quarta-feira, 13 de maio de 2020

Tau Ceti - Meus Dois Mundos [2019]

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Por D’Elboux em Bandcamp

Muito obrigado a Arthur e Milla Morais D'Elboux e a minhas grandes influências (Beethoven, Liszt, Prokofiev, Keith Emerson, Rick Wakeman, Eddie Jobson, Dave Brubeck e Thelonious Monk)

Entre 2000 e 2003, tive a ideia de um segundo álbum de Tau Ceti, mas agora como um álbum solo. A idéia era montar dois mundos importantes para mim, o rock progressivo e a música clássica: “Dois Mundos Meus” (“Meus Dois Mundos”)

Trabalhei em novas composições e em arranjos progressivos da música clássica (apenas compositores com "B": Bach, Beethoven, Borodin e Bruckner). Entre essas músicas, como uma ponte, quatro Prelúdios que compus para a transição dos Dois Mundos: três prelúdios para instrumentos de teclado e um para orquestra.

Este projeto retornou em 2018/2019, após muitos anos, exatamente como eu imaginava na idéia original. E, como faixas bônus, um prog e uma música clássica tirada do primeiro CD de Tau Ceti, em novos arranjos.


Parte 1 - Mundo Prog

1 Prelúdio Para Sintetizador
(D'Elboux)
2 D'Elbook Is On The Table
(D'Elboux)
3 Boto
(D'Elboux, Getúlio Iantorno) 
4 Tempestades Noturnas
(D'Elboux, Rodrigo Cesarino)
5 Reflexões Ectoplasmáticas
(D'Elboux)

Uma Ponte Entre os Dois Mundos:

6 Prelúdio Improviso Para Piano
(D'Elboux)
Parte 2 - Mundo Clássico
7 Coriolano
(Ludwig van Beethoven)
8 Prelúdio Para Orquestra
(D'Elboux)
9 Romântica
(Anton Bruckner)
10 Prelúdio Para Orgão
(D'Elboux)
11 Épica
(Alexander Borodin)

Faixa Bônus Prog:

12 Antares
(D'Elboux)

Faixa Bônus Clássica:

13 Toccata
(Johann Sebastian Bach)

terça-feira, 12 de maio de 2020

Plebe Rude - Evolução, Vol. I [2019]

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Por Guilherme Lage em Scream & Yell

O que é o punk rock, afinal? O estilo musical importado dos Estados Unidos e da Europa em meados dos anos 1970 era muito claro em sua concepção antidogmática de “faça você mesmo” e “faça o que quiser”. Se não existem dogmas, a liberdade é a força motriz que impulsiona a criação. Tendo isso em mente, uma das bandas mais clássicas do gênero no Brasil, a Plebe Rude, lançou em dezembro passado a primeira parte de um disco duplo, “Evolução – Volume 1” (2019), uma espécie de ópera rock que narra a evolução humana a partir do surgimento do homo sapiens – o volume 2 será lançado em 2020.

Para um trabalho tão extenso, em tempos de música portátil, o grupo brasiliense ousou no formato do lançamento do material. Um disco duplo, com 28 faixas, em pleno século XXI, dividido em dois volumes. “O volume 1 começa com o homem se tornando um bípede, explorando seu habitat e descobrindo a arte da convivência e da sobrevivência. Ele começa a se fixar ao redor do planeta e passa por todos os marcos da história até o início do século XX”, explica o baixista André X. “Deixamos o século XX para o volume 2”, avisa.

“Acho que não faz muito sentido lançar um EP”, arrisca o guitarrista, vocalista e fundador da banda Philippe Seabra. “Estou terminando meu livro, e só porque as pessoas não têm mais tanta paciência em ler, eu deveria lançar um conto? Acho que não. O disco tem um conceito, conta toda uma história e a obra precisa ser contada de uma forma completa”, conta.

A faixa que abre o disco, e que tem o mesmo nome do álbum, é uma composição que data de 1989, sendo redescoberta durante o período em que Philippe trabalhava em sua autobiografia (o título ainda é uma surpresa e o livro não tem data de lançamento).

A ideia inicial era que a canção servisse como trilha sonora para uma peça infantil na qual a banda estava se empenhando, após uma malfadada tentativa de passar a faixa para frente. “Como a música era bem humorada, eu mostrei para o Evandro Mesquita, mas ele não se interessou muito. Pensamos ‘Se nem a Blitz curtiu, o que a Plebe vai fazer?’ (risos). Pensamos na questão da peça, mas quanto mais trabalhávamos, mais músicas iam surgindo e percebemos que dava pra fazer algo bastante diferente com aquilo”.

“Ficamos um ano compondo e gravando essas músicas”, relembra André X. “Tinham sessões de ensaio em que nasciam duas ou três no mesmo dia! Desde que ensaiávamos no Radio Center, em Brasília, dividindo uma sala com a Legião Urbana, que não passávamos por um período tão fértil”, rememora.

A exploração com outros formatos de composição não é nenhuma novidade na carreira dos brasilienses. Desde os anos 1990, a Plebe é dada a experimentações. Nesse disco, que narra desde os primeiros passos do ser humano, até intervenções alienígenas num futuro distante, a banda passeia por diversos estilos musicais, trabalhando lado a lado, inclusive com uma orquestra. Pois realmente, na música e, também no punk, não existem limitações.

“O que eu sempre gostei muito do punk quando conheci é que ele era muito inclusivo. Você não precisava ser um exímio músico ou instrumentista para fazer música. Isso me chamou atenção desde o começo, pois o rock clássico e progressivo, que eu também gosto bastante, era mais complicado, menos acessível. Mas sempre gostamos de mesclar gêneros, tentar novas coisas. Trabalhamos com uma orquestra, com músicos pop, arranjos com viola caipira. Sempre seguimos direções não óbvias”, conta Seabra.

Desde 2004 a Plebe conta com um membro paulista no cartel. Nada mais, nada menos que Clemente Nascimento, guitarrista e vocalista da lendária banda paulista Inocentes. A entrada de Clemente reacendeu uma velha fagulha do cenário punk brasileiro: Afinal, onde começou tudo? São Paulo ou Brasília?

Para Philippe, um brasiliense convicto, a capital federal ocupa a segunda posição no ranking da chegada dos moicanos, jaquetas de couro e alfinetes no país. “Foram concomitantes, mas acho que São Paulo leva a primeira posição”, opina. Ele ainda relata que a amizade com Clemente se estende desde o início dos anos 1980.

“O Clemente, na verdade, foi o primeiro punk que nós conhecemos. Quando fomos pra São Paulo nas primeiras vezes e íamos nas casas noturnas, como o Napalm, ficamos extremamente surpresos com a cena que existia por lá. Falo isso com o maior respeito e a maior humildade, porque não esperávamos. O próprio Renato (Russo), quando foi lá a primeira vez, voltou de boca aberta e nos dizendo “Philippe, eles conhecem tudo. É surreal”.

Há 38 anos ajudando a capitanear a Plebe (junto dele, da formação original apenas o baixista André X se mantém da formação original – Jander “Ameba” Bilaphra, outro nome lendário da formação clássica da Plebe, conversou com o Scream & Yell anos atrás), o que não falta para Philippe são histórias para repartir sobre o período de ebulição e descoberta musical naquela longínqua Brasília dos anos 1970 e 1980. Por isso, o livro entrou nos planos.

