quinta-feira, 30 de agosto de 2018

A Barca do Sol - Durante o Verão [1976]

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A1 - Durante O Verão
(Geraldo E. Carneiro, Nando Carneiro)
A2 - Hotel Colonial
(Geraldo E. Carneiro, Muri Costa)
A3 - A Língua & A Bainha
(Jose R. Resende, Geraldo E. Carneiro, Nando Carneiro)
A4 - Os Pilares Da Cultura
(Geraldo E. Carneiro, Jaques Morelembaum)
A5 - Karen
(Alain P. Ribero De Magalhães)
B1 - Memorial Day
(Geraldo Eduardo Carneiro, Jaques Morelembaum)
B2 - O Banquete
(João Carlos Pádua, Nando Carneiro)
B3 - Belladonna, Lady Of The Rocks
(Geraldo E. Carneiro, Nando Carneiro)
B4 - Outros Carnavais
(Geraldo E. Carneiro, Jaques Morelembaum)

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Herod Layne - In Between Dust Conditions [2008]



Por Sinewave

In Between Dust Conditions é o álbum de estréia da banda Herod Layne, de São Paulo (SP). O álbum foi composto em grande parte via internet, através de arquivos trocados via MSN. Com a entrada do baterista Johnny Dux, as faixas foram re-arranjadas e gravadas em estúdio, com produção de Gustavo “Big” Simão. Os destaques do álbum incluem o single “Walking The Valley”, a nova versão de “Elegy For A Dream”, e a inédita “No Choice”. “Conseguimos reunir cinco músicas que representam muito bem nossas influências, e, apesar de serem bastante distintas entre si, a identidade e o feeling da banda estão explícitos do primeiro ao último ruído”, conta Sachalf.

01. Born From a Dead Phoenix
02. Elegy for a Dream
03. No Choice
04. Prelude for Anticipation
05. Walking the Valley

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Herod Layne - Walking the Valley [2008]

Link oficial 192kbps


Walking the Valley é o EP de estréia da banda Herod Layne, de São Paulo (SP).


1. Walking the Valley
2. Xmass


domingo, 26 de agosto de 2018

Erasmo Carlos - Erasmo [1968]

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Por Marcelo Fróes em Erasmo Carlos

Gravado com os Wandecos e os Tremendões no primeiro semestre de 1968, “Erasmo” foi gerado na reta final da Jovem Guarda. O programa sairia do ar antes de seu lançamento, mas ao chegar às lojas em setembro daquele ano o vinil ainda trazia o espírito da época. Para o Diabo Com Os Conselhos De Vocês foi o primeiro compacto, já em junho, mas não é uma das músicas favoritas do artista: “Não gosto muito dessa música, porque a gravei com um arranjo do qual não gostava muito. Como não tinha outra coisa pra gravar, gravei essa ...que tem um tema que não deixa de ser primo de Quero Que Vá Tudo Por Inferno. (...) Enfim, eu não sei se passei a não gostar da música quando o Paulo Sergio a gravou” . Todas as Mulheres Do Mundo, lado B daquele primeiro compacto extraído das sessões de 1968 agrada mais a Erasmo: “Gravei num estilo que eu gosto , que é aquele quase sussurrado, e cheguei a regravar em espanhol para um compacto. É um estilo bonito e a harmonia ficou bem chegada ao que gosto, que é aquele de Groovin”.

O álbum sairia simultaneamente com um compacto em setembro, mas a opção da gravadora foi a de esperar.

O repertório era marcado pela retomada da parceria Erasmo & Roberto, que assinava quase metade do repertório. A escolhida para o “simples” lançado em novembro acabou sendo O Maior Amor Da Cidade, mas efetivamente o lado B- Baby Baby, de Santos Dumont- teve melhor sorte. “Eu tava muito influenciado pelo Santos Dumont, porque ele era meio maluco... e ele tocava piano bem pra caramba. Ele fazia um estilo de piano que eu não via ninguém tocar no Brasil. Ele batucava no piano e hoje em dia são poucos que fazem isso: Ivan Lins é um dos poucos, além de João Donato e Marcos Valle. Eu amo o cara que batuca no piano tem que tocar pra caramba.(...) Gravei Baby Baby com Tim Maia fazendo backing vocal” , lembra Erasmo. 

Tim Maia, que passara os anos da Jovem Guarda morando nos Estados Unidos, retornara no apagar das luzes do movimento e encontrara no amigo Erasmo um dos primeiros em sua música. Erasmo não só o convidou para cantarem Baby Baby, como também gravou sua Não Quero Nem Saber. Na mesma época, Roberto Carlos gravou Não Vou Ficar e Tim foi contratado para gravar seu primeiro compacto pela CBS ainda em 1968. Na sequência, Erasmo levou Tim para a fermata/RGE- onde o compacto These Are The Songs. Regravada em dueto com Elis Regina em 1970, a canção abriu caminho para carreira de sucesso de Tim Maia na Polydor.


