terça-feira, 27 de agosto de 2019

Cotonete & Di Melo - Atemporal [2019]

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Por Fred Melo Paiva e Pedro Alexandre Sanches em Carta Capital

O cantor pernambucano ressurge em disco com a banda francesa Cotonete e explica a relutância em voltar a cantar o alegre hino black Kilariô


Kilariô/ raiou o dia/ eu vi chover em minha horta/ ai, ai, meu Deus do céu,/ quanto eu sofri ao ver a natureza morta. A tristeza estava inscrita nos versos vivos de Kilariô, de Di Melo, mas a sonoridade do samba-rock era pura alegria. Hoje, aos 70 anos, o cantor e compositor pernambucano do Recife mantém relação conturbada com o maior sucesso popular de uma errática carreira comercial, que ficou interrompida entre 1975, ano de Kilariô, e 2015, quando ele lançou o autorreferente Imorrível. Desaparecido Di Melo nesse ínterim, eram constantes os boatos de que ele teria morrido. Os discos que lançou nesse período passaram completamente despercebidos.

Eram exagerados os boatos. Di Melo ficou na retranca até que, em 2009, ouvidos estrangeiros começaram a prestar atenção nas faixas do antigo LP Di Melo (1975), em que figuravam músicos acompanhantes virtuosos como Hermeto Pascoal, Heraldo do Monte e Geraldo Vespar. O grupo de rap Black Eyed Peas sampleou Di Melo em um de seus discos. Imorrível proporcionou a renascença (quase) comercial, agora aprofundada pelo recém-lançado álbum duplo inédito Atemporal, dividido com a big band francesa Cotonete. Mais uma vez se repete a enfadonha história do artista brasileiro que só renasce das cinzas depois de percebido por ouvidos gringos. Com exemplares de Di Melo vendidos na Europa a 700 euros, veio o documentário em média-metragem Di Melo – O Imorrível, dirigido em 2011 por Alan Oliveira e Rubens Pássaro.

Di Melo explicita a relutância que exibe sempre que lhe pedem para executar Kilariô: “Ela me remete a algumas coisas que foram tristes na minha vida. Quando foi gravada, era para ser uma coisa bonita, mas fui muito sacaneado naquela época. Me surrupiaram de todas as formas, me sacanearam sob todas as normas. Eu nunca falei isso para ninguém, mas sempre que me vem à mente Kilariô surge a cena. No palco ela distribui energia e alegria. É uma música iluminada, abençoada, mas só quem vive é que sabe e sente, não é? Aconteceram coisas imperdoáveis, que me trouxeram até aqui”. A sombra de tristeza aparece e logo é espantada pelo homem-alegria que Di Melo aparenta ser. Clareou, raiou o dia.

O compositor guarda 12 inéditas em parceria com Geraldo Vandré

Antes da estreia em disco e da relativa fama, Di Melo (ou Boby d’Melo, como Roberto de Melo Santos assinava no princípio) foi guardador e lavador de carros no Recife. Mudou-se para São Paulo em 1968 e, já engrenando na carreira artística, viajou para trabalhar em Tóquio, no Japão, onde Kilariô foi composta. De volta a São Paulo, foi levado pela cantora de bossa negra Alaíde Costa ao mítico bar Jogral, onde passou a se apresentar como número de abertura. O sucesso veio com o LP que, além de Kilariô, trazia títulos de grande expressividade, agridoces, como A Vida em Seus Métodos Diz Calma, Conformópolis e Se o Mundo Acabasse em Mel.
DI MELO TEVE UMA CARREIRA INTERROMPIDA POR 40 ANOS, E ACABA DE LANÇAR O ÁLBUM INÉDITO ATEMPORAL. (FOTO: ACERVO PESSOAL)
A cidade acorda e sai pra trabalhar/ na mesma rotina, no mesmo lugar (…) ela então desperta, ela tenta gritar/ contra o que lhe aperta e que lhe faz calar/ mas ela, deserta, começa a chorar, canta em sotaque nordestino o tango soul Conformópolis, metáfora de um Brasil que teima em se perpetuar. Vai com calma, você vai chegarvem na contramão à inspirada A Vida nos Seus Métodos Diz Calma. Nessa época, Di Melo passou a ter sucessos gravados por nomes mais ou menos black power, como Jair Rodrigues (Paspalho) e Wando (Volta), este em fase samba-rock, pré-romântica.