“Eu conversava com amigos daquela época e percebia que a maioria deles não se lembrava de nada do que tinha acontecido, só eu. Acho que pelo fato de eu ter sido um dos únicos a não fumar maconha naquela época (risos). Decidi então começar a botar isso no papel, como uma forma de resgate dessas histórias. O livro fala não só sobre o punk, mas sobre Brasília e sobre mim, histórias de festas, da minha família. É um livro de sexo, drogas e rock n’ roll, mas falando sobre as drogas dos outros, porque eu nunca usei drogas (risos)”, confessa Philippe.

Por enquanto, os fãs da Plebe Rude podem ter acesso as primeiras 14 músicas que compõem o “Evolução, Volume I” (2019), mas logo logo “Evolução, Volume II” estará disponível atualizando uma discografia aberta com o clássico EP “O Concreto Já Rachou” (1985) e seguida, ainda nos anos 80, pelos álbuns “Nunca Fomos Tão Brasileiros” (1987) e “Plebe Rude” (1988), o último com a formação clássica da banda. Depois, Philippe e André lançaram “Mais Raiva do Que Medo” (1993). A nova fase da Plebe traz três discos: “R ao Contrário” (2006), “Nação Daltônica” (2014) e, agora, “Evolução” (2019/2020).

“Nesse momento esdrúxulo que estamos vivendo, mais do que nunca as letras da Plebe parecem assustadoramente atuais”, analisa Philippe Seabra. “Como artistas, ficamos felizes com a relevância da obra, mas como cidadãos ficamos aflitos. Mas continuamos nossa missão de conscientizar através da música, e com ‘Evolução’ não é diferente”, afirma. “Vivemos tempos estranhos”, observa André. “Uma onda de intolerância e de incompreensão paira no ar. Isso veio de algum lugar, nada dessa magnitude brota sozinho. A resposta está no comportamento histórico do ser humano”, acredita. É bom prestar atenção em “Evolução”.



1 Evolução
2 O Início
3 A Nova Espécie
4 O Fogo Que Ilumina O Caminho
5 A Janela Pro Céu
6 A Queda De Roma
7 Bring Out Your Dead
8 Nova Fronteira
9 Descobrimento Da América
10 Um Belo Dia Em Florença
11 Luz No Fim Das Trevas, Pt. 1
12 Luz No Fim Das Trevas, Pt. 2
13 A História Deja Vu
14 A Mesma Mensagem

domingo, 10 de maio de 2020

Cazuza - Só Se For A Dois [1987]

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Por Carlos Eduardo Lima em MonkeyBuzz

Nem sempre Cazuza foi chamado de “poeta”, “mito”, “exagerado” ou qualquer outra nomeação hiperbólica, fato tão comum e inescapável quando lemos algo sobre sua carreira e seu fim tão triste e abrupto. Houve tempo em que Cazuza era apenas um integrante do Barão Vermelho ou, mais ainda, um ex-vocalista de banda, em busca de um caminho só seu, dada a circunstância de seu carisma ter ultrapassado as fronteiras às vezes pequenas e limitadoras de uma banda de Rock. Poucos sabem que Cazuza foi o último integrante a fazer parte do nascente grupo carioca, que ensaiava na casa do tecladista Maurício Barros, durante as tardes do início dos anos 80. Leo Jaime, então conhecido como Leo Guanabara, recebera o convite para integrar o Barão, mas declinara e decidira colocar Frejat, Guto, Mauricio e Dé em contato com seu amigo Cazuza, que ele conhecia das noites do Baixo Leblon e do grupo de teatro Asdrúbal Trouxe o Trombone. Quando o quarteto ouviu os vocais derramados e intensos de Cazuza, descobriu que havia encontrado o frontman que tanto buscara.

Em 1985, logo após o Rock In Rio, Cazuza deixou a banda. Teve uma carreira vitoriosa à frente do Barão, cravara hits eternos do Rock oitentista como Beth Balanço, Maior Abandonado e Pro Dia Nascer Feliz mas era hora de seguir sua trajetória solo. O primeiro disco, Exagerado, lançado pela Som Livre ainda em 1985, teve na faixa título um hit nacional, parceria com Leoni, então egresso do Kid Abelha. Além dela, Codinome Beija-Flor também cravou a imagem de um Cazuza entre o furioso e o lírico, sempre caracterizado pela dicotomia e pela oscilação. Medieval II, Mal Nenhum (com Lobão) e Só As Mães São Felizes também fizeram bonito neste primeiro disco, mas o ápice viria com o trabalho seguinte, espremido entre a estreia e a delimitação de novos espaços como artista solo e a superexposição que viria com o terceiro álbum, Ideologia, a ser lançado em 1988, em meio às suspeitas sobre Cazuza estar com AIDS, algo que ele admitiria logo em seguida.

Só Se For A Dois foi gravado no fim de 1986 e lançado no ano seguinte por conta de problemas com a gravadora. A Som Livre, braço das Organizações Globo, era dirigida por seu pai, João Araújo, e estava dispensando seu elenco para se dedicar apenas ao lançamento de trilhas sonoras de novelas. Cazuza teve seu segundo disco lançado pela Polygram, que o contratou logo após. A musicalidade dele já se mostrava muito mais evoluída, cada vez mais distante das sonoridades perpetradas pelo Barão Vermelho. A banda que Cazuza arregimentara para o novo trabalho também fazia a diferença, sobretudo pela presença do baixista Nilo Romero e do guitarrista Rogério Meanda. O próprio Cazuza diria estar exercitando um lado “cantor de churrascaria” no disco, algo fora do Rock. E estava mesmo. As interpretações são mais cuidadosas, mais contidas e elegantes. Canções como Lobo Mau da Ucrânia ou Balada Do Esplanada, que não chegaram a fazer sucesso, são pequenos achados dentro da poesia típica do cantor. Assim também o são Heavy Love e a faixa título.

O grande fascínio de Só Se For A Dois reside numa trinca de canções que estão no Top 5 da carreira de Cazuza. O primeiro hit do disco, O Nosso Amor A Gente Inventa (Uma Estória Romântica) é um pequeno primor de beleza, parceria de Cazuza com Nilo Romero e o tecladista João Rebouças. Versos como te ver não é mais tão bacana quanto a semana passada ou o teu amor é uma mentira que a minha vaidade quer, o meu, poesia de cego, você nem pode ver são exemplos da evolução da estética cazuziana no que diz respeito a letras de amor. Neste mesmo caminho segue a segunda grande canção do disco, Solidão Que Nada, parceria com o kid abelha George Israel e Nilo Romero, que vai num arranjo mais lento e melancólico. O refrão on the run traz viver é bom nas curvas da estrada, solidão, que nada, bem no espírito do Rock nacional oitentista amadurecendo em meio aos holofotes da superexposição.

O grande momento do álbum vem em Vai À Luta, que se vale de arranjo Pop Soul, com metais e andamento curvilíneo. A letra de Cazuza fala sobre a fama fácil, o deslumbramento como consequência natural e se encaixa perfeitamente na melodia criada pelo guitarrista Rogério Meanda. Os versos originais eu te avisei, vai à luta, marca o teu ponto na justa foram subvertidos em um programa na Rádio Transamérica FM da época para eu te avisei, vai à luta, marca um encontro com a Xuxa, do tempo em que havia shows ao vivo nas rádios em programas especiais, feitos com visitas dos artistas aos estúdios das emissoras.

