Por Vitor Ferrari em Monkey Buzz
Quem disse que o Rock Nacional morreu? Bom, quem disse isso primeiramente está equivocado, e em segundo lugar, com certeza não conhece bandas como Cascadura, Vivendo do Ócio, Vespas Mandarinas, entre outras. Como dito em seu site oficial, as Vespas não são uma banda Indie, nem Punk, nem de Hardcore, são uma banda de Rock Nacional. E é isso que vemos em seu primeiro disco, Animal Nacional, músicas que se apresentam tanto ríspidas e diretas, quanto trilham caminhos mais líricos e poéticos, mas sempre com a alma intensa do Rock.
Gravado parte nos estúdios Tambor, no Rio de Janeiro, e parte no paulistano Costella, do guitarrista e vocalista Chuck Hipolitho, o álbum continua trazendo as influências oitentistas do Rock nacional somadas à doses poéticas, que observávamos nas compilações que antecederam o disco. O título da obra é retirado de um poema de Bernardo Vilhena, importante poeta e letrista, que já trabalhou ao lado de Lobão, Cazuza, Cássia Eller e que agora empresta seu talento como co-autor da faixa Santa Sampa. Outra parceira presente no álbum, fica por conta do titã Arnaldo Antunes, responsável por auxiliar na letra de A Prova.
A primeira faixa do disco já é conhecida dos antigos fãs. Cobra de Vidro já figurava no tracklist do EP Da Doo Ron Ron de 2010. Com leves alterações em relação à versão do compacto, como maior destaque para a linha de baixo no pré-refrão, a música cumpre bem a função de primeira faixa, recepcionando bem o ouvinte e sendo um single rico tanto no instrumental, quanto em sua letra urbana, uma das caracterísitcas mais fortes da banda, sempre citando situações do cotidiano e ilustrações poéticas de pontos da capital paulistana e que também podem ser ampliadas para demais grandes cidades do país. Não Sei o Que Fazer Comigo, cover da banda uruguaia El Cuarteto de Nos, remete a mais uma influência das Vespas, o Rock latino como já vimos em Antes Que Você Conte Até Dez - cover da banda espanhola Fito & Fitipaldis, presente no EP Sasha Grey, de 2011. Sua letra é noventa por cento fiel à original, os outro dez são alterações precisas e muito bem colocadas como referências a partido políticos, gírias e expressões de nossa cultura e que tornam a boa canção ainda mais próxima do ouvinte brasileiro.
Uma das mais intensas e encorpadas do disco, é O Inimigo que já é do repertório pré-Animal Nacional. A música já era executada pela banda em 2010 numa versão recheada de participações como Fábio do Cascadura, Victor Rocha da Black Drawing Chalks, Jajá Cardoso da Vivendo do Ócio e Pitty. A canção merece destaque por saber aliar um Rock mais denso à uma composição mais poética. Mesmo sendo direta e ríspida, a música apresenta uma construção lírica em um molde mais declamado, sem se pautar em modelos tidos como mais tradicionais do Pop e do Rock como repetição de versos. Tal formato dá à canção, que já é boa por si só, um toque a mais e um diferencial que podemos observar na banda.
Outra faixa que também vem do passado é Um Homem Sem Qualidades, música originalmente da Banzé, ex-banda de Thadeu Meneguini, guitarrista e vocalista das Vespas. Já apresentada em shows passados das Vespas, a música é pedrada e se mostrou bem recebida pelo público, que se não a conhecia dos tempos de Banzé, acabou conhecendo na atual execução. Boa tanto para se ouvir no volume máximo em casa, melhor ainda para uma versão ao vivo. Ouvi-la e ficar parado é simplesmente impossível.
Mais uma canção a ir para o lado poético é Distraídos Venceremos, que leva o nome de um livro do escritor e poeta Paulo Leminski - mais uma influência dos anos 80 brasileiro - e ganha coautoria de Adalberto Rabelo Filho, responsável também - entre tantas outras letras - por auxiliar Thadeu em Radioatividade da Vivendo do Ócio. Mesmos paras os que não conhecem o trabalho de Adalberto, ambas as músicas são provas de que as Vespas tiveram participação de mais um grande artista em seu álbum de estreia.
Fechando o disco temos O Herói Devolvido, anteriormente divulgada no canal oficial da banda no Youtube em vídeo, gravado no estúdio Costella em Maio do ano passado. A faixa, que já funcionava bem como single e na época já atraia a atenção do público para o primeiro trabalho da banda que estava por vir, continua com seu valor, agora dentro da obra.
O balanço final é de um primeiro álbum coeso e que soube trabalhar muito bem as influências de peso da banda, assim como ótimas letras e a boa conexão Rock x poesia, onde os dois lados conversaram bem, sem ofuscar um ao outro, sendo grande mérito da banda e de seus letristas. Tal belo trabalho resulta em uma prova contundente de que o bom e velho Rock nacional se encontra vivo e com qualidade.