“O disco da Odeon estava tocando, tudo que puseram na rua vendeu”, Di Melo relembra a primeira rodada de glória. “Fui receber o trimestre de direito autoral, vieram 11 cruzeiros. Fiquei desencantado, me senti dando murro em ponta de faca, assinando atestado de imbecil. Aí saí de cena, fui para as praias, não levei o som mais a sério, fiquei curtindo, batendo viola em praia. Mas nunca parei de cantar e compor.” No documentário, ele fala sobre esse período: “Quando você é jovem, acha que para você o mundo não vai acabar nunca. Mulher, bebida, noites, farras. Você se perde”.

Di Melo filosofa sobre o que foi e o que poderia ter sido: “Não fico chateado porque a vida foi ingrata comigo. Se eu tivesse a cabeça que tenho hoje, eu teria dado seguimento. Mas eu era muito jovem e decidi sair do lodaçal. Quando a coisa tem que ser, você persegue ela durante uma periodicidade e depois ela passa a te perseguir”.

Antes que Kilariô passasse a persegui-lo, houve, nos anos 1980, o encontro de Di Melo com o homem para sempre perseguido por Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores (1968). Na semiclandestinidade (de ambos), conheceu o paraibano Geraldo Vandré, com quem, revela agora, compôs 12 canções, suficientes para um álbum inteiro Di Melo-Vandré. Uma delas, a latina Canta Maltina, foi apresentada no disco Imorrível, e se vale de um idioma inventado, latino-indígena-brasileiro. Outra, Linhas de Alinhar, de acento nordestino, vem à luz no novo Atemporal. “A priori imaginei que Vandré quisesse que eu desse sequência ao trabalho dele”, conta. “Ledo engano, ele queria passear. Gostou de mim porque eu estava cantando uma música muito poderosa. Ele achou que eu poderia dar essa sequência, e eu também imaginei que isso fosse rolar. A gente saiu viajando, fomos num Galaxy para a Paraíba, para o Paraguai.”
A CANTORA ALAÍDE COSTA LEVOU DI MELO AO BAR JOGRAL, E COM GERALDO VANDRÉ GRAVOU PARCERIAS. (FOTO: ACERVO PESSOAL)

Linhas de Alinhar evidencia o que já sabia quem ouviu o Di Melo de 1975: para lá de um artista suingueiro de black music, Di Melo ostenta poderosa veia brasileira, nordestina, pernambucana. Misteriosa e narrada por alguém “farto da angostura”, a canção fala de uma “explicação que não houve, não há, nem haverá”, e de um “clima que apavora nessa estrada tão escura”. Linhas de Alinhar é exemplo perfeito daquilo que Di Melo diz sobre as próprias canções: “Qualquer música minha tem nexo e tem plexo, não só sexo”. No embalo, o intérprete de Conformópolis critica o estado das coisas: “A música está resumida a peitos e bundas. É triste, é dolorido, porque você trabalha, trabalha, trabalha e não tem usufruto do teu trabalho”.