A1 - Baby Baby
(Santos Dumont)
A2 - A Próxima Dança
(Erasmo Carlos, Roberto Carlos)
A3 - Nunca Mais Vou Fazer Você Sofrer
(Erasmo Carlos, Roberto Carlos)
A4 - Meu Disquinho
(Luiz Fabiano)
A5 - Escrevi Te Amo Na Areia (Ho Scritto Ti Amo Sulla Sabbia)
(Sharade - Sonago)
A6 - Todas As Mulheres Do Mundo
(Erasmo Carlos)
B1 - O Maior Amor Da Cidade
(Erasmo Carlos, Roberto Carlos)
B2 - Mil Bikinis
(Elizabeth)
B3 - Não Quero Nem Saber
(Tim Maia)
B4 - Vou Chorar, Vou Chorar, Vou Chorar
(Erasmo Carlos, Roberto Carlos)
B5 - Senhor, Aqui Estou
(Erasmo Carlos, Roberto Carlos)
B6 - Para O Diabo Os Conselhos De Vocês
(Carlos Imperial, Nenéo)

sábado, 25 de agosto de 2018

Erasmo Carlos - O Tremendão [1967]

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Por Marcelo Fróes em Erasmo Carlos

"O Caderninho" tocou bastante, mas o disco seguinte levou alguns meses pra sair. O final de 1967 fôra dedicado àparticipação no III Festival da MPB: Erasmo compôs, inscreveu e gravou "Capoeirada" com acompanhamento do Som Três e do grupo vocal O Quarteto. No meio de 1968 é que saiu o primeiro lançamento da nova fase, com o compacto "Para O Diabo Com Os Conselhos de Vocês". Gravado com acompanhamento dos Tremendões para o LP que só sairia em setembro, o disquinho não ficou ao agrado de Erasmo - e a música de Nenéo acabou perdendo seu mínimo entusiasmo, ao ser regravada pelo cantor Paulo Sérgio. Porém o lado B, "Todas As Mulheres do Mundo", acabou gozando de maior simpatia e chegou a ser vertida para o espanhol e lançada em compacto na América Latina. O álbum de 1968 foi aberto por "Baby Baby", música do então promissor compositor e pianista Santos Dumont, que contou com vocais de Tim Maia - autor de "Não Quero Nem Saber", uma das muitas músicas inéditas do disco.



A1 - O Tremendão
(Dori Édson, Marcos Roberto)
A2 - O Dono Da Bola
(Erasmo Carlos, Roberto Carlos)
A3 - Não Vivo Sem Você
(Roberto Correia, Rossini Pinto)
A4 - Eu Não Me Importo
(Deny, Dino )
A5 - A Grande Mágoa (The Big Hurt)
(Shanklin)
A6 - O Sonho De Todas As Moças
(Erasmo Carlos)
B1 - Eu Sonhei Que Tu Estavas Tão Linda
(Francisco Mattoso, Lamartine Babo)
B2 - Vem Quente Que Eu Estou Fervendo
(Carlos Imperial, Eduardo Araújo)
B3 - Estrelinha (Little Star)
(Venosa, Picone)
B4 - O Bilhetinho
(Benil Santos, Raul Sampaio)
B5 - Faz Só Um Mês
(Carlos Imperial, Eduardo Araújo)
B6 Não Fiques Triste
(Cleudir Borges)

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Erasmo Carlos [1967]


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Por Marcelo Fróes em Erasmo Carlos

Erasmo Carlos vinha de quatro sucessos retumbantes- A carta, Gatinha Manhosa, O Tremendão e Vem Quente Que Eu Estou Fervendo-, que se sucediam nas paradas e nas prateleiras de mais vendidos. Sofria com o preconceito das autoridades, que promoviam investigações por corrupção de menores e impediam artistas de se apresentarem em cidades. E passava por um momento de interrupção de sua parceria com Roberto Carlos, por conta de fofocas invejosas. 

O programa “Jovem Guarda” continuava firme e forte todas as tardes de domingo, na TV Record de São Paulo- com retransmissão para afiliadas em todo o país. Erasmo Carlos entrou em estúdio com os Fevers e com os Wandecos, banda que acompanhava Wanderléa em shows. “Erasmo Carlos”, O LP, foi gravado em meados de 1967- para lançamento em setembro. Das sessões de gravação participaram os metais da banda de Roberto Carlos, o Som Três de Cesar de Camargo Mariano e Raul de Souza, dentre outros. No repertório, nenhuma canção de Erasmo Carlos & Roberto Carlos, mas uma versão do sucesso internacional Mellow Yellow, assinada especialmente por Roberto Carlos. 