Em 1986/87, este escriba partia para o fim dos estudos no Colégio Santo Agostinho. Lembro de um colega querido que, ao ver o anúncio do show de lançamento do disco no Teatro Ipanema, me falou, entristecido: “poxa, eu queria ir ao show, mas não vai dar”. Eu perguntei o motivo e ele respondeu: “eu não tenho com quem ir”. Mesmo sabendo que ir sozinho a um show pode ser uma experiência melancólica, ainda o animei, dizendo que, se ele estava a fim de ver, deveria ir mesmo sozinho. Meu amigo, hoje médico de sucesso, ex-vereador na cidade de Macaé, me disse: “mas só podem entrar casais, o show é só se for a dois”. Sim, ele havia confundido o nome do espetáculo/disco com uma improvável exigência para assisti-lo.

Depois desse álbum, Cazuza se descobriria portador do vírus da AIDS e sua carreira iniciaria uma lenta decadência. Ainda haveria espaço para três discos, Ideologia (1988), O Tempo Não Para (1989) e Burguesia (1990). Só Se For A Dois foi editado em CD nos anos 2000, depois incluido em uma caixa comemorativa, junto com toda a discografia de Cazuza, ambos já fora de catálogo. Pode ser encontrado à venda em sites da internet por preços camaradas, que não ultrapassam R$ 30,00. É um belo registro de um Cazuza humano, normal, nada mais que um popstar brasileiro em seu tempo.



A1 Só Se For A Dois 4:00
A2 Ritual 2:45
A3 O Nosso Amor Agente Inventa 3:31
A4 Culpa De Estimação 3:00
A5 Solidão Que Nada 3:53
B1 Completamente Blue 3:18
B2 Vai À Luta 3:44
B3 Quarta Feira 3:49
B4 Heavy Love 3:00
B5 Lobo Mau Da Ucrânia 2:17
B6 Balada Do Esplanada

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Zé Geraldo - No Arco Da Porta de Um Dia [1986]

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A1 No Arco Da Porta de Um Dia
A2 O Pastor E O Leão
A3 Avenca
A4 Meu Caminho De Nuvens Brancas
A5 Lua Curiosa
B1 Dava Gosto
B2 Canções E Flores
B3 Lua No Alforje
B4 ABC
B5 Poema E Trova

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Zé Geraldo - Sol Girassol [1984]

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A1 Sol Girassol
A2 Quem Nasce Zé Não Morre Johnny
A3 Semente De Tudo
A4 Primeiro Pensamento Da Manhã
A5 A Poeira, O Canto E Você
B1 A Fé
B2 Figueira
B3 Luz Ainda Que Tardia
B4 Cobra D'água
B5 O Preço Da Rosa
B6 Asas Partidas

quinta-feira, 23 de abril de 2020


Vivendo do Ócio [2020]

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A banda baiana Vivendo do Ócio lançou, na última sexta-feira (10), seu quarto álbum de estúdio. Autointitulado 'Vivendo do Ócio', o trabalho é o primeiro de inéditas do grupo desde 'Selva Mundo' (2015).

Com produção de Thiago Guerra (Fresno) e Gabriel Zander, o álbum reúne 10 músicas e conta com participação de Luiz Galvão (Os Novos Baianos) e seu filho, Lahiri Galvão, em 'O Amor Passa no Teste'. Fábio Trummer (Eddie) e Levi Siqueira (Cristo Bomba) também colaboraram, respectivamente, com 'Paredes Vazias' e 'Muito'.

O disco passa pelo rock enquanto flerta com elementos de bossa nova, reggae e new soul. Segundo material de divulgação, isso ocorre com a adição dos músicos de apoio Ricardo Braga (percussão), Filipe Pippeta (trompete) e Mário Camelo (sintetizador) nas sessões de gravação, realizadas nos estúdios Costella e Concha, em São Paulo.

"Com a experiência de 13 anos de banda, agora trazemos novos elementos para as músicas - que também são uma espécie de viagem pela sonoridade dos nossos três discos anteriores: 'Selva Mundo' (2015), 'O Pensamento É Um Imã' (2012) e 'Nem Sempre Tão Normal' (2009)", frisou Jajá Cardoso, vocalista e guitarrista. A formação é completa por Luca Bori (baixo e voz), Davide Bori (guitarra) e Dieguito Reis (bateria).



1. Cê Pode
2. O Amor Passa No Teste
3. Paredes Vazias
4. O Agora
5. Massagem de Ego
6. Evolução
7. Nova Ordem
8. Muito
9. II Tempo
10. Vestígios

domingo, 19 de abril de 2020

Marcos Valle - Cinzento [2020]

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Por Marcus Preto em Boomerang Music

Os primeiros dez ou doze capítulos da discografia de Marcos Valle, desde a estreia em 1963 até pelo menos meados dos anos 1970, apresentaram a incrível metamorfose. Filho imediato da eclosão da Bossa Nova, o artista foi encontrando para si, sobretudo a partir de 1969, um universo absolutamente singular dentro da música brasileira. Disco após disco, ele partiu das descobertas aprendidas na escola de Tom Jobim e João Gilberto e combinou a elas elementos que sempre o influenciou, do Rock, do Jazz, do Pop e da Black Music, entre outras referências que emergiam no cenário mundial. Marcos Valle se tornou então um “gênero” da música brasileira – a exemplo do que também aconteceu com Jorge Ben, João Donato, Milton Nascimento e outros geniais artistas-inventores que não se pareciam com nada a não ser com eles mesmos.

É preciso fazer essa introdução biográfica antes de entrar em “Cinzento”, álbum que Marcos Valle lança agora pela Deck. Isso porque o novo trabalho retoma referências musicais e temáticas do auge daquela metamorfose, materializadas à perfeição no LP “Previsão do Tempo”, lançado em 1973 e cultuado pelas novas gerações. Para além das melodias extraordinárias, aquele álbum trouxe a maturação absoluta dos grooves que se tornaram uma das principais marcas do estilo valleano (e descobertos por DJs ingleses nos anos 1990, o que tornou Marcos Valle presença frequente nas pistas europeias). “Previsão do Tempo” era um disco de pouca instrumentação, mas com cada coisa em seu lugar. Grande parte das letras apresentava referências ao momento político conturbado do país que, em 1973, vivia esburacado em uma ditadura militar.

Pois bem. Agora podemos voltar aos nossos dias. Antes mesmo de surgir todo esse seu conceito estético, “Cinzento” nasceu a partir da presença de Marcos Valle na Deck. O músico passou um tempo frequentando os estúdios da gravadora, e entre uma sessão e outra, o produtor Rafael Ramos, diretor artístico da Deck, jogou a semente: “Eu ficaria imensamente feliz se você fizesse um disco aqui. Coloco o estúdio e todos os instrumentos que tenho a sua disposição”. Entre os referidos instrumentos, um piano acústico, um Rhodes e um órgão com caixa Leslie, que resulta naquele som característico dos 1970 que fez a história de Marcos Valle.

Naquele mesmo período, por razões proféticas, Rafael Ramos reeditava pela Polysom, dentro da coleção “Clássicos em Vinil”, justamente o “Previsão do Tempo”.

Marcos pulou de cabeça na criação do novo repertório. Imediatamente, surgiram quatro melodias. E ele gostou de todas. Mas e as letras? Bem, se “Sempre”, o álbum que acabara de fazer para os gringos, era 100% autoral, este iria se pautar pelas parcerias. Foi então procurar, entre os jovens artistas que admira. De cara, se lembrou de Moreno Veloso, Bem Gil, Domenico Lancellotti e Kassin. Os quatro toparam de imediato entrar na viagem e escreveram os versos de, respectivamente, “Redescobrir”, “Se Proteja”, “Pelo Sim, Pelo Não” e “Lugares Distantes”, e era esse o caminho.