“Qualquer música minha tem nexo e tem plexo, não só sexo”

A sombra triste reaparece quando é hora de falar do Brasil atual. “Temos tudo pra ter tudo. Temos amianto, bauxita, prata, ouro, cobre, manganês, zinco. Mas não vira, não vira, e não vai virar nunca. É tudo muito difícil. Às vezes você levanta o pé pra dar um passo pra frente e sente dando dez passos pra trás.” A vida, ele admite, segue difícil e distante dos métodos da calma: “A coisa chegou num momento crucial. Eu olho pro lado e não vejo ninguém feliz, ninguém satisfeito. Todo mundo reclamando. Está difícil pagar as contas. As pessoas estão cada vez mais perdendo tudo que conseguiram na vida. É só problema, problema, problema, problema. Não vejo ninguém apontando muita solução, é desesperador. Às vezes você quer conseguir andar e está ali brecado, no freio de mão. É tudo muito estranho, errado, truncado”.

O álbum com o Cotonete (que em 2017 gravou um disco com outra brasileira, a paranaense Simone Mazzer) é o antídoto de Di Melo para as previsões mais sombrias (“liberar armas não é solução, e daqui para frente vai piorar cada vez mais”). Entre as oito canções, há uma regravação alegre-e-triste de Kilariô. Para explicar a contradição e a relação de amor e ódio com Kilariô, Di Melo se vale de uma antiga composição do paraense Billy Blanco, Canto Chorado (1968). “Nunca vi uma coisa tão certa (declama): o que dá pra rir dá pra chorar/ questão só de peso e medida/ problema de hora e lugar”, gargalha.


A1 Papos Desconexos (Part. 1)
A2 Papos Desconexos (Part. 2)
A3 A.E.I.O.U. (Album Mix)
B1 Muhler Instrumento (Part. 1)
B2 Muhler Instrumento (Part. 2)
C1 Canto Da Yara
C2 Kilario (2019 Version)
D1 Linhas De Alinhar
D2 Verso E Prosa

sábado, 24 de agosto de 2019

Barão Vermelho - VIVA [2019]

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O Barão Vermelho iniciou nesta sexta-feira (16) uma nova fase ao disponibilizar para as plataformas digitais um álbum de inéditas que leva o nome de Viva.

Trata-se de um trabalho emblemático da veterana banda de rock nacional, já que é o primeiro em 15 anos e marca a estreia de Rodrigo Suricato como vocalista. Ele já ocupa a vaga de Frejat desde 2017, mas é a primeira vez que um disco do Barão sai com a voz dele.

Viva, como o título sugere, é um trabalho que busca celebrar a vida e também a trajetória da banda, que mais uma vez precisou se reinventar após perder um vocalista. Sobre a sonoridade, o grupo não deixou de lado os elementos sonoros característicos da era Frejat, em faixas nas quais os vocais de Suricato encaixam-se perfeitamente e, em certos momento, fazendo lembar o antigo vocalista.

O disco foi gravado nos estúdios Toca do Bandido e Estúdio 2, no Rio de Janeiro e é assinado por Maurício Barros (teclado), Guto Goffi (bateria) e Fernando Magalhães (guitarra).


1. Eu Nunca Estou Só
2. Por Onde Eu For
3. Jeito
4. Tudo por Nós 2
5. Um Dia Igual ao Outro
6. Vai Ser Melhor Assim
7. Castelos
8. A Solidão Te Engole Vivo
9. Pra Não Te Perder

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Sérgio Sampaio - Cruel [2006]

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Por Marcelo Augusto D’Amico em Jornal CGN


Nome Completo: Sérgio Moraes Sampaio Nome Artístico: Sérgio Sampaio
Nascimento: 13 de abril de 1947 Natural de: Cachoeiro de Itapemirim/ES
Falecimento: 15 de maio de 1994, na cidade do Rio de Janeiro.

Muito se perdeu sobre Sérgio Sampaio, e mais ainda se perderia sem o empenho de Rodrigo Moreira (autor da biografia), Sérgio Natureza (amigo e parceiro de Sérgio), Zeca Baleiro (que recuperou material inédito), Charles Gavin (que realiza a recuperação de obras nacionais esquecidas pelas gravadoras) entre outros. Nascido na mesma cidade que Roberto Carlos (cidade onde foi muito mais visto que seu conterrâneo, “O Rei”), mudou-se definitivamente para o Rio de Janeiro aos vinte anos. Boêmio por natureza, chegou a passar fome na cidade maravilhosa, dormir na rua e outras coisas mais. Mas sua sorte começou a mudar, quando certo dia entrou na gravadora CBS, e mostrou suas músicas para o então produtor, um tal de Raul Seixas. De imediato, Raulzito viu em Sérgio Sampaio uma promessa para a música brasileira, e ele estava certo. Gravou um compacto e foi contratado como músico da gravadora.