O Caderninho foi o primeiro compacto extraído das novas gravações, em junho de 1967. Composta pelo guitarrista Alemão, dos Wandecos, foi entregue a Erasmo nos bastidores do programa Jovem Guarda, quando Wilson Simonal também demonstrou interesse por gravá-la. “Um dia o ‘Alemão’ chegou querendo me mostrar uma música que ‘era a minha cara’ Ele me demonstrou “O Caderninho” e eu adorei, afinal estava vidrado em “The More l See You” e eu logo vi que era uma música toda cheia de harmonia gostosa e bonita. Isso cai como uma luva no Chris Montez, bicho! ‘ Mas eu nada falei, e a pedi pra mim. Mas aí naquele negócio, chegou gente perto e eu fui logo dizendo que ia gravar. Simonal também chegou-se e disse: ‘ interessante essa música, viu? Escuta, eu gravo esta música!’ Ai eu falei: Não, essa já e minha’ . Ele continuou insistindo, e nas brincadeiras foi forçando a barra até que eu senti que a coisa tinha passado da brincadeira para algo além. Chamei o Alemão num canto e falei que ia gravá-la, acabei gravando mesmo e foi um dos grandes sucessos da minha vida - em São Paulo.(...) 

O Caderninho foi o precursor da ‘ Pilantragem’, em termos de Brasil, afinal precursor tinha sido Chris Montez – que era mauricinho demais pra pilantragem, que já era uma coisa mais malandra.” , lembra Erasmo Carlos quando o LP “ Erasmo Carlos” chegou às lojas em setembro, o novo compacto seria caramelo, a versão de Mellow Yellow assinada por Roberto Carlos. O sucesso não aconteceu e na sequência o trabalho no novo álbum acabou ofuscado pela participação de Erasmo no III Festival da Música Popular Brasileira: “Na época dos festivais algum diretor de TV me perguntou se eu tinha alguma música pro festival. ‘Não tenho...mas eu faço!’ fiz com influência de músicas de festival, coisa que hoje em dia eu não faria, porque, se eu fizesse uma música normal da minha vida, como fizeram os outros naquele festival, teria me dado melhor. Caetano Veloso e Gilberto Gil vieram com propostas mais parecidas com as minha do que eu próprio, porque eu entrei numa de fazer ‘uma coisa mais brasileira’”, analisa com distanciamento histórico Erasmo Carlos. 

Capoeirada foi apresentada pelo grupo vocal O Quarteto na terceira eliminatória do festival, realizada no Teatro Record em 14 de outubro de 1967. Não foi classificada para a final realizada na semana seguinte, mas foi gravada às pressas por Erasmo Carlos como o grupo Som Três, liderado por César Camargo Mariano, e com acompanhamento vocal de O Quarteto. O compacto foi lançado “com urgência” em novembro mas não aconteceu. A gravadora ainda trabalharia o LP “Erasmo Carlos” naquele próximo verão, com um compacto puxado por Cara Feia Pra Mim É Fome; mas àquela altura Erasmo já pensava num próximo álbum. 



A1 - Cara Feia Pra Mim É Fome
(Olmir Stocker, Vicente De Paula Salvia)
A2 - O Ajudante Do Kaiser (I Was Kaiser Bill's Batman)
(Greenaway) versão Fred Jorge 
A3 - Neném Corta Essa
(Erasmo Carlos)
A4 Só Sonho Quando Penso Que Você Sente O Que Eu Sinto
(Martinha)
A5 - O Caderninho
(Olmir Stocker)
A6 - Larguem Meu Pé
(Erasmo Carlos)
B1 - Caramelo (Mellow Yellow)
(D. Leitch) versão Roberto Carlos
B2 - Saidinha E Assanhada
(Vicente De Paula Salvia)
B3 - Quase Perdi Seu Amor
(Newton De Siqueira Campos, Olmir Stocker)
B4 - Brotinho Sem Juízo
(Carlos Imperial)
B5 - A Garotinha Da Estação
(Newton De Siqueira Campos, Olmir Stocker)
B6 - Não Me Diga Adeus
(João Correia Da Silva, Luiz Soberano, Paquito)

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Erasmo Carlos - Minha Fama de Mau [2008]



