sim algumas passagens nas suas composições, as estruturas de riffs do guitarrista que tocou durante os anos 90 e 2000 no Red Hot Chilli Peppers.

A gravação e mixagem acredito que foi tudo no cru feito pelo próprio, sem muito ”auê”, isso é o que dá o diferencial no álbum, eu dou valor, é um meio de protesto e um meio de ser sincero e direto, como ele diz na faixa Nossa História, ”Estou preso nesse mundo contando os segundos – esperando que – fazer com a nossa história que tanto demora pra se resolver – me dê a tua mão e vamos juntos ser livres”.

E estamos todos aqui, torcendo por aqueles que vivem numa luta incansável para conquistar o que é realmente seu. Pinherus é um destes, ouça o disco e verás!


sábado, 17 de novembro de 2018

Guitarras Vol 7 [2018]


Depois de uma pausa de 7 anos o projeto está de volta . E o seu principal objetivo é divulgar a música instrumental e os guitarristas Brasileiros . O Projeto Guitarras foi criado em 2009 por Cássio JC , e ficou ativo até 2011 , chegou a reunir mais de 30 Guitarristas de todas as partes do Brasil . E neste volume 7 a coletânea reuni 8 guitarristas , sendo eles . Cassiojc , Fred andrade , Wellington vilhena , Denison fernandes , Ricky furlani , Wesley lély caesar , kleber oliveira e Mike kerr .

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Humberto Gessinger - Canções de Amor, Filmes de Guerra [2018]

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Há 25 anos, em 1993, os Engenheiros do Hawaii lançaram o disco Filmes de Guerra, Canções de Amor. Como todos os meus registros ao vivo - seja com EngHaw, Pouca Vogal ou solo - ele trazia, ao lado de regravações, material inédito. Com o passar do tempo, percebi que as músicas que escrevo para estarem ao lado dos clássicos nestes trabalhos acabam formando um “álbum dentro do álbum”.

Para comemorar um quarto de século da gravação do Filmes de Guerra, Canções de Amor, regravei as quatro músicas inéditas do disco .

Nas versões de QUANTO VALE A VIDA e REALIDADE VIRTUAL, a releitura ficou a cargo de um trio acústico: toquei viola caipira ao lado de Paulinho Goulart no acordeon e Nando Peters no baixo. Paulinho participou do DVD inSULar Ao Vivo e Nando está presente nos meus trabalhos mais recentes.

Em MAPAS DO ACASO e ÀS VEZES NUNCA, estou no baixo, acompanhado por Rafa Bisogno na bateria e Felipe Rotta na guitarra. É o mesmo power-trio do DVD Ao Vivo Pra Caramba.

Este trabalho se chama Canções de Amor, Filmes de Guerra e, além das plataformas digitais, também estará disponível numa edição especial em vinil e CD que, além das quatro regravações, trará (apenas no vinil) as demos de ÀS VEZES NUNCA e QUANTO VALE A VIDA. São gravações caseiras que fiz em 1992, sem muita preocupação técnica, mas que registram bem o nascimento das canções.

Assim, a tour Ao Vivo Pra Caramba se renova e segue na estrada até março de 2019, quando começarei as gravações de meu novo disco. Ele trará canções inéditas, escritas entre fevereiro e outubro deste ano e deve ser lançado ainda no primeiro semestre do próximo ano.

Até lá, os shows ganham este novo elemento: o diálogo entre as inéditas de 1993 e as de 2018. Diferente de um livro, que podemos ler na velocidade que quisermos ou de um quadro que podemos apreciar no nosso ritmo, a música traz, em si, seu próprio tempo. Os segundos de um acorde, os minutos da canção, os três quartos de hora de um disco, as duas horas do show, o ano da tour, as décadas de uma carreira longeva. Tempos subjetivos, mas tão (ou mais) reais do que os do relógio. Como o pulso, o coração.

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Nei Lisboa - Pra Viajar No Cosmos Não Precisa Gasolina [1983]

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Por Caio Miranda em Disco a Disco

Nei Lisboa morou em diversas capitais do país e nos EUA, mas gravou seu primeiro disco aqui mesmo, em 1983. Antes disso já tinha frequentado o Liceu Musical Palestrina e ingressou no Curso de Composição e Regência de UFRGS, isso em 77. Em 79 inicia sua carreira participando em espetáculos teatrais, como "Lado a lado" e "Deu pra ti, anos 70". Esse último virou trilha de filme homônimo em 81, com participação do ator Werner Schünemann (!!!). Nessa época, Nei trabalhava bastante em parceria com o (até então) futuro guitarrista do Engenheiros do Havaí, Augusto Licks, que já estava com ele em "Verde", show que apresentavam em 81.

"Pra viajar no cosmo..." foi gravado e lançado de forma independente, com dinheiro que Nei conseguiu com amigos. Mesmo sendo um disco indie e de estreia, impressiona pela qualidade da gravação, a riqueza de arranjos e instrumentos usados nas canções, como por exemplo:


1. A tribo toda em dia de festa

Primeira faixa, já mostra a que veio. Um reggae cheio de instrumentos de percussão (muitos mesmo!), atabaques, bongôs, agogô, carrilhão, sinos, até barulhinhos de pássaros. Doidera. Tem uma harmonia instrumental muito bem feita, tudo conversando bem. A letra é uma viagem pop, mas já mostra algum tipo de engajamento político de Nei (que depois se torna mais forte). O meio da faixa tem uma quebra de tempo, uma levada mais pop, com melodias jazzy, quebra essa bem característica das faixas desse disco. Essa entrou no "Deu pra ti, anos 70".