Em 1971, Raulzito e Sérgio Sampaio, acompanhados de Edy Star e Miriam Batucada, gravaram o antológico “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez”. Naqueles dias, o Brasil era obrigado a engolir a Ditadura, e em 1972, no Festival Internacional da Canção, surge “Eu quero é botar meu bloco na rua”, defendida pelo próprio autor no palco, acompanhado apenas de seu violão. Sua canção não venceu o festival, mas o compacto vendeu assustadoramente bem. Era como se Sérgio dormisse boêmio e anônimo e acordasse como o maior cantor do país. Mas com a melhora financeira, veio também o aumento intenso da vida noturna.

O brilhante compositor também teve suas mágoas, pois seus discos venderam abaixo do esperado. O público parecia gostar apenas de um “Bloco”. Sampaio era intransigente quanto a pressão das gravadoras, que tentavam tornar suas músicas prontas para o consumo imediato, e não se iludia com a mídia que tentava transformá-lo em um novo “Roberto Carlos”. Estes fatores, somados a intensa vida boêmia, alcoólica e entorpecida do cantor, fariam-no desaparecer de cena a partir de 1982, quando lançou seu terceiro e último LP, de forma independente.

A verdade é que em suas composições, Sérgio alfinetou grandes nomes como Roberto Carlos (Meu Pobre Blues), a indústria musical brasileira (Cantor de Rádio), ao mesmo tempo em que gravou com Altamiro Carrilho, teve arranjos de João de Aquino, foi gravado por Erasmo Carlos, tem parcerias com Sérgio Natureza, gravou com Luiz Melodia, dividiu vocais com Jane Duboc, trabalhou com Roberto Menescal, ganhou troféu imprensa de Silvio Santos, fez show com Jards Macalé, Dona Ivone Lara e Xangai, entre tantos outros feitos notórios.

Em 2007, ano em que completaria 60 anos, na então conhecida cidade-natal do “Rei Roberto”, não houveram passeatas, nem festejos, não possui uma rua ou praça com seu nome e nem teve um único evento que lembrasse a data, a não ser um breve comentário numa festividade feita para homenagear o carioca Vinícius de Moraes. Seja em Cachoeiro ou em qualquer outra cidade brasileira, ouve-se muito mais o adjetivo “maldito da MPB” do que qualquer outro, quando se referem a Sérgio Sampaio. Os próprios conterrâneos parecem querer apagá-lo da história

Mas em 1993, quando declarou ter parado com as bebidas, o compositor trazia planos consigo. Começava a apresentar uma lista de 50 canções, das quais escolheria o repertório do CD “Cruel”, que seria lançado pelo selo paulista “Baratos afins”, projeto que ficou inacabado por conta de sua morte, no ano seguinte. Este projeto foi retomado por Zeca Baleiro, quando conheceu a ex-mulher de Sampaio, Ângela, e ganhou dela uma fita contendo músicas inéditas. Após isso, ele começa a buscar por outras gravações inéditas e faz a recuperação dos respectivos áudios, material lançado no CD “Cruel”, em 2006, que traz violão e voz original com Sérgio Sampaio, e arranjos de acompanhamento, trazendo músicos como Bocato, entre outros. Eu, autor destas palavras, que desconhecia este disco, ouvi todas as músicas antes de escrever este artigo, e confesso-lhes que tímidas lágrimas desceram em meu rosto, diante de tamanho brilhantismo e maturidade musical que Sérgio Sampaio havia atingido, num trabalho que jamais seria conhecido sem o empenho dos já citados, além de outros que colaboraram com o projeto.

