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Por Carlos Eduardo Lima; 24/09/2013
Por Carlos Eduardo Lima; 24/09/2013
publicado em 24 de setembro de 2013 no Monkey Buzz
Um dos motivos da inconstância do rock nacional de boa qualidade é a incapacidade das bandas e artistas locais em se apropriarem da linguagem americana mestiça original e torná-la o mais brasileira possível. Claro que há formações capazes de emular sonoridades gringas que têm trabalhos de qualidade, mas é sempre mais interessante quando surge alguém que torna o que nasceu lá nos anos 50 do século XX, algo "novamente novo".
Com The Baggios é assim. Oriundos de São Cristóvão, estado do Sergipe, Julio Andrade (guitarra e voz) e Gabriel Carvalho (bateria), já têm certa quilometragem, materializada em alguns EP's e num disco de estreia. Sina é o segundo, lançado neste ano, que já traz uma ousada visão conceitual, além de uma produção de gente grande. Os vocais de The Baggios lembram esses iluminados que fizeram o Rock parecer brasileiro, principalmente Raul Seixas, que, em algumas passagens, parece ter retornado do além para participar. É justamente essa aparência 100% nacional que salva a dupla de parecer uma mera imitadora estética de duos econômicos ruins (White Stripes) e mesmo bons (Black Keys), especialistas em revitalizar as raízes do Rock lá fora.
Destaques absolutos para a abertura com Afro, que serve como uma câmara de descompressão da mesmice e mediocridade reinantes e conduz o ouvinte para um mundo empoeirado, na beira dos trilhos de uma ferrovia que vai do nada para lugar algum, que parece ser o cenário ideal para as aventuras de Sina. Em Esturra Leão, metais e andamento híbrido de xote e rock, dão o caminho pela estrada, enquanto Um Rock Para Zorrão pega pesado no chamado blues primordial e enfia uma bateria pesada pela goela do ouvinte abaixo, para chegar em Domingo, uma balada Seixas-hendrixeana e no andamento que tangencia Creedence Clearwater Revival em Tardes Amenas para chegar no final psicodélico de Descalço.
The Baggios fogem, não só da bundamolice do Rock de matriz clonada de Los Hermanos, como amplia o terreno para novas bandas que desejem saber onde tudo começou, na lama movediça do Blues e, no caso deles, da aridez natal. Sina parece forjado no perrengue, no peito e na raça, com grande resultado. Parabéns a todos os envolvidos.
Com The Baggios é assim. Oriundos de São Cristóvão, estado do Sergipe, Julio Andrade (guitarra e voz) e Gabriel Carvalho (bateria), já têm certa quilometragem, materializada em alguns EP's e num disco de estreia. Sina é o segundo, lançado neste ano, que já traz uma ousada visão conceitual, além de uma produção de gente grande. Os vocais de The Baggios lembram esses iluminados que fizeram o Rock parecer brasileiro, principalmente Raul Seixas, que, em algumas passagens, parece ter retornado do além para participar. É justamente essa aparência 100% nacional que salva a dupla de parecer uma mera imitadora estética de duos econômicos ruins (White Stripes) e mesmo bons (Black Keys), especialistas em revitalizar as raízes do Rock lá fora.
Destaques absolutos para a abertura com Afro, que serve como uma câmara de descompressão da mesmice e mediocridade reinantes e conduz o ouvinte para um mundo empoeirado, na beira dos trilhos de uma ferrovia que vai do nada para lugar algum, que parece ser o cenário ideal para as aventuras de Sina. Em Esturra Leão, metais e andamento híbrido de xote e rock, dão o caminho pela estrada, enquanto Um Rock Para Zorrão pega pesado no chamado blues primordial e enfia uma bateria pesada pela goela do ouvinte abaixo, para chegar em Domingo, uma balada Seixas-hendrixeana e no andamento que tangencia Creedence Clearwater Revival em Tardes Amenas para chegar no final psicodélico de Descalço.
The Baggios fogem, não só da bundamolice do Rock de matriz clonada de Los Hermanos, como amplia o terreno para novas bandas que desejem saber onde tudo começou, na lama movediça do Blues e, no caso deles, da aridez natal. Sina parece forjado no perrengue, no peito e na raça, com grande resultado. Parabéns a todos os envolvidos.
Poderia upar a discografia novamente ? Grato
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