A ordem de chegada das novas composições foi exatamente a que segue. Após as melodias enviadas para os quatro jovens compositores, Marcos se lembrou de “Raros Rastros”, uma parceria dele com Zélia Duncan. Fizeram uma música em 2010, mas ela continuava inédita. Até agora. Outra melodia foi enviada na sequência ao irmão Paulo Sergio Valle, ele teria que estar presente no novo álbum, é claro. Paulo Sergio rapidamente enviou os versos de “Nada Existe” e garantiu sua assinatura no novo disco. Em seguida, Marcos criou um samba em 7 por 8, ritmo que lhe remeteu de imediato a outra parceria que havia feito com Jorge Vercillo. Telefonou para o amigo e fecharam mais uma, “Só Penso em Jazz”.

A melodia de “Posto 9” já existia. Havia sido gravada no álbum instrumental “Jet-Samba”, de 2005, pelo qual Marcos Valle ganhou um Prêmio da MPB. Como aquele trabalho havia sido lançado pela gravadora Dubas, Marcos pensou em chamar o dono da empresa para fazer a respectiva letra. Irresponsabilidade nenhuma, já que se trata simplesmente do craque Ronaldo Bastos, que aqui faz uma declaração de amor ao famoso ponto na praia de Ipanema.

Autor deste texto de apresentação de “Cinzento” que você lê agora, fiz a ponte entre Marcos Valle e Emicida assim que soube que haveria um trabalho novo do autor de “Previsão do Tempo”. Sabia que o entendimento entre os dois artistas seria imediato. E até supus que o rapper paulista faria o que ele sempre faz: sintetizar todo o conceito elocubrado em apenas uma frase – ou, nesse caso, em uma única palavra – que acabaria por batizar o álbum (foi assim no “Tribunal do Feicebuqui”, do Tom Zé, e em “A Gente Mora no Agora”, de Paulo Miklos). Aconteceu. “Cinzento” é a primeira parceria entre Marcos Valle e Emicida – que, aliás, participa da gravação, em dueto. Com essa música terminada, os parceiros combinaram a segunda. “Reciclo” ficou pronta com a mesma rapidez e abre o disco. Detalhe: a relação entre os dois compositores se deu com tal fluência que Marcos Valle acabou participando também, como instrumentista, de “Pequenas Alegrias da Vida Adulta”, uma das faixas de “Amarelo”, álbum lançado por Emicida no final de 2019.

À grosso modo, as letras de “Cinzento” dividiram o repertório entre canções políticas e canções de amor. Mas não há qualquer contradição no convívio entre esses dois polos. Segundo palavras do próprio Marcos Valle, “no momento que a gente está vivendo agora, de tanto ódio, de perseguição às artes, de divisões entre pessoas da mesma família por discordâncias políticas, achei que o nome ‘Cinzento’ cabia perfeitamente – e que só o amor vai poder resolver isso”.

Marcos Valle acrescentou às dez parcerias de “Cinzento” duas músicas instrumentais, de autoria dele. “Lamento no Rhodes” tem esse nome porque é toda tocada no Fender Rhodes e sua melancolia soou ao compositor como uma espécie de lamento. Para fechar o álbum, criou uma música curta, pensada para o naipe de metais, que chamou de “Sem Palavras”. Esse nome tem duplo sentido: a) sem palavras por ser uma música instrumental; b) sem palavras porque a censura cala o artista que a crítica.

Duas figuras fundamentais na concepção do som de “Cinzento”, o baixista Alberto Continentino e o baterista Renato “Massa” Calmon estão presentes em todas as faixas. Os dois músicos estiveram ao lado de Marcos Valle em todo o processo de criação de grooves e, segundo o autor, “vestiram a camisa do disco”. Continentino ainda tocou violão em duas faixas (Marcos assumiu o instrumento em outras quatro). Paulinho Guitarra participou na canção “Cinzento”, Jessé Sadoc em “Se Proteja”, “Só Penso Em Jazz”, “Sem Palavras” e Patrícia Alví em “Pelo Sim, Pelo Não”

O álbum, conforme o planejado, foi gravado no estúdio Tambor, da Deck. Depois, ganhou alguns sintetizadores – como o minimoog, o arp e o oberheim, todos característicos dos anos 1970, gravados pelo Marcos no Marini Studio, de Kassin.

A capa partiu de uma sugestão de Rafael Ramos: uma foto em que Marcos Valle surgisse enrolado em um plástico, como se estivesse preso, para representar a arte aprisionada desses momentos em tom de cinza. O compositor comprou imediatamente a ideia, mas algo o incomodava na imagem enclausurada de si mesmo – logo ele que, tantas metamorfoses depois, segue fazendo questão de não se deixar aprisionar a qualquer época ou estilo. A cantora, e, também sua mulher e empresária Patrícia Alví, chegou com a solução: que tal se na contra capa ele surgisse no exato momento em que rasga o plástico que o aprisiona? Fecharam nisso. A foto libertadora é de Jorge Bispo.


1 Reciclo
(Marcos Valle)
2 Se Proteja
(Marcos Valle)
3 Redescobrir
(Marcos Valle)
4 Rastros Raros
(Marcos Valle)
5 Pelo Sim, Pelo Não
(Marcos Valle)
6 Lamento No Rhodes
(Marcos Valle)
7 Cinzento
(Emicida/Marcos Valle)
8 Nada Existe
(Marcos Valle)
9 Posto 9
(Marcos Valle)
10 Só Penso Em Jazz
(Marcos Valle)
11 Lugares Distantes
(Marcos Valle)

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Ana de Oliveira e Sérgio Ferraz - Carta de Amor e Outras Histórias [2019]

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Por Beto Feitosa em Ziriguidum

Duo formado por Sérgio Ferraz (violões de 8 e 12 cordas) e Ana e Oliveira (violino) lança seu primeiro álbum. Em “Carta de amor e outras histórias”, distribuição da Tratore, os músicos passam por composições de Sérgio e de Egberto Gismonti.

A simbiose entre os dois artistas é vigorosa e intensa. Bacharel em Música pela Universidade Federal de Pernambuco, Sérgio tem longa carreira no cenário instrumental participando de grupos e com sua obra solo. Ana é Mestre em Música pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e já se apresentou como solista em diversas orquestras no Brasil e na Europa. O encontro entre os dois aconteceu em 2018 na edição do MIMO em Olinda. Desde então o duo vem se apresentando em importantes palcos cariocas e paulistanos.

O disco traz oito faixas. A obra de Egberto Gismonti está representada em “Frevo”, “Lôro” e um medley que justa “Eterna”, “Carta de amor” e “Cadenza’, essa única composição de Ana de Oliveira no álbum. As demais são assinadas por Sérgio: “Floresta do navio”, “Dia de São Sebastião” e uma série de quatro movimentos chamadas “Suíte armorial” – referência ao Movimento Armorial de Ariano Suassuna. A suíte traz composições com subtítulos os “Mestre Salu” (homenagem ao mestre rabequeiro pernambucano), “Lamento”, “Zumbi” e “Festa na aldeia”. Dois movimentos contam com participação especial de Marcos Suzano.

“Enquanto Ana transfigura seu notável violino numa rabeca mágica, Sérgio usa um violão de oito cordas, com baixos profundos que mostram a essência nacional: é o violão disfarçado numa nova viola nordestina”, define com precisão o maestro Ricardo Tacuchian, que assina texto no encarte do CD.

Sérgio Ferraz e Ana Oliveira compartilham momentos de virtuosismo e emoção no álbum. “Carta de amor e outras histórias” tem alma da música popular e a precisão da escola erudita sem deixar de pulsar.


