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Por Renato Glaessel em Progbrasil
Revisitar álbuns clássicos é sempre uma ótima opção.
Um álbum clássico certamente depende de bons músicos no aspecto técnico, isso o Index tem, certamente depende de boas composições e arranjos, e isso o Index também tem; mas isso somente não garante nada, afinal são inúmeros os álbuns com essas boas características, é preciso mais, é preciso algo mágico, que não se pode explicar com palavras, algo que simplesmente.....acontece, e aqui....aconteceu.
Ouvir o álbum homônimo da banda é uma viagem no sentido literal da palavra, você vai voar, as atmosferas barrocas irão te conduzir a alguns lugares e paisagens do passado e você será encaminhado a lembranças e sensações das quais já havia se esquecido.
Poucos são os discos capazes disso.
E quais os motivos ?
Os motivos estão em cada nota, no andamento perfeito e calculado, na perfeita interação de teclados analógicos conduzidos por Eliane Pisetta e as guitarras e violões de Jones Júnior, algo de divino aconteceu aqui, ser músico não é apenas tocar um instrumento, mas tocar com o instrumento, isso é clichê ? Pode ser, mas às vezes acontece e não são tantas assim.
Nesses tempos em que o progressivo parece ter se esquecido do valor de uma boa melodia, para valorizar experimentalismos sem sentido, valorizar uma técnica pasteurizada e fundir elementos à exaustão dos ouvintes para pura auto satisfação, para dizer que foi pioneiro. Será pioneirismo copiar e re-copiar as figuras da recente vanguarda? Qual a diferença entre espelhar-se em movimentos de quinhentos ou de cinquenta anos ? Certamente não produz nada de novo da mesma maneira.O importante é buscar referências com as quais se possa emocionar e emocionar aos ouvintes, tão carentes dessas experiências e isso o Index conseguiu já em seu disco de estréia e que, ao menos nesse quesito, dificilmente será superado.
Dizer que o Index é uma das melhores bandas da cena progressiva Brasileira é chover no molhado, difícil é tentar traduzir em palavras as intervenções dos teclados, das guitarras tristes, bem como da seção rítmica e harmônica e de toda a aura que envolve cada tema.
Um álbum top do prog-rock Brasileiro.
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