Descrição

Ele veio ao mundo para topar qualquer parada. Erasmo Carlos não só venceu os muitos desafios que o destino colocou no seu caminho, como se tornou um dos primeiros popstars brasileiros. Minha Fama de Mau conta como o menino criado pela mãe numa casa de cômodos, superou todas as limitações e o preconceito da Zona Sul carioca, consagrando-se, junto ao amigo Roberto Carlos, como o porta-voz sentimental de milhões de pessoas. Não só um ícone da MPB, Erasmo é também, como diz a letra de Amigo, uma pessoa doce, engraçada e generosa. Um artista deliciosamente humano que, através de suas memórias, conta as dificuldades e alegrias da juventude marcada pelo fenômeno da Jovem Guarda e da fama tão inesperada como explosiva. No começo de tudo, era quase impossível prever que tanto sucesso chegaria. De estoquista de loja de sutiãs a carregador de tijolos refratários, Erasmo fez de tudo até alcançá-lo - experiências frustradas que o convenceriam de que seu destino definitivamente era trabalhar com música. O primeiro passo era pensar no nome artístico: 'Sempre achei o nome Erasmo, sozinho, de uma pobreza enorme, artisticamente falando. Não me sentia confortável ao ser anunciado nas quermesses. Resolvi então assumir meu nome completo e ficou pior', conta ele, que, na falta de um segundo nome forte para um cartão de visitas, foi buscar inspiração num almanaque que destacava a energia ímpar atribuída ao nome Carlos pelos mestres do ocultismo. Cada letra que compõe o nome é na verdade a inicial de uma representação da nobreza: 'C' de Cristo, rei dos judeus; 'A' de águia, rainha das aves; 'R' de rosa, rainha das flores; 'L' de leão, rei dos animais; 'O' de ouro, rei dos metais; e 'S' de Sol, rei dos astros. 'Erasmo Carlos. Esse era eu.'

sábado, 18 de agosto de 2018

Alceu Valença em Colcha de Retalhos


Em HQ exclusiva para a Continente, André Valença e Celso Hartkopf “conversam” com o músico pernambucano sobre as peripécias do seu disco 'Vivo'.

Acesse AQUI.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

João Donato - Bluchanga [2017]

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Por Antônio Carlos Miguel em Acre Musical

Bluchanga, um lançamento da Acre Musical em parceria com a Mills Records. Ouça "The Mohican and the great spirit":



Gravado em 2014, ano em que João Donato de Oliveira Neto completou 80 anos de idade, “Bluchanga” estava restrito a um pequeno círculo, privilegiados que, no fim daquele ano, receberam o brinde distribuído pela empresa patrocinadora. Agora, este que é um dos melhores discos do pianista, compositor e arranjador nascido em Rio Branco, no Acre, ganha uma edição comercial e reafirma a força e a originalidade de um dos mais universais criadores da música brasileira.

Ao mesmo tempo, contemporâneo e atemporal, “Bluchanga” tanto remete aos primeiros trabalhos solos de Donato no início dos anos 1960 quanto ao recente “Sambolero” – este, gravado em fins de 2008 e lançado em 2010, foi premiado no Grammy Latino daquele ano como o Melhor Álbum de Jazz Latino. Ambos produzidos por João Samuel, os dois discos têm muitos pontos em comum, avançando na veia instrumental do pianista. Com cinco anos de intervalo, as sessões aconteceram no mesmo estúdio Cia dos Técnicos, em Copacabana, e a principal diferença está na formação instrumental: enquanto “Sambolero” traz o já clássico João Donato Trio (completado por Robertinho Silva na bateria e Luiz Alves no contrabaixo) e ainda o percussionista Sidinho Moreira; em “Bluchanga”, esses mesmos músicos ganharam a companhia de Leo Amuedo (guitarra e violão), Ricardo Pontes (sax alto e flauta) e José Arimateia (flugelhorn e trompete). Liderando esse poderoso septeto, Donato navega com técnica e tesão pelo seu pioneiro amálgama de samba, jazz e ritmos afro-cubanos. Este último ingrediente é fruto da profunda imersão na cena do jazz latino, no início dos anos 1960, quando, radicado nos Estados Unidos, onde viveu até 1973, Donato tocou e gravou com mestres dessa vertente como Mongo Santamaria, Eddie Palmieri, Cal Tjader e Clare Fischer.

O repertório de “Bluchanga” promove um passeio por diferentes períodos da carreira de Donato. Ele assina sozinho seis faixas, incluindo dois temas criados nos anos 1960 que continuavam inéditos (“Trident” e “Uma para o Duke”); faz duas homenagens a amigos e gigantes do jazz que tinham partido recentemente, “The Mohican and the Great Spirit” (composição de Horace Silver, que nos deixou em junho de 2014) e “Morning” (de Clare Fischer, morto em janeiro de 2012); e ainda retoma uma música da dupla de amigos bossa-novistas Tita & Edson Lobo, “Uma benção” (que fora gravada no CD “João Donato reencontra Tita”, em 2004).

Faixa que dá título e abre o álbum, “Bluchanga” foi composta por Donato durante seu período de quase dois anos no grupo do percussionista cubano radicado nos EUA Mongo Santamaria. O nome é um silogismo que ele criou a partir de “blue-charanga”, homenageando a Orquestra Sabrosa de Mongo, sendo “charanga” a forma como os cubanos chamavam suas orquestras típicas. Em 1962, “Bluchanga” foi escolhida pelo percussionista para abrir o disco “Mighty Mongo”; também abrindo o ao vivo “At The Blackhawk”. Logo em seguida, seria regravada no Brasil pelo compositor, em “A bossa muito moderna de João Donato e seu Trio” (1963).

