segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Harppia - 7 [1987]

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Por Leandro M. Brauna no Whiplash

O ano era 1987. Lá fora bandas como Helloween estava lançando "Keeper of the Seven Keys Part 1", Manowar, o seu "Fighting the World", Black Sabbath estreava o "novo" vocalista com "The Eternal Idol", entre muitas outras facetas no mundo do Heavy Metal. Aqui na terra das "palmeiras onde canta o sabiá" o movimento "Underground" há muito já estava disseminado, e uma das pioneiras do Metal Tradicional acabara de lançar o segundo álbum, 7 (sete), falo de Harppia, a banda que adicionou mais qualidade à música pesada tupiniquim, mas que nunca teve o reconhecimento que chegasse a altura de suas composições.

Dois anos após a chegada do EP "A Ferro e Fogo" (outro patrimônio histórico do Metal Nacional), a banda capitaneada por Tibério Luthier assina com a Rock Brigade Records para o lançamento oficial de "7 (sete)", mesmo assim o primeiro trabalho que havia saído pela gravadora Baratos Afins, ainda hoje é o preferido para a maioria dos fãs. No entanto este segundo "petardo" oferece uma técnica diferente tanto nos solos e riffs como nas vocalizações, contribuições nítidas de seus "novos" integrantes ao lado de Tibério.

Logo na primeira faixa, "Na Calada da Noite", já dá para perceber uma produção que encaixa melhor os sons agudos e graves quanto ao vocal límpido de Percy Weiss. Nesse álbum também há uma quantidade enorme de solos em cada canção que impressiona. "Voz da Consciência", por exemplo, faz arrepiar até os pelos da coluna vertebral logo na entrada.

Assim como "Salem (A cidade das Bruxas)" do primeiro disco, "Magia Negra" também traz um tema que explora o ocultismo. Refere-se à agonia de um homem que luta para sair do domínio das forças malignas para vencer na vida. Destaque para a cozinha afiada numa cadência e marcação de baixo perfeitos.

Esse queridíssimo álbum azul, ainda traz uma surpresa, a faixa "Balada" que quebra um pouco o clima Metal da banda, mas que mostra outra competência dos músicos também nesse campo. A música que dispensa o uso da bateria define um clima muito propício para a letra emotiva. Grande execução!

Pouco mais de dois minutos depois, o Metal retorna com todo vapor, "Guerras", têm riffs que se associam muito ao movimento NWOBHM, e essa comparação não é por acaso, pois a década de oitenta serviu de grande abrigo para bandas desse estilo seja fora ou dentro da Inglaterra.

"AIDS" se tornou mais um clássico do grupo, pode-se até dizer que essa é a "Doctor, Doctor" do Harppia. Um rockão irado tocado com muita classe e um refrão simples, mas que marcou toda uma geração de Headbangers brasileiros.

Por fim, a faixa título chega com o aviso do armagedon, onde o narrador interpreta a extinção do mundo através de sete bestas que trarão dor e sofrimento aos povos. Essa faixa eleva mais ainda a qualidade dos guitarristas que naquela época já faziam escola. As dobras de solos e algumas passagens de teclados deixam um clima empolgante e ao mesmo tempo "tenso", mas que define perfeitamente o tema. Genial!

Após a gravação desse "documento", o guitarrista Filippo Lippo saiu para seguir em outros projetos deixando a vaga para uma classe infinita de grandes talentos. Hoje a banda deve seguir na cena tendo à frente o incansável Tibério com uma formação totalmente reformulada a dessa época.


Banda:
Percy Weiss – vocal;
Filippo Lippo – guitarra;
Flávio Gutok – guitarra;
Cláudio Cruz – baixo;
Tibério "Luthier" Correa – bateria.

Músicas:
01 – Na Calada da Noite;
02 – Voz da Consciência;
03 – Magia Negra;
04 – Balada;
05 – Guerras;
06 – AIDS;
07 – Sete.

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