domingo, 8 de setembro de 2013

Trem do Futuro - O Tempo [2008]


Por Nathan Petrin
publicado em 17 de maio de 2011 no Cometa Rock

Esse é o segundo álbum do Trem do Futuro. A banda voltou a produzir depois de um hiato de 12 anos.

Usando diversos intrumentos, como flautas, violinos, bandolim, piano, gaita, além dos tradicionais instrumentos de uma banda de Rock, o Trem do Futuro produz um som bastante peculiar, principalmente quando o analisamos sob a ótica do cenário nacional.

Pelo uso constante da flauta e uma melodia muito rica, pode-se dizer que a sonoridade da banda se assemelha bastante com a sonoridade do Jethro Tull, a diferença fica por conta do peso. O Tempo é mais pesado, apesar de possuir seus momentos mais calmos.

Um grande disco, de grandes letras e ótima performance instrumental.

01 - Seres Imaginários
A música começa ao som de uma bela flauta acompanhada por um bandolim e violão. Depois o som ganha corpo. Seres Imaginários prossegue oscilando momentos pesados e calmos, enquanto Rossglow fala de seres inexplicáveis pela razão.

02 - Saga
Um dos destaques do álbum. Saga fala da necessidade de seguir em frente, "mesmo que seja em zigue-zague".

03 - O Som do Silêncio / A Porta
Mais uma belíssima introdução. A música ganha bastante peso quando começa o vocal de Rossglow. A letra é confusa e de difícil compreensão. Fala de atravessar uma porta, que no final descobre-se não existir.

04 - Búfalos Audazes
Búfalos Audazes tem uma melodia um pouco mais simplificada do que as anteriores. É outra música de grande destaque no álbum. Os búfalos da letra parecem ser uma metáfora para os humanos, que vivem desafiando Deus em um jogo suicida.

05 - Lamento das Horas / O Tempo
Uma introdução bastante Folk é a marca da quinta faixa, Lamento das Horas / O Tempo. Depois entram os vocais, e é impossível não lembrar de Pink Floyd em The Great Gig in the Sky. Também há presença de guitarras seguindo escalas espanholas, que lembram uma tourada.
Após quase três minutos, entram vocais rasgando (literalmente) a melodia, que adota uma postura bem mais pesada e agressiva.

06 - Ainda que Tarde
Ainda que Tarde começa colada na faixa anterior. O grande destaque dessa música fica por conta da letra. Ainda que Tarde confunde e perturba.

07 - Trem do Futuro
Uma pegada mais Hard Rock em alguns momentos, e belas presenças de violino no meio da música.Trem do Futuro, a faixa que dá título ao álbum, possui uma poesia dadaísta que forma uma sonoridade incrível com suas "papoulas e matemática nas bocas dos canhões" e "inquilinos de Plutão".

08 - Olho do Tempo / Onda Brava / Tempo Nu
A linha dadalista segue nessa faixa. O problema do dadaísmo, é que quando usado em exagero, perde o efeito surpresa e o caos das rimas que confundem a cabeça do ouvinte. Essa faixa pouco acrescenta ao álbum.

09 - Na Trilha do Diabo
Aqui a banda arrisca um Blues. É verdade que Na Trilha do Diabo foge da proposta do álbum, mas é bom para quebrar a pegada e mostrar que sabem muito bem como transitar por outros gêneros sem perder a qualidade.

10 - O Homem Antigo
Para finalizar, em O Homem Antigo a banda adota uma linha mais pesada e rápida. É uma faixa que talvez não agrade os fãs de Rock Progressivo, mas certamente agradará aos que curtem mais "punch" e um som mais crú.
A letra é bastante interessante, pois acaba traçando um paralelo com as músicas dadaístas Nela é falado de um homem antigo, que contava histórias malucas e impossíveis de serem compreendidas.


Integrantes: Alan Kardec Filho (baixo), João Victor (teclado), Marcelo M. Leitão (guitarra), Marcos Bye Bye (bateria), Paulo Rossglow (vocal), Sidarta Guimarães (violino), Ulisses Germano (flauta e bandolim).


Veja também:
Trem do Futuro - Trem do Futuro [1995]

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