Para finalizar esta pequena homenagem, gostaria de lamentar a grande maioria dos artigos que li a respeito de Sérgio Sampaio, onde alguns chegam a dizer que ninguém mais do que ele merecia ser chamado de “maldito”. Alguns jornalistas, do presente e do passado, continuam produzindo “blocos” de lama, julgando muito mais pejorativamente, do que propriamente dando-se ao trabalho de conhecer a fundo sobre o que escreve. Por tudo isso, deixo uma pergunta: quem é cruel?


Músicas:

1 – Em Nome De Deus
2 – Roda Morta
3 – Polícia Bandido Cachorro Dentista
4 – Brasília
05 – Magia Pura
6 – Rosa Púrpura De Cubatão
7 – Muito Além Do Jardim
8 – Real Beleza
9 – Pavio Do Destino
10 – Quero Encontrar Um Amor
11 – Quem É Do Amor
12 – Cruel
13 – Uma Quase Mulher
14 – Maiúsculo

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Sérgio Sampaio - "Sinceramente" [1982]

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Por Thalita Pires em Rede Brasil Atual

Talvez você nunca tenha ouvido falar no cantor e compositor Sérgio Sampaio. Ou então só ouviu falar do maior sucesso dele, “Eu quero botar meu bloco na rua”, que é também o nome do primeiro disco, lançado em 1973. Em 1976, ele gravou “Tem Que Acontecer” e, em 1982, seguiu o modelo da produção independente, e colocou no mercado “Sinceramente”. Porém, desde então, ele descobriu como a música brasileira pode ser cruel. Caiu em profundo ostracismo e morreu em 1994, sem lançar o tão sonhado quarto álbum, “Cruel”, que só veio à tona em 2006 por insistência de Zeca Baleiro, que o produziu e lançou pelo selo Saravá Discos, o mesmo que relança agora o terceiro trabalho.

A premonição do que aconteceria já se manifestava na ótima faixa de abertura, “Homem de Trinta”: “Quase que eu fui pro buraco, / Por pouco não fui morar no porão, / Dancei, mas não sei não, / Tive cuidado de ter os pés / Quase sempre no chão / E a cabeça voando / Como se voa na imaginação”. Porém, a obra-prima é mesmo “Nem Assim”, que faz uma fantástica caricatura da mulher abandonada: “Pode inventar mentiras e até publicar, Que eu não sirvo mesmo pro amor, / Que eu sou um narcisista e mau compositor /… / Pode fazer comício nas praças do Rio / Em nome da dignidade da mulher, / Mostrar pra todo mundo as marcas / Que eu não fiz, /… / Você pode dizer o que quiser de mim… / Nem assim”. Espécie de complemento é “Faixa Seis”: “Você hoje pra mim / É a faixa seis / Do lado ‘B’ / Do meu último elepê / Aquela que o programador de rádio nunca toca / Aquela que o divulgador do disco evita / Aquela que fica espremida entre a quinta… /A quinta faixa e o final da fita”.

Ao escutar o álbum, é possível reconhecer a injustiça cometida pela indústria fonográfica voraz que não reconhece a força de boleros como “Tolo Fui Eu”, por exemplo, é arrasador: “Tolo fui eu / Quando em vão quis lhe dar meu amor / Que você nem sentiu, nem ligou / Mas aí pude ver meu valor, / Compreender que a razão de viver / É maior do que ter ou querer / Se você não quis ser minha razão, / Tola você”. O tormento segue na desbragada “Só Para o Seu Coração”, que parece um misto de Caetano Veloso com Eduardo Dussek.

