quarta-feira, 4 de junho de 2014

Haddad - Eros & Thanatos [2009]


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Rock progressivo 'made in' Vitória
Por Tiago Zanoli em 2 de novembro de 2009. Publicado na A Gazeta

“Eros Thanatos”, sétimo álbum da banda capixaba de rock progressivo Haddad, começou a ser trabalhado a partir de uma fita demo, gravada digitalmente em estúdio caseiro. Ao longo de quatro anos, o grupo desenvolveu os arranjos das 19 faixas que compõem o disco. Entre abril de 2007 e novembro de 2008, no estúdio Nova Arte, em Tabuazeiro, Vitória, a banda gravou, mixou e masterizou o disco.

O álbum foi lançado nos mercados nacional e internacional, mas o grupo não fará shows de lançamento. “É uma característica da banda. Nunca nos propomos a fazer trabalho de palco. Desde o início, a proposta é de fazer discos”, afirma Gustavo Haddad, compositor, arranjador, produtor, tecladista e vocalista.

O grupo é formado por Gustavo, Leandro Haddad (compositor e violonista), Paulo Pelissari (guitarrista), Rubens de Oliveira Mattos (contrabaixista), Sérgio Mello (baterista) e Gustavo Haddad (guitarrista). Além deles, participaram das gravações de “Eros Thanatos”: Zezito Haddad (saxofone), Leo Caetano (guitarras acústica e elétrica), Hariton Nathanalides (violinos e violas), José Benedito Viana Gomes (flauta transversal), Paulo Sodré (contrabaixo) e Geilson, Fabiane e Weruska (coral).

Responsável pela maioria das composições, Gustavo diz que seu processo criativo é atemporal. “É como um livro. Enquanto você não o edita e publica, ele é uma carta aberta. A qualquer momento você pode revisá-lo, reescrevê-lo. Assim são as minhas músicas: até que não assumam um formato definitivo, elas vão sendo aperfeiçoadas. Ficam comigo durante anos.”

A primeira etapa do trabalho foi feita no estúdio caseiro de Gustavo, onde o grupo começou a dar forma às músicas. Dessas primeiras gravações, participaram Paulo Pelissari, Rubens de Oliveira Mattos e Leandro Haddad, que formam o núcleo da banda. A demo levou cerca de um ano para ser concluída e, segundo Gustavo, o repertório era maior do que aquele selecionado para “Eros Thanatos”.

Gustavo conta que fez todos os arranjos, mas procurou respeitar as peculiaridades de cada um dos músicos participantes. “Da parte relativa aos instrumentos sinfônicos já entreguei a partitura pronta para os músicos que foram contratados. Quanto ao baixo e à bateria, apresento uma linha mestra, mas não interfiro. O Sergio Mello é um dos melhores bateristas que conheço, por isso, deixo ele livre para criar, a não ser que chegue com algo muito extravagante, longe do que pensei inicialmente.”

Ele ressalta também o fato de todo o álbum ter sido trabalhado no Espírito Santo, com exceção da prensagem. Gustavo orgulha-se de não precisar sair do Estado e de contar com artistas locais em todas as etapas de produção de um disco que tem alcance internacional e é vendido em sites como o Amazon.com. “O público de outros países compra um produto cem por cento capixaba. Nossa ideia é produzir localmente e pensar universalmente. No mundo, não há fronteira para a arte”, arremata.

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