Lobão (@lobaoeletrico) passou boa parte da última década se dedicando à TV, onde exerceu o papel de apresentador de programas na MTV. Mantendo a controvérsia que caracteriza sua carreira artística, lançou em 2010, ‘50 anos a mil’, autobiografia que logo entrou para as listas dos livros mais vendidos. Agora é a vez de chegar às lojas ‘Lobão elétrico – Lino, sexy & brutal’, registro audiovisual de sua mais recente turnê.
Gravados em uma única noite em outubro deste ano, em São Paulo, o DVD e o CD lançados pela gravadora Deck trazem uma vigorosa exibição de rock’n’roll tupiniquim que enfileira sucessos como ‘Me chama’ (Lobão, 1984), ‘Decadence avec élegance’ (Lobão, 1985) e ‘Rádio blá’ (Lobão/ Arnaldo Brandão/ Tavinho Paes, 1987). Acompanhado por Duda Lima (baixo/ vocais), Armando Cardoso (bateria) e André Caccia Bava (guitarra/ vocais), Lobão também faz versões incendiárias de ‘Corações psicodélicos’ (Lobão/ Julio Barroso/ Bernardo Vilhena, 1984) e ‘O rock errou’ (Lobão/ Bernardo Vilhena, 1986).
“Finalmente estou ouvindo as minhas músicas do jeito que eu queria”, diz o velho Lobo em entrevista contida nos extras do DVD masterizado nos estúdios Abbey Road (Londres). A qualidade do projeto assinado por ele salta aos olhos e, principalmente, aos ouvidos também no clássico romântico ‘Por tudo que for’ (Lobão/ Bernardo Vilhena, 1988).
A produção autoral nascida longe das grandes gravadoras e da programação das FMs mantém o elevado nível da apresentação e distancia ‘Lino, sexy & brutal’ do caráter meramente comercial/revisionista. De 1999 aparecem ‘A vida é doce’ e ‘El desdichado II’. Do álbum ‘Canções dentro da noite escura’, de 2005, Lobão recupera ‘Você e a noite escura’, ‘Balada do inimigo’ e ‘Não quero seu perdão’ (Lobão/ Julio Barroso/ Taciana Barros). Lançada simultaneamente com sua autobiografia, ‘Das tripas coração’, “uma homenagem aos amigos Julio Barroso, Cazuza e Ezequiel Neves”, também está no roteiro.
Corroborando uma das inúmeras declarações polêmicas de Lobão – “‘O rock’n’roll é a trilha sonora da humanidade a partir dos anos 1950” – a quantidade de excelentes guitarristas brasileiros impressiona. Único cover do roteiro, ‘Ovelha negra’ (Rita Lee) traz a participação especialíssima de um deles: Luiz Carlini, guitarrista do extinto grupo ‘Tutti Frutti’, que recria o memorável solo da gravação original registrado no álbum ‘Fruto Proibido’ (1975). A luxuosa guitarra de Carlini permanece em cena em outros números, contribuindo para a alta voltagem de ‘Lobão elétrico – Lino, sexy & brutal’.
de Divercidade
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