1. Floresta do Navio
(Sérgio Ferraz)
Editora: Direto-
2. Frevo
(Egberto Gismonti)
3. Eterna / Cadenza  / Carta de Amor
(Egberto Gismonti)
4.Suite Armorial - Mestre Salu
(Sérgio Ferraz)
5. Suite Armorial - Lamento
(Sérgio Ferraz)
6. Suite Armorial - Zumbi
(Sérgio Ferraz)
7. Suite Armorial - Festa na Aldeia
(Sérgio Ferraz)
8. Dia de São Sebastião
(Sérgio Ferraz)
9. Lôro
(Egberto Gismonti)

terça-feira, 14 de abril de 2020

Leo Gandelman - Made In Rio [1993]

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1 Sidewalk (Sunday Afternoon In Rio)
(Leo Gandelman)
2 Inner Feelings
(Leo Gandelman/William Magalhães)
3 Bahia
(Ary Barroso)
4 New Day
(Leo Gandelman)
5 Custom Made
(Leo Gandelman/Torcuato Mariano)
6 One Day, One Song
(Leo Gandelman/Nico Rezende)
7 My Buddy
(Leo Gandelman/William Magalhães)
8 The Long And Winding Road
(Lennon/McCartney)
9 Roots
(William Magalhães)
10 Wonderful City
(André Filho)
11 Give Me A Break
(Leo Gandelman)
12 Quay
(Ronaldo Bastos)

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Leo Gandelman - Visões [1991]

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"Visões" é o quarto disco de estúdio de Leo Gandelman.

1 - Visões
(William Magalhães/Leo Gandelman)
2 - Piratas
(William Magalhães/Leo Gandelman)
3 - Noites sem fim
(William Magalhães/Leo Gandelman)
4 - Ponto de vista
(William Magalhães/Leo Gandelman)
5 - Pra sempre (William Magalhães)
6 - Dunas (Mama reggae)
(William Magalhães/Leo Gandelman)
7 - Molambo
(Jayme Florence – Augusto Mesquita)
8 - Tudo certo (Cancela)
(William Magalhães/Leo Gandelman)
9 - Espíritos da floresta (Leo Gandelman)
10 - Kizumba
(William Magalhães/Leo Gandelman)
11 - Dança na mata
(João Bosco)
12 - De banda
(William Magalhães/Leo Gandelman)
13 - Diana
(Rafael Rabello)

domingo, 12 de abril de 2020

Leo Gandelman - Ocidente [1988]

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1 Sem Destino 
2 Ocidente
3 Pensando Em Você
4 Xafoul
5 No Ar
6 Techno-Macumba
7 Radio Sax
8 Pra Dizer Adeus
9 Saxsambando

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Sioux 66 - Diante do Inferno [320k]

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Banda oriunda de São Paulo e formada no ano de 2011, o Sioux 66 aposta em uma sonoridade baseada na mistura de Hard/Sleeze com Punk que rende um resultado muito interessante em Diante do Inferno, seu debut lançado pela Wikimetal Music. Outro fato muito interessante é a opção feita pela banda por letras em português (muito boas por sinal), uma tendência que vêm crescendo a olhos vistos no cenário do Metal brasileiro. Nesse ponto, fica impossível não nos lembrarmos do saudoso Golpe de Estado, talvez o principal nome do Hard Rock cantado em nossa língua pátria.

Durante a audição do trabalho, inevitavelmente nomes do Hard oitentista como Guns n’ Roses, Aerosmith, Motley Crue e do cenário atual, como Crashdiet ou Hardcore Superstar, virão a sua cabeça. Mesmo a originalidade não sendo o forte do Sioux 66, isso não torna seu trabalho ruim. Ao contrário, a banda se mostra absurdamente competente, praticando um rock bem direto, sujo, energético e com ótimos riffs de guitarra (méritos de Fernando Mika e Bento Mello), algo digno de aplausos. Igor Godói se mostra ótimo vocalista, tanto cantando de forma mais melódica quanto mais rasgada e a cozinha, composta por Fabio Bonnies (baixo) e Gabriel Haddad (bateria), mostra muita competência. Fãs de Hard Rock certamente irão se esbaldar em faixas como “Porcos”, “Mentiras”, “Alma” (onde dão vazão a seu lado mais pesado), “Mundo Resistência” (duvido o ouvinte não se lembrar do Ramones) e as baladas “Seus Olhos Não Brilharão Mais” e “Diversas Palavras”, faixas com um imenso potencial radiofônico e que poderiam tocar em qualquer rádio, mesmo nas mais populares. O trabalho ainda conta com ótima participação especial de Andreas Kisser em “Uma Só Vez”.

A produção, a cargo de Brendan Duffey e Adriano Daga é muito boa, estando no nível do que é produzido hoje em nosso país. Praticando Rock sem um pingo de frescura, o Sioux 66 se saiu muitíssimo bem em seu debut, demonstrando ótimo potencial para crescimento e vôos mais altos. Se você for fã de Hard Rock e não possuir preconceito contra letras em português, Diante do Inferno é uma ótima pedida.


01. Diante do Inferno
02. Porcos
03. Mentiras
04. Você Não Pode Me Salvar
05. Seus Olhos Não Brilharão Mais
06. Alma
07. Uma Só Vez (Part. Andreas Kisser)
08. Labirinto
09. Jack N‘ Me
10. Diversas Palavras
11. Mundo Resistência
12. Outro Lado

terça-feira, 7 de abril de 2020

Álcool - Alta Velocidade [2019]

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Depois do EP, eis o primeiro álbum.


01 V8 (intro)
02 Alta Velocidade
03 Iremos Lutar
04 Falsos Heróis
05 Vítima Noturna
06 A Oferenda
07 Domínios Da Besta
08 Desejos De Poder

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Álcool - Selvagens da Noite [2016]

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Houve um tempo em que tudo o que era rápido e pesado no heavy metal era encaixotado sob o rótulo de speed metal. 

Metallica, Exciter, Helloween, Slayer e Venom compartilhavam esse mesmo selo, mesmo que hoje pareçam tão diferentes em decorrência dos subgêneros que surgiram com o passar do tempo no heavy metal. 

Mas hoje em dia o termo speed metal se tornou quase um sinônimo de quem se dedica ao culto do heavy metal “puro sangue”, consagrando os modos da era de ouro do gênero, quase como uma prática hermética e incorruptível dos mais saborosos e emocionantes clichês da música pesada, exaltando seus excessos e “marcas registradas”.

Sim, existe algo de “ritualístico” nas bandas atuais que se dedicam ao speed metal, com forma e conteúdo, ritos e mandamentos, trajes e simbolismos, como bem mostram os hinos compostos pelas banda paulista Álcool em seu primeiro EP, intitulado “Selvagens da Noite”, já na abertura com “Purgatório”, dramática e melódica como o início de um ritual sombrio e orgástico.

Claro que pelo título é impossível não lembrar do filme “Os Selvagens da Noite” (1979), baseado no clássico literário de Sol Yourick, “Warriors”, sobre uma gangue que precisa cruzar a cidade de Nova York enquanto e caçada pelas demais gangues rivais, tanto pelo título quanto pela arte da capa.

Uma violência das telas e páginas que aqui é equiparada pela musicalidade visceral, de trato old-school nos movimentos velozes, riffs cortantes e virulência rítmica de quem também tangencia o thrash metal, principalmente nos desenhos melódicos, capitalizando energia de bandas tradicionais como Dorsal Atlântica, Overdose, Exciter, Slayer e Celtic Frost.

