sábado, 15 de dezembro de 2018

Secos & Molhados [1973]

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Por Trás da Capa dos Secos & Molhados de 1973 

A capa dos Lp de estreia dos Secos & Molhados de 1973 está sempre presente nas listas das “melhores capas de discos” realizadas por críticos, imprensa e público. O jornal Folha de São Paulo chegou a eleger esta capa, como a “melhor capa de long play” de toda a história da música brasileira. Mas o que há por trás desta emblemática capa?

O grupo era formado por Ney Matogrosso, João Ricardo, Gérson Conrad e Marcelo Frias, este último o baterista que não aceitou integrar o grupo.

A capa do Lp já trazia uma síntese do poder criativo dos Secos & Molhados. A foto foi realizada pelo fotógrafo Antonio Carlos Rodrigues do jornal Última Hora do Rio de Janeiro. Em entrevista à Revista Bizz, Antonio definiu a sua criação como sendo fantástica e conta que a ideia surgiu após ele ver algumas meninas na praia com os rostos pintados. “Eu ainda não conhecia o grupo e quando fiquei sabendo do nome do grupo, montei uma mesa no meu estúdio com vários secos e molhados, coloquei a cabeça deles ali e os maquiei”.

Foi uma madrugada toda de trabalho e os quatro tiveram que ficar sentados em cima de tijolos e encarar um tremendo frio debaixo da mesa. Ney Matogrosso conta que “Em cima queimava, por causa das luzes”… ”comprei os mantimentos no supermercado, a toalha foi improvisada com plástico qualquer, a mesa era um compensado fino que nós mesmos serramos para entrarem as cabeças”. “Tinhamos fome e estávamos duríssimos, fomos tomar café com leite. Não sei por quê, mas não me lembro de termos comido os alimentos da mesa”, diz João em entrevista à Folha de São Paulo.

O lançamento do primeiro LP do “Secos e Molhados”, que leva o nome do grupo, impressionou o público brasileiro. Era um grupo completamente diferente de tudo o que se conhecia na época. Trazia o incrível Ney Matogrosso nos vocais, letras contra a política dos militares e estilo marcado pela MPB e pelo rock progressivo. Além do conceito visual, traduzido através das máscaras que o quarteto usava e da performance de palco nunca antes visto no Brasil. O álbum já mostrava toda a originalidade de um dos maiores fenômenos da música brasileira e vendeu mais de 300 mil cópias. São oito faixas, sendo sete do compositor e violonista João Ricardo. Fazem parte do disco os sucessos “O Vira”, “Sangue Latino”, “Mulher Barriguda”, “Assim Assado” e uma melancólica versão de “Rosa de Hiroshima” (Gerson Conrad/Vinicius de Moraes) interpretada pela inesquecível voz de Ney Matogrosso.

Em formato digital, o álbum faz parte do catálogo da Warner Music. A obra ganhou recentemente nova prensagem em vinil 180 gramas pela Polysom. Remasterizado em alta fidelidade, o título faz parte da coleção Clássicos em Vinil.



A1 Sangue Latino
(João Ricardo, Paulinho Mendonça)
A2 O Vira
(João Ricardo, Luli)
A3 O Patrão Nosso De Cada Dia
(João Ricardo)
A4 Amor
(João Apolinário, João Ricardo)
A5 Primavera Nos Dentes
(João Apolinário, João Ricardo)
B1 Assim Assado
(João RicardoLuli)
B2 Mulher Barriguda
(João Ricardo, Solano Trindade)
B3 El Rey
(Gerson Conrad, João Ricardo)
B4 Rosa De Hiroshima
(Gerson Conrad, Vinicius De Moraes)
B5 Prece Cósmica
(Cassiano Ricardo, João Ricardo)
B6 Rondó Do Capitão
(João Ricardo, Manuel Bandeira)
B7 As Andorinhas
(Cassiano Ricardo, João Ricardo)
B8 Fala
(João RicardoLuli)

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