A produção independente fica clara ao se saber que ele contou com a ajuda da família da esposa, Angela Breitschaft. O pai dela bancou o disco e o irmão Paulo fez as fotos da capa em Teresópolis. Certamente, eles não se arrependeram ao escutarem uma canção de extrema força dramática, como “Essa Tal de Mentira”: “De novo recomeçar, / Outra vez acreditar, / Compor, escrever, cantar, / Por música no ar…”. Tem um quê de Gonzaguinha e poderia – se é que não o fez – muito bem ter influenciado Chico César no modo de cantar. Mas nem tudo é tão desesperado. A prova é a animadinha “Meu Filho, Minha Filha”.

O único parceiro de Sérgio Sampaio nesse álbum é Sérgio Natureza, na balada “Cabra Cega”, que é sublime, graças ao saxofone tocado por Oberdam Magalhães e à letra que remete ao delírio coletivo e aos discos voadores. Nada mais setentista. A influência de Caetano Veloso também é nítida. Já Luiz Melodia participa do samba em homenagem a ele, “Doce Melodia”. Mas a proposta do álbum fica explícita mesmo é na faixa-título: “Não há nada mais bonito / Do que independente / E poder se conquistar, / Sair, chegar, / Assim tão simplesmente /… / Não há nada mais sozinho / Do que ser inteligente / E poder cantarolar, / Errar, desafinar / Assim sinceramente”.


A1 Homem de Trinta
(Sérgio Sampaio)
A2 Na Captura
(Sérgio Sampaio)
A3 Tolo Fui Eu
(Sérgio Sampaio)
A4 Só Para O Seu Coração
(Sérgio Sampaio)
A5 Essa Tal de Mentira
(Sérgio Sampaio)
B1 Meu Filho, Minha Filha
(Sérgio Sampaio)
B2 Cabra Cega
(Sergio Natureza, Sérgio Sampaio)
B3 Sinceramente
(Sérgio Sampaio)
B4 Nem Assim
(Sérgio Sampaio)
B5 Doce Melodia
(Sérgio Sampaio)
B6 Faixa Seis
(Sérgio Sampaio)

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Sérgio Sampaio - Tem Que Acontecer [1976]

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Visto como um gênio maldito, Sergio Sampaio não teve todo reconhecimento que merecia em vida, mas dia após dia a sua obra conquista mais e mais fãs. Temos a honra de relançar pela primeira vez em vinil o álbum Tem Que Acontecer (1976), o segundo disco da vida de Sergio, considerado por muitos a sua grande obra-prima.

Após o sucesso estrondoso da faixa “Eu Quero é Botar Meu Bloco Na Rua”, de 1972, Sergio saiu do anonimato para a fama. Porém, o artista capixaba sempre foi avesso aos interesses da indústria musical e não demorou para se afastar do mainstream no qual estava se inserindo. Seu segundo LP, Tem Que Acontecer, foi feito na extinta gravadora Continental e o renomado violonista João de Aquino foi o principal responsável pela produção do álbum.

Segundo ele, esse álbum é uma obra-prima gravada no Studios Level, o melhor estúdio do Rio de Janeiro de então, com os melhores instrumentistas de música brasileira da época:

– Não botei o pessoal mais contemporâneo. Chamei a nata de músicos aqui do Rio de Janeiro. Altamiro [Carrilho], Maurício Einhorn, Paschoal Meirelles, o trio Marçal, Luna e Eliseu, Laércio de Freitas… Músicos que eram completamente diferentes do mundo do Sergio.

Apesar da sua sonoridade primorosa, experimental e popular, e de contar com faixas que acabaram se tornaram grandes clássicos de Sampaio, como “Tem Que Acontecer”, “Que Loucura” e “Cada Lugar Na Sua Coisa”, esse álbum demorou para ser entendido. Hoje, é um disco lendário cuja versão original é caríssima e muito difícil de ser encontrada. Através do NOIZE Record Club, essa joia da música brasileira poderá estar na sua coleção.