A faixa “Álcool” tem a forma, conteúdo e simbolismo aos quais eu me referi anteriormente, assim como “Conjuração” corrobora o aspecto ritualístico deste bem feito revival da forma oitentista do heavy metal. 

A musicalidade bem feita e esmerada criada pelo trio formado por Leonardo Araujo (baixo), Igor Senna(guitarra), e Lucas Chuluc (guitarra e vocal), apoiados pelas baquetas de Leonardo Cardoso (músico convidado), camufla a pouca experiência da banda – afinal seus músicos são jovens -, com segurança e conhecimento de causa para a música que se propõem a construir.

Tudo bem! alguns pontos do discurso soam inocentes, mas qual “liturgia”, ou “culto”, não padece deste mal em certos momentos?

Existe muita energia, ódio e agressividade em cada movimento, e principalmente nos solos alucinantes. “Sangue no Altar”, por exemplo, é um thrash metal primal, com velocidade nas guitarras, virulência nas linhas vocais e organicidade pulsante na concisa seção rítmica.

“Selvagens da Noite” é o primeiro EP da banda Álcool, que não deixa a intensidade cair em nenhum momento, eficiente no resultado final, principalmente nas faixas “Extermínio” e na própria “Selvagens da Noite”, com mais dinâmica na estrutura dos arranjos. 

Com o conteúdo latente as obras tradicionais do speed metal, a banda Álcool consegue com este EP apresentar a banda e gerar expectativa pelos seus próximos passos.


1. Purgatório
2. Sangue no Altar
3. Álcool (Iremos Lutar)
4. Conjuração
5. Extermínio
6. Selvagens da Noite


Leonardo Araujo - Baixo
Igor Senna - Guitarras
Lucas Chuluc - Guitarras, Vocais

domingo, 5 de abril de 2020

Toninho Horta e Orquestra Fantasma - Terra dos Pássaros [1980]

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Ídolo de uma legião de violonistas, guitarristas e compositores, o mineiro Toninho Horta, em 1976, estava gravando com Milton Nascimento em um estúdio em Los Angeles, quando Milton ofereceu o que havia sobrado de fitas e horas de estúdio para o amigo. Oportunidade única para dar início, ao que viria ser o seu primeiro trabalho solo. Oportunidade, que Toninho Horta não desperdiçou, logo convidando Ronaldo Bastos para ajudá-lo na produção. Nascia então o álbum "Terra dos Pássaros", assim batizado, homenagem de Toninho Horta, para sua guitarra Gibson. Algumas seções de gravação foram realizadas ainda em L.A., e ao longo dos anos seguintes, em diferentes estúdios entre SP e RJ, e concluído apenas em 1979. O álbum "Terra dos Pássaros" é referência para muitas gerações, reunindo clássicos do repertório do compositor.


1 Céu de Brasília
(Toninho Horta / Fernando Brant)
2 Diana
(Toninho Horta / Fernando Brant)
3 Dona Olímpia
(Toninho Horta / Ronaldo Bastos)
4 Viver de Amor
(Toninho Horta / Ronaldo Bastos)
5 Pedra da Lua
(Toninho Horta / Cacaso)
6 Serenade
(Toninho Horta / Ronaldo Bastos)
7 Aquelas Coisas Todas
(Toninho Horta / Ronaldo Bastos)
8 Falso Inglês
(Toninho Horta / Fernando Brant)
9 Terra dos Pássaros / Beijo Partido
(Toninho Horta)
10 No Carnaval
(Jota / Caetano Veloso)


Por Tarkin

Nessa é a reedição em CD, 1995, a faixa nove Terra dos Passáros/Beijo Partido diferentemente da edição original em LP, vem como canção única, sendo no LP duas canções distintas;

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Toninho Horta - Once I Loved [1992]

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O guitarrista, compositor, vocalista, arranjador e gente boa Toninho Horta gravou em 1992 uma pérola para o mercado jazzístico internacional, o álbum “Once I Loved” para a Verve. Formato de trio com os virtuoses Gary Peacock, contrabaixo e Billly Higgins, bateria, Toninho e o trio apresentam standards, temas de Wayne Shorter, Milton Nascimento, George Shearing, e Tom Jobim além de três composições do próprio Toninho. Gary Peacock é um contrabaixista que toca de forma pessoal e inconfundível desde os início dos anos 60 quando começou na west coast ao lado de Bud Shank, Barney Kessell e Art Pepper entre outros. Billy Higgins tem passaport carimbado em qualquer boa sessão de jazz. O álbum é todo muito bem produzido e, sobretudo, executado. Obra de arte do início ao fim.


1. Pica Pau
(Toninho Horta)
2. Lullaby of Birdland
(G. Gershwin/G. Weiss)
3. Stella by Starlight
(N. Washington/V. Young)
4. Waltz for Mariana
(Toninho Horta)
5. My Funny Valentine
(L. Hart/R. Rodgers)
6. Isn’t It Romantic
(L. Hart/R. Rodgers)
7. O Amor em Paz (Once I Loved)
(Antonio Carlos Jobim/Vinicius de Moraes)
8. Footprints
(Wayne Shorter)
9. Tarde
(Milton Nascimento/Fernando Brant)
10. Minas Train
(Toninho Horta)

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Alceu, Elba, Geraldo - Grande Encontro 20 Anos [2019]

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CD1-1 Anunciação
CD1-2 Caravana
CD1-3 Me Dá Um Beijo
CD1-4 Sabiá
CD1-5 Papagaio Do Futuro/ Coco Das Serras
CD1-6 Moça Bonita
CD1-7 Sétimo Céu
CD1-8 Dona Da Minha Cabeça
CD1-9 Dia Branco
CD1-10 Só Depois De Muito Amor
CD1-11 Bicho De Sete Cabeças
CD1-12 Chorando E Cantando
CD1-13 Principio Do Prazer
CD1-14 Ai Que Saudade D'Ocê
CD1-15 Chão De Giz

CD2-1 Sangrando
CD2-2 Na Base Da Chinela / Qui Nem Jiló / Eu Só Quero Um Xodó
CD2-3 Ciranda Da Rosa Vermelha
CD2-4 Tesoura Do Desejo
CD2-5 Flor De Tangerina
CD2-6 La Belle De Jour / Girassol
CD2-7 Coração Bobo
CD2-8 Cabelo No Pente
CD2-9 Tropicana
CD2-10 Taxi Lunar
CD2-11 Ciranda Da Traição
CD2-12 Pelas Ruas Que Andei
CD2-13 Banho De Cheiro
CD2-14 Frevo Mulher

terça-feira, 31 de março de 2020

Denison Fernandes - Metallic Fairing [2017]

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Segundo álbum de Denison Fernandes.


1. Metallic Fairing
2. Mauser & Luger
3. It Will Pass by Me
4. Lands of Freedom
5. Mutungo Malaco
6. Endless Dream
7. La Rocca

segunda-feira, 30 de março de 2020

Denison Fernades - Extreme Day [2010]

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Álbum de estréia desse professor de guitarra. Quase todas as canções são de sua autoria, com exceção de Four Minutes To Live de Steve Morse. Quase todo instrumental, e prato cheio para fãs de metal.

Believe In Your Mind, tem vocal de Bruno Ladislau. Victims Of Desire, o vocal fica por Johnny Moraes.