As duas até então inéditas estavam num caderno de composições que Donato guardava desde 1966. “Trident” é uma referência ao restaurante e bar de mesmo nome em Sausalito (em São Francisco) no qual ele tocou com seu trio naquele ano, em show que contava com a participação especial de Chet Baker. A temporada seguia muito bem, mas, após algumas semanas, o trompetista perdeu os dentes da frente após uma briga com traficantes, sendo substituído à altura por outro grande jazzman amigo de Donato, o saxofonista Bud Shank. Dramas à parte, “Trident” mantém o espírito alegre e de descobertas que pautava a Califórnia da época, quando o movimento hippie dava seus primeiros passos e o brasileiro flanava com seu piano pelos EUA. Já “Uma para o Duke” revela a paixão de Donato pela obra do pianista e band leader Duke Ellington.

Três músicas de Donato que depois ganharam letras são apresentadas aqui em suas versões instrumentais originais: “Nua ideia” (parceria com Caetano Veloso), “Lua dourada” (com Fausto Nilo) e “Não tem nada não” (com Eumir Deodato e Marcos Valle), sendo que esta terceira tem história para lá de curiosa. Ela nasceu como o tema instrumental “Batuque”, no álbum “Donato/Deodato” (1973), e, meses depois, ganhou a letra de Valle e seu novo título, sendo lançada por este no disco “Previsão do tempo” (também de 1973). Na hora de registrar a canção, Valle foi alertado por Donato que também seria coautor da melodia, já que o refrão tinha saído de um trecho de sua “Os grilos”. Na verdade, Donato explicou que tinha se inspirado num contracanto feito pelo naipe de flautas e saxofone do arranjo que Deodato criara para a gravação de “Os grilos” por Astrud Gilberto. Bendita, musical e natural confusão que virou um clássico desse trio de gigantes, e que, desde então, não para de ser tocado e regravado.

Também lançado no disco “Donato/Deodato”, o tema “Capricorn” volta agora revigorado pelo arranjo e pela execução imprimida, de pegada mais brasileira, pelo septeto. O mesmo vale para outras músicas do período, como “Malandro”, que fechava o álbum “A bad Donato” (1970); e “Rio Branco”, a homenagem à capital do Acre, onde ele nasceu (em 17 de agosto de 1934) e viveu até o início da adolescência, quando desembarcou em outro Rio, o de Janeiro.

Desde então, o caudaloso rio musical de João Donato não para de banhar o mundo. E o álbum “Bluchanga” é mais uma refrescante prova disso.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

David Ganc - Noturno [2016]

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Por Mills Records

David Ganc lança o quinto CD de sua carreira, Noturno – David Ganc interpreta a música de câmara de Nivaldo Ornelas, onze anos após o lançamento do seu último disco solo.

Referência para gerações de músicos, Ornelas é reconhecido como músico popular de destaque por suas atuações no Clube de Esquina com Milton Nascimento, suas participações nos discos e shows de Egberto Gismonti e Hermeto Pascoal, e por sua obra autoral de 14 CDs.

No disco, David apresenta a produção do saxofonista, flautista, arranjador e compositor de 1980 a 2014, e presta uma homenagem ao amigo, pois o trabalho chega ao mercado pela Mills Records, quando Nivaldo comemora 75 anos de idade.

A amizade de Ganc e Ornelas vem desde a década de 1970 quando o primeiro, integrante da banda “A Barca do Sol”, abria os shows de Egberto Gismonti onde Nivaldo atuava no grupo de acompanhamento “Academia de Danças”. Do convívio dos camarins aos encontros nos estúdios de gravação, esta amizade perdura até hoje.

A música de Noturno se situa na fronteira da música popular com a música erudita. Este foi mais um ponto em comum que conecta os caminhos musicais do intérprete com os do compositor. No CD, David lança luz em uma parcela não tão conhecida da obra de Ornelas, sua música erudita.

Em todas as faixas, Ganc é acompanhado por Maria Teresa Madeira. Teresa é a pianista sideal e indispensável para o CD, pois além de seu conhecido talento, gravou em 1986, junto com Ganc, a primeira obra erudita de Ornelas, o Noturno, que agora, batiza este trabalho. O disco também conta com as luxuosas participações de Zeca Assumpção (contrabaixo acústico), Mingo Araújo (percussão) e Iura Ranevsky (violoncelo), cada um em uma faixa.

O disco abre com Variações para flauta e piano. Gravada em 1990, no LP de Ornelas A Colheita do Trigo, em versão popular com piano, baixo, bateria, o sax tenor de Ornelas e a flauta de Ganc, agora tem sua versão erudita na formação flauta e piano, em três movimentos.

