quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Claviceps Purpurea - Entre o Arco e o Pote [2008]



No ano de 2005, reúnem-se em uma sala de ensaio Luís Machado, Felipe Zen, Marciel Borba e Daniel Fisher para desmanchar um antigo projeto musical e fundar a banda Claviceps. A iniciativa foi expandir sua liberdade criativa em novas composições, bem como assumir um compromisso com uma proposta nascente de outros grupos da cidade de Brusque (SC) em produzir música de forma independente.

As primeiras composições foram marcadas por uma forte veia grunge revelada em músicas como: "parafuso", "o vírus" e "não me importo com você". Mas em pouco tempo, os trabalhos ganharam elementos crescentes do rock psicodélico caracterizados em uma primeira canção do gênero, "o homem do paletó". Com a entrada de Jean Hochsprung como segundo guitarrista, as canções adquiriram mais peso e novas texturas, assim como, a experimentação com falsetes encontrados na música "Luxúria". As cinco canções aqui citadas formaram o primeiro disco que leva como título apenas o nome da banda. Gravado entre o ano de 2005 e 2006, este álbum representou uma das primeiras materializações dos trabalhos das bandas independentes locais.

A partir do lançamento do primeiro álbum, iniciam-se shows em diferentes locais da cidade apesar da resistência da indústria do entretenimento dominante que privilegiava exclusivamente os gêneros musicais "populares" (para não utilizarmos outras palavras menos cordiais nessa definição). Esta atividade de shows continuou até meados do ano de 2006 quando ocorreu a saída de Marciel Borba e, posteriormente, a saída de Jean Hochsprung, fato este que comprometeu temporariamente o andamento dos trabalhos da banda.

Inicia-se uma nova fase. A banda passa a se chamar "Claviceps Purpurea". André Seco é convidado para compor e tocar as linhas de baixo. Luis Machado compõem no piano um novo repertório que assume de vez o rock psicodélico como paradigma. Dentre as canções destacam-se: "Casa da cura", "Alien I e II" e "Jaula dos bugres", (esta última com 10 minutos de puro experimentalismo). Estas canções somadas a "Ira das Máfias", "Cordeiros da noite", "Chicote industrial" e "8 de maio" formaram o álbum "Entre o Arco e o Pote" lançado em 2008. O lançamento deste álbum consagrou o trabalho da banda que passou a representar o maior nome da música independente local.

A partir dai as atividades do Claviceps Purpurea persistiram em um novo volume de composições, shows seletos e letras cada vez mais labirínticas. Felipe Zen aplicou em sua guitarra uma gama de efeitos e distorções contundentes delineados pelo baixo marcante de André Seco. As linhas de bateria de Daniel Fisher tornaram-se mais marcadas dando mais velocidade ao som. Canções como: "Enceladus", o interlúdio "Além do vale das sombras" seguidas de "O espantalho" mostram estes novos elementos. Em outras canções percebe-se uma nova complexidade de arranjos onde os vocais acompanham as melodias, e em alguns momentos quase se confundem em seus efeitos. Trata-se das canções: "Perda total", "O impostor" e "De novo". Já "Branca de Neve" e "Flores de Jasmin" recuperam um romantismo trágico nas letras e melodias que contam com a beleza de um piano tocado de forma precisa. O conjunto destas canções somado a uma nova versão de "Homem do paletó", correspondem ao novo álbum da banda denominado "Merlot Cabriolet" (2011).

Acompanhando este novo disco, há o clipe da música "Branca de Neve" que representou um esforço coordenado entre amigos em sua produção. Reunindo produtores, artistas plásticos, fotógrafos e atores, este clipe foi realizado de forma coletiva tendo como resultado mais do que um vídeo promocional, mas uma verdadeira prova de que a união faz a força e força faz a história.

 texto extraído do release da banda

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