Gravado parte nos estúdios Tambor, no Rio de Janeiro, e parte no paulistano Costella, do guitarrista e vocalista Chuck Hipolitho, o álbum continua trazendo as influências oitentistas do Rock nacional somadas à doses poéticas, que observávamos nas compilações que antecederam o disco. O título da obra é retirado de um poema de Bernardo Vilhena, importante poeta e letrista, que já trabalhou ao lado de Lobão, Cazuza, Cássia Eller e que agora empresta seu talento como co-autor da faixa Santa Sampa. Outra parceira presente no álbum, fica por conta do titã Arnaldo Antunes, responsável por auxiliar na letra de A Prova.
A primeira faixa do disco já é conhecida dos antigos fãs. Cobra de Vidro já figurava no tracklist do EP Da Doo Ron Ron de 2010. Com leves alterações em relação à versão do compacto, como maior destaque para a linha de baixo no pré-refrão, a música cumpre bem a função de primeira faixa, recepcionando bem o ouvinte e sendo um single rico tanto no instrumental, quanto em sua letra urbana, uma das caracterísitcas mais fortes da banda, sempre citando situações do cotidiano e ilustrações poéticas de pontos da capital paulistana e que também podem ser ampliadas para demais grandes cidades do país. Não Sei o Que Fazer Comigo, cover da banda uruguaia El Cuarteto de Nos, remete a mais uma influência das Vespas, o Rock latino como já vimos em Antes Que Você Conte Até Dez - cover da banda espanhola Fito & Fitipaldis, presente no EP Sasha Grey, de 2011. Sua letra é noventa por cento fiel à original, os outro dez são alterações precisas e muito bem colocadas como referências a partido políticos, gírias e expressões de nossa cultura e que tornam a boa canção ainda mais próxima do ouvinte brasileiro.
Uma das mais intensas e encorpadas do disco, é O Inimigo que já é do repertório pré-Animal Nacional. A música já era executada pela banda em 2010 numa versão recheada de participações como Fábio do Cascadura, Victor Rocha da Black Drawing Chalks, Jajá Cardoso da Vivendo do Ócio e Pitty. A canção merece destaque por saber aliar um Rock mais denso à uma composição mais poética. Mesmo sendo direta e ríspida, a música apresenta uma construção lírica em um molde mais declamado, sem se pautar em modelos tidos como mais tradicionais do Pop e do Rock como repetição de versos. Tal formato dá à canção, que já é boa por si só, um toque a mais e um diferencial que podemos observar na banda.
Outra faixa que também vem do passado é Um Homem Sem Qualidades, música originalmente da Banzé, ex-banda de Thadeu Meneguini, guitarrista e vocalista das Vespas. Já apresentada em shows passados das Vespas, a música é pedrada e se mostrou bem recebida pelo público, que se não a conhecia dos tempos de Banzé, acabou conhecendo na atual execução. Boa tanto para se ouvir no volume máximo em casa, melhor ainda para uma versão ao vivo. Ouvi-la e ficar parado é simplesmente impossível.
Mais uma canção a ir para o lado poético é Distraídos Venceremos, que leva o nome de um livro do escritor e poeta Paulo Leminski - mais uma influência dos anos 80 brasileiro - e ganha coautoria de Adalberto Rabelo Filho, responsável também - entre tantas outras letras - por auxiliar Thadeu em Radioatividade da Vivendo do Ócio. Mesmos paras os que não conhecem o trabalho de Adalberto, ambas as músicas são provas de que as Vespas tiveram participação de mais um grande artista em seu álbum de estreia.
Fechando o disco temos O Herói Devolvido, anteriormente divulgada no canal oficial da banda no Youtube em vídeo, gravado no estúdio Costella em Maio do ano passado. A faixa, que já funcionava bem como single e na época já atraia a atenção do público para o primeiro trabalho da banda que estava por vir, continua com seu valor, agora dentro da obra.
O balanço final é de um primeiro álbum coeso e que soube trabalhar muito bem as influências de peso da banda, assim como ótimas letras e a boa conexão Rock x poesia, onde os dois lados conversaram bem, sem ofuscar um ao outro, sendo grande mérito da banda e de seus letristas. Tal belo trabalho resulta em uma prova contundente de que o bom e velho Rock nacional se encontra vivo e com qualidade.
Quem disse que o Rock Nacional morreu? Bom, quem disse isso primeiramente está equivocado, e em segundo lugar, com certeza não conhece bandas como Cascadura, Vivendo do Ócio, Vespas Mandarinas, SELVEGENS Á PROCURA DE LEI e O Terno
ResponderExcluirMuito Bom :) :)
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