Canção Breve é um singelo tema executado pelo som aveludado da flauta em sol.

Em seu primeiro registro, a Suíte para Saxofone Tenor e Piano em 5 movimentos, pode ser considerada uma ideia central dividida em 5 partes diferentes.

Sentimentos não revelados é uma regravação onde a melodia originariamente gravada com o vocal de Milton Nascimento agora é tocada pelo cello de Ranevsky e a flauta de David.

Canções do Interior (A Praça) faz parte de um caderno de canções para violoncelo. Com o intuito de incrementar a literatura para saxofone e por sua tessitura semelhante, Ganc transcreveu-a para saxofone tenor.

A inédita Suíte Brasil / Holanda em 6 movimentos motivou a gravação deste CD. Iniciada em 1996 e concluída em 2014, faz parte de uma pesquisa histórica, de espectro maior, desenvolvida pelo compositor, sobre o período da invasão holandesa no nordeste do Brasil (1630-1654). Esta é a impressão sonora de Ornelas sobre esta época, mesclando o barroco europeu com ritmos e padrões melódico/harmônicos do nordeste brasileiro.

Os movimentos são: Arrecifes, Praia dos Flamengos, Fortaleza de São Luís, Cana do Reino, Arraial do Bom Jesus e Recife, Oh Linda! O baixo de Zeca Assumpção e a percussão nordestina de Mingo Araújo fundem o balanço brasileiro com a sonoridade erudita.

O disco se encerra com a emblemática música que dá nome ao disco, o Noturno para flauta e piano em 2 movimentos de 1984, primeira peça erudita de Nivaldo Ornelas, que foi dedicada a David Ganc. Por isso, segundo David Ganc “É um ciclo que se fecha. Ao mesmo tempo, outro que se abre”. Ao mostrar ao mundo esta música de rara beleza, Gismonti comenta:

“A MÚSICA do Noturno nos oferece uma janela aberta para qualquer de nossos horizontes… Esse é um belo presente para este mundão aparentemente sem eira nem beira; carente de sonho e paixão além de afeto que aperta o coração até o choro de alegria… Belo presente para nosso país contraditório, miscigenado e autodidata. Bela música de dedicação e paixão.”



1 - Variações para Flauta e Piano Baseada no Tema a Colheita do Trigo, Introdução
2 - Variações para Flauta e Piano Baseada no Tema a Colheita do Trigo, 1º Movimento
3 - Variações para Flauta e Piano Baseada no Tema a Colheita do Trigo, 2º Movimento
4 - Variações para Flauta e Piano Baseada no Tema a Colheita do Trigo, 3º Movimento
5 - Canção Breve
6 - Suíte para Saxofone Tenor e Piano: Congada
7 - Suíte para Saxofone Tenor e Piano: Arlequim
8 - Suíte para Saxofone Tenor e Piano: Canção Heróica
9 - Suíte para Saxofone Tenor e Piano: Maria Fumaça
10 - Suíte para Saxofone Tenor e Piano: Hino Final
11 - Sentimentos Não Revelados
12 - Canções do Interior: A Praça
13 - Suíte Brasil Holanda: Arrecifes
14 - Suíte Brasil Holanda: Praia dos Flamengos
15 - Suíte Brasil Holanda: Fortaleza de São Luís
16 - Suíte Brasil Holanda: Cana do Reino
17 - Suíte Brasil Holanda: Arraial do Bom Jesus
18 - Suíte Brasil Holanda: Recife Oh! Linda
19 - Noturno para Flauta e Piano, 1º Movimento
20 - Noturno para Flauta e Piano, 2º Movimento

domingo, 5 de agosto de 2018

Hélio Delmiro - Compassos [2004]

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Por MauNah em CJUB

O guitarrista Hélio Delmiro lançou seu último CD, Compassos, depois de um razoavel tempo fora dos holofotes - por inúmeros problemas pessoais, Delmiro chegou a passar algum tempo em privação de liberdade, o que acabou dando margem em certo momento, inclusive, a um bonito movimento de seus pares para arrecadar valor que pudesse devolvê-lo à circulação e onde parece, Lulu Santos teria tido um papel muito nobre e mesmo decisivo - e o fez de uma forma soberba. 

Não tendo em mim até agora um de seus maiores entusiastas, já à primeira audição de Compassos comecei a rever meus conceitos. 

HD abre o CD, no qual assina cinco dos doze temas, majoritariamente voltado para interpretações intimistas, com My Favorite Things, clássico de Rodgers e Hammerstein, com uma tocada muito elegante, onde tangencia-se mui suavemente a bossa-nova na abertura e no solo de Bruno Cardozo nos teclados, quando este se utiliza de divisões muito criativas. Delmiro retorna então com timbre sofisticado, arredondando com sua perfeita escolha de notas a esse tema já muito batido, mas que se renova em suas mãos. 