A1 Até Outro Dia
(Sérgio Sampaio)
A2 Que Loucura
(Sérgio Sampaio)
A3 Cada Lugar Na Sua Coisa
(Sérgio Sampaio)
A4 Cabras Pastando
(Sérgio Sampaio)
A5 Velho Bode
(Sergio Natureza, Sérgio Sampaio)
A6 O Que Pintar, Pintou
(Maestro Raul G. Sampaio)
B1 A Luz E A Semente
(Sérgio Sampaio)
B2 Quanto Mais
(Sérgio Sampaio)
B3 Tem Que Acontecer
(Sérgio Sampaio)
B4 Quatro Paredes
(Sérgio Sampaio)
B5 O Filho Do Ovo
(Sérgio Sampaio)
B6 Velho Bandido
(Sérgio Sampaio)

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Som Nosso de Cada Dia - Mais Um Dia [2019]

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Eis que depois de algum tempo da volta aos palcos, o Som Nosso de Cada Dia finalmente lança um álbum de inéditas. Bora pressionar o play nesse swingado.


1 Homem Víbora
2 Ficou no Ar
3 Tempos Difíceis
4 Black Rio
5 Mais um Dia
6 Firmeza Total
7 Lixo Per Capita

sábado, 10 de agosto de 2019

Gustavo Guerra - Nada Era A Favor [2013]

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Gustavo Guerra, nascido na cidade de Curitiba - Paraná, músico profissional há 19 anos. Começou seus estudos de guitarra aos 7 anos de idade com o seu eterno mestre, seu pai, Buby Guerra, ex-integrante da banda Aquarius Band, com quem aprendeu os fundamentos essenciais. 

Hoje atua com aulas, shows, gravações, produções e workshops. Sucesso no YouTube desde 2006 com mais de 13 milhões de acessos em seus vídeos com performances virtuosas.

Foi eleito em 2008 como melhor guitarrista no disputadisso concurso Guitar Idol.

Endorser de várias marcas consagradas no mercado nacional e internacional.

Em 2008 foi capa da conceituada revista cover guitarra,onde segundo o editor Chefe Regis Tadeu, foi uma das revistas mais vendidas.

Em 2009 foi convidado por um dos seus patrocinadores internacional a Native Instruments para se apresentar na Namm Show em L.A.

Em 2011 lança seu primeiro álbum Solo, intitulado: "Nada era a favor" em homenagem ao seu pai , Buby....



1 Na Veia
2 Sunset 1030
3 Big Foot
4 Quem Sabe Algum Dia
5 My Wife
6 Oxygen
7 A Casa Caiu
8 Dadiva
9 Que Nenas Sos Vos
10 Nada Era A Favor
11 Lobos Não Tomam Água

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Harppia - 3.6.9. H.A.A.R.P. [2017]

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Por Harppia no site oficial

Este pode ser considerado um dos álbuns de Heavy Metal Nacional mais aguardado de 2017. Quarto álbum da lendária banda Harppia, brinda os fãs com músicas com muita melodia, muito peso e qualidade musical que é a marca registrada da banda. Liderada por Tiberio Luthier, baterista que gravou todos os álbuns anteriores ( A Ferro e Fogo em 1985, SETE em 1987, Harppia´s Flight em 1996) , a banda optou por gravar pouquíssimos álbuns, porém com muita qualidade, com músicas com riffs, melodias e arranjos marcantes, que se tornem clássicos do Metal por muitos anos.

Em 2017, a banda completa 34 anos de estrada, entre muitos desafios e batalhas vencidos um por um sempre com o Tiberio à frente. A banda conta com Tiberio Luthier na bateria, Aya Maki na guitarra, Eric Bruce nos vocais e Joey Fernandes no baixo. 