1 Unfinished Thought (Raigden II)
(Denison Fernandes)
2 Metal Running
(Denison Fernandes)
3 Believe In Your Mind
(Denison Fernandes)
4 Northway
(Denison Fernandes)
5 For Friedman
(Denison Fernandes)
6 Victims Of Desire
(Denison Fernandes)
7 The Time´s Now
(Denison Fernandes)
8 Extreme Day
(Denison Fernandes)
9 Four Minutes To Live
(Steve Morse)

domingo, 29 de março de 2020

Raul Seixas [1983]

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Por Flávio Magalhães em Memorial Raul Seixas

Após Abre-te Sésamo, Raul Seixas viveu um hiato involuntário de quase três anos. Saindo da CBS brigado com a direção da empresa, bateu em todas as grandes gravadoras com seu projeto de ópera-rock chamado Nuit, composto com a ajuda de Kika Seixas. Em vão, pois ninguém se interessou.

Era uma fase particularmente difícil para Raul, que alternava shows memoráveis – como a histórica apresentação na Praia do Gonzaga, em Santos (SP), para 180 mil pessoas – com verdadeiros fiascos – como o vexame em Caieiras (SP), onde se apresentou tão alcoolizado que foi confundido com um impostor e preso pelo delegado.

Foi quando veio o chamado do pequeno Estúdio Eldorado, que pertencia ao mesmo grupo do jornal O Estado de S.Paulo e estava sob a direção de João Lara Mesquita, fã de Raulzito. Produzido pelo saudoso maestro Miguel Cidras, o disco foi sucesso pela música Carimbador Maluco e rendeu mais um disco de ouro a Raul.
“Coleção de canções”

Raul Seixas afirmava que seu novo disco era apenas uma coleção de canções, que não havia nada para “guruzar” e que tudo era resultado de um período de “reciclagem” pelo qual passou. Já desligado do Estúdio Eldorado, um tempo depois, Raul se explicou melhor:


“Aquele foi um disco que eu fiz numa fase difícil, não sabia nem o que dizer pra Imprensa.
Eu não tinha nada, não tinha músicas, não tinha estrutura. Gosto de fazer trabalhos mais ricos e profundos, que atinjam vários setores culturais, que nem os Beatles faziam. Mas daquela vez só tinha mesmo uma coleção de canções, mais nada. E ainda por cima estava preocupado em fazer o comercial, o disco tinha que vender 80 mil, aquela coisa. Eu me sentia tão mal que foi só finalizar o LP e no dia seguinte já compus ‘Metrô Linha 743’. Vomitei tudo de uma vez, estava atravessado na minha garganta.”


Plunct-Plact-Zuum!

Feita para o especial infantil Plunct-Plact-Zuum!, da Rede Globo, a música Carimbador Maluco não fazia parte da edição original de Raul Seixas. Devido ao sucesso da canção, ela foi inclusa nas edições seguintes do álbum e foi a responsável pelo segundo disco de ouro da carreira de Raul.


A1 D.D.I. (Discagem Direta Interestelar)
(Kika Seixas, Raul Seixas)
A2 Coisas Do Coração
(Cláudio Roberto, Kika SeixasRaul Seixas)
A3 Coração Noturno
(Kika SeixasRaul Seixas, Raul Varella Seixas)
A4 Não Fosse O Cabral
(Lewis) versão (Raul Seixas)
A5 Quero Mais
(Cláudio Roberto, Kika SeixasRaul Seixas)
A6 Lua Cheia
(Raul Seixas)
B1 Segredo Da Luz
(Kika SeixasRaul Seixas)
B2 Aquela Coisa
(Cláudio Roberto, Kika SeixasRaul Seixas)
B3 Eu Sou Eu, Nicurí É O Diabo
(Raul Seixas)
B4 Capim Guiné
(Raul Seixas, Wilson Aragão)
B5 Babilina
(Vincent, Davis) versão (Raul Seixas)
B6 So Glad You're Mine
(Arthur Crudup)
C Carimbador Maluco
(Raul Seixas)

domingo, 22 de março de 2020

Raul Seixas - Por Quem Os Sinos Dobram [1979]

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A1 Ide A Mim Dada
(Oscar Rasmussen, Raul Seixas)
A2 Diamante De Mendigo
(Oscar RasmussenRaul Seixas)
A3A Ilha Da Fantasia
(Oscar RasmussenRaul Seixas)
A4 Na Rodoviaria
(Oscar RasmussenRaul Seixas)
B1 Por Quem Os Sinos Dobram
(Oscar RasmussenRaul Seixas)
B2 O Segredo Do Universo
(Oscar RasmussenRaul Seixas)
B3 Dá-Lhe Que Dá
(Oscar RasmussenRaul Seixas)
B4 Movido A Álcool
(Oscar RasmussenRaul Seixas, Tânia Menna Barreto)
B5 Requien Para Uma Flor
(Oscar RasmussenRaul Seixas)

sexta-feira, 20 de março de 2020

Raul Seixas - Metrô Linha 743 [1984]

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Por Jeff Ferreira em Sub Mundo do Som

O disco Metrô Linha 743 foi o décimo segundo da carreira de Raul Seixas, lançado em 1984 pela gravadora Som Livre e produção de Alexandre Agra e do próprio músico, sendo muito bem recebido pela critica, porém com baixa vendagem, devido à falta de divulgação por parte da gravadora e ao lançamento no mês do álbum Ao Vivo - Único e Exclusivo, pela Gravadora Eldorado, sua antiga casa.

Raul Seixas assinou também a produção gráfica do álbum, onde remete aos anos 50 e a Alfred Hitchcock, no conceito da capa em preto e branco, remetendo ao ano que o músico teve que deixar o pais devido a repressão da ditadura militar.

Vou começar falando da música que não compõe o disco “Anarkilópolis (Cowboy Fora-da-Lei nº 2)”, na verdade não compõe o disco em seu lançamento original de 1984, mas em 2003 entrou como faixa bônus, depois de encontrado as gravações da época, e da ciência sobre o desejo de que a canção fizesse parte do álbum. Aqui Raul Seixas narra sobre os eventos na ficcional cidade de Anarkilólis onde “Cada um manda no seu nariz / por isso o povo lá é feliz”, e inclui versos de “Cawboy Fora da Lei”, já que a personagem central da música precisa resolver os problemas no gatilho.


"Montei no meu "silver-jegue" e parti com o firme propósito

de unir o útil ao agradável, pois Anarkilópolis era também
O berço da minha amada, a bela Josefina Lee
Filha única do meu amigo Xerife James Adean
Enquanto o jegue seguia rinchando eu seguia pela estrada cantando:
Eu não sou besta pra tirar onda de herói
Sou vacinado, eu sou cowboy Cowboy fora da lei"


O disco abre com a icônica faixa "Metrô Linha 743", em que Raul aborda através de seu lirismo, porém de forma direta os anos de chumbo da ditadura militar no Brasil, em que a liberdade de expressão não era bem quista, e faz alusão a obra de George Orwell, 1984.


"O homem apressado me deixou e saiu voando

Aí eu me encostei num poste e fiquei fumando
Três outros chegaram com pistolas na mão
Um gritou: Mão na cabeça malandro, se não quiser levar chumbo quente nos córneos
Eu disse: Claro, pois não, mas o que é que eu fiz?
Se é documento eu tenho aqui
Outro disse: Não interessa, pouco importa, fique aí
Eu quero é saber o que você estava pensando"

Na faixa dois, "Um Messias Indeciso", em que Seixas diz ter "a sua cara", que, inspirada no livro de Richard Bach, "Ilusões: As Aventuras de Um Messias Indeciso", em que faz uma critica ao teocentrismo contemporâneo, onde vontade própria e motivação divina se confundem:


"E acreditando em si mesmo

Tornou-se o mais sábio entre os seus

E o povo pedindo milagres
Chamava esse homem de Deus
Nas luzes do arredor
Quantos segredos terá"


Há quantas ilusões


A próxima música é "Meu Piano" é uma canção derivativa, uma brincadeira com um piano fora de lugar, que ficou conhecida na época por conter "o solo mais caro do Brasil", no qual o músico Clive Stevens recebeu 3 mil dólares para fazer um solo de sax. Com tom mais debochado e com backing vocals femininos, Raul mostra um mosaico de questões domésticas, com um resultado quase psicodélico, de um casal que se entrega a rotina e se afasta do romance.