Segue-se então a elegante "Alabastro", de sua autoria, em uma ótima demonstração de como se apresentar com maestria jazzística a um tema totalmente brasileiro. Novamente aqui Cardozo aparece em belo diálogo com Delmiro, presente ao fundo a atuação segura de Jurim Moreira. A se notar, a ausência, na mixagem, do contrabaixo acústico de Jorge Helder, apenas intuído.

Em seguida, a rendição de Hélio Delmiro de Witchcraft, de Leigh e Coleman, é uma das mais elegantes interpretações dessa balada que já tive a oportunidade de ouvir, com a citação explícita de Garota de Ipanema remetendo mais uma vez aos bons tempos e climas da bossa-nova, e suas oitavas "westmontgomerianas" dando ao todo uma sofisticação digna de nota. 

Ponteio, de Edu Lobo e Capinam vem em seguida e interfere no clima até ali contido do CD, permitindo a Cardozo, Hélder - finalmente bem audível - e a Jurim demonstrarem suas qualidades. 

Em outra de suas composições, Esperando, Delmiro demonstra sua total maturidade artística. Embora eu ache questionável a utilização do "pitch bend" no teclado ao longo de toda a boa intervenção de Cardozo, o tema não destoa do clima pretendido. 

Já em Espada de Fogo, também do líder, HD mostra que mesmo em andamentos mais rápidos consegue manter intactos seu lirismo e sua levada impecavelmente limpa, sem ruídos estranhos a afugentar os aficionados por sua arte. Infelizmente aqui se repete o fenômeno da abdução do baixo, pontificando ainda o bom ritmo imposto por Jurim Moreira ao grupo. 

Uma Round Midnight "comme il faut" é a sétima faixa. Clássica, elegante e românticamente executada, e pronto, o recado está dado. 

Segue-se então a faixa TP, provavelmente (e aqui peço o auxílio dos confrades e demais leitores) composta por Delmiro para o jovem e já então incrivelmente promissor Heitor Teixeira Pereira, hoje consagrado por seus anos de participação no conjunto pop Simply Red - onde, a despeito do prestígio jamais conseguiu, a meu ver, demonstrar totalmente sua grande arte - e uma bela carreira de instrumentista em Los Angeles. Jorge Hélder pontua ali com um baixo elétrico, perfeitamente audível nesse tema mais para o fusion, gênero que pontificava na noite "jazzística" do Rio então, e HD aparece solto e criativo, com swinginvejável, utilizando todos os tricks"de seu vasto arcabouço. 

Na faixa seguinte, O Morro Não Tem Vez, de Jobim/Vinícius de Moraes, Delmiro usa com belo efeito a técnica de ferir duas cordas para uma mesma nota, sendo uma delas milimetricamente destoada da sua parceira, criando uma sensação mágica. A levada, próxima ao samba, contrapõe HD, Jurim e Cardozo. O desperdiçado craque Jorge Hélder, infelizmente, resta imperceptível ainda nesta faixa. 

Itapê, de Cardozo, é outro tema intimista de bom desenvolvimento pelo tecladista, complementado sem maiores surpresas por Delmiro. 

Já Compassos, de Delmiro, penúltima faixa do CD, não foge ao clima geral e apresenta o líder em plena forma, alternando os solos entre notas únicas e acordes, sempre criativo na execução. 

Fechando o disco, Hélio Delmiro entoa bastante razoavelmente Ilusão À Toa, em um tributo ao grandecíssimo mas muito pouco reconhecido expoente da boa música produzida no Brasil, o craque Johnny Alf. 

Para quem não amava Delmiro, encontrá-lo em tão boa forma nesse seu Compassos, foi uma bela surpresa, à qual classifico com @@@ e meia.


Ficha técnica AQUI.

sábado, 4 de agosto de 2018

Hélio Delmiro - Emotiva [1980]

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A1 - Marceneiro Paulo
(Hélio Delmiro)
A2 - Esperando
(Hélio Delmiro)
A3 - Epistrophy
(Clarke, Monk)
A4 - Body And Soul
(Heyman, Eyton, Green, Sour)
B1 - Pro Zeca
(Victor Assis Brasil)
B2 - Emotiva N.⁰1
(Hélio Delmiro)
B3 - Tarde
(Marcio Borges, Milton Nascimento)
B4 - Waltzin'
(Victor Assis Brasil)

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Cesar Camargo Mariano e Hélio Delmiro - Samambaia [1981]

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Por mvcosta em Br-Instrumental

Em 1981 foi lançado um dos discos mais importantes de toda a história da música brasileira, reunindo dois dos maiores instrumentistas brasileiros de todos os tempos. Parece exagero? Mas pode acreditar que não é. O disco Samambaia de Cesar Camargo Mariano e Hélio Delmiro é de fato um marco na nossa música e uma gravação absolutamente imprescindível para qualquer músico que queira dominar a linguagem da música brasileira, não somente pianistas e violonistas.

