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Músicas
1. Cachorrinha - participação Frango do Galinha Preta
(Digão, Marquim, Canisso, Caio, Frango)
2. Bop
2. Bop
(Digão, Marquim, Canisso, Caio)
3. Baculejo
3. Baculejo
(Digão, Marquim, Canisso, Caio, Denis Porto)
4. O gato da rosinha
4. O gato da rosinha
(Zenilton)
5. Cera quente
5. Cera quente
(Digão, Marquim, Canisso, Caio)
6. Rafael
6. Rafael
(Digão)
7. Descendo na banguela
7. Descendo na banguela
(Digão, Marquim, Canisso, Caio)
8. Dubmundos - participação Sendog do Cypress Hill
8. Dubmundos - participação Sendog do Cypress Hill
(Digão, Marquim, Canisso, Caio, Sen Dog)
9. Nó suíno
9. Nó suíno
(Digão, Marquim, Canisso, Caio)
10. Importada do interior
10. Importada do interior
(Digão, Marquim, Canisso, Caio)
11. Gordelícia
11. Gordelícia
(Digão, Marquim, Canisso, Caio)
12. Politics - participação Cipriano
12. Politics - participação Cipriano
(Digão, Marquim, Canisso, Caio, Cipriano, Billy Graziadei)
13. Mas vó
13. Mas vó
(Digão)
14. Eu quero ver o oco
14. Eu quero ver o oco
(Digão, Canisso, Rodolfo)
15. Esporrei na manivela
15. Esporrei na manivela
(Digão, Fred, Guilherme Bonolo, Paulinho Mattos, Rodolfo)
16. Bê a bá
16. Bê a bá
(Digão, Canisso, Fred, Rodolfo)
17. Puteiro em João Pessoa
17. Puteiro em João Pessoa
(Digão, Canisso, Fred, Rodolfo)
Banda
Digão - vocal, guitarra e triângulo
Canisso - baixo e vocais
Marquim - guitarra e vocais
Caio - bateria e vocais
Digão - vocal, guitarra e triângulo
Canisso - baixo e vocais
Marquim - guitarra e vocais
Caio - bateria e vocais
Por Ricardo Schott em O Dia
‘Vira-lata corre solta, deixa molecada tonta/quer subir na minha cama, todo dia ela apronta”, cantam os Raimundos em ‘Cachorrinha’, música de abertura do CD/DVD ‘Cantigas de Garagem’. Os mais maldosos podem tirar os cavalinhos da chuva: a música se refere a uma cadelinha vira-lata, a Latinha, que o guitarrista e vocalista Digão adotou após encontrá-la numa oficina de motos. Nada a ver com o discurso malicioso de sucessos do grupo, como ‘Puteiro em João Pessoa’ (por sinal resgatada para o DVD, gravado em estúdio).
“A Latinha acompanhou toda a gravação. Ficava ali por perto e fazendo tudo aquilo mesmo: rasgando o lixo da vizinha, fugindo pelo portão”, brinca Digão. “Hoje ela está na fazenda do meu pai e está bem feliz. Quando a pedi para o dono, na oficina, ele me encarou: ‘Vai cuidar bem dela? Eu amo essa cachorra!’”
Latinha não é a única musa dos Raimundos. ‘Cera Quente’ fala sobre um casal que vai fazer sexo e, antes do rala e rola, o rapaz descobre que sua acompanhante lembra “a ‘Playboy’ da Claudia Ohana” (a atriz posou para a revista em fevereiro de 1985, e chamou a atenção pelo excesso de pelos pubianos).
“Quem nunca viu a ‘floresta amazônica’ da Claudia Ohana?”, brinca o guitarrista. “Ficou marcada, a gente adora divagar sobre isso. Mas, na música, ele vê que a mulher lembra a Claudia e isso dá um trauma nele. De qualquer maneira, é uma homenagem.”
Lançado pela Som Livre, ‘Cantigas de Garagem’ marca a volta de Digão, Canisso (baixo), Marquim (guitarra) e Caio (bateria) às grandes gravadoras, após 13 anos de independência. E sai imediatamente depois de ‘Cantigas de Roda’, disco gravado e lançado por crowdfunding (apoio financeiro dos fãs). “Raimundos é uma realidade no mercado. Tem muita coisa boa prevista para nós em 2015”, diz o músico, que abre com sua banda os shows dos Foo Fighters em São Paulo (sexta), Belo Horizonte (domingo) e Rio de Janeiro (dia 25).
O repertório do DVD inclui as 12 músicas do CD anterior (entre elas ‘Baculejo’, ‘O Gato da Rosinha’ e as próprias ‘Cachorrinha’ e ‘Cera Quente’), mais sucessos como ‘Bê a Bá’ e ‘Puteiro...’. Frankokaos (do grupo Galinha Preta) solta a voz em ‘Cachorrinha’, o rapper Cipriano aparece em ‘Politics’ e Sen Dog (do Cypress Hill) faz raps em ‘Dubmundos’. Essa música, por sinal, traz vários versos de alto teor ‘maconheirístico’ (como “dichava, recheia a seda, I like the ganja”). Ainda assim, Digão diz já ter se cansado de maconha.
“Parei de fumar há dez anos e gosto da forma como vivo hoje”, diz ele, 45 anos e pai de dois adolescentes. “Eles sabem das letras dos Raimundos e falo que na época a gente vivia assim. E meus filhos são muito de boa: não se interessam por bebida, cigarro, droga, nada. Mesmo assim, preferiria ter um filho maconheiro do que um filho alcoólatra.”
O fato de o rock ter sumido das paradas de sucesso e das rádios não assusta Digão. “O rock é o filho bastardo, o filho que não se rende às comparações. E é o que vai adiante pelos próprios pés. O que eu vejo que faz sucesso hoje em dia é comprado, fabricado”, reclama.
Rock e MPB para as raspadinhas
Claudia não foi cantada só pelos Raimundos, não. O humorista Zéu Britto lembrou da ‘Playboy’ da atriz em ‘Hino de Louvor às Raspadas’ (“vou te emprestar meu Prestobarba/pois quero te ver raspada”). “O brasileiro é debochado, né? Só pensam em bunda, peito...”, diz Claudia, que não sabia da música dos Raimundos.
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