Já experimente a casa inteira

E não achei um lugar pro meu piano

Entra ano e sai ano

Não cogito em fazer planos

E eu só gostei do quadro que não pintei!

Lá pras três da madrugada
A síndica embriagada
Resolveu escancarar

Numa briga com o marido

Num acorde sustenido
E o meu piano fora do lugar

Seguindo temos "Quero Ser o Homem que Sou (Dizendo a Verdade)", com humor inteligente e destaque para Rick com nervosa guitarra slide, aqui Raul fala de si mesmo, um homem que, apesar de inteligente, amoroso, e de outras tantas qualidades, erra bastante e não esconde isso de ninguém:

"Dizendo a verdade
Somente a verdade
Dizendo a verdade
Somente a verdade
Essa vã criatura indecisa no mal
Indecisa no bem
Sempre buscando venturas 
E sempre à procura das dores também
Com todos os desejos, pecados, receios 
Rancor e arquejos
Do animal que gargalha
E traz na boca rugidos e beijos!!"

EM "Canção do Vento" Raul Seixas, de forma lirica, fala sobre mudanças, sobre os anseios da juventude e quebra de tradições que travam o progresso. Destaque para a atmosfera que a música apresenta, trazendo em vários momentos o sopro do vento, a variação de instrumental também é muito interessante, alternando entre abalada e momentos de declamação de ode ao personagem vento.

"Vai, arrasta a chuva

Assanha estas nuvens de tempestade

Mas sopra doce o teu sopro
No rosto do moço que fala a verdade
Lá vai o vento, Brasil adentro"

Lá vai o vento, Brasil adentro

A canção seis é "Mamãe Eu não Queria" um clássico da insubordinação inspirada em “I Don’t Wanna Be a Soldier Mama”, do álbum Imagine, de 1971, de John Lennon, a música critica, em plena ditadura militar, o alistamento obrigatório. Essa música foi vetada pela censura, sendo proibida sua execução em público.

"Mamãe, eu não queria
Mamãe, eu não queria

Mamãe, eu não queria
Servir o exército
Nem pra sargento, cabo ou capitão
Nem quero ser sentinela, mamãe
Que nem cachorro vigiando o portão
Não!

Não quero bater continência"

A próxima faixa é "Mas I Love You", o ponto romântico do álbum, aqui Raul Seixas fez em homenagem a sua esposa Kika Seixas, música feita em momento delicado da carreira de Raul, com excesso no álcool e constantes conflitos familiar:


"Eu lavo e passo

Sirvo à mesa e faxino
Aprendo e te ensino
Posso até dirigir
Comprar um táxi
Só pra lhe servir

Deixo de ser coruja
Pra ser sua cotovia
E só viver de dia
Pra você ser feliz
Mas I love you..."

Na música oito tem uma parada bem interessante, Raul regrava a música "Eu Sou Egoísta", que havia sido lançada no disco Novo Aeon, do ano de 1975, e a mixagem feita com instrumentos em um canal e o vocal em outro, como era feito antigamente. Além disso, no final a trechos de canções de Dylan, Caetano Veloso, Lennon e do próprio Raul. Aqui a palavra "egoísta" tem um sentido diferente do seu uso comum, no sentido de fortalecer a palavra "eu", como alguém que gosta de si mesmo, não necessariamente sendo individualista:

"Eu sou estrela no abismo do espaço
O que eu quero é o que eu penso e o que eu faço
Onde eu tô não há bicho-papão
Eu vou sempre avante no nada infinito
Flamejando meu rock, o meu grito
Minha espada é a guitarra na mão"


O álbum Metrô Linha 743 ainda conta com a regravação da canção "O Trem das Sete", que originalmente esteve no disco Gita, de 1974, e contou com um coro masculino, em que o músico usa o trem como metáfora para a passagem da vida para a morte:

"Ói, já é vem, fumegando, apitando, chamando os que sabem do trem
Ói, é o trem, não precisa passagem nem mesmo bagagem no trem

Quem vai chorar, quem vai sorrir ?

Quem vai ficar, quem vai partir ?
Pois o trem está chegando, tá chegando na estação
É o trem das sete horas, é o último do sertão, do sertão"

Encerrando o disco (antes da faixa bônus), tem a faixa "A Geração da Luz", música com uma diversidade de instrumentos de sopro, e letra profética que aborda o legado do próprio Raul. A música foi parte da trilha sonora do especial musical para TV Plunct, Plact, Zuuum... 2.

"Eu já ultrapassei a barreira do som
Fiz o que pude às vezes fora do tom
Mas a semente que eu ajudei a plantar já nasceu!!
Eu vou, eu vou m'embora apostando em vocês
Meu testamento deixou minha lucidez"



1 Metrô Linha 743
(Raul Seixas)
2 Um Messias Indeciso
(Kika Seixas, Raul Seixas)
3 Meu Piano
(Cláudio Roberto, Kika Seixas, Raul Seixas)
4 Quero Ser O Homem Que Sou (Dizendo A Verdade)
(A. Simeone, Kika Seixas, Raul Seixas)
5 Canção Do Vento
(Kika SeixasRaul Seixas)
6 Mamãe, Eu Não Queria
(Raul Seixas)
7 Mas I Love You (Pra Ser Feliz)
(Raul Seixas, Rick Ferreira)
8 Eu Sou Egoísta
(Marcelo Motta, Raul Seixas)
9 O Trem Das Sete
(Raul Seixas)
10 A Geração Da Luz
(Kika SeixasRaul Seixas)
11 Anarkilópolis (Cowboy Fora-Da-Lei Nº 2)
(Cláudio Roberto, Raul Seixas, Sylvio Passos)

quinta-feira, 19 de março de 2020

Plebe Rude - Primórdios [2018]

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“Primórdios” é o álbum mais recente com canções compostas entre 1981 e 1983, e, dentre elas, nove músicas inéditas que tocavam no começo da banda, mas nunca haviam gravado e lançado oficialmente. Trata-se de um conteúdo ao vivo, gravado no final de 2017 durante um show no Espaço Som, em São Paulo, produzido pelo Showlivre.com e dirigido por Walter Abreu e Rapha Al. 

A ideia do álbum surgiu após o lançamento do livro “Meninos em Fúria”, uma co-autoria do integrante Clemente Nascimento (guitarra e voz) e do escritor Marcelo Rubens Paiva, quando Philippe Seabra (guitarra e voz, igualmente) viu a necessidade de também resgatar suas memórias para um futuro livro – ainda em fase de escrita.

1 Cavalaria Rusticana
2 Nada (Original)
3 Bandas BSB
4 Pressão Social
5 Tá Com Nada
6 Pirataria
7 Consumo
8 Dança Do Semáforo
9 Sexo E Karatê
10 Festas
11 Moda
12 Vote Em Branco
13 Ditador
14 48
15 Voz Do Brasil
16 Disco Em Moscou
17 Censura
18 Disco Em Moscou (Estúdio)