O pianista Cesar Camargo Mariano é, além de grande instrumentista e mestre na difícil arte de acompanhar, excelente arranjador e compositor inspirado. Já o mestre Hélio Delmiro é simplesmente um dos melhores violonistas e guitarristas brasileiros de todos os tempos.

Juntos, fizeram um disco numa época (início da década de 80) em que a música instrumental brasileira vivia um momento único de crescimento e explosão de criatividade, além de uma relativa boa recepção por parte do público, que sempre foi pequeno para essa faixa de mercado, mas nunca tão grande como nesse tempo.

Nessa década surgiram grupos como Medusa, Cama de Gato, Pau Brasil, Pé ante Pé, Divina Increnca, Zona Sul, Banda Metalurgia e SyncroJazz, além de instrumentistas de destaque como Ulisses Rocha, Marco Pereira, Victor Biglione, Ricardo Silveira, Leo Gandelman e Raul Mascarenhas, entre muitos outros.

A bela composição Samambaia, de Cesar Mariano - um tipo de "samba-choro" com harmonia moderna e certa concepção jazzística - tornou-se imediatamente um "standard" da MPB instrumental, sendo regravada por vários artistas.
*Extraído do site do músico Conrado Paulino


A1 Samambaia
A2 Carinhoso
A3 Emotiva Nº 4
A4 Curumim
A5 Das Cordas
B1 Milagre Dos Peixes
B2 Choratta
B3 No Rancho Fundo
B4 Ninhos
B5 Maria Rita

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Zé Ramalho ‎- De Gosto, De Água e De Amigos [1985]

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Apresentação
Zé Ramalho

Esse disco traz músicas inéditas, que falam de amizade, amores e lembranças. Marca também o momento difícil pelo qual eu estava passando. As canções refletem sofrimento e solidão. Nessa época (1985), eu estava me mudando definitivamente para o Rio de Janeiro, onde resido até hoje. Não foi um estouro imediato, mas aconteceu de me encomendarem uma música para a telenovela "Roque Santeiro", sobre um personagem que virava lobisomem. Fiz, então, a canção "Mistérios da Meia-Noite", que tornou-se um sucesso nacional na novela e no rádio. Esta música entrou no disco, mesmo depois de ele ter sido lançado. Foi retirada uma faixa e incluída "Mistérios da Meia-Noite" neste meu sétimo álbum, que conta ainda com a presença de Tavito na regravação que fiz de "Paralelas", de autoria de Belchior. 


Texto da reedição, 2003
Marcelo Fróes

Durante o período de gravação do disco anterior, "Para Não Dizer que Não Falei de Rock", Zé Ramalho hospedara-se no luxuoso Hotel Meridien, por 2 meses, gerando uma dívida resultante de farras com bebidas importadas e refeições caras, regadas a drogas diversas, que ultrapassaram a casa dos 100 mil dólares. Zé Ramalho foi procurado pelo então presidente da companhia, Marcos Maynard, e ficou sabendo que precisaria repor todas aquelas despesas excedentes. Ocorre que, com este disco que estava sendo produzido, "De Gosto, de Água e de Amigos", de 1985, Zé Ramalho sabia que seria difícil pagar sua dívida. Mauro Motta desistira de produzir o artista, depois que soubera do envolvimento dele com drogas pesadas - principalmente cocaína. Segundo o próprio Zé Ramalho, na época o álcool era usado somente para bochechar quando escovava os dentes. O disco acabou sendo produzido por Renato Correa, dos Golden Boys, numa pressão da gravadora que fez com que o artista permitisse que esta conduzisse os trabalhos.

Zé, que sempre gravou suas bases de violão, teve seu instrumento regravado por outros músicos e praticamente só colocou a voz nas faixas.

"De Gosto, De Água e De Amigos", cabalístico sétimo álbum da discografia individual de Zé Ramalho, chegou desacreditado às lojas em 1985, pouco antes do artista ser procurado por Mariozinho Rocha, diretor musical da Rede Globo. O executivo estava preparando a trilha sonora da novela "Roque Santeiro" e queria uma música "estilo Avôhai" para servir de tema para o lobisomem da trama.

Zé Ramalho fez a música em apenas uma hora e a tocou para Mariozinho pelo telefone. Aceita, a música foi imediatamente gravada e lançada no LP da trilha, pela Som Livre. O sucesso fez com que a segunda tiragem de seu próprio disco já viesse com a música, substituindo - sem conhecimento do artista - a faixa original Absurdo Blues, uma raríssima parceria com Alceu Valença. Com os direitos autorais de seu sucesso no disco com a trilha sonora da novela, que vendeu 300 mil cópias, Zé Ramalho pôde fechar o ano pagando sua dívida com a gravadora, para que então voltasse a ter controle sobre seus discos.