Por Lucas Brêda em Rolling Stone
A história do Dingo Bells se estende por mais de uma década. Da formação da banda, passando pelos shows, lançamento de EP e as gravações do disco – que se arrastou por cerca de um ano –, muito suor foi derramado. “Foi um processo bem intenso e de muita dedicação”, confessa o baixista e vocalista Felipe Kautz.
O resultado final vem embalado em uma capa em preto e branco, com uma fotografia que traz um dinossauro de madeira em clima bucólico, com uma lua desenhada ao canto direito. O disco é Maravilhas da Vida Moderna, estreia do trio gaúcho, (disponível de maneira exclusiva no Sobe o Som).
“Queríamos algo que nos deixasse satisfeitos”, acrescenta Kautz, dividindo a “culpa” da preocupação com os detalhes com o produtor Marcelo Fruet. “É quase como se eu quisesse fazer algo que eu pudesse mostrar para o meu filho. Dizer: ‘Olha só, um dia eu me reuni com esses caras e a gente fez isso.”
Maravilhas da Vida Moderna foi ganhando forma com as passagens do grupo por um sítio na região de Viamão, no Rio Grande do Sul. “Gravamos bateria, baixo, alguns violões, guitarras e coisas que achávamos que o sítio poderia acrescentar, como sonoridade e como aura do lugar.”
No sítio, eles gravaram “Anéis de Saturno”, acústica e singela, registrada em fita cassete capturando a atmosfera do local. O álbum, contudo, flerta com o groove pop – como anuncia o single e primeira faixa, “Eu Vim Passear” – e encontra singularidade tanto na reflexão de “Dinossauros” quanto na diversão de “Bahia”.
“Não temos um pé na música regional daqui”, afirma o baixista e vocalista, suavizando o impacto do sotaque que extrapola as conversas, se destaca nas canções, e ganha respaldo da crítica local. “Não acredito que passamos um recado com região definida: a gente fala um pouco sobre nosso tempo, o que vemos à nossa volta e como levamos nossas vidas.”
O título do disco é um dos versos de “Mistério dos 30” – “Maravilhas da vida moderna/ Quando o homem saiu da caverna/ Aos 30” – e não poderia ser mais apropriado. “A gente foi se dando conta de que elas tinham uma análise de fora para dentro do nosso mundo”, assume o vocalista e baterista Rodrigo Fischmann. “Tudo se encaixou sob esse telhado de ‘Maravilhas da Vida Moderna’.”
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