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Por Abraxas
Música instrumental é um gênero do rock, um estado de espírito ou a lacuna de um vocalista? O Quarto Ácido resolve a charada no disco de estreia “Paisagens e Delírios” com mais probabilidades que flertam com o psicodelismo emoldurado pela década de 1970, com variações do stoner dos anos seguintes e inclusive com ondulações do contemporâneo post-rock, além de incursões dos imortais progressivo e blues. Tudo muito bem costurado nas nove faixas do álbum que está nas principais plataformas de streaming pelo selo da Abraxas.
Gravado e produzido graças a um bem sucedido financiado coletivo no final de 2016, “Paisagens e Delírios” resgata os singles “Marcha das Raposas” e “33” e apresenta sete inéditas, gravadas em Santa Maria (RS) pelo produtor Leo Mayer – a banda é gaúcha de Panambi, no noroeste do estado. A ilustração e design gráfico do registro são do talentoso Rafael Panegalli.
Das nove músicas, sete são assinadas pelos músicos Pedro Paulo Rodrigues (guitarra) e Alex Przyczynski (bateria) em parceria com Flavio Mecking, baixista e membro fundador da banda que faleceu em 2015. Em 2016, a banda voltou à ativa com Vinicius Brum (Rinoceronte) no baixo e começou a trabalhar nas musicas do disco. O álbum ainda conta com a participação especial dos músicos Maurício Oliveira (saxofone), Adriano Zuli (teclado e sintetizador), Rodrigo Fetter (teclado) e Edimilson Dias (Percussão).
O título do disco é, aliás, uma homenagem ao Flávio. “Paisagens e Delírios é o nome de um blog onde ele publicava contos e textos, e cujas palavras – ausentes no álbum do Quarto Ácido – podem funcionar como um interessante complemento à experiência da audição, que requer, mesmo, a imaginação e mente aberto do ouvinte”.
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