2. Me chama de Robert

Essa faixa é demais, letra extremamente debochada e hedonista ("Quando bebo bebo até cair, quando fumo viro chaminé"), um frevinho nervoso (meio marchinha de carnaval, também), que também tem uma quebra de tempo incidental, um 4/4 bem lentinho, genial. Acho que é a faixa mais divertida do disco. Uma verdadeira ode aos vícios, diversão, prazeres e ressacas.


3. Não me pergunte a hora

Mais lentinha, uma coisa meio blues, meio jazz, bem mais melódica que as anteriores e uma das mais dramáticas. Com um tom romântico/nostálgico no som e na letra, tem dois belos solos de piano e guitarra, no melhor estilo "piano bar". Essa, aliás, foi feita em parceria com o Licks.


4. Síndrome de Abstinência

Essa tem caráter bem regional, pelo menos na estética do som, lembra algo muito popular da região dos pampas, Paraguai (que aliás está na letra). A letra é genial porque de forma bem sutil Nei fala de uma espécie de "seca" de maconha ("Lembro dos tempos de fartura, Maria, Joana, todo mundo tinha..."). Um cool jazz incidental traduz bem a "viagem" do cara. Ou a falta dela, rs. Maravilhoso exemplo de como Nei usa referências regionais combinadas com temas globais.


5. Doody II

Som mais melancólico, intimista, apenas violão e voz. Parece que Nei faz algum tipo de auto reflexão na letra, fala de se olhar no espelho. Outra que entrou no "Deu pra ti, anos 70".


6. Pra viajar no cosmo não precisa gasolina

Outra parceria de Nei e Licks. Tem um pouco da pegada de blues/jazz de "Não me pergunte a hora", um tanto mais bem arranjada, mais complexa em harmonia, mas também tem uma roupagem mais pop. Além de uma guitarrinha bem blues do Licks. A letra é bem sarcástica, também com uma conotação bem mais política ("O povo tem fome, o povo quer comer"). Aliás, o Nei era irmão do Luiz Eurico Tejera Lisbôa, perseguido e desaparecido político durante o regime militar dos anos 60.


7. No, No Chance

Canção de Luiz Carlos Galli, o "Boina", compositor gaúcho amigo e parceiro de Nei e Licks ("Verdes" era uma parceria entre os três). Cool jazz bem comportado, é na verdade uma grande piada, porque a letra diz basicamente "I have no chance in jazz, because a sing brazilian songs", e aquele jazzínho maroto de fundo. Aí vem o melhor, quando ele canta "I sing the samba" o tempo quebra num 2/4 sincopado, e quando ele canta "I sing the frevo", o frevo come solto, caindo sempre de volta pro jazz. Simplesmente genial. 


8. Rabo de Foguete

Minha faixa favorita. Que coisa linda a harmonia entre teclados, guitarra e baixo. Aliás, todos os instrumentos aqui merecem atenção. Os riffs precisos de guitarra, o teclado que "leva" o som, uma linha de baixo sofisticadíssima. E a bateria, então? Muito bem marcada, dinâmica, cheia de "truques". Não sei descrever bem a estética, mas é um som bem positivo, marcação forte de chimbal (no melhor estilo "bate estaca"), melodias suaves, harmonias jazzísticas, sei lá. Talvez "fusion melódico brasileiro", kkkkk! E o melhor, a letra fala sobre uma mina doida, dessas que bebe, fuma, fala palavrão e arruma briga, foi escrita em parceria com um tal de Iotomar Polsko.


9. Exaltação

Mais uma regionalista, no que parece ser literalmente uma exaltação ao chimarrão, ou melhor, a erva que vai na bebida, o chimarrão Crioulo. Basicamente isso, são bem bacanas os arranjos de violões, lembra mesmo (se eu não estiver bem enganado) algo como o som da catira. 


10. Sinal Azul

Essa faixa tem clima mais ameno, também mais inclinada ao popular e regional, composta por Nei, Licks, Glauco Sagebin (tecladista de Nei) e Peninha (não sei se é o mesmo de "Sonhos"). A letra, porém, é bem tropicalista, mistura índios com anjos e Exu e blue jeans. Parece uma canção que nos lembra que somos todos iguais, nesse sinal azul... digo, planeta azul. Tem um solo lindo de piano no final, um piano bem "campestre", do Glauco. 


11. Água Benta 

A última faixa é bem animada, tem um instrumental foda também, me lembra o fusion/jazz/soul de bandas como Azymuth e Grupo Medusa, cheios de virtuose e feeling, tempos quebrados. A letra é totalmente naturalista (óbvio), fala da água, da vida, do planeta e do corpo humano. Composta por Nei, Licks e um tal Clóvis Frimm. Fecha bem o disco, é bem pra cima, e mostra o melhor da banda... 

Que infelizmente eu não consegui descobrir quem são (fora o Glauco Sagebin). Infelizmente tem pouca informação na web sobre esse disco. Mas vou caçar essa e prometo que faço um post extra. Os títulos das das faixas também são links pras letras. Dá pra ouvir ele na íntegra no YouTube (vídeo abaixo). Espero que tenham gostado. Comentem, por favor. No próximo post o segundo disco, "Noves Fora", de 1984. Valeu! \o/

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Bebeco Garcia - Confidencial [2003]

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1 - Sorte no Amor
2 - Pra Mais de Mil Alto-Falantes
3 - Você Ainda É Um Misério
4 - Mexe Rebola
5 - Eu Sei Que Você Sabe
6 - Pra Ela
7 - Pouco Importa
8 - Hotel Virtual
9 - Vitória
10 - Acredita em Mim

Mortal Kombat Musical

Por Ruan Matheus