Faixa 1 – 3.6.9. H.A.A.R.P

3.6.9. São números chaves que detêm a chave da compreensão dos mistérios do universo , segundo Nikola Tesla. H.A.A.R.P. significa Highier Frequency Active Auroral Research Program (em português: Programa de Investigação de Aurora Ativa de Alta Frequência), um conjunto de antenas criadas por um barão do petróleo utilizando as teorias e experimentos de Tesla. Os governos de diversas partes do mundo tem usado este complexo de antenas para manipular os climas e forças das naturezas pelo mundo como terremotos, maremotos, furacões e até mesmo as mentes humanas, criando assim armas geofísicas, para subjugar governos menos favorecidos ou forçar alianças ou acordos entre países "aliados". Muitos acham que é só uma teoria da conspiração mas existem muitos depoimentos e estudos de cientistas renomados e independentes confirmando sua existência. Esta primeira música do CD é que dá o nome ao álbum, um instrumental que traz o ouvinte a reflexão e despertar a consciência para a real ameaça que esse projeto representa. 


Faixa 2 – BLACK JOE

BLACK JOE conta a história do Jack Estripador já da visão atual, pois todos nós(o mundo inteiro) já sabemos quem ele é. Só não colocamos o nome da música de Jack Estripador pois já existem muitas com o mesmo título. Faixa 3 – HARPPIA 2.0 HARPPIA 2.0 é uma música instrumental que nasceu de uma Jam. Aya desenvolveu o tema quando entrou na banda, em seguida, o Tibério aprimorou arranjo colocando elementos que tornaram a música bem Harppiana. Tornou-se nossa música de abertura nos shows. Faixa 4 – BLACK ANGEL Black Angel é uma balada pesada que conta a história de uma prostituta, negra e linda que poderia ter seguido a carreira de modelo, mas como veio da pobreza , foi enganada e aliciada para a prostituição até que encontra um cliente que acaba se apaixonando por ela e quer leva-la e constituir uma família com ela. 


Faixa 5 – CAVALEIRO DE FOGO A música CAVALEIRO DE FOGO conta história de um guerreiro que se prepara para a guerra. Na verdade é uma fábula onde a interpretação pode ser livre. Você pode entender como um cavaleiro ou um deus se preparando para seguir sua senda para a libertação. 


Faixa 6 – BALADA

Originalmente ela foi gravada no disco SETE. Esta música tem servido de trilha sonora , inclusive no documentário Brasil Heavy Metal, em homenagem às pessoas queridas que partiram (faleceram). Durante os últimos shows, muitos fãs nos pediram para que a incluísse no repertório. Resolvemos regrava-la, com a produção de Flávio Gutok , ex-guitarrista do Harppia, pois numa conversa informal entre nós ele disse que não tinha ficado satisfeito com o resultado do disco SETE. E aí vocês podem conferir o resultado final. 


Faixa 7 – PROFECIA

Ela foi gravada ao vivo na extinta casa de shows Pirilampus Rock Bar, em Sorocaba. Não temos a data certa pois tocamos muitas vezes lá. Depois fizemos overdubs em um estúdio caseiro. A música é autoria de Hélcio Aguirra, fundador e ex-guitarrista do Harppia que infelizmente não está mais entre nós. Incluímos esta musica como homenagem a ele. Esta música era para ter entrado no primeiro disco "A Ferro e Fogo", mas como ainda se usava fita, e ela acabou no meio da gravação, Profecia ficou de fora. 


Faixa 8 – BEM VINDO AO INFERNO

Ela é uma música incidental, que era usada de trilha sonora antes dos shows do Harppia no final dos anos 80. Muitos fãs da época viviam perguntando sobre ela. Ela é literalmente uma viagem ao inferno onde você ouve uma música misteriosa e tenebrosa entre gemidos, gritos, choros de bebê e risadas de bruxas. É uma jornada para escutar em quarto escuro com aditivos da sua escolha.

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Stress - Devastação [2019]

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1 Devastação
2 Fogo E Fúria
3 Soldados Da Fé
4 Motorocker, A Lenda
5 Mundo Cão
6 Sintonia
7 Anjo Perdido
8 Heavy Metal É A Lei
9 Coração De Metal
10 Brasil Heavy Metal
11 BHM Sinfonia